1 / 182

“Escrever é traduzir. Mesmo quando estivermos a utilizar a nossa própria língua.

“Escrever é traduzir. Mesmo quando estivermos a utilizar a nossa própria língua. Transportamos o que vemos e o que sentimos para um código convencional de signos, a escrita...”.

gage
Télécharger la présentation

“Escrever é traduzir. Mesmo quando estivermos a utilizar a nossa própria língua.

An Image/Link below is provided (as is) to download presentation Download Policy: Content on the Website is provided to you AS IS for your information and personal use and may not be sold / licensed / shared on other websites without getting consent from its author. Content is provided to you AS IS for your information and personal use only. Download presentation by click this link. While downloading, if for some reason you are not able to download a presentation, the publisher may have deleted the file from their server. During download, if you can't get a presentation, the file might be deleted by the publisher.

E N D

Presentation Transcript


  1. “Escrever é traduzir. Mesmo quando estivermos a utilizar a nossa própria língua. Transportamos o que vemos e o que sentimos para um código convencional de signos, a escrita...”

  2. “...e deixamos às circunstâncias e aos acasos da comunicação a responsabilidade de fazer chegar à inteligência do leitor, não tanto a integridade da experiência que nos propusemos transmitir,...”

  3. “...mas uma sombra, ao menos, do que no fundo do nosso espírito sabemos bem ser intraduzível, por exemplo...”

  4. “...a emoção pura de um encontro, o deslumbramento de uma descoberta, esse instante fugaz de silêncio anterior à palavra que vai ficar na memória como o rasto de um sonho que o tempo não apagará por completo.” José Saramago

  5. “Muito universo, muito espaço sideral, mas o mundo é mesmo uma aldeia.” José Saramago

  6. Estamos numa aldeia chamada Azinhaga, no Ribatejoportuguês, a região sul do país onde se produzem azeitonas, cortiça e trigo.

  7. E nesta pequena aldeia, modestas plantações e criação de porcos é o que há para ser feito.

  8. Jerónimo e Josefa estão particularmente felizes hoje, 16 de novembro de 1922, pois é o dia que viu nascer o seu mais novo neto, a quem o destino conferiu o nome de José Saramago.

  9. Livros e letras não fazem parte da rotina deste casal de camponeses, bem como de tantos outros vizinhos. As poucas palavras faladas lhes servem aos propósitos, e o seu mundo é o quintal que em breves minutos percorremos.

  10. Na primavera de 1924, os pais de Saramago, Maria da Piedade e José de Sousa, abandonam o seio do campo e se mudam para Lisboa, onde ele conseguiu um novo trabalho como policial do trânsito.

  11. Em Lisboa, Maria da Piedade passa a cuidar dos afazeres domésticos, e se dedica aos filhos, Francisco, de quatro anos, e José Saramago, que conta com dois anos de idade.

  12. No mês de dezembro do mesmo ano em que se mudam para Lisboa, o filho mais velho do casal, Francisco, com apenas quatro anos de idade, morre de broncopneumonia.

  13. Uma dor que Maria da Piedade carregará pelo restante dos seus dias.

  14. Saramago passa a frequentar a escola primária na capital, e já é fluente na leitura, aos oito anos.

  15. Sua mãe o envia nas férias para Azinhaga, para o contato com o campo e com os avós maternos.

  16. E nas temporadas que passa na aldeia dos avós, o pequeno José sente-se feliz como um pássaro livre.

  17. O contato com a Natureza – a inocência, cheia de beleza e serenidade, das coisas puras.

  18. Os peixes que, nadando velozes, mantêm-se, por vezes, imóveis contra a força da corrente...

  19. Anos mais tarde, recordará Saramago algumas lembranças do avô Jerónimo:...

  20. “Recordo daquelas noites mornas de Verão, quando dormíamos debaixo da figueira grande, ouço-o falar da vida que teve, das histórias e lendas da sua infância distante.”

  21. “Adormecíamos tarde, bem enrolados nas mantas por causa do fresco da madrugada...”

  22. As lembranças da pequena aldeia e o tempo passado na companhia dos avós – as grandes referências morais e sentimentais na sua vida – acompanharão o pequeno José pelos anos e décadas vindouros.

  23. O tempo passa e transforma crianças em jovens adultos.

  24. Por falta de recursos, Saramago não chega a concluir o secundário, trocando os estudos acadêmicos pelo curso de serralharia mecânica numa escola técnica de Lisboa.

