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Lesões cáusticas do TGI superior

Lesões cáusticas do TGI superior. Como as substãncias cáusticas produzem lesões. Por contato destruindo as membranas celulares, causando necrose. Como podem ser ingeridas?. Acidentalmente (geralmente crianças) Com finalidade de auto-extermínio (adultos).

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Lesões cáusticas do TGI superior

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Presentation Transcript


  1. Lesões cáusticas do TGI superior

  2. Como as substãncias cáusticas produzem lesões • Por contato destruindo as membranas celulares, causando necrose

  3. Como podem ser ingeridas? • Acidentalmente (geralmente crianças) • Com finalidade de auto-extermínio (adultos)

  4. Quais os principais cáusticos ingeridos? • De acordo com o seu pH, diferenciam-se em ácidas ou alcalinas.

  5. Por que tem aumentado a incidência de lesões cáusticas? • Devido à grande variedade e disponibilidade, particularmente em substâncias de uso corrente no dia a dia

  6. Quais são mais graves, as ingestões acidentais ou voluntárias? • Nos adultos, é mais freqüente a ingestão voluntária, num contexto suicida, associando-se geralmente, a maior gravidade das lesões (ingestão de volumes maiores)

  7. Em que idade são mais freqüentes as ingestões? • A idade média de ocorrência é variável, sendo apontada a 4ª década como a mais afetada

  8. Quais os fatores relacionados ao cáustico interferem na gravidade? • O tipo (ácido, base), a concentração, a quantidade, o estado físico e a potencial ocorrência de efeitos sistêmicos

  9. Quais os fatores relacionados ao paciente interferem na gravidade? • Existência de intenção suicida (maior volume), • Tempo de exposição • Repleçãogástrica • Características prévias do aparelho gastrointestinal (tempo de trânsito, refluxo gastroesofágico, alterações estruturais) e as co-morbilidades

  10. Que tipo de necrose produzem as bases? • As bases produzem necrose de liquefação. • Grande poder de penetração

  11. Por que as lesões gástricas por bases são geralmente menos graves? • No estômago, verifica-se uma neutralização parcial pelo ácido clorídrico, limitando a gravidade das lesões.

  12. Qual o porcentual de lesões esofágicas, gástricas e duodenais? • Esofágicas, em quase 100% • Gástricas, em 94% • Duodenais, em 30%

  13. Qual a importância do estado físico do cáustico? • Cristais e sólidos aderem à mucosa, dificultam a deglutição, causam lesões menos extensas. • Líquidos são deglutidos facilmente, geralmente inodoros, insípidos, ingeridos em maior quantidade, causam lesões mais graves

  14. Que tipo de necrose produzem os ácidos? • Os ácidos produzem tipicamente necrose de coagulação. • Consolidam o tecido conjuntivo, formam uma escara, o que limita a progressão da lesão

  15. Por que outros motivos os ácidos geralmente lesam menos? • Provocam dor na orofaringe, e são ingeridos em menor quantidade • Ao contrário dos alcalinos são menos viscosos, passam rapidamente ao estômago, lesando menos o esôfago

  16. Fisiopatologia • O trajeto destes segue ao longo da pequena curvatura, em direção ao piloro, resultando em piloroespasmo, que habitualmente impede o esvaziamento gástrico e agrava as lesões

  17. Quando e o que ocorre na Fase I, pós ingestão de cáusticos? • Do 1º ao 3º dia observa-se ocorrência de necrose e intensa reação inflamatória. • O diagnóstico deve ser realizado nesta fase, assim como estabelecido o prognóstico e dar início às medidas terapêuticas

  18. Quando e o que ocorre na Fase II, pós ingestão de cáusticos? • Do 3º ao 7º dia ocorre ulceração, resultante de descamação da mucosa e ulceração focal ou difusa, com invasão bacteriana, resposta inflamatória e aparecimento de tecido de granulação

  19. Quando e o que ocorre na Fase III, pós ingestão de cáusticos? • Do 8º ao 14º dia dá-se o início dos mecanismos de reparação. • O edema inflamatório é substituído por tecido de granulação. • É nesta fase que a parede é menos • resistente (pela descamação e deposição de • colágeno ter início apenas no final da 2ª semana), não devendo ocorrer a sua manipulação para evitar complicações iatrogênicas, como perfuração. • É por este motivo que a maioria dos autores contra-indica a realização de endoscopia entre o 5º e 15º dia após a ingestão

  20. Quando e o que ocorre na Fase IV, pós ingestão de cáusticos? • Do 15º ao 30º dia, podendo prolongar-se até ao 45º dia, verifica-se consolidação do processo de cicatrização. • É nesta fase que se estabelece a conseqüência mais importante, a fibrose e a estenose. • A probabilidade da ocorrência de estenose depende da profundidade e intensidade da produção de colágeno. • Quanto maior a gravidade das lesões, mais precoce o aparecimento de estenose

  21. Quais as manifestações agudas, pós ingestão de cáusticos? • A apresentação clínica pode ser variável. • O sintoma mais precoce e freqüente é dor na orofaringe, que pode limitar a ingestão. • Podem também existir lesões visíveis nos lábios, língua, face e tórax.

