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Auto-estima, auto-confiança, responsabilidade e tolerância à frustração

Auto-estima, auto-confiança, responsabilidade e tolerância à frustração. Hélio José Guilhardi Instituto de Análise de Comportamento e Instituto de Terapia por Contingências de Reforçamento Campinas - SP. “Cada um de nós compõe A sua própria história E cada ser em si

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Auto-estima, auto-confiança, responsabilidade e tolerância à frustração

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Presentation Transcript


  1. Auto-estima, auto-confiança, responsabilidade e tolerância à frustração Hélio José Guilhardi Instituto de Análise de Comportamento e Instituto de Terapia por Contingências de Reforçamento Campinas - SP

  2. “Cada um de nós compõe A sua própria história E cada ser em si Carrega o dom de ser capaz De ser feliz.” (Almir Sater/ Renato Teixeira em Tocando em frente)

  3. A vida é difícil

  4. Existem pelo menos quatro qualidades que nos ajudam a enfrentar a vida: 1. auto-estima 2. auto-confiança 3. responsabilidade 4. capacidade de lidar com frustrações

  5. Auto-estima A auto-estima é o produto de contingências de reforçamento positivo de origem social. Assim, sempre que uma criança se comporta de uma maneira específica, e os pais a conseqüenciam com alguma forma de atenção, carinho, afago físico, sorriso (cada uma dessas manifestações por parte dos pais

  6. pode ser chamada de reforço social generalizado positivo ou conseqüência positiva), estão usando contingências de reforçamento positivo, estão gratificando o filho.Por outro lado, toda vez que uma criança se comporta e os pais a repreendem, a criticam, se afastam dela, não a tocam, nem conversam com ela (cada uma dessas manifestações por parte dos pais pode ser

  7. chamada de estímulo aversivo ou conseqüência negativa), estão usando contingências coercitivas ou punindo o filho. A primeira condição aumenta a auto-estima, a segunda a diminui.

  8. O uso de contingências reforçadoras apresenta várias vantagens: 1. Fortalece os comportamentos adequados do filho que são consequenciados dessa forma;

  9. 2.Produz maior variabilidade comportamental, pode-se dizer que a criança fica mais criativa; 3. Desenvolve comportamentos de tomar iniciativa; 4.Produz sentimentos bons, tais como satisfação, bem-estar, alegria, auto-estima etc..

  10. O fundamental para o desenvolvimento da auto-estima é o reconhecimento que os pais expressam ao filho pelos seus comportamentos. Assim, é importante salientar o você na frase que explicita o elogio e não apenas o comportamento: “Você me deixou feliz com seu boletim” é muito melhor que “As notas do seu boletim me deixaram feliz”;

  11. Se a gratificação for contingente, exclusivamente, aos comportamentos adequados da criança, ela pode ficar com a sensação de que a atenção, carinho, amor etc. que recebeu, de uma certa forma foram pagos pelo bom comportamento. Acaba surgindo uma relação em que a criança primeiramente gratifica os pais, oferecendo-lhes seu bom comportamento, e só então

  12. eles a gratificam. Tal relação pode não caracterizar uma relação de amor, mas de troca. Sob estas circunstâncias, o sentimento de auto-estima não aparece. Outra estratégia importante para desenvolver sentimentos de auto-estima é os pais se conscientizarem de que precisam

  13. flexibilizar seus critérios do que é “certo” ou “errado”, “adequado” ou “inadequado” e incluir como “adequados” aqueles comportamentos emitidos pelo filho que produzem conseqüências reforçadoras para a criança, mesmo que tal comportamento não seja reforçador para os pais, ou até mesmo lhes traga conseqüências aversivas.

  14. Os pais, normalmente, querem acertar nos seus relacionamentos com os filhos, mesmo quando as coisas saem erradas. Uma estratégia útil para minimizar o problema é os pais combinarem entre si que um pode e deve corrigir o outro, mesmo na presença do filho, quando isso se fizer necessário.

  15. Uma outra estratégia para evitar excessos por parte dos pais ou equívocos de avaliação é ensinar o filho a argumentar em causa própria, dando algumas deixas para os pais reavaliarem seus critérios. O argumento do filho deve ser breve e ter, exclusivamente, a função de sinalizar para os pais que eles podem estar exagerando ou mesmo estarem equivocados.

  16. Tudo o que foi exposto não exclui a importância de dar limites para a criança. Assim, dizer “não”, proibi-la de fazer determinadas coisas, puni-la quando os comportamentos emitidos pela criança apresentam riscos para a segurança dela e de outros etc. são parte necessária do desenvolvimento comportamental e afetivo de uma criança. Ela precisa sofrer frustrações e aprender a lidar com elas.

