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A arte como um olhar

A arte como um olhar. A eterna novidade é a fonte da arte. Novo ( aqui e agora) e Eterno ( sempre o mesmo ). Só o homem identifica o que é arte, pois a arte algo é unicamente humano . Merleau-Ponty : Arte é novidade e percepção .

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A arte como um olhar

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Presentation Transcript


  1. A arte como um olhar A eternanovidade é a fonte da arte. Novo (aqui e agora) e Eterno (sempre o mesmo). Só o homemidentifica o que é arte, pois a arte algo é unicamentehumano. Merleau-Ponty : Arte é novidade e percepção. Mesmoque o artistatenhapintado o mesmoquadro 10 vezes, sempre se devever a paisagem de um modoeternamente novo.

  2. A arte comoespanto. • Pasmo e admiração; • Criação original: autoriacapacidadecriativa; • “Visãoalém do alcance”: amplitude da percepção. • Poesiapautadanarealidade. • Tirar das palavrasseusmúltiplossignificados: nada (ausência, falta) e nada (comoexercíciofísico): nadar no nada, nadarparasuperar a dor, parasobreviver e nãomorrer.

  3. A leitura como arte • Quando lemos algo que desperta nosso interesse, as palavras parecem vivas, plenas de significado. • Passagem do constituído para o constituinte. • Captar uma realidade que está dada de um certo modo, em uma certa linguagem (instituído: textos, músicas, pinturas) para algo que se torna meu (instituinte/constituinte). • O artista capta a realidade (como algo selvagem) e tenta humanizá-la, simplificá-la.

  4. Ler é a maior viagem. • "A maior aventura de um ser humano é viajar e a maior viagem que alguém pode empreender é para dentro de si mesmo. E o modo mais emocionante de realizá-la é LER um Livro, pois um livro revela que a vida é o maior de todos os livros, mas é pouco útil para quem não souber ler nas entrelinhas e descobrir o que as palavras não disseram..." (Augusto Cury)

  5. A arte pela arte • As artes geram espanto pois tentam desvendar e desvelar o mundo que nos circunda. • A arte só pode ser realmente possível por ela mesma. • Música: só é possível, se for elaborada no intuito de ser música. • Recolhe sonoridade do mundo (objetos) e reinventa o som como algo novo. • Ex.: Tubos de PVC.

  6. Arte e técnica. • Arte e técnica são termos similares: T: Atividade humana que segue regras. A: Habilidade, agilidade na execução de uma atividade. • Oposto de espontâneo, acaso. • Arte Médica, “Artes Marciais”, Arte da Guerra, Arte da Sedução, Arte da Retórica. • Diferenças básicas de conceitos ligados a arte: • Práxis: ciência da ação (ética/política) • Poiesis: atividades de fabricação (artesanato). Fazer algo. • Artes ou técnicas de auxílio na relação homem e Natureza: Medicina, Agricultura. • Artes ou técnicas que ajudam o homem a ser melhor ou pior: Música, Ética, Política e Retórica.

  7. Aqui já nasce a divisão do trabalho (Grécia/Roma) – Varrão (séc. II d.C.) • Trabalho manual: Trabalho de escravo. • Trabalho intelectual: Trabalho de homem livre. • Artes liberais: gramática, retórica, lógica, geometria, astronomia, música, aritmética (Razão). • Artes mecânicas: Arquitetura, agricultura, pintura, escultura, olaria, tecelagem (Mãos). • Máquina: invenção humana para resolver dificuldades corporais. • Ex.: Uma alavanca (instrumento) permite levantar um peso que, sozinho, um ser humano seria incapaz de fazê-lo.

