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DOIS IRMÃOS MILTON HATOUM

DOIS IRMÃOS MILTON HATOUM. ESPUMAS FLUTUANTES CASTRO ALVES. CONTOS DE APRENDIZ Carlos Drummond de Andrade. Melhores Poemas Gonçalves Dias. Melhores Poemas Gonçalves Dias. ROMANTISMO (SÉC. XIX)

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DOIS IRMÃOS MILTON HATOUM

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Presentation Transcript


  1. DOIS IRMÃOS MILTON HATOUM ESPUMAS FLUTUANTES CASTRO ALVES CONTOS DE APRENDIZ Carlos Drummond de Andrade Melhores Poemas Gonçalves Dias

  2. Melhores Poemas Gonçalves Dias

  3. ROMANTISMO (SÉC. XIX) Romantismo – designa uma visão de mundo centrada no INDIVÍDUO. Os autores românticos voltaram-se cada vez mais para si mesmos, retratando o drama humano, amores trágicos, ideais utópicos e desejos de escapismos (fugas). Primeira Geração Romântica: Nacionalista ou indianista, pois tomou o índio como representante da nacionalidade brasileira, do passado pré-colonial do país. Também apresenta a exaltação da natureza (principalmente ao reproduzir a “cor local”), o sentimentalismo e a religiosidade como traços principais.

  4. A OBRA MELHORES POEMAS: • É uma coletânea organizada por José Carlos Garbuglio e publicada pela editora Global. Para compô-la o organizador buscou alguns poemas de: • “Primeiros cantos” (poesias americanas, diversas e hinos); • “Novos Cantos”; • “Sextilhas do Frei Antão” (texto com linguagem arcaica, erudita); • “Últimos cantos” (poesias americanas e diversas); • “Os Timbiras” (apenas a introdução desse poema épico inacabado); e outras poesias.

  5. Há nos poemas de Gonçalves Dias: • Tendências neoclássicas (árcades): a harmonia, o equilíbrio, a sobriedade e a elegância que o afastam dos excessos do romantismo; • Indianismo como parte mais representativa do nacionalismo, mas a natureza estão em grande parte da poesia do autor; • O índio não é o selvagem americano e sim um ser poético elaborado segundo as convenções da lírica ocidental, principalmente como enriquecimento do patrimônio cultural; • O índio apresenta intuitos de heroicização e de engrandecimento do nascente orgulho nacional; ele é um exemplar de atributos e virtudes da cultura branca;

  6. Há a presença do poema dramático “I- JUCA PIRAMA” (aquele que vai morrer): • Uma narrativa em versos que mostra as variações psicológicas do guerreiro aprisionado e os diferentes momentos da preparação do ritual da festa (antropofágica). Tudo isso em mobilidades rítmicas dos versos que acentuam o drama vivido pelo guerreiro, desde o momento da “maldição” profanada pelo pai, até a reabilitação do guerreiro, que tocado pelo sentimento bem ocidental de dever, se assemelha aos padrões da cavalaria medieval. • Personagens da obra: • 1 — I-Juca Pirama: o herói romantizado, guerreiro Tupi, nobre, corajoso. Cuida do pai cego. • 2— O Velho Tupi: pai de I Juca Pirama, velho e cego. Honra a ética da bravura. • 3—Os Timbiras: representados pela figura do Chefe. Ferozes e canibais. • 4—O Velho ÍndioTimbira: narrador e personagem - testemunha.

  7. Valorização do nacional: poesia de exaltação ou simples descrição da paisagem brasileira; • Aproxima-se à poesia da natureza os estados de solidão e melancolia do eu lírico, como também a poesia religiosa que surge em “Visões”, “A ideia de Deus”, tal como propõe o Romantismo: tudo aparece como projeção da vontade divina ou expressões que se ligam aos estados íntimos do poeta; • Poemas amorosos: resultado de dores fictícias – nem por isso menos sofridas – de um homem que se comprazia em figurar dificuldades e impossibilidades; • Nas “Sextilhas de Frei Antão” vê-se o grande conhecimento de Gonçalves Dias a respeito de poesia e das fontes eruditas e medievais da língua Portuguesa, em especial com os cancioneiros.

