E N D
1. VARIEDADES LINGUSTICAS
4. Todas as variedades de uma lngua tm recursos lingusticos suficientes para desempenhar sua funo de veculo de comunicao, de expresso e de interao entre os seres humanos.
A linguagem popular (variedades no-padro da LP) coerente, segue as tendncias naturais do portugus e tem uma lgica histrica.
Marcos Bagno em
A lngua de Eullia
5. TROCA DO L PELO R CRUDIA
GROBO TERRESTRE
PRANTA
BROCO
CHICRETE
6. Fenmeno fontico conhecido por rotacionismo LATIM FRANCS ESPANHOL PTGUS
Ecclesia- glise iglesia igreja
Plaga- plage playa praia
Sclavu- esclave esclavo escravo
Fluxu- flou flojo frouxo
O que era L em latim manteve-se em francs e espanhol, mas em portugus transformou-se em R!
7.
O rotacionismo um fenmeno fontico que participou da formao da Lngua Portuguesa padro ao longo dos sculos. Portanto, o probrema no um problema!
8. Observe:
TRECHOS DE OS LUSADAS Cames
E no de agreste avena, ou frauta ruda
Era este Ingrs potente, e militara
Nas ilhas de Maldiva nasce a pranta
Onde o profeta jaz, que a lei pubrica
9. Fenmeno fontico conhecido por assimilao a fora que faz com que dois sons diferentes, mas com algum grau de parentesco, tornem-se iguais.
EX.
O som LH produzido com a ponta da lngua tocando o cu da boca (palato), muito perto do ponto onde produzida a semivogal I.
10. Por assimilao: produz-se i no lugar de lh. LP padro LP no-padro Francs padro
Abelha abeia abeille (aby)
Batalha bataia bataille (batye)
Falha faia faille (faye)
Filha fia fille (fye)
Palha paia paille (pye)
11. Explicao para a vitria do i sobre o LH em Francs. Em francs, essa troca fontica pertence a lngua padro e no carrega a mesma carga de preconceito que h em LP.
Era na fala dos burgueses que ocorria a assimilao do I nas ocorrncias de LH. Ora, foi exatamente essa classe que desbancou a aristocracia, os nobres e os grandes proprietrios de terra. A mudana de classe social tambm significou a mudana da variedade lingustica dominante.
12. Toda lngua se modifica de forma ininterrupta e imperceptvel para os falantes A LNGUA PORTUGUESA NO ENCERROU SEU PROCESSO DE TRANSFORMAO NO SCULO XVI.
Observe:
TGULA > TEGLA > TEGLA > TEYLA > TELHA
Continuar essa linha de transformao do idioma e acrescentar TIA seria um grande passo lingustico e poltico.
13. Um outro exemplo de assimilao CANTANO FALANO COMENO QUANO
n e d so consoantes dentais (ponta da lngua ou poro dianteira da lngua em contato com os alvolos dos dentes incisivos superiores).
por serem da mesma zona de articulao ocorreu a assimilao do D pelo N.
14. Tendncia a transformar as palavras em PAROXTONAS. A LP essencialmente paroxtona.
Os Lusadas, por exemplo, tm 8816 versos. Desse total:
8325 com rimas em paroxtonas,
482 com rimas em oxtonas,
e 9 com rimas em proparoxtonas.
15. LATIM LP PADRO
Hmine- homem
Lttera- letra
Frgidu- frio
Fbula- fala
Spculu- espelho
Brbaru- bravo
Mirculu- milagre
Tgula- telha
Parbola- palavra
16. O registro popular do idioma apenas d continuidade a essa tendncia.
LP PADRO LP NO-PADRO
rvore arvre
Crrego corgo
Fsforo fsfro
Msica musga
Pssaro passo
Sbado sabo
17. Concluso
Os textos em registro no-padro do nosso idioma tambm possuem uma gramtica (um conjunto de regras) e, portanto, podem ser estudados.
Por esse motivo, comum questes em vestibulares que abordem textos pertencentes aos registros no-padro do idioma.
18. Autores populares mais abordados em questes: PATATIVA DO ASSAR e ADONIRAN BARBOSA. Pra gente aqui s poeta
E faz rima compreta
No precisa profess;
Basta v no ms de maio
Um poema em cada gaio
E um verso em cada ful
Patativa do Assar
19. Unifesp 2009 Considere o texto de Patativa do Assar:
Coisas do meu serto
Seu dot, que da cidade
Tem diproma e posio
E estudou derne minino
Sem perd uma lio,
Conhece o nome dos rio,
Que corre inriba do cho,
Sabe o nome das estrela
Que forma constelao,
20. Conhece todas as coisa
Da histora da criao
E agora qu i na Lua
Causando admirao,
Vou faz uma pregunta,
Me preste bem ateno:
Pruqu no quis aprend
As coisa do meu serto?
21. a) O texto apresentado afasta-se das convenes ortogrficas da lngua e da norma padro. Em que medida se podem considerar legtimos os usos nele presentes?
b) Transponha para a norma padro da lngua as passagens: E agora qu i na Lua e Pruqu no quis aprend/As coisa do meu serto?
22. Unicamp - 2009
23. sabido que as histrias de Chico Bento so situadas no universo rural brasileiro.
a) Explique o recurso utilizado para caracterizar o modo de falar das personagens na tira.
b) possvel afirmar que esse modo de falar caracterizado na tira exclusivo do universo rural brasileiro? Justifique.
24.
Mas quando algum te disser t errado ou erradaQue no vai S na cebola e no vai S em felizQue o X pode ter som de Z e o CH pode ter som de XAcredito que errado aquele que fala correto e no vive o que diz
Fernando Anitelli, em
Zazulejo.