  8. Renascença e a “virada de mesa”. • Os renascentistas desejam valorizar mais as artes mecânicas do que as liberais, pois querem re-valorar o valor do corpo. Os grandes artistas da época serão mais reconhecidos. Surgimento do mecenato (Trecho do 1º episódio do The Borgias). • Com o capitalismo, a técnica ganha maior reconhecimento. • 2 conquistas das artes mecânicas: 1 – valor de conhecimento; 2 – Utilidade (medicina, agricultura...) e Beleza (Belas-Artes: pintura, arquitetura, poesia, teatro, dança, música e escultura). • Com essa separação, surge, enfim, a dicotomia entre técnica e arte. Técnica=utilidade. Arte=beleza. • Arte: criação, sensibilidade, individualidade, inspiração. Apreciação do outro e julgamento do outro. • Técnica: aplicação de regras, conhecimento das regras.

  9. Técnica Arte

  10. Surge a estética • De um lado, a obra. E do outro lado, o olhar.

  11. Arte e realidade. • A arte como expressão da realidade. • MúsicoMundo da música. • PintorMundo da pintura. • EscultorMundo da escultura. • Atualmente, arte e técnica tentam se comunicar e se encontrar: • 1 – Fotografia, 2 – Cinema, 3 – Design.

  12. Fotografia Interpretação da realidade

  13. CinemaInterpretação da realidade

  14. Design (junção do desenho com a obra)

  15. Hoje em dia... • Junção da perfeição da técnica com a originalidade da arte. (Um show do U2 em qualidade de Blu-ray). O Palco 360º, com um sistema cilíndrico de vídeo interligando painéis em LED em uma estrutura de aço de quase 50 metros de altura sobre um palco com pontes rotativas. • É preciso distinguir a ideia de funcionalidade entre as 2 coisas. Um carro tem uma função específica e determinada. A obra de arte, não.

  16. Arte e religião. • Em todas as culturas, há trabalho e religião. • Trabalho=convivência social. • Religião=o poder da autoridade. • A religião sempre esteve ligada a símbolos e, por conseguinte, a arte. • Arte como ritualização de ocasiões da vida humana: nascer e morrer, semear e colher, ventos e chuvas, apaziguar e guerrear, nascer do sol e o seu ocaso, etc. (ritos de passagem também são inclusos aqui).

  17. O conceito de aura • Aquele que executa as tarefas religiosas, deve seguir à risca, os ensinamentos divinos. (Aspectos litúrgicos). • Deve aprender todos os mistérios sagrados e repassar o que aprendeu aos seguidores. • Porém, quem sabe os mistérios, detêm um poder. • Nesse período, nasce a aura da arte. • Aura=singularidade da obra: algo total e eternamente novo. • Novo+eterno=autenticidade. • Oposição e junção entre aqui e agora, entre duradouro e único, entre transcendente e presente.

  18. Arte e Filosofia • Poética (Grécia Antiga). Derivação de poiesis=fabricação. Produção manual. • Estética: aesthesis: conhecimento empírico. • Criação derivada da sensibilidade e do belo: 1 – ArteProduto da sensibilidade/inspiração. 2 – Contemplação do artista: beleza. Contemplação do observador: juízo de gosto. 3 – Beleza#Verdade.

  19. Verdade#Beleza • Verdade é o resultado de uma dedução ou indução, dada por leis intelectuais demonstrativas. • Beleza tem algo peculiar e particular. Não precisa de provas ou demonstrações.

  20. Arte como trabalho • Atualmente, a arte não se redunda a apreciação do outro apenas. Mas surge como trabalho, como investigação, como ciência. • A estética investiga 3 aspectos da arte: • 1 – Arte e Natureza; • 2 – Arte e Homem; • 3 – Finalidades da arte.

  21. Arte como imitação/criação/expressão • A arte imita a natureza. • O artista tenta imitar a natureza, tentando ser o mais fiel possível ao objeto imitado. • Mas no Romantismo, surge a ideia da originalidade e da inspiração. • A arte liberta-se da prisão da natureza. O homem como criador. • A arte, atualmente, aparece como expressão e construção.

  22. Arte e Homem • Arte como forma de conhecimento, em Platão, é negativa. A arte é o pior dos saberes. É imitação da imitação. “É o pirata do pirata”. • Renascença: os novos estudiosos de Platão acham que, na verdade, através da arte, as pessoas podem acessar o conhecimento intelígivel. • A arte recebe 3 significados nessa época: • 1 – Única via de acesso ao universal. • 2 – 1ª etapa para uma vida espiritual consciente. • 3 – Ligação entre particular e universal.

