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A ideia para a realização deste estudo resultou da constatação de que:

A ideia para a realização deste estudo resultou da constatação de que:. Da sua classificação como região demarcada IPR (Indicação de Proveniência Determinada) para produção de VLQPRD seco (Vinho Licoroso de qualidade Produzido em Região Determinada) para o vinho Verdelho.

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  1. A ideia para a realização deste estudo resultou da constatação de que: Da sua classificação como região demarcada IPR (Indicação de Proveniência Determinada) para produção de VLQPRD seco (Vinho Licoroso de qualidade Produzido em Região Determinada) para o vinho Verdelho. 1- a viticultura na Região dos Biscoitos pode ser relançada como resultado Concessão de ajudas Comunitárias para a reconversão de castas americanas para castas europeias 2- a reunião natural de um conjunto de condições climáticas e do solo dos Biscoitos, se por um lado conduzem à produção de vinho de inegável qualidade e único no mundo, é por outro lado frequentemente motivo de importantes perdas devido à grande facilidade da ocorrência de acidentes fisiológicos graves e à propagação de doenças criptogâmicas, sendo o míldio, de entre elas, a mais temida pelos viticultores desta região. 3- os viticultores realizam toda a “calendarização” dos tratamentos fitossanitários da videira em função do míldio, atingindo-se, facilmente, sete ou oito aplicações durante a Primavera e início do Verão, o que agrava decisivamente os custos de produção desta cultura, possíveis problemas ambientais e de confiança do consumidor. Este número elevado de tratamentos, podia resultar, na maior parte dos casos, não da sua necessidade efectiva mas sim do elevado receio que os viticultores locais têm pela doença 4- o modelo matemático de previsão do aparecimento da doença do míldio designado por EPI- Míldio tem sido aplicado com sucesso em Portugal Continental e em França fornecendo informação importante sobre a necessidade e a data de uma intervenção fitossanitária

  2. ESTRUTURA DO TRABALHO Revisão Bibliográfica (Capítulos 2 e 3 do Relatório) Trabalho Experimental (Capítulos 4, 5 e 6 do Relatório)

  3. ESTRUTURA DO TRABALHO Revisão Bibliográfica (Capítulos 2 e 3 do Relatório) Cap. 2- Caracterização biológica do agente causador do míldio da videira, o fungo Plasmopara viticola (Berck. e Curt.) Berl. e de Toni, procedendo-se à sua classificação sistemática, à descrição do seu ciclo de vida e da sintomatologia característica, fazendo-se uma breve referência aos meios de luta utilizados contra esta doença (adicionalmente, foi elaborada uma relação dos factores que condicionam a evolução do míldio da videira).

  4. ESTRUTURA DO TRABALHO Cap. 3- Descrição do funcionamento do modelo EPI-Míldio da videira, definindo-se o seu conceito e a sua estrutura, bem como a forma de cálculo do seu valor, dando destaque à interpretação da evolução dos valores do modelo e à estratégia de tratamentos baseada nessa evolução, (é feita, ainda, uma breve referência aos outros modelos de previsão existentes).

  5. ESTRUTURA DO TRABALHO Trabalho Experimental (Capítulos 4, 5 e 6 do Relatório) Cap. 4- Caracterização do ecossistema vitivinícola dos Biscoitos descrevendo a sua estrutura produtiva e o sistema cultural tradicional utilizado pelos produtores locais de vinho Verdelho. É também feita a descrição dos principais inimigos culturais presentes nos Biscoitos, englobando as pragas, as doenças e as infestantes presentes nas vinhas estudadas.

  6. ESTRUTURA DO TRABALHO Cap. 5- testagem propriamente dita dos parâmetros da evolução do modelo EPI-Míldio para as campanhas vitivinícolas de 1996/97, 1997/98; 1998/991999/00 e 2000/01 com a introdução dos coeficientes definidores das curvas de risco (Aplicação do modelo) e comparação dos valores apontados pelo modelo, com os valores reais de infestação por míldio obtidos no campo (Validação do modelo).

  7. ESTRUTURA DO TRABALHO Cap. 6- São apontadas possíveis correcções a introduzir no modelo EPI-Míldio para o tentar aproximar mais da realidade registada e observada no campo.