  17. Auto-confiança Os sentimentos de auto-confiança se desenvolvem a partir de contingências de reforçamento não sociais. Também das sociais, mas com ênfase diferente como se verá. A dimensão fundamental para desenvolver auto-confiança é que a criança tenha a possibilidade de emitir um comportamento e, então, produzir conseqüências no seu ambiente que fortaleçam tais comportamentos.

  18. Se as conseqüências para o comportamento são de natureza não social, então o que os pais podem fazer para desenvolver auto-confiança em seus filhos? Em primeiro lugar, os pais devem criar condições para que os filhos emitam os comportamentos que serão conseqüenciados e não fazer os comportamentos pelos filhos.

  19. Em segundo lugar, não basta os pais criarem condições para o filho emitir comportamentos, se essas condições não forem adequadas. Assim, se a árvore for muito alta e os galhos distantes entre si, a criança não conseguirá alcançar a manga e se sentirá frustrada e fracassada. Seu comportamento entrará em extinção.

  20. Às vezes, a criança não se recusa a atender o pedido (isso ocorre quando as contingências são fortes: ou há excessivo elogio pelo desempenho ou ameaça de crítica, repreensão pelo não cumprimento da tarefa), mas ao cumprir a tarefa sente-se também ansiosa. Os pais deveriam estar atentos

  21. a esta possibilidade antes de proclamarem com orgulho que seus filhos desde muito pequenos já pareciam adultos (por sinal, um mau indicador de desenvolvimento emocional).

  22. Responsabilidade O sentimento de responsabilidade ocorre quando estão sendo usadas contingências coercitivas. Como decorrência dessa afirmação, quando se diz que uma pessoa é irresponsável, pode-se presumir que na sua história de vida as contingências aversivas foram pouco usadas. Pode-se perguntar,

  23. então, se as contingências coercitivas são necessárias para o desenvolvimento saudável de uma pessoa. Sim, são necessárias. Há alguns pontos fundamentais, no entanto, que devem ser preservados. O primeiro deles é que as contingências coercitivas devem ser evitadas.

  24. O segundo critério é que as contingências coercitivas devem ser amenas, isto é, devem ser intensas apenas o suficiente para produzirem as mudanças comportamentais desejadas. Contingências coercitivas intensas produzem fortes sentimentos de ansiedade e de medo, geram comportamentos de contra-controle indesejáveis (quando a ameaça é forte a pessoa mente, se esconde, agride etc.),

  25. pode haver uma diminuição generalizada dos comportamentos até então presentes (supressão comportamental), perda da iniciativa, diminuição da variabilidade comportamental. É fácil concluir que devem ser evitadas.

  26. Se os controles coercitivos parecem inevitáveis na cultura em que vivemos, como mantê-los amenos sem perder eficiência? Há várias estratégias possíveis. Uma delas consiste em usar junto com o controle aversivo também reforços positivos: “Você precisa arrumar seu quarto antes da hora do jantar” (controle coercitivo). “Estou gostando de ver sua organização ; é assim que eu gosto” (conseqüências reforçadoras).

  27. Uma segunda possibilidade é dar alguma ajuda para a realização da tarefa. “Você precisa fazer a tarefa da escola até às 18h” (controle coercitivo). “Vamos ler juntos o enunciado do problema de matemática” ou “Olhe bem, ‘cozinha’ se escreve com z” etc.

  28. Uma terceira possibilidade é iniciar com exigências relativamente simples e ir aumentando o grau de dificuldades gradativamente. Assim, “Você precisa ajudar a cuidar dos cachorros” (controle coercitivo): “Ponha água para a Catarina” (uma única exigência); futuramente: “Ponha água para a Catarina e para o Artur”, depois “Ponha água e comida para os dois” etc.

  29. Há pessoas que são extremamente responsáveis: são incapazes de curtir o lazer, estão sempre preocupadas, detestam férias etc. Por quê? O que se chama de “extremamente responsável” é aquela pessoa que vive quase que exclusivamente sob controle de contingências coercitivas. (O lazer é uma atividade que inclui ampla gama de comportamentos mantidos por conseqüências gratificantes).

  30. Parafraseando Fernando Pessoa (“Navegar é preciso; viver não é preciso.”) pode-se dizer: Comportar-se é preciso

  31. Preciso em dois sentidos: Necessário: as contingências operam sobre o organismo, quer ele tenha ou não conhecimento delas. As contingências operam e o comportamento ocorre. Ocorrendo as contingências, o comportamento, necessariamente, ocorre. O comportamento, por outro lado, é necessário para a completitude da contingência.