  25. Aos dezenove anos passa a trabalhar num hospital, fazendo a manutenção do maquinário. Com o trabalho a consumir as horas do dia, cultiva a rotina de dedicar a noite à leitura.

  26. Todas as noites, depois de jantar, vai a pé, apesar da longa distância, até a biblioteca pública de Lisboa, onde permanece até a hora de fechar, lendo tudo o que pode. São estas leituras as suas aulas, o seu professor, o seu mestre...

  27. Sobre esta fase, recordará anos mais tarde:... “Como gostava de, um dia, começar a escrever, afinal, ser um escritor! E ser escritor era para o jovem José uma reflexão sobre a vida e os seus absurdos...”

  28. “Guiado talvez pela beleza da persistência, ainda que trêmula, de uma daquelas estrelas que vira no céu na casa do avô Jerónimo e da avó Josefa, decidiu ser todo uma só vontade, todo um atrevimento e lançou-se no voo alto de escrever...”

  29. Em 1944, aos 22 anos de idade, casa-se com a pintora Ilda Reis, sendo que três anos mais tarde, em 1947, nasce a filha, que recebe o nome Violante. Neste ano também publica o seu primeiro livro, ‘Terra do Pecado’.

  30. José Saramago, Ilda Reis e a filha Violante, 1951

  31. Pais e filhos – a convivência gera laços; no entanto, o amor, a admiração e o carinho necessitam ser construídos.

  32. Leva tempo, atenção e cuidado arar a terra que fecunda afeição e ternura, respeito e carinho.

  33. José Saramago e Violante às margens do rio Almonda Azinhaga, 1951 Leva tempo, atenção e cuidado arar a terra que fecunda afeição e ternura, respeito e carinho.

  34. “A expressão vocabular humana não sabe ainda e provavelmente não o saberá nunca, conhecer, reconhecer e comunicar tudo quanto é humanamente experimentável e sensível.” José Saramago

  35. “A expressão vocabular humana não sabe ainda e provavelmente não o saberá nunca, conhecer, reconhecer e comunicar tudo quanto é humanamente experimentável e sensível.” José Saramago e Violante Azinhaga, 1953 José Saramago

  36. Embora tenha seu primeiro livro, ‘Terra do Pecado’, ignorado pela crítica, Saramago continua a escrever, tendo diversos contos e crônicas publicados em jornais e revistas.

  37. A sua paixão pela literatura leva-o a conseguir posições de certo destaque no meio editorial, atuando como colunista, revisor, tradutor e crítico literário.

  38. Com aproximadamente quarenta anos de idade, seu nome começa a ser conhecido no campo da literatura e cultura em Portugal.

  39. Saramago passa a ocupar diversas funções, como coordenador do suplemento de cultura do jornal ‘Diário de Lisboa’, e diretor-adjunto do ‘Diário de Notícias’.

  40. Em 1970, Saramago e Ilda Reis se divorciam. E em 1975, ao deixar a função de editorialista do jornal onde trabalha, resolve dedicar-se exclusivamente à literatura.

  41. Em 1980, aos 58 anos de idade, Saramago publica o seu segundo romance, chamado “Levantado do Chão”.

  42. Desta vez, a acolhida é bem diferente; a obra é recebida com êxito, tanto pela crítica, quanto pelo público, em Portugal.

  43. Os livros que se seguem nos anos seguintes são igualmente aclamados pelo país afora. Aos sessenta e poucos anos de idade Saramago dá início a uma tardia e improvável carreira literária.

  44. Estamos em 1986, Saramago encontra-se com 63 anos de idade. Separado, com a filha já adulta. Realizou o sonho de escrever e ser lido. Com um sucesso considerável em Portugal , parece um homem satisfeito com a vida que lhe fora destinada.

  45. “Aos 63 anos de idade, o que um homem pode ainda esperar da vida?...” afirmaria numa entrevista, “Não muito...”.

  46. Mas o futuro ainda lhe reserva algumas surpresas... ( fim da primeira parte desta apresentação )

  47. 1986 - Sevilha, Espanha. Uma jornalista espanhola, nos seus trinta e poucos anos, passeia por uma livraria à procura de títulos interessantes.

  48. Ao passar por uma estante que contém alguns livros separados para serem devolvidos à editora, se depara com um título que chama sua atenção.

  49. Mesmo sem ter ouvido falar do autor, ela resolve comprar o livro, sem poder imaginar as consequências que tal decisão, aparentemente trivial, poderá ter.

  50. Coincidências da vida, dirão alguns, enquanto outros atribuirão o ocorrido ao destino, ao acaso, ao inevitável...

More Related