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Carta pessoal

Carta pessoal. Carta, de Carlos Drummond de Andrade.

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Carta pessoal

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Presentation Transcript


  1. Carta pessoal

  2. Carta, deCarlos Drummond de Andrade Há muito tempo, sim, não te escrevo.Ficaram velhas todas as notícias.Eu mesmo envelheci: olha em relevoestes sinais em mim, não das carícias(tão leves) que fazias no meu rosto:são golpes, são espinhos, são lembrançasda vida a teu menino, que a sol-postoperde a sabedoria das crianças. A falta que me fazes não é tantoà hora de dormir, quando dizias"Deus te abençoe", e a noite abria em sonho. É quando, ao despertar, revejo a um cantoa noite acumulada de meus dias,e sinto que estou vivo, e que não sonho.

  3. Estrutura • Data e local • Vocativo • Corpo da carta • Despedida • Assinatura

  4. Nível de linguagem • Depende do interlocutor • O destinatário determina a escolha do pronome de tratamento que deve acompanhar o vocativo

  5. O que não pode faltar • Análise criteriosa da coletânea • Construção das imagens dos interlocutores, destinatário e remetente. • O que está sendo reivindicado ou sugerido. • Se a proposta exigir, argumentos convincentes que sustentem o que está sendo defendido. • Manutenção da interlocução: “Conversa” do remetente com o destinatário.

  6. Imagens dos interlocutores • Atualmente, as universidades que adotam carta como gênero de produção textual consideram como imprescindível a criação das imagens dos interlocutores. Esse é um exercício de criatividade, pois o aluno pode criar uma imagem, e não necessariamente se colocar como o interlocutor remetente. É importante também deixar clara a imagem do destinatário.

  7. Contextualização • Numa produção de texto epistolar, é importante contextualizar o leitor sobre o assunto. Lembre-se de que esse leitor não é o seu interlocutor destinatário, e sim um corretor.

  8. Exemplo de carta pessoal [RJ, 2 mar. 1868/9?] Minha querida C, Recebi ontem duas cartas tuas, depois de dous dias de espera. Calcula o prazer que tive, como as li, reli e beijei! A mª tristeza converteu-se em súbita alegria. Eu estava tão aflito por ter notícias tuas que saí do Diário à 1 hora para ir à casa e com efeito encontrei as duas cartas, uma das quais devera ter vindo antes, mas que, sem dúvida, por causa do correio foi demorada. Também ontem deves ter recebido duas cartas minhas; uma delas, a que foi escrita no sábado, levei-a no domingo às 8 horas ao correio, sem lembrar-me (perdoa-me!) que ao domingo a barca sai às 6 horas da manhã. Às quatro horas levei a outra carta e ambas devem ter seguido ontem na barca das duas horas da tarde. Deste modo, não fui eu só quem sofreu com demora de cartas. Calculo a tua aflição pela minha, e estou que será a última. (...) tu não te pareces nada com as mulheres vulgares que tenho conhecido. Espírito e coração como os teus são prendas raras; alma tão boa e tão elevada, sensibilidade tão melindrosa, razão tão reta não são bens que a natureza espalhasse às mãos cheias pelo teu sexo. Tu pertences ao pequeno número de mulheres que ainda sabem amar, sentir e pensar. Como te não amaria eu? Além disso tens para mim um dote que realça os mais: sofreste. (...) A responsabilidade de fazer-te feliz é decerto melindrosa; mas eu aceito-a com alegria, e estou que saberei desempenhar este agradável encargo.

