Autismo

1. Autismo � uma perturba��o global do desenvolvimento infantil que se prolonga por toda a vida e evolui com a idade. O diagn�stico do autismo � hoje efectuado a partir das caracter�sticas definidas no DSMIV- TR  _____________________________________________________________________ F�tima M

2. Autismo O beb� com autismo: apresenta determinadas caracter�sticas diferentes dos outros beb�s da sua idade. Pode mostrar indiferen�a pelas pessoas e pelo ambiente. Pode ter medo de objectos. Por vezes tem problemas de alimenta��o e de sono. Pode chorar muito sem raz�o aparente ou, pelo contr�rio, pode nunca chorar. 

3. Autismo Quando come�a a gatinhar pode fazer movimentos repetitivos (bater palmas, rodar objectos, mover a cabe�a de um lado para o outro). Ao brincar, n�o utiliza o jogo social nem o jogo de faz de conta. Ou seja, n�o interage com os outros, pode n�o dar resposta aos desafios ou �s brincadeiras que lhe fazem. N�o utiliza os brinquedos na sua fun��o pr�pria. Um carro pode ser um instrumento de arremesso e n�o um carro para rodar no caminho. Uma boneca pode servir para desmanchar e partir mas n�o para embalar. 

4. Autismo Dos 2 aos 5 anos de idade: o comportamento autista tende a tornar-se mais evidente. A crian�a n�o fala ou ao falar, utiliza a ecol�lia ou inverte os pronomes. H� crian�as que falam correctamente mas n�o utilizam a linguagem na sua fun��o comunicativa, continuando a mostrar problemas na interac��o social e nos interesses. 

5. Autismo Os adolescentes juntam �s caracter�sticas do autismo os problemas da adolesc�ncia. Podem melhorar as rela��es sociais e o comportamento ou, pelo contr�rio, podem voltar a fazer birras. Podem mostrar auto-agressividade ou agressividade para com as outras pessoas. 

6. Autismo Os adultos com autismo tendem a ficar mais est�veis se s�o mais competentes. Pelo contr�rio, os menos competentes, com QI baixo, continuam a mostrar caracter�sticas de autismo e n�o conseguem viver com independ�ncia. 

7. Autismo As pessoas idosas com autismo t�m os problemas de sa�de das pessoas idosas acrescidos das dificuldades de os comunicarem. Os problemas de comportamento podem por isso sofrer um agravamento. Perdem muitas vezes o gosto pelo exerc�cio f�sico e t�m menor motiva��o para praticar desporto, o que n�o contribui para melhorar a sua qualidade de vida. O seu comportamento pode tender a estabilizar-se com a idade. 

8. Autismo - Caracter�sticas Leo Kanner - 1943 Um profundo afastamento autista Um desejo autista pela conserva��o da semelhan�a Uma boa capacidade de memoriza��o mec�nica Express�o inteligente e ausente Mutismo ou linguagem sem inten��o comunicativa efectiva Hipersensibilidade aos est�mulos Rela��o estranha e obsessiva com objectos ecol�lia, "fala de papagaio", linguagem extremamente literal, uso estranho da negativa, invers�o pronominal e outras perturba��es da linguagem

9. A Tr�ade de Perturba��es no Autismo  Manifesta-se em tr�s dom�nios: Social linguagem e comunica��o, pensamento e comportamento. 

10. Dom�nio social: o desenvolvimento social � perturbado diferente dos padr�es habituais, especialmente o desenvolvimento interpessoal. A crian�a com autismo pode isolar-se mas pode tamb�m interagir de forma estranha, fora dos padr�es habituais. 

11. Dom�nio da linguagem e comunica��o: a comunica��o, tanto verbal como n�o verbal � deficiente e desviada dos padr�es habituais. A linguagem pode ter desvios sem�nticos e pragm�ticos. Muitas pessoas com autismo (estima-se que cerca de 50%) n�o desenvolvem linguagem durante toda a vida. 

12. Dom�nio do pensamento e do comportamento: rigidez do pensamento e do comportamento, fraca imagina��o social. Comportamentos ritualistas e obsessivos, depend�ncia em rotinas, atraso intelectual aus�ncia de jogo imaginativo. 

