E N D
1. P Reumtico
2. Aspectos clnicos gerais Metatarsalgia o sintoma mais precoce e mais freqente da artrite reumatide, embora a doena possa se manifestar tambm no retrop;
Pode haver coexistncia entre as patologias do retro e antep, no entanto raramente o paciente apresenta essas manifestaes ao mesmo tempo;
O paciente comea a se queixar que os sapatos esto muito apertados, em decorrncia de aumento do volume articular mais evidente entre as MTF, compresso ltero-lateral entre as causa dor simulando neuroma de Morton;
As MTF esto sempre mais atingidas no p reumatide, sendo um sinal clssico o hlux valgo com o envolvimento intraarticular das MTF deformadas em hiperextenso e das interfalngicas deformadas em flexo nos dedos menores.
3. H estiramento da placa plantar e da capsula articular que provoca luxao / subluxao lateral e dorsal das falanges proximais, sendo as cabeas metatarsais pressionadas para plantar ocorrendo dedos em garra.
O quito dedo fica deformado em aduo sob o quarto - CURLEY TOE ou dedo encaracolado;
O comprometimento da articulao interfalngica distal no processo da doena (dedo em linguia) levanta a suspeita de espondiloartropatia soronegativa
4. Achados radiogrficos Clssicos: eroses sseas subcondrais, mais freqentemente acometendo as articulaes MTF, MTT-Cu e TN;
Alteraes precoces nas radiografias: periostite de vizinhana no metatarsais (perdominte/te na ARJ); osteoporose periarticular intensa (predominante/te localizada no antep); edema de partes moles; perda da superfcie cartilaginosa articular (tipicamente um estreitamento uniforme do espao articular); eroses justaarticu7lares (principalmente nas cabeas metatarsais laterais).
Alteraes tardias nas radiografias: Condrlise (ostefitos, ossculos periarticulares, anquilose ssea e esclerose subcondral); Luxaes e subluxaes
5. Diagnstico Infiltrao diagnstica com anestsico local e pequeno volume de corticide;
Diagntico diferencial do retrop em valgo incluio seguinte: ruptura do tendo do tibial posterior, neuropatia de Charcot nas articulaes do mdiop e do retrop, artrite degenerativa tarso metatarsal, ps planos flcidos, fratura luxao de lisfranc antiga, osteoartrite degenerativa idioptica tarso-metatarsal.
6. Tratamento Conservador: no corrige as deformidades do p mas pode diminuir bem a dor, indicado sempre sapato com biqueira larga e profundo;
Cirrgico: sempre so procedimentos destrutivos e no anatmicos:
no Antep: Exciso da cabea metatarsal juntamente com a base da falange proximal, os sesamides s sero retirados se estiverem fundidos ou gravemente deformados, a artroplastia da placa flexora plantar melhora esta tcnica;
no Retrop: destruio da TN deve-se submeter o doente a um artrodese pecocemente
9. P diabtico
10. Disposies gerais DM acomete 3-5% da populao de cada pas;
10-15% dois indivduos acima dos 50 anos;
9% DM insulino dependentes;
90% DM no insulino dependentes;
1% DM secundria a outras patologias;
60-70% dos diabticos possuem algum grau de neuropatia aps 10 anos de doena e 10 - 15% possuem problemas vasculares associados;
50-75% das amputaes no traumticas dos MMII so relacionadas a complicaes com a DM, com 20% de morte durante a internao e 50% dentro dos primeiros 3 anos aps a amputao;
Entre os que sobrevivem primeira amputao, tem 67% de chance de uma amputao futura do membro contralateral, com 45% de possibilidade de ocorrncia dentro dos primeiros cinco anos;
11. Vasculopatia Macroangiopatia: manifesta-se como doena oclusiva arterial por aterosclerose, trazendo danos do tipo ocluso desde o sistema aortoilaco at as arterolas e capilares do p;
Evoluo da macroangiopatia est mais relacionada a obesidade sedentarismo, hbitos de vida e alimentao do que propriamente com o controle da glicemia;
Microangiopatia: espessamento da ntima dos capilares e das arterolas do p promovendo danos de difuso (e no de ocluso), dificultando ou impedindo a passagem dos nutrientes para o extravascular e a migrao dos leuccitos,
50% dos pacientes pr-diabticos apresentam microangiopatia.
12. Neuropatia Grande responsvel pela presena de lceras no p diabtico, apresentando-se sob 3 formas clnicas: sensitivas, motoras e autonmica.