  9. Olha, querida; também eu tenho pressentimento acerca da mª felicidade; mas que é isto senão o justo receio de quem não foi ainda completamente feliz? Obrigado pela flor que me mandaste; dei-lhe dous beijos como se fosse em ti mesma, pois que apesar de seca e sem perfume, trouxe-me ela um pouco de tua alma. Sábado é o dia de minha ida; faltam poucos dias e está tão longe! Mas que fazer? A resignação é necessária para quem está à porta do paraíso; não afrontemos o destino que é tão bom conosco. (...) Depois... depois, querida, queimaremos o mundo, por que só é verdadeiramente senhor do mundo quem está acima das suas glórias fofas e das suas ambições estéreis. Estamos ambos neste caso; amamo-nos; e eu vivo e morro por ti. Escreve-me e crê no coração do teu MACHADINHO • Trecho da carta de Machado de Assis, publicada em Obra Completa, vol.III, ed. Nova Aguila

  10. Atualmente, no vestibular, as propostas de carta pessoal têm finalidade argumentativa. A seguir, seguem exemplos de produções de cartas “não-pessoais” argumentativas. Analise-os,observe a argumentação e lembre-se de ajustar o nível de linguagem para uma carta pessoal.

  11. Exemplo de carta argumentativa/ Unicamp 2008 Proposta C Trabalhe sua carta a partir do seguinte recorte temático: O governo brasileiro tem promovido campanhas de alcance nacional, a fim de combater o tabagismo, o uso de álcool e drogas, a proliferação da dengue, do vírus da Aids e da gripe, entre outras doenças que comprometem a saúde pública. Instruções: 1- Escolha uma campanha promovida pelo Ministério da Saúde que, na sua opinião, deva ser mantida. 2- Argumente no sentido de apontar aspectos positivos da estratégia dessa campanha. 3- Dirija sua carta ao Ministro da Saúde, justificando a manutenção da campanha escolhida.

  12. São Paulo, 18 de novembro de 2007. Excelentíssimo Senhor Ministro Temporão, há um artigo na nossa atual Constituição que o senhor deve conhecer bem; diz ele: “a saúde é direito de todos e dever do Estado”. Como outros tantos artigos e parágrafos constitucionais, o que transcrevi é muitas vezes alvo de galhofas, dado o histórico da atuação do Estado brasileiro na área de saúde e as atuais circunstâncias do serviço público. Porém, acredito que méritos devem ser louvados e a Constituição respeitada; por isso não gracejo. Quando estes dois itens encontram-se em consonância, sinto-me no dever de prestar homenagem aos personagens que permitiram tal união; eis o motivo da minha carta, referente à magnífica campanha de combate ao uso de álcool. Esta é a primeira vez que ponho em prática este meu princípio, portanto saiba que é sincera minha intenção.

  13. A beleza da campanha está em sua abrangência. Sabemos que as doenças cardiovasculares são as principais causadoras de óbitos no país e que a ingestão exagerada do álcool é um dos fatores de seu surgimento. Assim, combater o consumo alcoólico preserva não apenas a vida de jovens e jovens adultos, público-alvo das campanhas publicitárias, mas garante uma sobrevida maior à toda população. Isso por si só é algo louvável. Além disso, o foco da campanha é importantíssimo e funciona de maneira precisa: a conscientização. Afinal, os não-portadores de doenças no coração precisam de outros motivos para se manterem longe do álcool.

  14. (...)Para aqueles que esquecem a razão de lado, outro mérito da atual campanha é o endurecimento das leis, como por exemplo o aumento dos espólios de motoristas embriagados, que tanto mal já provocaram a milhares de famílias nesses campos de batalhas que são nossas estradas. Convencer, argumentar é preciso; porém, a lei deve ser cumprida e até mesmo nesse ponto a campanha é um sucesso. Pois bem, o governo, especialmente seu Ministério, está educando a população e punindo severamente quem infringe as leis. Estas duas práticas estão sendo realizadas de forma inteligente e ativa, o que muito me alegra. Acredito que, muito além de uma campanha de prevenção do alcoolismo e de combate ao álcool, o que o senhor está promovendo é uma ampla rede de contenção de danos. Ora, é do conhecimento de todos os males que o álcool ata à teia da vida: depressão, violências, mortes. Expor essas facetas ao povo nunca é demais, vide o caso da dengue: todos sabem os perigos da doença, mas poucos ativamente colaboram para erradicá-la. A atual direção dada ao combate do álcool pode muito bem servir de base para aprimorar a luta contra a dengue, por exemplo. No fundo, os princípios básicos são os mesmos.