  8. O Modelo EPI- Míldio da Videira

  9. Clima Energia do Parasita Receptividade da Planta Parasita Planta O Modelo EPI- Míldio da videira O Conceito de EPI- Estado Potencial de Infecção O comportamento epidémico do fungo P. viticola resulta da relação do parasita com a planta, sob a influência preponderante do clima, ou seja, é consequência do funcionamento, ao longo do tempo, do sistema Clima-Parasita-Planta, (STRIZYK, 1980, 1983a).

  10. O Modelo EPI- Míldio da videira O Conceito de EPI- Estado Potencial de Infecção O míldio da videira exerce uma pressão variável sobre a planta, de acordo com a época e os parâmetros climáticos registados, pelo que se considera que o parasita tem uma energia fisiológica variável. É esta energia, resultante da complexidade das interacções que se verificam, em cada momento, entre os elementos do sistema, que se pretende quantificar com o modelo. Uma vez que o perigo previsto pela simulação dos estados de equilíbrio do sistema só tem significado caso o acontecimento contaminante (chuva, orvalho) se venha a verificar, Strizyk designou por Estado Potencial de lnfecção (EPI) a variável que quantifica, em cada instante, a energia do parasita.

  11. O Modelo EPI- Míldio da videira Historial da utilização do Modelo EPI-Míldio Este modelo foi criado, e aplicado inicialmente para a Região Francesa de Bordéus, por Serge Strizyk, em 1980 com base no conceito de Estado Potencial de Infecção (EPI), com o objectivo de melhorar a estratégia de realização de tratamentos anti-míldio, preconizada pelos Serviços de Avisos Agrícolas. Os ensaios realizados em França, a uma escala regional, demonstraram um comportamento muito fiável do modelo que assentava principalmente na possibilidade de economia de bastantes tratamentos. • Em Portugal, desde 1986 tem-se estudado o modelo EPI-Míldio, nas regiões de Torres Vedras (AMARO, 1987,1989), Douro (GOMES, 2000), Dão (ROSA et al. 1989; ROSA, 1990), Bairrada (BARBOSA, 1987; GOMES, 1991, 2000; MARTO, 1993), Coimbra e Entre Douro e Minho (GOMES, 2000). • Os resultados obtidos pelo modelo EPI, na Região do Douro começaram a ser divulgados pela Associação de Desenvolvimento da Viticultura Duriense (ADVID).

  12. O Modelo EPI- Míldio da videira Estrutura do Modelo EPI-Míldio - Fase Potencial ou Invernal: estendendo-se desde o início de Outubro do ano i-1, até ao fim de Março do ano i. Corresponde a uma fase preparatória em que os oósporos, formados no início do Outono, vão evoluir, atingindo o estado de maturação. Os factores climáticos mais influentes nesta fase são a temperatura e, sobretudo a precipitação (sua quantidade e distribuição). Segundo o modelo, o ciclo de comportamento epidémico do fungo estende-se desde o mês de Outubro do ano i-1até ao mês de Agosto do ano i, podendo decompor-se em duas fases, que correspondem às fases sexuada e assexuada do parasita e que são as seguintes: - Fase Cinética ou vegetativa- corresponde à fase activa do parasita, em que os oósporos vão germinar e libertar zoósporos. Nesta fase, que se estende do princípio de Maio do ano i ao fim de Agosto do mesmo ano, o poder infeccioso e de esporulação do fungo são regulados principalmente pela humidade relativa em intima interacção com a temperatura.

  13. O Modelo EPI- Míldio da videira Cálculo do valor de EPI - EPI da Fase Potencial (Valores Mensais) EPIi = EPI i-1 +(PEi+EPi-ENi) onde i = 1 (Outubro),.... 6 (Março) EPIi- Energia potencial de infecção do mês i EPIi-1- Energia potencial de infecção do mês i-1 PEi- Potencial energético do mês i EPi- Energia positiva do mês i ENi- Energia negativa do mês i PEi = 2 x CT (Hi - Hci) CT- coeficiente de ponderação(CT = 1,2, em Outubro e Novembro, CT = 1, em Dezembro e CT = 0,8 nos meses de Janeiro, Fevereiro e Março; Hi- precipitação do mês i limitada por Hci x 0,5 < Hi < Hci x 1,4. Hci- precipitação crítica mensal, dada por Hmi x 0,95 EPi = 0,2 x (HiTi – HciTci) Ti- temperatura média do mês i, limitada por Tci x 0,5 < Ti < Tci x 1,4; Tci- temperatura crítica mensal, igual a Tmi x 0,95 Eni = enij Com j = 1 (P década do mês), ...,3 (3ª década do mês) enij- energia negativa da década j do mês i, que é nula se Hij/Nij < 135/NJMi ou, nos restantes casos é obtida da seguinte forma: enij = NJMi x 1,5 log Hij 18 Nij onde: NJMi- número médio de dias de chuva do mês i, em 20-30 anos; Hij- quantidade total de chuva da década j do mês i Nij- número de dias de chuva da década j do mês i

