Simp sio Catarinense de Biosseguran a

1. Simp�sio Catarinense de Biosseguran�a BIOSSEGURAN�A EM MANIPULA��O G�NICA Florian�polis,12/13 de Agosto de 2004 Jos� Eduardo de Siqueira

2. MANIPULA��O G�NICA �A hip�tese de que num futuro mais ou menos long�nquo possa nascer um indiv�duo cujo gen�tipo tenha sido manipulado em laborat�rio representa,sob v�rios aspectos,o horizonte mais fascinante e mais obscuro que a bio�tica possa enxergar.� Pollo,S.-Bioetica:rivista interdisciplinare,1996;2:137-200

3. Sobre o avan�o da Ci�ncia �Talvez,com o tempo,descubrais tudo aquilo que se pode descobrir,e contudo,o vosso progresso n�o ser� mais do que uma progress�o,deixando a humanidade sempre cada vez mais para tr�s.A dist�ncia entre v�s e ela pode,um dia,tornar-se t�o profunda que o vosso grito de triunfo diante de alguma nova conquista poder� receber como resposta um grito universal de pavor.� B.Brecht-A vida de Galileu

4. Heran�as do Cartesianismo Hegemonia da Raz�o. Iluminismo. Positivismo. Existencialismo. Biotecnoci�ncia. Onde est� a medida do humano para avaliar-se os custos do progresso biotecnocient�fico ?

5. Paradigma Biotecnocient�fico �Busca-se a sa�de perfeita atrav�s da manipula��o preventiva,ou �cura a priori�,considerando a informa��o gen�tica necess�ria para atingir a sa�de perfeita,j� que a verdade est� em nossos genes.� Sfez,L.-A sa�de perfeita:cr�tica de uma nova utopia,S.Paulo,Loyola,1996

6. Reducionismo Gen�tico �Somos o produto de nossos genes.Ningu�m tem o direito de tomar conta de n�s ou de nos impor regras sobre como agir,exceto n�s mesmos.� James Watson-Confer�ncia Mundial de Ci�ncias da Vida,Lyon,2003.

7. Medicina Gen�mica Caracter�sticas da medicina nos s�c.XIX,XX e XXI. Valor preditivo desacompanhado de a��o terap�utica. Doentes por antecipa��o. �Essa ci�ncia que alivia muito os sofrimentos antigos,nos prepara para outros novos,sem jamais nos garantir a cura de uns e de outros.� J.Testart-O ovo transparente,Edusp,S.Paulo,1995.

8. Sociedade do conhecimento e de risco Lago Nakuro(Kenia). Sementes de sorgo transg�nico(Col�mbia) Enfermidade da vaca-louca. Enfermidade degenerativa de Creutzfeldt-Jacob. �O que nos amea�a pode,tamb�m,nos salvar.�H�lderlin ou �O que (supostamente)nos salva pode,tamb�m,(com muita probabilidade)nos amea�ar.�

9. Tecnoci�ncia e Poder �Numa ci�ncia aplicada como a gen�tica agr�cola,o econ�mico domina o cient�fico e, al�m dos ganhos financeiros,determina o que � cientificamente verdadeiro.� Hugo de Vries(1907)

10. Prometeu desacorrentado �A velocidade com que se passa da pesquisa pura para a aplicada �,hoje,t�o alta que a perman�ncia,mesmo que por breve tempo,de erros ou fraudes pode provocar cat�strofes.� G.Berlinguer-Quest�es de vida:�tica,ci�ncia e sa�de.S.Paulo,Hucitec,1993

11. Equil�brio Respons�vel �Tanto a recusa obscurantista,quanto a glorifica��o imprudente da biotecnoci�ncia podem ter conseq��ncias nefastas para a qualidade de vida das gera��es futuras.� G.Hottois:�Une �thique pour l��ge technoscientifique.�(1994)

12. Reprodu��o Humana Assistida Estudos recentes apontam para maior incid�ncia de RN prematuros com baixo peso,anormalidades cardiovasculares,musculoesquel�ticas,urogenitais,metab�licas e cromoss�micas nos beb�s gerados por FIV e ICSI. -Division of Reproductive Health(Atlanta) -Institute for Child Health Research(Univ.Western Australia) NEJM,v.346,n.10,Mar 7,2002

13. Embri�es Hermafroditas �Realizada experi�ncia para cria��o deliberada de embri�es humanos hermafroditas.Os embri�es-quimera foram formados por meio de implanta��o de um embri�o masculino em um embri�o feminino de tr�s dias.Os embri�es resultantes eram parte masculino,parte feminino e poderiam,potencialmente,se desenvolver em um feto.�BBC,03 de Julho de 2003. Norbert Gliecher-Reuni�o Anual da Sociedade Europ�ia para Reprodu��o Humana,Madri,Julho de 2003.