  15. Portanto, peço que a atual campanha continue nos planos do governo pelos próximos anos. A abundância de aspectos positivos e bem realizados, aliada aos benefícios à curto e longo prazo que eles trarão, é suficiente para mantê-la na pauta do seu Ministério. Sei que o senhor enfrenta pressões para abrandar ou extinguir esta luta contra a dependência alcoólica, mas tenho fé de que não exista lobby nenhum poderoso o suficiente para anular a prerrogativa desta minha primeira missiva. Atenciosamente, N.B.C.

  16. Nem tudo são flores... Campinas, 18 de novembro de 2007 Exelentíssimo Ministro da Saúde Durante este 4º Congresso Mundial de Saúde, que ocorrerá no Brasil. Espero que assunto de grande importância e polêmicos sejam ressaltados, como a Aids e o avanço da dengue. A Aids é um assunto muito importante, pois acontece no mundo inteiro, e sua transmissão ocorre pela falta de proteção da própria população. Já que pessoas que julgam ter um relacionamento “seguro” não pensam ou ignoram o fato de terem que se proteger, fazendo com que aumente ainda mais os casos de Aids pelo mundo. E a Dengue que é transmitida pelo mosquito AedesAegypti, graças ao descuido público se proliferou de maneira assustadora pelo país.

  17. Claro a culpa, não é apenas das autoridades, mas também de todos, pois é impossivel que o governo sozinho controle as águas paradas, que são os criadouros desses mosquitos. Espero que durante esse congresso sejam criados métodos, que ajudem a conter ou a solucionar esses problemas, e que também sejam criadas medidas energéticas que motivem a população a colaborar com essas mudanças. Conto com sua colaboração para representar as ideias do povo. Atenciosamente A.O.J.

  18. Carta para análise Campinas, 18 de novembro de 2007. Prezado senhor Ministro da Saúde Escrevo-lhe com o objetivo de parabenizá-lo por sua estratégia no controle da proliferação do vírus causador da AIDS, a partir do programa de redução de danos. Sou uma jovem estudante do Ensino Médio e, como tal, convivo diariamente com pessoas de minha faixa etária. Por estudar em um colégio particular, tanto eu quanto meus colegas dispomos de recursos financeiros suficientes para frequentar as festas rotineiras, ocasionalmente comprando substâncias ilegais. Apesar de eu me posicionar contra esse tipo de atitude, preocupo-me com meus amigos que, ao priorizarem o “barato” e a diversão, esquecem-se das consequências letais que seus atos podem trazer para suas saúdes; principalmente ao lidarem com agulhas e substâncias injetáveis, propícios vetores de doenças como a AIDS.

  19. Exatamente por isso, concordo com a medida, autorizada pelo senhor, de distribuir seringas descartáveis ou mesmo drogas, de forma a controlar a proliferação do HIV. Além dos resultados bem-sucedidos, comprovados cientificamente, e de contar com países de primeiro mundo como aliados nesta causa, o Ministério da Saúde mostrou estar adequado ao princípio, ditado pela Constituição brasileira, de que o Estado deve ser o responsável por promover a Saúde.

  20. Ao adotar esta postura pragmática, o senhor mostrou não só estar ciente do problema que a saúde pública enfrenta, mas também mostrou estar aberto a discussões que preservem a saúde da população e, ao mesmo tempo, respeitem suas liberdades individuais. Além disso, ao adotar uma medida certamente “polêmica”, o Ministério está conseguindo atingir a meta de conscientizar e persuadir a sociedade, que mostra-se interessada pela inovação da técnica utilizada. A discussão gerada é muito mais saudável que a negação da mesma, como noto entre meus colegas, que adotaram a política do governo, ao mesmo tempo que rejeitaram a postura puritana dos americanos. Ao aproximar-se da população, o senhor fez com que todos meditassem sobre o assunto, a fim de que possam chegar a um consenso para a solução do problema.

  21. Por isso, senhor Ministro, parabenizo-o por uma política que está dando bons resultados. Se meus colegas ainda não se desvincularam das drogas, ao menos têm a consciência do desafio que é o combate à AIDS, graças ao canal de comunicação aberto pelo governo. Isso demonstra um amadurecimento da sociedade diante da responsabilidade da mesma quanto à manutenção da saúde. Assim como a campanha de Oswaldo Cruz para a erradicação da varíola, no séc. XIX, o senhor mostra que sua campanha de erradicação da AIDS é vanguardista e eficaz. Em meu meio ela já foi aceita, portanto espero que seu sucesso atinja todos e perdure. Atenciosamente, F.T.S.

