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Parnasianismo

Parnasianismo. O Parnasianismo: a disciplina do bom gosto.

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Parnasianismo

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Presentation Transcript


  1. Parnasianismo

  2. O Parnasianismo: a disciplina do bom gosto • A poesia: espaço privilegiado para a expressão das emoções humanas. Em nome da expressão de sentimentos e dos estados de alma, os românticos haviam abandonado os rigores formais na composição dos poemas. Este será o primeiro aspecto a ser atacado pela reação antirromântica. • Théophile Gautier e Leconte de Lisle publicam, em 1866, uma antologia de poemas intitulada O Parnaso contemporâneo, em que defendem a necessidade de tratar os temas poéticos de modo mais objetivo, pondo fim às “lamúrias” românticas .

  3. O Parnasianismo: a disciplina do bom gosto • Na segunda metade do século XIX, em uma sociedade transformada pelas descobertas da ciência e pela revolução das máquinas, a razão toma lugar dos sentimentos na produção literária. Na poesia, o impacto dessa mudança é profundo. Depois de se inspirarem por décadas nas emoções, os poetas passam a privilegiar a perfeição da forma. Essa tendência deu origem a uma nova estética, o Parnasianismo.

  4. O Parnasianismo: a disciplina do bom gosto • O título da obra faz referência a uma montanha da Grécia – o Parnaso -, que seria a morada do deus Apolo e das musas inspiradoras dos artistas. Com essa escolha, os poetas franceses procuravam resgatar a visão da arte como sinônimo de beleza formal alcançada por meio do trabalho cuidadoso e detalhista. Nascia, assim, o Parnasianismo. • Para Gautier, arte não existe para a humanidade, para a sociedade ou para a moral, mas para si mesma. A finalidade da arte seria, portanto, a própria arte.

  5. O Parnasianismo: a disciplina do bom gosto • Théophile Gautier era um defensor da arte pela arte, adotando como princípio que a missão da arte era ser bela. Abandonou assim o lirismo arrebatado dos romântico para investir no trabalho com a forma poética.

  6. O Parnasianismo: a disciplina do bom gosto • O objetivo declarado dos poetas parnasianos era um só: devolver a beleza formal à poesia, eliminando o que considerava os excessos sentimentalistas românticos que comprometeriam a qualidade artística dos poemas = Olhar impessoal para o objeto do poema. • Na base desse projeto estava a crença de que a função essencial da arte era produzir o belo. O lema adotado pelos parnasianos – a arte pela arte – traduz essa crença.

  7. O Parnasianismo: a disciplina do bom gosto Princípios parnasianos: • Opção por uma poesia descritiva; • Preocupação com a técnica: o metro, o ritmo, a rima, todos os elementos devem ser harmonizados de modo a contribuir para a perfeição formal; • Tentativa de manter uma postura impassível diante do objeto do poema, para não cometer o excesso sentimentalista dos românticos. • Resgate de temas da Antiguidade clássica: referências à mitologia. • Defesa da “arte pela arte”: a poesia deve ser composta com um fim em si mesma. • Busca da palavra exata que, muitas vezes, beirava o preciosismo.

  8. O Parnasianismo: a disciplina do bom gosto Apesar de os poetas brasileiros não adotarem a impassibilidade francesa, o cuidado com a criação de versos perfeitos definiu a estética parnasiana no Brasil.

  9. Belaetraidora! Beijaseassassinas... Quem te vê não tem forças que te oponha Ama-te, edorme no teu seio, esonha, E, quando acorda, acorda feito em ruínas... Seduzes, econvidas, efascinas, Como o abismo que, pérfido, a medonha Fauce apresenta flóridaerisonha, Tapetada de rosaseboninas. O viajor, vendo as flores, fatigado Foge o sol, e, deixando a estrada poenta, Avança incauto... Súbito, esbroado, Falta-lhe o solo aos seus pés: recuaecorre, Vacilaegrita, lutaese ensanguenta, Erola, etomba, ese espedaça, emorre... O Parnasianismo: linguagem: a “deusa forma”. Estudo do poema Abyssus, de Olavo Bilac. Abyssus: abismo, em latim Pérfido: enganador, traçoeiro Fauce: garganta, abertura em forma de boca Viajor: viajante Incauto: descuidado Esbroado: desfeito, feito em pó.