  8. Em “primeiros cantos” percebe-se que o trato dado ao índio é representado pelo ritmo (versos breves, fortemente cadenciados e sabiamente construídos na sua alternância de sons duros e vibrantes) e por expressões de valores bélicos (exaltação da qualidade dos índios, principalmente a honradez e a bravura). Aqui na florestaDe ventos batidos,Façanhas de bravosNão geram escravosQue estimem a vidaSem guerra e lidar. (canto do guerreiro)

  9. O sentimentalismo lamuriante e lacrimoso. O desejo de amar que não se concretiza, como também a infelicidade, o desengano, a solidão, entrelaçados à ideia de morte. A mulher, na concepção romântica, vivendo em uma dimensão inatingível, uma “etérea visão”, que se confunde com “os anjos”. É triste a minha Musa, como é triste O sincero verter d´amargo pranto D´órfã singela É triste como o som que a brisa espalha, Que cicia nas folhas do arvoredo Por noite bela. (Minha Musa)

  10. À noite quando durmo, esclarecendo As trevas do meu sono, Uma etérea visão vem assentar-se Junto ao meu leito aflito! Anjo ou mulher? Não sei. – Ah! Se não fosse Um qual véu transparente, Como que a alma pura ali se pinta Ao través do semblante, Eu a crera mulher... – E tentas, louco, Recordar o passado, Transformando o prazer, que desfrutaste, Em lentas agonias?! ( O delírio)

  11. Ao encontrar pela última vez, em Portugal, sua amada Ana Amélia, produz “Ainda uma vez, adeus”. Um poema repleto de comoção do último encontro. Enfim te vejo! - enfim posso, Curvado a teus pés, dizer-te, Que não cessei de querer-te, Pesar de quanto sofri. Muito penei! Cruas ânsias, Dos teus olhos afastado, Houveram-me acabrunhado A não lembrar-me de ti!                       II Dum mundo a outro impelido, Derramei os meus lamentos Nas surdas asas dos ventos, Do mar na crespa cerviz! Baldão, ludíbrio da sorte Em terra estranha, entre gente, Que alheios males não sente, Nem se condói do infeliz!

  12. “Loa da Princesa Santa” – in.: Sextilha de Frei Antão “Loa”: pode significar tanto um prólogo de uma composição dramática, como um discurso elogioso, um cântico de louvor às virtudes de um santo ou virgem, uma toada de tom melancólico; ou mesmo mentira e fanfarronice. Frei Antão após rápida apresentação de si, passa a narrar à festa de chegada da comitiva de Afonso Quinto, que em regresso de suas campanhas na África, trazia como escravos um turba de mouros. Chama a atenção do frade as belezas de uma jovem e específica mourisca, por quem devotará uma paixão

  13. LOA DA PRINCESA SANTA Bom tempo foi o d’outrora Quando o reino era cristão, Quando nas guerras de mouros Era o rei nosso pendão, Quando as donas consumiam Seus teres em devação. Dava o rei uma batalha, Deus lhe acudia do céu; Quantas terras que ganhava, Dava ao Senhor que lhas deu, E só em fazer mosteiros Gastava muito do seu. Se havia muitos Infantes, Torneio não se fazia; É esse o estilo de Frandres, Onde anda muita heregia: Para os armar cavaleiros A armada se apercebia. (...)

  14. O amor à pátria brasileira é visível em “O gigante de pedra”. Nele o autor dá vida monte (conhecido hoje como Pão de açúcar). I Gigante orgulhoso, de fero semblante, Num leito de pedra lá jaz a dormir! Em duro granito repousa o gigante, Que os raios somente poderam fundir. Dormido atalaia no serro empinado Deverá cuidoso, sanhudo velar; O raio passando o deixou fulminado, E à aurora, que surge, não há de acordar! (...)