  22. São Paulo, 20 de novembro de 2005 Senhor diretor-geral da Agência Nacional de Transporte Terrestre Sou coordenador de uma transportadora nacional de comodities com sede nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Rio de Janeiro. Minha empresa é tradicional e bem conhecida, chegando a transportar mais de dez mil toneladas de produtos agrícolas por mês. Meu contato com as estradas do país é grande, fazendo-me conhecer o atual estado em que essas se encontram. A grande maioria das rodovias estão sem manutenção há um bom tempo, apresentando buracos, rachaduras, declives, ou não-apresentando acostamento e postos policiais rodoviários. As rodovias de nosso país estão em estado lastimável. Dirijo esta carta ao senhor porque sei do importante papel da ANTT frente a área de transportes. Tendo como principal objetivo a regulamentação dos transportes rodoviários e outros, creio ser o senhor a melhor pessoa a quem devo remeter a reinvindicação de manutenção das rodovias e a construção de mais estradas. Espero convencê-lo de que algo deve ser feito a favor de minhas solicitações, com os argumentos que irei expor ao longo dessa carta.

  23. Como trabalho diretamente com a produção agrícola brasileira para exportação, tenho conhecimento de quanto se produz e quanto dessa produção se perde ao longo do transporte dessa até os portos. Nada mais, nada menos que 3% de toda a safra brasileira se extravia no trajeto. Aparentemente é uma porcentagem pequena, porém, em números absolutos é uma quantidade bastante grande, já que estamos falando de uma produção anual de bilhões de toneladas. E esse desperdício não é devido, em sua maioria, às condições dos veículos transportadores ou ao mau acondicionamento da carga, mas sim às precárias condições das estradas. Buracos enormes, rachaduras gigantescas, declives, acostamentos precários ou a não presença dos mesmos e asfaltos de má qualidade são as maiores causas do atraso transportes e da perda de grandes quantidades de produtos.

  24. O agronegócio corresponde a mais de 50% de toda a exportação brasileira, gerando empregos e bons rendimentos ao país. Porém, a maioria das grandes lavouras produtoras se encontram no interior do país, distantes do mercado consumidor interno e dos portos. Caso a manutenção das estradas fosse realizada regularmente, não haveria perdas tão significativas da produção no trajeto interior-costa e assim, o rendimento seria maior. Constituímos um país em desenvolvimento, cujo principal produto gerador de renda são as comodities. Não podemos nos dar ao luxo de permitir que 3% da nossa produção anual não seja vendida devido a falta de compromisso do governo em manter as estradas bem conservadas.

  25. Sem contar, é claro, nas consequências que essa mesma falta de compromisso gera sobre o número de acidentes e mortes nas rodovias. Pegar o carro para sair de férias com a família ou para realizar uma viagem a trabalho, em qualquer estado brasileiro, tornou-se um grande risco. É assustador o número de acidentes comprovadamente causados pela precariedade das estradas. Só no estado de São Paulo, onde a conservação das rodovias é considerada a melhor do país, houve 35.141 acidentes automobilísticos entre janeiro e junho de 2005. Sendo que esses mesmos acidentes provocaram 18.527 vítimas, das quais, 1.175 fatais. É intolerável que milhares de pessoas morram por ano devido a má-conservação das estradas brasileiras, problema esse que poderia ser facilmente solucionado caso o governo investisse atenção e dinheiro nas rodovias. Com tudo isso, é evidente que algo precisa ser feito frente a atual situação rodoviária do Brasil. São necessários maiores investimentos na manutenção das estradas e na construção de mais rodovias por parte do governo. Espero que o senhor torne-se meu aliado a favor de melhores condições de transporte rodoviário, exigindo que o governo tome providências emergenciais quanto ao problema. Atenciosamente, W.Y.Z

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