  10. MUNCHA, A. Pôster publicitário Biscuit Léfevre-Utile. 1899. Litografia colorida, 64 x 30 cm

  11. O Parnasianismo no Brasil Em 1978, os jornais brasileiros deram notícia de uma polêmica literária intitulada “A batalha do Parnaso”: de batia-se a possibilidade de criação de uma poesia filosófico-científica para refletir o espírito da época. Essa controvérsia agitou o cenário cultural e preparou o público, apegado ao arrebatamento emocional romântico, para uma significativa mudança no tom dos poemas. O apego mais rigoroso aos princípios estéticos do Parnasianismo encontrou alguns seguidores entusiasmados. Os mais destacados foram os poetas Olavo Bilac, Raimundo Correia e Alberto de Oliveira.

  12. O Parnasianismo no Brasil: Olavo Bilac • Estrela maior do Parnasianismo brasileiro, a popularidade de Olavo Bilac está associada à grande capacidade de trabalhar as palavras e criar versos inesquecíveis. • Tornou-se um mestre na arte de escrever sonetos, que aprendeu estudando a obra dos grandes sonetistas portugueses: Bocage e Camões. Abraçou o culto à forma como uma devoção.

  13. O Parnasianismo no Brasil: Olavo Bilac • Colocando-se entre o Parnasianismo mais rigoroso e um Romantismo erotizado, Bilac tornou-se um mestre. Como poeta, soube aproveitar o que essa estética tinha de inovador no trabalho com a forma, sem abrir mão da sensibilidade para identificar as imagens e os temas que respondiam aos anseios de um público até então habituado aos exageros sentimentalistas românticos. Por esse motivo, muito de seus versos são lembrados até hoje.

  14. "Ora (direis) ouvir estrelas! Certo Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto, Que, para ouvi-las muita vez desperto E abro as janelas, pálido de espanto... E conversamos toda noite, enquanto A Via Láctea, como um pálio aberto, Cintila. E, ao vir o sol, saudoso e em pranto, Inda as procuro pelo céu deserto. Direis agora: "Tresloucado amigo! Que conversas com elas? Que sentido Tem o que dizes, quando não estão contigo?" E eu vos direi: "Amai para entendê-las! Pois só quem ama pode ter ouvido Capaz de ouvir e de entender estrelas". O Parnasianismo: linguagem: a “deusa forma”. Estudo do soneto XIII, de Olavo Bilac. Pálio: manto Tresloucado: desvairado, louco

  15. Cheguei. Chegaste. Vinhas fatigada E triste, e triste e fatigado eu vinha. Tinhas a alma de sonhos povoada, E a alma de sonhos povoada eu tinha... E paramos de súbito na estrada Da vida: longos anos, presa à minha A tua mão, a vista deslumbrada Tive da luz que teu olhar continha. Hoje, segues de novo... Na partida Nem o pranto os teus olhos umedece, Nem te comove a dor da despedida. E eu, solitário, volto a face, e tremo, Vendo o teu vulto que desaparece Na extrema curva do caminho extremo.. O Parnasianismo: linguagem: a “deusa forma”. Estudo do soneto Nelmezzo do camin..., de Olavo Bilac.

  16. Simbolismo

  17. Simbolismo: contexto histórico A Europa no fim do século XIX enfrenta grandes indefinições e inquietações. A partir de 1870, a competição econômica e militar entre as grandes potência ocidentais e o avanço do movimento operário tornam a crise social inevitável. Nessa crise encontra-se a origem das duas guerras mundiais que abalarão o século XX.