  15. Em “Leito de folhas verdes” há os três elementos do romantismo: O índio: como um homem puro, ingênuo, feliz e bom. A natureza: a beleza das flores e plantas com seus perfumes. A mulher: peça fundamental do romantismo. Porque tardas, Jatir, que tanto a custo À voz do meu amor moves teus passos? Da noite a viração, movendo as folhas, Já nos cimos do bosque rumoreja. Eu sob a copa da mangueira altiva Nosso leito gentil cobri zeloza Com mimoso tapiz de folhas brandas, Onde o frouxo luar brinca entre flores. Do tamarindo a flor abriu-se, há pouco, Já solta o bogari mais doce aroma! Como prece de amor, como estas preces, No silêncio da noite o bosque exala. 1ª estrofe: eu lírico feminino anseia pela volta de seu amado Jatir. Elementos da natureza corroboram para a sensação de angústia. 2ª e 3ª estrofes: natureza como leito de amor e doçura do momento.

  16. Em “Marabá” – o desprezo do índio pela miscigenação. Marabá será sinônimo de desprezo, descaso, desapego e solidão: Eu vivo sozinho; ninguém me procura! Acaso feitura Não sou de Tupá! Se algum dentre os homens de mim não se esconde: – “Tu és,” me responde, “Tu és Marabá!” – Meus olhos são garços, são cor das safiras, – Têm luz das estrelas, têm meigo brilhar; – Imitam as nuvens de um céu anilado, – As cores imitam das vagas do mar! Se algum dos guerreiros não foge a meus passos: “Teus olhos são garços,” Respondo anojado, mas és Marabá: “Quero antes uns olhos bem pretos, luzentes, “Uns olhos fulgentes, “Bem pretos, retintos, não cor d’anajá!”

  17. “Os Timbiras” Epopeia indianista inacabada de Gonçalves Dias, é uma narração dividida em uma introdução e quatro cantos. É o ponto exato em que o mito do bom selvagem, constante desde os árcades, acabou por fazer-se verdade artística. Nos poemas são narrados os feitos de guerreiros timbiras, principalmente do chefe Itajubá e do jovem guerreiro Jatir. Altamente idealizados, estes índios falam apenas em valor, coragem, guerra e honra, num mundo habitados por inimigos vis, piagas (pajés) sábios e guerreiros valorosos. O autor usa e abusa de termos em tupi e do verso branco (sem rima).

  18. Introdução Poema Americano Os RITOS semibárbaros dos Piagas, Cultores de Tupã, e a terra virgem Donde como dum trono, enfim se abriram Da cruz de Cristo os piedosos braços; As festas, e batalhas mal sangradas Do povo Americano, agora extinto, Hei de cantar na lira. – Evoco a sombra Do selvagem guerreiro!... Torvo o aspecto, Severo e quase mudo, a lentos passos, Caminha incerto, – o bipartido arco Nas mãos sustenta, e dos despidos ombros Pende-lhe a rota aljava... as entornadas, Agora inúteis setas, vão mostrando A marcha triste e os passos mal seguros De quem, na terra de seus pais, embalde Procura asilo, e foge o humano trato.

  19. CONTOS DE APRENDIZ Carlos Drummond de Andrade

  20. 15 contos MODERNISTAS que se realizam sobre: Recordações dos tempos infantis (com suaves toques emocionais e cenário de cidadezinhas do interior, ou na vida cotidiana carioca); há uma presença do tom irônico e humorístico característico do autor. Com o auxílio da imaginação e um limite entre o real e o fantástico, Drummond constrói histórias típicas do cotidiano urbano, que muitas vezes remontam aos tempos das cidades pequenas e de interior. Os textos de Drummond têm a estrutura dos contos tradicionais modernistas, apesar de se perceber em alguns a proximidade com a crônica, pois estes focam lapsos do cotidiano. É o que ocorre em “Conversa de Velho com Criança”.