  22. Manifestações agudas • Os sinais e sintomas podem não se correlacionar com a gravidade e extensão das lesões. • Até 30% dos doentes com lesões esofágicas não apresentam lesões da orofaringe (mais freqüente no caso de bases) ou podem mesmo ser assintomáticos.

  23. Manifestações agudas • Podem ocorrer náuseas, vômitos, odinofagia, sialorréia, dispnéia, disfonia, estridor, diarréia, febre, taquicardia, dor retroesternal e/ou epigástrica. • Esta última, assim como a existência de hematêmeses, são indiciadoras de lesão gástrica

  24. Manifestações agudas • Hematêmesesde grande volume devem levantar a suspeita de fístula aorto-esofágica. • Dor intensa, retroesternal ou dorsal, especialmente se associada a enfisema subcutâneo, são indicadores de perfuração esofágica com mediastinite

  25. Manifestações agudas • Podem existir, na observação física, sinais de irritação peritoneal, na ausência de perfuração. • A ocorrência de disfagia é devida inicialmente a espasmo ao nível da lesão e obliteração quase completa do esôfago, secundária a edema e inflamação (primeiras48H)

  26. Manifestações agudas • Este pode facilitar a aspiração e infecção bacteriana, assim como o vômitos, que re-expõe a mucosa à ação do cáustico. • Também a ausência de sintomatologia respiratória, não exclui a presença de lesões que podem justificar a entubaçãooro-traqueal (EOT), tais como edema glótico ou laríngeo

  27. Manifestações agudas • Podem existir disfonia, dispnéia e estridor, observando-se lesões de eritema e ulceração da epiglote, cordas vocais e laringe, ou mesmo traqueíte, pneumonite química (secundária a aspiração de cáustico durante a ingestão ou vômitos) ou síndrome de dificuldade respiratória do adulto (SDRA).

  28. Manifestações clínicos • Estas manifestações podem surgir várias horas após a ingestão, pelo que se impõe uma rigorosa vigilância inicial. • A presença de febre, taquicardia e sepsis ou choque, são geralmente indicadoras de lesões mais extensas e graves

  29. Manifestações clínicas • Podem também surgir acidose metabólica, necrose tubular aguda, insuficiência renal, pancreatite, coagulação intravascular disseminada, anemia (secundária a hemorragia e hemólise), além de insuficiência respiratória por pneumonitequímica ou SARA.

  30. Manifestações agudas • Existem vários fatores associados a mau prognóstico, como intenção suicida, sexo masculino, ingestão de ácido, maior tempo decorrido entre a ingestão e admissão, presença de lesões graves da orofaringe, leucocitose, gravidade das lesões gastrointestinais (critério endoscópico) e existência de perfuração na admissão.

  31. Quais as manifestações tardias da ingestão de cáusticos? • A mais comum é a ocorrência de estenose esofágica, cujo pico de incidência se verifica aos 2 meses, embora possa surgir passados vários anos. • O processo cicatricial pode resultar, só por si em estenose, podendo também conduzir a alterações anatômicas, como “encurtamento” do esôfago e alteração funcional do esfíncter esofágico inferior, com refluxo gastro-esofágico, favorecedor de estenose

  32. Manifestações tardias • A estenose deve ser suspeitada em doentes que desenvolvem disfagia, confirmando-se por estudo radiológico contrastado do esôfago. • A disfagiapode também resultar apenas de alterações motoras do segmento fibrosado

  33. Manifestações tardias • A estenose antro-pilórica, manifestada por síndrome de obstrução gástrica, deve suspeitar-se em doentes com queixas de vômitos, saciedade precoce e emagrecimento. • Esta complicação é mais rara que a estenose esofágica, podendo ocorrer desde poucas semanas até vários anos após a ingestão

  34. Manifestações tardias • Estes doentes apresentam um risco aumentado de aparecimento de carcinoma pavimento-celular do esôfago, cerca de 1.000 a 3.000 vezes superior à população geral. • Aproximadamente 3% dos doentes com carcinoma do esôfago admitem ingestão de cáustico no passado e cerca de 1-7% dos doentes com esta neoplasia, têm história prévia de lesão cáustica

  35. Manifestações tardias • O intervalo médio de aparecimento é de 40 anos, com períodos mais curtos nos casos de ingestão mais tardia. • O carcinoma gástrico ocorre raramente. • Outras complicações tardias, mais raras, são a estenose jejunal, hipo/acloridria, mucoceleesofágica e disfonia