  18. Simbolismo: contexto histórico Uma onda de pessimismo se espalha na Europa. O artista já não pode se apoiar nos sentimentos que o Romantismo serviam de filtro para a compreensão da realidade. Não acredita que a razão, chave adotada para a interpretação e a explicação do mundo depois da Revolução Industrial, seja ainda suficiente para orientar seu olhar e inspirar sua arte. Desconfia da realidade, considerando-a enganadora. Entende que o mundo visível, concreto, dá ao ser humano a sensação de conhecimento, mas que a razão não lhe permite ver o que vai além do real, não lhe dá meios para alcançar o desconhecido.

  19. KLIMT,G. As três idades da mulher. 1905 A arte simbolista procura fazer com que o público perceba a relação entre a realidade aparente e a essência

  20. Simbolismo: o desconhecido supera o real A arte do período refletirá esse momento de incerteza, indefinição e pessimismo. Influenciados pelo desejo de investigar o desconhecido, os artistas do período exploraram o poder dos símbolos, e a possibilidade de estabelecer analogias entre eles para revelar as relações entre o mundo visível e o mundo de essências. Por essa razão, serão chamados de simbolistas. A arte que criaram pretende estimular os sentidos humanos e, desse modo, permitir a apreensão da realidade sem o auxílio da razão.

  21. Simbolismo: o desconhecido supera o real O termo Simbolismo apareceu em 1886 quando o escritor francês Jean Moréas afirma em um artigo que a finalidade da arte simbolista não é revelar a ideia, mas sugeri-la, de modo que o público possa perceber a relação entre a realidade aparente e as essências, vivendo uma experiência sensorial. Essa explicação deixa clara a filiação do Simbolismo à visão platônica que opõe o mundo sensível, das aparências, ao mundo das essências. Os poetas dessa estética criam símbolos para ajudar os leitores a iniciar a investigação sobre o desconhecido.

  22. Simbolismo: o desconhecido supera o real Para explorar o mundo, os simbolistas valorizam a intuição e os sentidos humanos (visão, tato, audição, olfato e paladar). A percepção das essências é estimulada pela experiência sensorial, que leva o ser humano a perceber a existência de uma dimensão que se esconde além da realidade concreta e que precisa ser explorada. Misticismo: o abandono do cientificismo e do positivismo, que marcaram a segunda metade do século XIX, leva os simbolistas a buscarem a fé, manifestando um misticismo indefinido, mas ligado à tradição cristã. A crença na existência de um mundo ideal, que só se pode alcançar pela beleza pura que deve ser expressa pela poesia, resulta em uma produção literária cercada de uma clima de fluidez e de mistério.

  23. Simbolismo: o desconhecido supera o real Alienação social: principal interesse simbolista é a sondagem do “eu”, a decifração dos caminhos que a intuição e a sensibilidade podem descortinar. Sua busca é do elemento místico, não consciente, espiritual, imaterial. Essa é a explicação para o tom de desinteresse pelo social, que beira à alienação.

  24. REDON, O. A carruagem de Apolo. 1907-1910. Óleo sobre tela, 47, 6 x 29,9 cm

  25. Ó Formas alvas, brancas, Formas claras De luares, de neves, de neblinas! Ó Formas vagas, fluidas, cristalinas... Incensos dos turíbulos das aras Formas do Amor, constelarmante puras, De Virgens e de Santas vaporosas... Brilhos errantes, mádidas frescuras E dolências de lírios e de rosas ... Indefiníveis músicas supremas, Harmonias da Cor e do Perfume... Horas do Ocaso, trêmulas, extremas, Réquiem do Sol que a Dor da Luz resume... Visões, salmos e cânticos serenos, Surdinas de órgãos flébeis, soluçantes... Dormências de volúpicos venenos Sutis e suaves, mórbidos, radiantes... O Simbolismo: Análise de Antífona, de Cruz e Sousa

  26. Simbolismo: o desconhecido supera o real O objetivo, no poema, é criar um verdadeiro caleidoscópio de imagens que estimule o leitor a mergulhar nas sensações que começam a ser sugeridas O efeito dessa longa enumeração é o esvaziamento do sentido, que perde importância porque a intenção do poeta é fazer com que o leitor se desligue da realidade e embarque no mundo sensível de cores, perfumes e sons. A linguagem precisa ser fundamentalmente sugestiva para poder evocar sensações e lembranças. Assim, os escritores recorrerão às sinestesias