  14. O Modelo EPI- Míldio da videira Cálculo do valor de EPI • - EPI da Fase Cinética(Valores Diários) • EPI = 0,0l2 U2mT- UM2TM • 100 • Um- humidade relativa diária, dada por: • [(U 1 + U2 + U3) + 5 UN] /8, • onde U1, U2 e U3 são as humidades relativas médias do dia entre 9-12 h T.U., 12- 15 h T.U. e 15- 18 h T.U., respectivamente e UN é a humidade relativa nocturna (entre 18-9 h T.U.) do mês, calculada em 20-30 anos. • A humidade relativa diária é limitada por: UM – 0,2 < UM + 0,6 em que  é o desvio padrão de UM, em 20-30 anos; • T- temperatura média do dia, limitada por: TM - 3 < T < TM + 3; • UM- humidade relativa média do mês em 20-30 anos • TM- temperatura média do mês, em 20-30 anos

  15. O Modelo EPI- Míldio da videira Interpretação da Evolução do EPI (adapt. STRIZYK, 1980; 1983a). 1 e 2- Anos de perigo permanente 3- Ano em que a fase de energia potencial levou os ovos de Inverno a uma energia que fez prever fortes ataques. No entanto, a baixa energia que se verifica em seguida, destrói os oósporos. A subida final provoca algumas invasões limitadas. 4- Ano em que o ataque é limitado, mas preocupante. 5- Ano em que a contaminação se verifica logo que se dá a subida de energia, mas sem perigo para a vinha. Zona Crítica- Qualquer subida da energia fisiológica originará a libertação de zoósporos e a ocorrência de contaminações primárias, mais ou menos graves de acordo com o nível do EPI.

  16. O Modelo EPI- Míldio da videira • Interpretação do perigo que o míldio representa para a vinha, em função da curva de EPI (adapt. STRIZYK, 1980).

  17. PARTE II- Trabalho Experimental • CARACTERIZAÇÃO SUMÁRIA DA REGIÃO VITIVINICOLA DOS BISCOITOS

  18. A falta de informação disponível para esta região foi colmatada e completada pela realização de inquéritos individuais a 50 produtores de Verdelho nos Biscoitos (1/4 das explorações existentes nos Biscoitos) e também com a obtenção de dados resultantes das observações de campo. O inquérito foi elaborado tendo em vista 3 objectivos: 1- Obtenção de dados que permitissem a caracterização estrutural e produtiva da vitivinicultura na freguesia dos Biscoitos; 2-Caracterização do sistema cultural tradicional de produção de vinho Verdelho; 3-Definição, por grau de importância, dos principais problemas fitossanitários presentes na Biocenose da vinha, nos Biscoitos.

  19. PARTE II- Trabalho Experimental • CARACTERIZAÇÃO SUMÁRIA DA REGIÃO VITIVINICOLA DOS BISCOITOS • RESULTADOS E DISCUSSÃO DO INQUÉRITO

  20. RESULTADOS E DISCUSSÃO DO INQUÉRITO Caracterização estrutural e produtiva da vitivinicultura na freguesia dos Biscoitos 1- Através dos resultados obtidos a partir do inquérito realizado aos viticultores desta zona podemos confirmar que as áreas exploradas por cada produtor são reduzidas Distribuição da área de vinha declarada pelos inquiridos.