  23. Aristóteles • Utilidade social das artes. • Caráter lúdico das artes: liberdade criadora, estimulante da vida, extravasar emoções, válvula de escape das tensões existenciais. • Teatro (tragédia) como catarse.

  24. Finalidades da arte • Pedagógica: aprender/conhecer arte para a formação humana do sujeito. • Despertar o sentimento de sublime ou crítica no sujeito que observa a arte. • Da exterioridade para a interioridade (a música tem um papel predominante). • A arte como expressão de engajamento e comprometimento. (Bertold Brecht) • Vídeo: Mundo Jovem – O analfabeto político.

  25. Função da arte • Expressão: A arte faz ver a visão, falar a linguagem, faz ouvir a audição, mostra o cultural da cultura. • Revela o que está escondido, explicita o implícito, expõe o que estava velado. Escancara o que não se vê a olho nu. • Expressa-se, fundamentalmente por alegorias e símbolos.

  26. A arte como expressão • Ao escrever um livro, um texto, esta frase, eu quero dizer muito mais do que palavras. • Ao ler um poema, um romance, um best-seller (pelo qual me encanto), estabeleço uma conexão com o criador. Não vejo apenas palavras. • Quando vejo um quadro, não vejo tinta e contornos, vejo um mundo de sentido e significados. Algo que transcende a obra. • “Nada do que foi será, do jeito que já foi um dia”: a arte adquire sempre novo sentido, porque...

  27. Como uma onda – Lulu Santos Nada do que foi seráDe novo do jeito que já foi um diaTudo passaTudo sempre passará A vida vem em ondasComo um marNum indo e vindo infinito Tudo que se vê não éIgual ao que a genteViu há um segundo Tudo muda o tempo todoNo mundo Não adianta fugirNem mentirPra si mesmo agoraHá tanta vida lá foraAqui dentro sempreComo uma onda no marComo uma onda no marComo uma onda no mar

  28. O movimento perpétuo da arte • Cada obra de arte é um movimento incessante no qual o presente (o artista trabalhando) retoma o passado (o trabalho dos outros) e abre o futuro (as novas obras que surgirão a partir da sua).

  29. Arte e sociedade • 2modos de ver as mudanças da arte: • 1 - Fazerartísticodividido entre escolas de arte (clássico, gótico, renascentista, barroco…) • 2 – Finalidadeartística e suaimplicaçãonavida social: o artista é religioso, ou é financiadopor um mecenas, ou é um profissionalmoderno, etc. • Dondenascem 2 visõessobre a arte: 1 - Arte é arte se for pura: nãodeveestarenvolvida com a realidade.2 – A arte engajada: Compromisso com o mundo, arte-conscientização.

  30. Arte sópela arte nãoexiste e só arte engajadatambémnão. • Nãohácomodesvincular a arte da realidade. • Nãohácomocriaruma arte extraterrestre, isto é, desenraízada do mundo. • Aomesmo tempo, a arte nãoprecisater o compromissopérpetuo de comunicarmensagens. FORMALISMO X CONTEUDISMO

  31. Walter Benjamim e a reprodutibilidadetécnica • A produçãoemsérie da própria arte. • Contextohistórico dos anos 30 do século XX. • Uma realidade: o nazismo. • Uma esperança: a revoluçãosocialista. • A guerra e o ufanismocomoalgohorrendamenteestético:tudoreproduzia a imagemtotalitarista do “Grande Chefe”.

  32. EsperançaouDesespero: A democratizaçãooumassificação da cultura? • Com o socialismo, todosteriamacessoaos bens culturaisque, antes, eramexclusividade da elite. • Infelizmente, o desejo de Benjamin nunca se concretizou, de fato, poismesmo com o fim de todas as grandesguerras, ocorreu um fenônemototalmente novo naHistória: a industrialização da cultura, ouemoutraspalavras, a massificação da cultura. A Cultura é pop! O papa é pop! O pop nãopoupaninguém!

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