  21. OBS: Há ternuras, como no conto “Meu companheiro”; decepções, “Osorvete”; solidariedade, “A doida”; crenças interioranas, “A salvação da alma”; olhares perturbados de um homem para com uma mulher em um coletivo, momentos de sensualidade e desejos, “Extraordinária conversa com uma senhora de minhas relações”; o fantasmagórico surrealismo de “Flor, telefone, moça”; o devaneio de uma moça ante a montagem de um presépio e o namorado, “O presépio”. Já apareceram nas provas da UFSJ: Salvação da alma, um escritor nasce e morre, o sorvete, a baronesa, Nossa amiga, a doida, presépio, flor moça telefone.

  22. A infância: reminiscências, o comportamento infantil e o contraste com o adulto, a imaginação. “A salvação da Alma” (1ª p) – evocação da infância e mostra a seriedade grave de uma criança, empenhada em salvar sua alma das garras do demônio e de pecados inculcados por uma religião de concepção medieval. “O sorvete” (1ª p) – Compram o sorvete, mas vem a decepção. Sonho é belo, enquanto sonho; a realidade é dolorosa e chocante,e quase sempre traz decepção e frustração. “A doida” – a transformação de uma criança descobrindo o lado humano

  23. “Nossa amiga” – Valoriza “as campinas da imaginação”, o “elemento poetizável” do mundo infantil. No final uma intertextualidade bíblica, que coloca o conto no sentido da compaixão humana. “Conversa de velho com criança” (1ª p) – a menina Maria de Lourdes e Ferreira, uma relação de amizade em bonde. O Narrador Carlos questiona o seu mundo.

  24. Impressões: o comportamento de certas personagens e o “mergulho” em seu estado de espírito e ânimo ante as inquietações da vida. “O presépio” – profano x sagrado – a mulher e o olhar machista “Extraordinária conversa com uma senhora de minhas relações” (1ª p) – texto com digressões sobre a beleza “Meu companheiro” (1ª p) - O cão exerce função moral de consciência ao narrador, e recupera sua infância e o autoriza a praticar atos que a condição de adulto não permita.

  25. Questões sociais: a força opressora do capitalismo, o valor humano relegado a um segundo plano. “Câmara e cadeia” - Conto com acentuado humor: em cima, vereadores na câmara que discutiam um meio de cobrar mais impostos; em baixo, numa miséria sórdida, a cadeia com 5 presos em situação deplorável. “Beira-rio” Negro Simplício, vindo de Pirapora, pretende montar sua bitácula, venda de cigarros, pastéis e aguardente. Desafia o poder da Companhia. Simplício representa a dignidade do homem na luta contra a opressão. “Um escritor nasce morre” (1ª p) - Escritores em torno dele discutiam assuntos literários, ele vai caindo em profunda solidão. Sátira literária Reflexão sobre a literatura engajada.

  26. Universo fantástico, surreal, macabro: situações misteriosas, histórias do sobrenatural, atitudes absurdas e insólitas do homem. “Flor, telefone, moça” – moça rouba flor do cemitério e uma voz ao telefone lhe cobra a flor. A insistência leva a moça ao desespero e à morte. A voz não chama mais. Tom de ironia. “A baronesa” Narrativa com característica de humor negro, pelo tom satírico e irônica, em que se opõe, entre outras coisas, a nobreza e a avareza.

  27. “O gerente” – Samuel, gerente de banco, comia o dedo de mulheres quando as cumprimentava. “Miguel e seu furto”. O roubo do mar. Miguel depositou sua fortuna em bancos seguros e passou a colecionar conchinhas para se lembrar de sua ex-propriedade. Troca da 1ª pessoa do plural para a 3ª.

  28. Espumas flutuantes Castro alves

  29. São 53 poemas antecedidos por uma “dedicatória” em versos e um prólogo em prosa. Apesar de não constar os poemas sobre os escravos, sente-se em vários momentos deste livro o mesmo ímpeto verbal e a mesma indignação presente naqueles poemas. A metáfora do título é explicada no “prólogo”: assim como a espuma, os poemas teriam sido gerados “do mar e do céu, da vaga e do vento”, o que significa que eles têm sua fonte na natureza. Mas além da natureza, são assinalados mais dois elementos inspiradores: A “musa – este sopro do alto” (inspiração artística divina) e o “coração – este pélago da alma” (o sentimentalismo).