  21. RESULTADOS E DISCUSSÃO DO INQUÉRITO Caracterização estrutural e produtiva da vitivinicultura na freguesia dos Biscoitos 2- Apenas 8% dos inquiridos sempre desenvolveu como a sua única actividade a viticultura, 70% têm outras actividades que não a agricultura, os restantes 22% praticam a viticultura como actividade secundária de uma actividade principal ligada à agricultura. A população de viticultores inquirida uma vez que 80% possui mais de sessenta anos e todos eles mais de trinta anos. Distribuição por classes das várias idades dos inquiridos

  22. RESULTADOS E DISCUSSÃO DO INQUÉRITO Caracterização estrutural e produtiva da vitivinicultura na freguesia dos Biscoitos Regista-se assim, a existência de um tecido produtivo envelhecido, que não tem a viticultura como sua actividade principal mas sim quer como um complemento ao seu rendimento, quer como uma tradição que entende que se deve preservar, na maioria das vezes com o único objectivo de assegurar a produção de vinho apenas para o auto-consumo. 3- Cerca de 80% dos produtores são os proprietários dos terrenos que exploram e, curiosamente, não é referido nenhum caso em que a vinha explorada seja de renda, correspondendo os restantes 20% a áreas que são cedidas temporariamente para exploração. Estatuto de posse de terra dos inquiridos

  23. RESULTADOS E DISCUSSÃO DO INQUÉRITO Caracterização estrutural e produtiva da vitivinicultura na freguesia dos Biscoitos • 4- A idade do encepamento da vinha de Verdelho nos Biscoitos, pela amostra analisada neste inquérito, é bastante envelhecida: • 30% das cepas têm mais de 30 anos; • 70% estão acima dos 20 anos e • todos os viticultores têm cepas com mais de 6 anos. • Classes de idade do encepamento de Verdelho • existente nas vinhas pertencentes aos inquiridos.

  24. RESULTADOS E DISCUSSÃO DO INQUÉRITO O Sistema Cultural Tradicional da Vinha Verdelho nos Biscoitos Resumo das diferentes intervenções que são realizadas num sistema cultural tradicional de exploração de vinha da casta do Verdelho

  25. RESULTADOS E DISCUSSÃO DO INQUÉRITO Evolução Fenológica da Vinha Verdelho e seus Principais Problemas Fitossanitários • Procurou-se relacionar os dados obtidos pela observação visual com os que resultaram do inquérito realizado aos viticultores. • Como a evolução dos sintomas apresentados pelos vários problemas fitossanitários da vinha estão directamente relacionados com a fenologia da videira, foi registada com uma periodicidade pré-definida a evolução dos diversos estádios fenológicos da vinha de Verdelho durante o ano de 1997 o que permitiu avaliar: • 1- a presença ou ausência de sintomas de doença; • 2- o seu grau de incidência; a sua evolução; • 3- e a presença de sinais da acção de outras pragas • com o objectivo de adaptar o quadro de LAVADINHO & JÚLIO (1988) referente aos principais problemas fitossanitários da vinha em Portugal Continental • Estes dados são essenciais à validação do modelo EPI-Míldio

  26. Principais pragas, doenças e infestantes encontradas na vinha, em Portugal Continental, (adapt. LAVADINHO & JÚLIO (1988).

  27. RESULTADOS E DISCUSSÃO DO INQUÉRITO Evolução Fenológica da Vinha Verdelho e seus Principais Problemas Fitossanitários • Dados obtidos sobre as doenças e pragas que afectam a vinha Verdelho DOENÇAS Foi baixa a diversidade de respostas obtidas relativamente às diferentes doenças que afectam a videira (apenas quatro). A diversidade de respostas em relação às pragas e infestantes é bastante superior. O míldio e o oídio são as doenças citadas como as mais prejudiciais. Curiosa e de alguma forma inesperada é a preocupação relativa à presença de viroses, o que deixa transparecer algum conhecimento técnico dos produtores desta freguesia.

  28. RESULTADOS E DISCUSSÃO DO INQUÉRITO Evolução Fenológica da Vinha Verdelho e seus Principais Problemas Fitossanitários • Dados obtidos sobre as doenças e pragas que afectam a vinha Verdelho PRAGAS O coelho, o melro preto e a erinose são as mais importantes para os agricultores seguindo-se o pardal, o rato e o escaravelho japonês. Estas pragas são muito temidas pelos viticultores porque estes se sentem incapazes de as controlar, ao contrário do que acontece com as doenças e as infestantes.