  36. Como deve ser a abordagem na fase aguda? • Avaliar existência, localização e gravidade das lesões. • Estabilização do doente, tanto do ponto de vista respiratório como hemodinâmico • Se existirem sinais de dificuldade respiratória, poderá ser necessária administração de corticóides

  37. Abordagem da fase aguda • Laringoscopia para avaliar a gravidade das lesões e necessidade de entubaçãoorotraqueal; nalguns casos pode mesmo ser necessária traqueostomia ou cricotiroidectomia, para garantir a permeabilidade da via aérea

  38. Abordagem na fase aguda • Acessos endovenosos (com colheita de sangue para avaliação laboratorial) e proceder-se à estabilização hemodinâmica, se necessário. • A avaliação laboratorial deve incluir gasimetriaarterial, hemograma com plaquetas, coagulação, PCR, função renal, eletrólitos, provas hepáticas, LDH e amilasemia

  39. Abordagem na fase aguda • Deve ser elevada a cabeceira do leito para evitar o refluxo e a aspiração, realizada analgesia se necessária e mantido o doente em jejum, sob monitorizaçãoda temperatura, parâmetros vitais, oximetria e diurese

  40. Abordagem na fase aguda • A indução do vômito está formalmente contra-indicada, assim como a tentativa de diluição ou neutralização do cáustico, visto que as conseqüentes relações exotérmicas também agravam as lesões e favorecem o vômito

  41. Abordagem na fase aguda • Administração de um anti-emético sempre que necessário. • Não deverá ser administrada qualquer substância por via oral, exceto no caso de substâncias sólidas, em que se recomenda administrar 150ml de água, para evitar que o cáustico permaneça aderente à mucosa da orofaringe e esôfago

  42. Abordagem na fase aguda • O carvão ativado não tem lugar terapêutico, além de poder induzir o vômito e prejudicar a visão durante a realização de endoscopia digestiva alta • No caso de substâncias ácidas está descrita a tentativa de aspiração e lavagem com água dentro da 1ª hora de ingestão, utilizando uma sonda bem lubrificada e de pequeno calibre, quando se trata de casos de maiores volumes ingeridos, como nos casos de intenção suicida

  43. Abordagem na fase aguda • O ideal será a aspiração e lavagem sob visão endoscópica, se esta for possível dentro da 1ª hora. • Deverá ser drenada a maior quantidade de ácido possível (a retenção gástrica é facilitada pelo pilorospasmo associado) e, seguida de lavagem com água ou leite frio, para minimizar o risco de lesão exotérmica

  44. Abordagem na fase aguda • Em todos os outros casos, está contra-indicada em qualquer momento a colocação de sonda nasogástrica, mesmo para aspiração e lavagem gástrica, já que o ácido neutraliza as bases, e pode haver lesão pela sonda.

  45. Abordagem na fase aguda • Seguidamente, deve ser obtido um RX de tórax e abdômen e, se houver suspeita clínica de perfuração, TC tóraco-abdominal • Excluída perfuração ou lesões graves da oro/hipofaringe, o doente deverá ser submetido a EDA, cujo objetivo é a avaliação da extensão das lesões esofágicas e gástricas, permitindo estabelecer um prognóstico e orientar a abordagem do doente

  46. Abordagem na fase aguda • As lesões de grau I e IIa não evoluem para estenose; as lesões de grau IIb e IIIa e IIIb, pelo contrário, associam-se a estenose em 15-30% e mais de 90% dos casos, respectivamente. • Nas lesões de grau III está descrita uma taxa de mortalidade 78%.

  47. Abordagem na fase aguda • Constituem contra-indicações para EDA, a existência de lesões graves da hipofaringe, obstrução da via aérea superior, sinais e/ou sintomas de perfuração, instabilidade hemodinâmica/choque, período entre 5º e 15º dia após a ingestão

  48. Abordagem na fase aguda • O timing da EDA não é consensual, devendo idealmente ser realizada entre as primeiras 12 a 24 H. • Nos casos de realização precoce, a indução do vômito pode levar a re-exposição da mucosa e nos casos mais tardios (> 48H), a probabilidade de perfuração é significativa

  49. Abordagem na fase aguda • A realização de EDA é controversa nos casos de doentes assintomáticos com ingestão acidental (pequena quantidade) e sem lesões ORL devendo, no entanto o limiar de decisão para a sua realização ser baixo. • Com a utilização de aparelhos flexíveis, apenas está recomendada a entubaçãoorotraquealpara realizar EDA, nos casos de dificuldade respiratória e/ou risco de aspiração

  50. Abordagem na fase aguda • Durante a realização do exame, é importante que a progressão do aparelho seja lenta e suave, com a insuflação mínima necessária para a observação. • Perante o achado de lesões profundas circunferenciais ou necrose extensa, é aconselhado por vários autores, a suspensão do exame

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