  30. Diferente dos poetas da 2ª geração, Castro Alves declara sua sede de viver para o amor e para a glória, mas reconhece que a morte, embora indesejada, é iniludível. A morte é associada a imagens repugnantes, que ele se possível gostaria de recusar. Não se foge à vida, a deseja. No poema “Os três amores” ele desenha, em gradação, três modos de amar, do platônico ao arquétipo mais sensual, passando por um estágio intermediário. Uma das fontes de amor tem caráter narcísico e consiste no desejo quase obsessivo pela glória literária. Outra fonte é a mulher.

  31. No poema: “Os anjos da meia noite” o poeta, ardendo em febre, delira e julga ver o desfile de sete sombras, fantasmas de mulheres amadas no passado, que o visitam em seu quarto de enfermo. A oitava sombra aparece flutuando no ar, silenciosa, envolta em névoa e vestida de noiva, mas o poeta não a reconhece. Tentando adivinhar sua identidade, o poeta supõe que ela poderia ser a morte. Alguns poemas antecipam o Parnasianismo, pelo rigor na forma, pelo descritivismo plástico, pelas imagens escultórias e pelo arsenal de referências clássicas greco-romanas.

  32. Em “Immensis Orbibus Anguis”, Castro Alves constrói uma alegoria para representar uma mulher (Eugênia Câmara) como monstruosa serpente que lhe devorou a vida. Castro traz do mundo sensível imagens transfiguradas em metáforas eróticas [“Boa noite”, “Adormecida”, “Hebreia”]. A paisagem não é um mero pano de fundo onde se desenrola o idílio; ela se incorpora aos próprios dotes da amada, ou do amante, dos quais é correlativo objetivo.

  33. O vocabulário - repertório de referências cósmicas arrebatadores: raios, trovões, vulcões, espaços abertos e amplos da terra, do céu e do mar. Em “O Livro e a América”: a magnitude da natureza americana e a suposta grandeza moral que o continente assumiria perante a história futura da humanidade. O “livro” faz “o povo pensar” e difunde a “luz” revolucionária, sementeira de um futuro glorioso. O poeta Castro Alves aparece como tribuno de causas populares: tentar animar o povo a lembrar de seus heróis populares. Para tanto dedica poema a Pedro Ivo, guerrilheiro liberal da revolução Praeira de Pernambuco e dois outros aos heróis baianos da independência (“Aos dous de julho” e “Ode ao dous de julho”)

  34. Os poemas de Espumas Flutuantes foram feitos para comover e persuadir plateias de ouvintes. Foram escritos para se falar em voz alta o que justifica a presença do travessão, de pontos de exclamação e reticências. Poesia pública e oral que utiliza os recursos da retórica: Enumeração , Anáfora, Gradação, Apóstrofe, Hipérbole, Hipérbato.

  35. DOIS IRMÃOS MILTON HATOUM

  36. Dois irmãos, romance de Milton Hatoum, tematiza o incesto, a rivalidade, a revolta, o ciúme e as tantas nuanças que desajustam a vida de uma família de imigrantes libaneses residente em Manaus. Romance Urbano – com descrições regionais – Século XX: ±1910 a ±1970 Preâmbulo + 12 Capítulos Ambiente: Manaus

  37. Galib Zana Halim Omar Rânia Yaqub Lívia Domingas Caçula Agregada - índia Dália Pau Mulato Nael Narrador

  38. ESCOLA LITERÁRIA: LITERATURA CONTEMPORÂNEA - É obra da literatura contemporânea, do Pós-Modernismo como querem alguns, seguindo a linha da literatura que valoriza a linguagem simples, mas com elevado grau de arte e de correção gramatical. Romance memorialístico: o tempo sustenta a narração, com suas idas e vindas cronológicas. Uma narrativa dramática que está sempre a anunciar a tragédia que virá e o anúncio do segredo que tanto atormenta Nael: a identidade paterna.(HÁ AVANÇOS E RECUOS NO TEMPO) Busca do pai/ da identidade (característica da literatura contemporânea)