  29. RESULTADOS E DISCUSSÃO DO INQUÉRITO Evolução Fenológica da Vinha Verdelho e seus Principais Problemas Fitossanitários • Dados obtidos sobre as infestantes que afectam a vinha Verdelho INFESTANTES As infestantes consideradas pelos viticultores como as mais preocupantes são o feto (Pteridium spp.), a milhã (Setaria pummila) e a juncinha (Cyperus esculentus). No entanto, ficou bem claro que, as infestantes são consideradas pelos entrevistados um “mal menor” já que, segundo referem, é fácil o seu combate recorrendo quer aos herbicidas quer às sachas.

  30. RESULTADOS E DISCUSSÃO DO INQUÉRITO Evolução Fenológica da Vinha Verdelho e seus Principais Problemas Fitossanitários Calendário de tratamentos A maior parte dos produtores segue um esquema pré-definido só alterado, de quando em vez, pela ocorrência de condições particularmente adversas. Os tratamentos são realizados, na sua maioria, com fungicidas preventivos de combate ao míldio e oídio. Os fungicidas curativos são menos utilizados. Apenas 20% dos inquiridos refere a realização de tratamentos fitossanitários contra outros problemas fitossanitários, principalmente usando helicidas e moluscidas. Todos utilizam herbicidas como forma de controlar as infestantes. A despesa anual com produtos fitofarmacêuticos é muito variável, de produtor para produtor, mas ronda os 18 000$00/alqueire /ano.

  31. RESULTADOS E DISCUSSÃO DO INQUÉRITO Evolução Fenológica da Vinha Verdelho e seus Principais Problemas Fitossanitários O Míldio Dos entrevistados, 70% responderam que o míldio afectava muito as suas videiras, contrapondo-se 30% cuja resposta foi negativa. Independentemente da resposta, todos os viticultores afirmam que esta doença é condicionada quer pelas condições meteorológicas quer pela oportunidade e eficácia do tratamento efectuado. Todos os viticultores inquiridos têm a noção de que é necessário existir uma temperatura adequada e uma humidade elevada para que ocorram ataques de míldio. Os viticultores iniciam os tratamentos contra o míldio entre meados de Março, terminando, normalmente em Julho, a um ritmo quinzenal, o que corresponde a uma média de 8-10 pulverizações/ano. As substâncias activas dos fungicidas utilizados possuem essencialmente acção penetrante e sistémica e correspondem a uma despesa média de 12 000$00/alqueire.

  32. Atribuem muita importância ao primeiro tratamento pois afirmam que a doença é mais difícil de combater depois de instalada na vinha. Segundo a opinião dos agricultores entrevistados, os órgãos mais atingidos pelo míldio são as folhas (49%) e os cachos (46%).Ninguém refere o aparecimento de míldio no sarmento. Muitos referem que os primeiros ataques se dão na folha, passando de seguida para o cacho, caso haja descuido com os tratamentos por parte dos viticultores. Estes dão maior relevo aos ataques do míldio no cacho, não se apercebendo, por vezes, das manchas que este provoca nas folhas.

  33. RESULTADOS E DISCUSSÃO DO INQUÉRITO Evolução Fenológica da Vinha Verdelho e seus Principais Problemas Fitossanitários • O Modelo EPI- Míldio • Depois de se explicar os fundamentos do modelo EPI-míldio, 60% dos entrevistados considerou muito importante a sua aplicação aos Biscoitos e 30% respondeu não ser importante este tipo de estudos, argumentado que conseguem controlar a doença com os tratamentos que efectuam e que consideram muito “arriscado proceder de outra forma”. • Os restantes 10% ou não sabem ou não respondem

  34. CARACTERIZAÇÃO SUMÁRIA DA REGIÃO VITIVINICOLA DOS BISCOITOS EVOLUÇÃO FENOLÓGICA DA VINHA DE VERDELHO E SEUS PRINCIPAIS PROBLEMAS FITOSSANITÁRIOS Observação Visual Este estudo incidiu sobre a vinha de Verdelho, tendo-se para o efeito escolhido 6 vinhas com esta casta dentro da região demarcada dos Biscoitos. Na vinha denominada de não tratada não houve qualquer tratamento fitossanitário, funcionando, assim, como testemunha. O acompanhamento do desenvolvimento dos vários estádios fenológicos da vinha foi realizado escolhendo, aleatoriamente, 6 cepas na primeira visita às vinhas e que foram marcadas e posteriormente seguidas ao longo de todo o seu ciclo evolutivo anual, seguindo a metodologia descrita por BAGGIOLINI (1990).