Autonmica: neuropatia provoca alteraes na pele tornando-a seca, quebradia, facilmente irritvel e diminuindo em muito sua capacidade e qualidade como barreira natural de proteo;
Sensitiva: desmielinizao segmentar e alteraes do metabolismo das clulas de Sachwann, provoca graus variados de perda da sensibilidade, tendo como caracterstica clinica iniciar-se pelas pores mais distais das extremidades. Alterando a propriocepo do p, a neuropatia tambm responsvel pela instalao da articulao neuroptica de Charcot;
13. Motora: provoca graus variados de fraqueza e paralisia da musculatura intrnseca do p, gerando deformidades principalmente na regio do antep, como dedos em garra, martelo, desvios do eixo do hlux para varo/valgo, alteraes graves do mdiop secundrias a articulao de Charcot; modificao no padro da marcha com menor distribuio de carga nos dedos que os indivduos normais, concentrando carga nas cabeas metatarsais, pela fraqueza do msculo flexor longo e curto dos dedos e intrnsecos do p.
LCERA PLANTAR SINNIMO DE CARGA AUMENTADA EM REA DE SENSIBILIDADE DIMINUDA!!!
14. Infeco geralmente polimicrobiana e mais abrangente do que inicialmente aparenta.
As espcies: Proteus e Enterococci so os aerbios mais freqentemente encontrados;
Segundo Grayson (1995) a osteomielite nos pacientes diabticos mais freqentemente desenvolvida por contiguidade e por disseminao bacteriana por meio de uma lcera secundria neuropatia sensitiva, sendo o Streptococcus e o Stafilococcus os agentes patgenos mais encontrados ; em mais que 50% so encontrados bacilos gram negativos como Proteus, Klebisiella, Escherichia e Pseudomonas.
As leses sseas so radiograficamente reconhecidas depois de 7 a 10 dias do incio do quadro clnico.
15. Classificao de Wagner (1979) para o p diabtico Grau zero: quando os ps apresentam pele ntegra (pode se apresentar amputado parcialmente ou com deformidades rgidas);
Grau 1: quando apresentam uma lcera superficial, comprometendo apenas a pele e o tecido subcutneo;
Grau 2: quando apresentam uma lcera atingindo planos mais profundos, como a fscia, o tendo, a cpsula articular, o ligamento ou o osso;
Grau 3: quando apresentam infeco ativa, como abscesso, celulite ou osteomielite;
Grau 4: quando h gangrena do antep; e
Grau 5: quando h gangrena de todo o p.
16. Alm da classificao, Wagner utiliza o ndice sistlico ou ndice isqumico para avaliao do comprometimento vascular do membro acometido. Obtm-se dividindo a presso sistlica do segmento acometido pela presso sistlica da artria braquial, valores inferiores a 1 so indicativos de doena vascular perifrica, valores entre 1 e 0,45 ainda favorecem procedimentos ortopdicos com boa perspectiva de cicatrizao, e valores inferiores a 0,45 como limtrofe para procedimentos ortopdicos com boa chance de cicatrizao
17. Tratamento Grau zero: orientao mdico educacional do paciente e de seus familiares;
Grau 1: repouso no leito com troca diria de curativo; uso de calados apropriados com palmilhas moldadas respeitando os pontos de presso; uso de bota gessada leve, sem carga com trocas peridicas, dependendo da quantidades de secreo da ferida, ou o uso de gesso de contato total, em sua forma aberta (dedos do p descobertos) ou fechada (dedos do p cobertos), com periodicidade de toca a cada 7-10 dias;
Grau 2: tratamento similar ao do grau 1, sendo geralmente tratada com GCT, com cicatrizao em torno de 6 a 8 semanas.
18. Grau 3: internao para desbridamento da leso, controle da DM, antibioticoterapia endovenosa; reequilibro clnico e nutricional. Para a ATBterapia, inicia-se com aminoglicosdeo e penicilina semi-sinttica at o resultado da cultura. As lees devem ser deixadas abertas e realiza-se novos desbridamentos. Aps o controle do quadro sptico , o p reclassificado e tratado como grau 2 ou 1 dependendo da profundidade da leso. Pode-se ento optar por fechamento cirrgico retardado, granulao por segunda inteno ou fechamento com GCT at o retorno ao grau zero.
19. Grau 4: gangrena seca de mltiplos dedos est indicada a amputao transmetatarsal ou desarticulao de Lisfranc desde que as condies vasculares assim o permitam.
Presena de pulso palpvel na artria tibial posterior ou ndice isqumico do tornozelo acima de 0,45 permite uma amputao tipo Syme que tem como vantagem manter o comprimento do membro; de acordo com o estado vascular amputaes abaixo, ao nvel ou acima do joelho podero ser necessrias.