  39. Através da epígrafe da obra já antevemos um futuro nada glorioso, o retrato de um mundo degradado: A casa foi vendida com todas as lembrançastodos os móveis todos os pesadelostodos os pecados cometidos ou em via de cometera casa foi vendida com seu bater de portascom seu vento encanado sua vista do mundoseus imponderáveis [...] Carlos Drummond de Andrade o)

  40. FOCO NARRATIVO NARRADOR-PERSONAGEM- A história é narrada na primeira pessoa, mas o narrador não é o herói principal. Nael (o nome só é revelado quase no fim da história) valeu-se do que viu, do que ouviu e, principalmente, do que lhe contaram sobre a família de que fez parte. A função do narrador é olhar para o passado e tentar juntar pedaços do que lhe foram contando até formar a história como um todo. Explora a MEMÓRIA Até o capítulo 4 não se sabe quem realmente ele é, no 9 seu nome é revelado.

  41. PERSONAGENS: Os masculinos emergem quase como dependentes do clã feminino Mas, mesmo as figuras femininas sendo dotadas de mais força, estão à mercê dos conflitos entre os irmãos. Nael, o narrador, que se mostra dependente apenas de sua dúvida. Personagens PLANAS, LINEARES ou estereotipadas, isto é, não evoluem psicologicamente nem mudam de caráter ou de personalidade.

  42. TEMÁTICAS CASA DEMOLIDA - O tema principal do romance é o drama familiar demolindo as vidas e, por consequência, o lar. AMOR INCESTUOSO -Apesar de não estar escrito com todas as letras, deduz-se que o amor doentio da mãe (Zana) pelo filho mais novo (Omar) tem muito de incesto: ela o quer só para si, ignorando, a partir de certo momento, a relação com o próprio marido. Na mesma linha, classifica-se o amor de Rânia pelos irmãos gêmeos. Como também a relação de Rânia e Nael, seu sobrinho.

  43. AMBIENTE: Manaus (Porto dos Remédios, Centro comercial) Líbano, São Paulo, Miami (apenas citadas) Casa (microcosmo) Manaus (macrocosmo) O rio Amazonas aparece representativamente durante as descrições de todo o ambiente e de todo o progresso social e econômico de Manaus. Há uma forte simbologia do rio Amazonas, representando a fonte da vida, o fluir de tudo, a mudança de ciclos, muito presente dentro da obra.

  44. INTERTEXTUALIDADE O diálogo com o presente e o passado fez-nos resgatar histórias bíblicas, histórias clássicas e contemporâneas para mostrar que seus temas são tão antigos, como atuais, eternos como a própria impossibilidade de harmonia terrena. Adão e Eva – rivalidade/ciúme dos irmãos Caim e Abel Isaac e Rebeca – rivalidade dos irmãos Esaú e Jacó Machado de Assis, “Esaú e Jacó”.

  45. REGIONALISMO Milton Hatoum, em entrevista ao Jornal Folha de S. Paulo, faz a seguinte afirmação em relação ao regionalismo literário: A literatura regionalista esgotou-se há muito tempo. O regionalismo é uma visão muito estreita da geografia do lugar, da linguagem. É uma camisa de força que encerra valores locais. Minha ideia é penetrar em questões locais, em dramas familiares, e dar um alcance universal para eles. (2005, p. 12) Dois irmãos configura-se como uma obra universal, mas sem deixar de ser regionalista, já que Hatoum consegue situar o drama familiar narrado na cidade de Manaus e, dessa forma, consegue aproximar o leitor (independentemente de sua naturalidade) do mundo amazonense.

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