  35. CARACTERIZAÇÃO SUMÁRIA DA REGIÃO VITIVINICOLA DOS BISCOITOS Localização das vinhas de Verdelho estudadas na Região Demarcada dos Biscoitos.

  36. CARACTERIZAÇÃO SUMÁRIA DA REGIÃO VITIVINICOLA DOS BISCOITOS Características principais das 6 vinhas acompanhadas durante este estudo

  37. CARACTERIZAÇÃO SUMÁRIA DA REGIÃO VITIVINICOLA DOS BISCOITOS Material e Métodos • A evolução dos problemas fitossanitários foi analisada através da realização de 12 amostragens, com periodicidade semanal até ao início da alimpa passando posteriormente a ser quinzenal Estas amostragens consistiram de uma visita global à vinha, avaliando a presença, a dispersão dos focos de ataque e a gravidade do ataque das diversas doenças para além do míldio através de uma classificação qualitativa: 0- ausência de ataque X- ataque ligeiro XX- ataque médio XXX- ataque intenso A metodologia seguida neste trabalho é actualmente a utilizada nos campos de demonstração de Protecção Integrada em vinha, que servem de complemento aos cursos de Protecção Integrada da vinha, realizados pelo Instituto Superior de Agronomia.

  38. PARTE II- Trabalho Experimental • CARACTERIZAÇÃO SUMÁRIA DA REGIÃO VITIVINICOLA DOS BISCOITOS Procedeu-se ainda à realização de levantamentos do coberto vegetal Foram realizados quatro levantamentos em cada uma vinhas estudadas de Maio a Setembro de 1997. A área de cada amostragem foi circunscrita a 1000 m2/vinha, a qual era percorrida durante 20 minutos, colhendo aleatoriamente o máximo de plantas presentes. Este método adoptado dos trabalhos de Cerejeira (1985) embora não permita uma estimativa precisa das densidades, fornece uma lista aproximada das espécies presentes nas vinhas em estudo. • As plantas colhidas foram posteriormente identificadas, obtendo-se assim um registo quer da sua presença quer da sua abundância ao longo do tempo nas vinhas estudadas.

  39. RESULTADOS E DISCUSSÃO- Dados obtidos sobre a evolução fenológica da vinha Verdelho no ano de 1997 Para cada dia de amostragem foi definido qual o estádio de desenvolvimento em que se encontrava cada uma das vinhas observadas. A principal variação que se observa é na data de início do ciclo anual que fica a dever-se, no nosso entender, principalmente ao efeito da poda Nas vinhas I, II e III, como têm datas de poda semelhantes observou-se um comportamento similar no abrolhamento, floração e pintor. Embora com aparente evolução mais rápida, nos estádios iniciais, em relação à II que foi podada mais cedo.

  40. Pelo contrário a vinha IV podada mais tarde, teve inicialmente um comportamento um pouco diferente, registando como seria de esperar algum atraso em relação às outras em determinados estádios fenológicos. • A vinha não tratada, como não foi podada apresentou uma evolução muito mais lenta do que qualquer outra das vinhas.

  41. PARTE II- Trabalho Experimental • CARACTERIZAÇÃO SUMÁRIA DA REGIÃO VITIVINICOLA DOS BISCOITOS • Dados obtidos sobre as doenças e pragas que afectam a vinha Verdelho • Resultados da Observação Visual • Durante o período de estudo deste trabalho, em 1997, foram detectadas nas vinhas acompanhadas (ataques de doenças como o míldio, o oídio e a podridão cinzenta e também de diversas pragas, como a cochonilha algodão, a erinose e ainda uma acção nefasta importante de roedores e de caracóis. • Também se detectaram alguns sintomas de viroses e a ocorrência de acidentes fisiológicos, como a queima provocada por acção dos ventos com ressalga, situação normal nos locais onde se situam as vinhas, ou seja à beira-mar.

  42. PARTE II- Trabalho Experimental • CARACTERIZAÇÃO SUMÁRIA DA REGIÃO VITIVINICOLA DOS BISCOITOS • Períodos de ocorrência de ataques de pragas e doenças nas vinhas tratadas durante o ano de 1997.