Lembrar que TODO o tecido necrosado ou isqumico deve ser ressecado;
Amputao de Lisfranc (tarsometarsiana) permite prostetizao adequada com apoio plantgrado com marcha de bom padro;
20. Amputao tipo Boyd (art. de Chpard) produzem um coto de difcil prostetizao, por ser muito curto e com tendncia de deformidades em equinovaro dentro do calado, gerando lceras de e infeco; amputao tipo Syme no produz encurtamento significativo, utiliza tecido adequado do prprio p para suportar carga e principalmente permite o uso adequado de prtese bastante adequadas e com boa suspenso e distribuio de carga, no entanto podem apresentar problemas no coto como retardo de cicatrizao ou lceras pela falta de propriocepo secundria a neuropatia sensitiva.
Grau 5: Amputaes ao nvel, abaixo ou acima do joelho devem ser consideradas e muitas vezes devem ser feitas em regime de urgncia antes que o paciente paresente IRA, spticemia, choque sptico, etc.
21. Artropatia Neuroptica de Charcot Primeira referncia Jean Martin Charcot que em, 1868 descreveu os efeitos trficos nos ossos e nas articulaes de um paciente Lutico, e Jordan em 1936 fez o primeiro registro da artropatia neuroptica associada a DM.
Esta patologia pode estar associada a inmeras doenas sendo as trs principais em ordem de acometimento a DM, Lues e Siringomielia,
No existe diferena de prevalncia entre os tipos 1 e 2 de DM, a incidncia estimada de fraturas neuropticas de 0,1a 2,5%; no havendo nenhum perfil especfico para o paciente, exceto que que o DM costuma estar presente por mais que 10 anos, envolvimento contralateral aps instalao de um lado de 30%.
22. Etiologia A etiologia exata permanece desconhecida;
Johnson (1967), defendeu uma teoria neurotraumtica, propondo que a sensibilidade de proteo diminuda permitia microtraumas repetitivos e cumulativos, resultando em fraturas e em destruio articular, sem no entanto conseguir explicar como a artropatia neuroptica de Charcot ocorre em pacientes com sensibilidade normal e inclusive com muita dor no perodo fraturrio da doena.
Brower e Allman (1981) sugeriram um a teoria neurovascular, propondo que o reflexo vascular neural ou autosimpatectomia, provoca um aumento do fluxo sanguneo sseo, com maior reabsoro ssea por atividade osteoclstica . A teoria no explica como pacientes ps simpatectomizados desenvolvem a artroneuropatia.
23. Diagnstico A identificao da leso neuroptica de Charcot, pode ser to enigmtica como sua causa, resultando em uma incidncia acima de 25% de no identificao da leso ou de diagnstico tardio.
Gota, celulite e osteomielite fazem parte do diagnstico diferencial
24. Estadiamento segundo Eichenholtz (1966) Estgio I: processo inflamatrio agudo do p, caracterizado por edema, calor e rubor. Radiograficamente h fragmentao ssea, semelhante s alteraes da osteomielite, bem como possibilidade de luxao e subluxao;
Estgio II: envolve o incio do processo reparativo. Clinicamente h regresso do edema, do calor e do rubor local, as radiografias mostram incio de neoformao ssea nos locais de fratura ou de luxao;l
Estagio III: representa a continuidade do processo de resoluo com desaparecimento completo dos sinais inflamatrios e com imagens radiogrficas de consolidao ssea.
Alguns autores acrescentam ainda o estgio zero ou pr estgio , que representa o paciente em risco, ou seja, paciente diabtico com neuropatia que tenha sofrido um trauma agudo com ou sem fratura. Clinicamente, pode apresentar-se com bastante edema, calor, rubor e as radiografias podem ser normais ou mostrar uma fratura, alargamento de espao articular com ou sem subluxao.
25. Classificao anatmica segundo Brodsky (1992) Tipo 1: padro mais comum perfazendo um total de 60-70% dos casos, aquele que se localiza no mediop, sendo que raramente se associa com instabilidade crnica, apresenta proeminncias sseas mediais e plantares que se tornam sintomticas e podem gerar ulceraes;
Tipo 2: acomete o retrop e representa cerca de 20% das leses artroneuropticas. Caracteriza-se por instabilidade, requerendo longos perodos de imobilizao.
Tipo 3-A: envolve o tornozelo, ocasiona uma instabilidade muito grave e requer um tempo muito prolongado para a consolidao ssea;
Tipo 3-B: acomete o calcneo, apresentando-se geralmente com fratura-avulso patolgica da tuberosidade posterior, ocasionando um p plano progressivo e uma incompetncia funcional do tendo calcneo.
26. Tratamento Conservador: Consiste sempre na imobilizao, na elevao do membro e na retirada da carga para se evitar colapsos articulares, at que se chegue ao estgio III ou de consolidao ssea que pode requerer um tempo mdio de 12 a 16 semanas;
Cirurgico: artrodeses com fixao interna rgida e enxertia ssea abundante, deve sempre ser considerado como procedimento de salvao e sempre ser complementado com imobilizao sem carga por um perodo mdio de 12 a 16 semanas e com carga parcial por outros seis meses.