14. Algumas quest�es essenciais: 1.Quando come�a a vida? vis�o aristot�lica:fases nutritiva,sensitiva e racional. o�cito,zigoto,blast�cito,embri�o,feto. 2.H� consenso sobre o conceito de pr�-embri�o? 3.� adequado entender como indistingu�veis os conceitos de vida biol�gica e vida humana? 4.� correto estabelecer diferen�as entre ser humano e pessoa humana? 5.Qual o estatuto moral do embri�o?

15. �tica e Ci�ncia Ci�ncia(dom�nio do ser);�tica(dom�nio do dever ser). Fatos e Valores devem ser colocados em campos distintos? � leg�timo estabelecer controle social sobre pesquisas cient�ficas? � poss�vel construir uma �nova alian�a� entre Fatos e Valores?

16. Modelo Consequencialista Utilitarismo. A natureza humana pode ser modificada radicalmente. H� que prevalecer sempre a autonomia do ser humano em suas a��es. � leg�timo,do ponto de vista moral,buscar uma pluralidade de �naturezas humanas� que melhor se adaptem a novos ambientes e novas situa��es desafiadoras. T.Engelhardt-�Fundamentos da Bio�tica.�S.Paulo,Loyola,1998.

17. Certo ou Errado ? �� errado ou n�o fazer uso destes novos achados,proporcionando melhorias para indiv�duos e para o genoma humano ou ,simplesmente, devemos nos ater a singelas corre��es reparadoras?Se esta � a eugen�tica,ent�o devemos ser a favor dela.� John Harris-Bioetica:rivista interdisciplinare,1993;1:25-39.

18. TESE DO �SLIPPERY SLOPE� Fecunda��o �in vitro� Criopreserva��o Embri�es criados para pesquisas Redu��o embrion�ria Utiliza��o de c�lulas tronco-embrion�rias como proposta terap�utica Eugenia Quimera homem-homem/homem-animal

19. H� que prender-se o g�nio na garrafa? O que fazia Deus antes de criar o mundo? Apocalipse gen�tico Fator Frankenstein Hiroshima biol�gico Canibaliza��o do ser humano

20. Pedra de Roseta �Apenas contemplar as seq��ncias n�o nos permite prever com seguran�a as fun��es precisas da infinidade de regi�es codificadoras de um simples genoma.Por essa raz�o a era da an�lise gen�mica representa um novo come�o,n�o o come�o do fim,da biologia experimental.� Craig Stevens-O s�culo do gene.B.Horizonte,Cris�lida,2002.

21. Roleta-Russa �Realizar,hoje,terapia g�nica em c�lulas germinais,para que os embri�es n�o sejam afetados por anomalias gen�ticas,equivale a uma �roleta-russa�de conseq��ncias imprevis�veis para o novo ser.� J.Gafo-10 palavras-chave em Bio�tica.S.Paulo,Paulinas,2000.

22. �tica da Responsabilidade �O controle gen�tico levanta quest�es �ticas de um tipo totalmente in�dito(...)uma vez que o que est� em causa � a pr�pria natureza e imagem do homem(...)� a prud�ncia que,por si s�,se torna em nosso primeiro dever �tico.� H.Jonas-El Principio de Responsabilidad.Barcelona,Herder,1995.

23. A dif�cil arte de ser moral �O progresso material do mundo estimulou minha sensibilidade moral,ampliou minha responsabilidade,aumentou minhas possibilidades,dramatizou minha impot�ncia.Ao fazer-me mais dif�cil ser moral,faz com que eu,mais respons�vel que meus antepassados e mais consciente,seja mais imoral que eles e,minha moralidade consiste precisamente na consci�ncia de minha imoralidade.� U.Eco �Di�rio M�nimo�

24. �tica da Responsabilidade �Responsabilidade moral consiste em querer e poder responder pelas conseq��ncias das decis�es que se toma.� Max Weber-�tica protestante e o esp�rito do capitalismo(1905) As tr�s perguntas de Kant: 1.O que devo fazer? 2.O que me � l�cito esperar de minha a��o? 3.O que � o Homem?

25. HOMEM CO-CRIADOR �Ordo facti� X �Ordo faciendi� Reducionismo biol�gico e espiritual H� que se ter muita prud�ncia em proibir H� risco zero em ci�ncia? �As pesquisas em gen�tica devem ser permitidas desde que realizadas com profundo sentido de responsabilidade e pondera��o sobre poss�veis conseq��ncias para o presente e futuro da humanidade.� J.Gafo (Problemas �ticos de la manipulaci�n gen�tica,Paulinas,S.P.,1992,p.271)

26. A verdade segundo Drummond A porta da verdade estava aberta Mas s� deixava passar Meia pessoa de cada vez Assim n�o era poss�vel atingir toda a verdade... Arrebentaram a porta .Derrubaram a porta. Chegaram ao lugar luminoso Onde a verdade esplendia seus fogos. Era dividida em metades Diferentes uma da outra. Chegou-se a discutir qual a metade mais bela. E carecia optar.Cada um optou conforme Seu capricho,sua ilus�o,sua miopia. C.D.A.