  43. PARTE II- Trabalho Experimental • CARACTERIZAÇÃO SUMÁRIA DA REGIÃO VITIVINICOLA DOS BISCOITOS Os problemas fitossanitárias detectados na vinha não tratada foram os mesmos só que apareceram mais cedo. No caso da erinose, nitidamente em maior intensidade e o míldio e o oídio prolongaram a sua acção até mais tarde. Períodos de ocorrência de ataques de pragas e doenças na vinha não tratada no ano de 1997 nos Biscoitos.

  44. PARTE II- Trabalho Experimental • CARACTERIZAÇÃO SUMÁRIA DA REGIÃO VITIVINICOLA DOS BISCOITOS Verificou-se que relativamente aos Inimigo-chave a escoriose e a traça da uva não adquirem a importância que lhes é dada noutras regiões do país. Para além destes todos os restantes inimigos-chave são encontrados nos Biscoitos. Entre eles, a Podridão Cinzenta, assume-se como a doença que mais prejuízos causou, neste ano, com ataques que se podem definir, no nosso entender como intensos. Relativamente aos inimigos ocasionais apenas foi detectado a presença de Erinose. Este ácaro apareceu a partir de meados de Junho, em todas a vinhas não sedetectando, no entanto, qualquer estrago significativo da sua presença ou possível acção. Relativamente aos inimigos com importância mais reduzida destaca-se o aparecimento da cochonilha algodão, registando-se ataques ligeiros, durante o mês de Junho, e o seu desaparecimento em seguida. Em todas as vinhas estudadas foi detectada a presença de sintomas de viroses nomeadamente o nó curto e do urticado. O escaravelho japonês foi observado, frequentemente nas folhas e em algumas infestantes à volta das paredes mas não foi registado qualquer prejuízo da sua acção.

  45. PARTE II- Trabalho Experimental • CARACTERIZAÇÃO SUMÁRIA DA REGIÃO VITIVINICOLA DOS BISCOITOS Neste Quadro faz-se a adaptação para a Região dos Biscoitos do quadro de Júlio e Lavadinho como resultado da observação visual e dos inquéritos. As infestantes devem ser incluídas nos inimigos principais, contrariando a opinião obtida dos inquéritos, tendo em conta que é gasto pelo viticultor muito dinheiro no seu controlo e pelo facto de existirem muitas vinhas abandonadas nesta região que constituem autênticos repositórios de sementes facilmente transportadas pelos agentes de disseminação para as parcelas de vinhas em exploração.

  46. PARTE II- Trabalho Experimental • CARACTERIZAÇÃO SUMÁRIA DA REGIÃO VITIVINICOLA DOS BISCOITOS Os dados obtidos a partir da caracterização sumária da flora espontânea da vinha Verdelho Dos quatro levantamentos das infestantes realizados em cada uma das parcelas de vinha estudadas foi possível inventariar 35 espécies As 35 espécies inventariadas dos levantamentos foram repartidas por 17 famílias havendo ainda a considerar 2 espécies de fetos que aparecem em grande quantidade, o Asplenium e o Pteridium aquilinum. As famílias mais representativas foram: Graminae (10 espécies), Compositae (2 espécies), Papaveraceae (2 espécies) e Euphorbiaceae (2 espécies) que abrangeram 43% do total das plantas presentes. O Cyperus esculentusé a espécie vegetal que aparece mais frequentemente atingindo os 20%, em termos de grau de cobertura.

  47. PARTE II- Trabalho Experimental • APLICAÇÃO DO MODELO EPI-MÍLDIO DA VIDEIRA À REGIÃO VITIVINÍCOLA DOS BISCOITOS

  48. APLICAÇÃO DO MODELO EPI-MÍLDIO DA VIDEIRA À REGIÃO VITIVINÍCOLA DOS BISCOITOS • Este estudo, que estava previsto realizar-se para a campanha de 1996/97 acabou por estender-se, em termos de simulação do modelo EPI, pelas campanhas seguintes até 2000/01. Assim, através da metodologia utilizada, fez-se um levantamento completo da informação necessária à confirmação e/ou aferição do modelo EPI aos Biscoitos apenas para o ano de 1996/97.

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