  27. Simbolismo: o desconhecido supera o real O termo sinestesia faz referência à associação de impressões derivadas de diferentes domínios sensoriais (um perfume que evoca uma cor, um som que evoca uma imagem). Outra característica da linguagem simbolista é o uso das chamadas “maiúsculas alegorizantes”, que personificam alguns elementos. A ideia é, mais uma vez, criar no leitor a impressão de que há sentidos desconhecidos, associados a esses termos, que esperam a ser descobertos. A presença constante de reticências também contribui para tornar mais indefinido e vago o tom do texto.

  28. MONET, C. O jardim de Monet em Véthevil. Óleo sobre tela, 150x 120 cm A arte impressionista também explora o poder de sugestão da linguagem da pintura.

  29. Simbolismo brasileiro: além do real e próximo da morte Considera-se que o Simbolismo brasileiro iniciou-se no ano de 1893, quando Cruz e Sousa lançou dois livros: Missal (prosa) e Broquéis (poesia). Dois nomes se destacaram entre os adeptos da nova estética: João da Cruz e Sousa e Alphonsus de Guimaraens. Cada um deles trilhou caminhos diferentes, mas ambos fizeram uso de uma linguagem claramente simbolista.

  30. O Simbolismo no Brasil: Cruz e Sousa • Cruz e Sousa é considerado o maior representante do movimento simbolista entre nós. • O que impressiona em sua poesia é a profundidade filosófica e a angústia metafísica. Outra característica que inconfundível é o uso de um vocabulário em que predominam, de modo obsessivo, termos associados à cor branca. Essa recorrência indica uma busca incessante pela “pureza das Formas eternas, das Essências das coisas”

  31. Ó solidão do Mar, ó amargor das vagas, Ondas em convulsões, ondas em rebeldia, Desespero do Mar, furiosa ventania, Boca em fel dos tritões engasgada de pragas. Velhas chagas do sol, ensangüentadas chagas De ocasos purpurais de atroz melancolia, Luas tristes, fatais, da atra mudez sombria Da trágica ruína em vastidões pressagas. Para onde tudo vai, para onde tudo voa, Sumido, confundido, esboroado, à-toa, No caos tremendo e nu dos tempo a rolar? Que Nirvana genial há de engolir tudo isto - - Mundos de Inferno e Céu, de Judas e de cristo, Luas, chagas do sol e turbilhões do Mar?! O Simbolismo: Análise de Alucinação, de Cruz e Sousa

  32. O Simbolismo no Brasil: Alphonsus de Guimaraens • Sua poesia é marcada pela religiosidade e misticismo. • Em toda a obra de Alphonsus de Guimaraens, a morte será tematizada direta e indiretamente, com inúmeras referências aos elementos a ela associados (círios, esquifes, etc.). Para Alphonsus, a morte é acolhida como momento de passagem, de transformação, que abre as portas da eternidade, pondo fim ao sofrimento humano.

  33. O Simbolismo: Análise de Ismália, de Alphonsus de Guimaraens Quando Ismália enlouqueceu, Pôs-se na torre a sonhar... Viu uma lua no céu, Viu outra lua no mar. No sonho em que se perdeu, Banhou-se toda em luar... Queria subir ao céu, Queria descer ao mar... E, no desvario seu, Na torre pôs-se a cantar... Estava perto do céu, Estava longe do mar... E como um anjo pendeu As asas para voar... Queria a lua do céu, Queria a lua do mar... As asas que Deus lhe deu Ruflaram de par em par... Sua alma subiu ao céu, Seu corpo desceu ao mar...

  34. Referências bibliográficas Texto integralmente retirado de: ABAURRE, Maria Luiza; PONTARA, Marcela. Literatura: tempos, leitores e leituras. São Paulo: Moderna, 2010.

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