13. Causas do autismo  Nos anos 40 e 50 acreditava-se que a causa do autismo residia nos problemas de interac��o da crian�a com os pais. V�rias teorias sem base cient�fica e de inspira��o psicanal�tica culpabilizavam os pais, em especial as m�es, por n�o saberem dar respostas afectivas aos seus filhos. Esse per�odo foi dram�tico e levou algumas m�es a tratamento psiqui�trico e em extremo, ao suic�dio. A partir dos anos 60, a investiga��o cient�fica, baseada sobretudo em estudos de casos de g�meos e nas doen�as gen�ticas associadas ao autismo (X Fr�gil, esclerose tuberosa, fenilceton�ria, neurofibromatose, diversas anomalias cromoss�micas) mostrou a exist�ncia de um factor gen�tico multifactorial e de diversas causas org�nicas relacionadas com a sua origem. Estas causas s�o diversas e reflectem a diversidade das pessoas com autismo. 

14. Parece haver genes candidatos, ou seja uma predisposi��o para o autismo o que explica a incid�ncia de casos de autismo nos filhos de um mesmo casal. � poss�vel existirem factores heredit�rios com uma contribui��o gen�tica complexa e multidimensional.  Alguns factores pr� natais (ex.rub�ola materna, hipertiroidismo) e peri natais (ex.prematuridade, baixo peso ao nascer, infec��es graves neonatais, traumatismo de parto) podem ter grande influ�ncia no aparecimento das perturba��es do espectro do autismo.  H� uma grande incid�ncia de epilepsia na popula��o autista (26 a 47%) enquanto na popula��o em geral a incid�ncia � de cerca de 0,5%.  H� tamb�m estudos post mortem em curso sobre as anomalias nas estruturas (cerebelo, hipocampus, am�gdala) e fun��es cerebrais das pessoas com autismo.

15. N�o h� liga��o causal entre atitudes e ac��es dos pais e o aparecimento das perturba��es do espectro autista. As pessoas com autismo podem nascer em qualquer pa�s ou cultura e o autismo � independente da ra�a, da classe social ou da educa��o parental. 

16. Preval�ncia do autismo H� mais rapazes do que raparigas com autismo. A sua propor��o � de 4 a 5 para 1. Haver� presentemente mais pessoas autistas do que h� 20 anos? Estudos recentes relatam grande aumento de incid�ncia. De acordo com estudos feitos por Eric Fombonne no Canad� (2003): Para uma popula��o de 10.000 pessoas h� 10 pessoas com autismo e 2,5 com s�ndroma de Asperger. Na mesma popula��o h� 30 pessoas com perturba��es globais do desenvolvimento no quadro do autismo.

17. Este aumento ser� real ou devido a: mudan�a de crit�rios de inclus�o? Maior abrang�ncia do diagn�stico? Exist�ncia de profissionais mais conscientes da exist�ncia do autismo? 

18. S�ndroma de Asperger Hans Asperger - 1944 Caracter�sticas semelhantes mas com picos de intelig�ncia e linguagem desenvolvida. Hoje as crian�as com essas caracter�sticas s�o diagnosticadas como tendo o s�ndroma de Asperger. 

19. S�ndroma de Asperger  1. Linguagem correcta mas pedante, estereotipada 2. Comunica��o n�o verbal - voz mon�tona, pouca express�o facial, gestos inadequados 3. Interac��o social n�o rec�proca, com falta de empatia 4. Resist�ncia � mudan�a - Prefer�ncia por actividades repetitivas 5. Coordena��o motora - postura incorrecta, movimentos desastrados, por vezes estereotipias 6. Capacidades e interesses - Boa mem�ria mec�nica, interesses especiais circunscritos

20. S�ndroma de Asperger  Apesar das compet�ncias dos indiv�duos com s�ndroma de Asperger, eles t�m igualmente grandes problemas com a interac��o social rec�proca, com a comunica��o funcional, embora falem com propriedade e com o comportamento e rigidez de pensamento. Hoje o s�ndroma de Asperger tem uma classifica��o separada do autismo no DSM IV- TR (Manual de Diagn�stico e Estat�stica das Perturba��es Mentais). A no��o de um espectro de perturba��es aut�sticas baseado na tr�ade de perturba��es apresentada por Lorna Wing � importante para a educa��o e cuidados das crian�as com autismo ou outras perturba��es globais do desenvolvimento.