  32. As contingências implicam em inter-relação entre organismo (que se comporta) e ambiente. Elas, ainda mais, podem ser alteradas pelo comportamento. O comportamento operante produz as conseqüências que o determinam...

  33. Exato: o comportamento não é aleatório: ele é ordenado e previsível. Conhecidas as contingências pode-se conhecer o comportamento por elas determinado. Emitidos comportamentos que alteram as contingências, novos comportamentos serão produzidos pelas novas contingências de modo, mais uma vez, previsível e ordenado.

  34. Procedimentos que produzem “tolerância à frustração”: 1. Aumentar gradualmente a intermitência do reforçamento positivo; 2.Atrasar progressivamente mais a liberação do reforço positivo;

  35. 3. Substituir os eventos reforçadores “primários” ou “incondicionais” por reforçadores “secundários” e generalizados condicionais; 4. Incluir, contingentes a elos de uma cadeia de respostas, reforçadores generalizados;

  36. 5. Colocar o comportamento da pessoa (ensiná-la a “observar”) sob controle de aspectos sutis do ambiente (antecedente e consequente) e dos próprios comportamentos (operantes e respondentes), bem como de estados corporais;

  37. 6. Colocar o comportamento da pessoa sob controle das relações de contingências de reforçamento; 7. Criar condições para que a pessoa emita comportamentos que produzam conseqüências amenas (positivas e aversivas) apropriadas para modelar comportamentos;

  38. 8. Apresentar eventos com demonstrada função reforçadora positiva (reforços amenos) não contingentes a nenhum comportamento pré-determinado (isto é, sem ficar sob controle das contingências), exceto comportamentos inadequados;

  39. 9. Apresentar eventos com demonstrada função reforçadora negativa (estímulos aversivos amenos) não contingentes a nenhum comportamento pré-determinado (isto é, sem ficar sob controle das contingências);

  40. 10. Colocar o comportamento da pessoa sob controle de regras (comportamento governado por regras); 11. Usar procedimentos de punição (ver meu trabalho intitulado Punição não é castigo) dentro de parâmetros e diretrizes claramente explicitados previamente;

  41. 12. Usar procedimentos de extinção; 13. Expor a pessoa a contingências coercitivas amenas que produzam “estados corporais” amenos (chamados de sentimentos ou emoções de “medo”, “ansiedade” etc.) e criar contingências para que respostas de fuga-esquiva

  42. apropriadas ocorram (através de modelagem, dando modelos, apresentando instruções, fornecendo ajuda física a ser, gradualmente, esvanecida etc.) 14. Expor a pessoa a contingências reforçadoras positivas amenas que produzam “estados corporais” amenos (chamados de sentimentos ou emoções de “alegria”; “satisfação”,

  43. “bem-estar” etc.) e criar contingências para que respostas de aproximação, de cooperação, de gratidão etc. ocorram (através de modelagem, dando modelos, apresentado instruções, fornecendo ajuda física a ser, gradualmente, esvanecida etc.)

  44. 15. Ser “injusto” de maneira moderada e eventual: expor a pessoa a contingências inesperadas, diferentes daquelas às quais ela está familiarizada;

  45. 16. Colocar o comportamento da pessoa sob controle dos comportamentos de terceiros, bem como sob controle das contingências que produzem tais comportamentos nos terceiros. Primeiramente, em relação a pessoas próximas e afetivamente significativas: “Meu pai falou rispidamente comigo (comportamento);

  46. ele age assim quando está exausto”... (referência às contingências). Posteriormente, em relação a pessoas distantes, mas socialmente relevantes: “Os professores estão em greve (comportamento); lutam por melhores condições de ensino)... (referência às contingências);

  47. 17. Colocar o comportamento da pessoa sob controle de contingências coercitivas emitindo comportamentos de fuga-esquiva apropriados, quando as contingências não podem ser alteradas; colocar o comportamento da pessoa sob controle da fonte das contingências coercitivas e modificá-la quando for viável tal contra-controle (que não deixa de ser uma classe de comportamentos de fuga-esquiva);

  48. 18. Produzir a discriminação necessária para se comportar de acordo com a contingência (fuga-esquiva) ou para modificar a contingência (contra-controle); 19. Colocar o comportamento da pessoa sob controle do comportamento dos agentes provedores de reforços positivos (ou da fonte não social de reforço positivo) de modo a levá-los a liberar reforços positivos para si e para outros;

  49. 20. Colocar o comportamento da pessoa sob controle de eventos encobertos e sob controle das contingências que os produzem.

  50. O ser humano – enquanto organismo – é produto da seleção das contingências naturais (as quais Skinner, 1990, classificou no primeiro nível de seleção). Não podem ser ignorados os aspectos funcionais do ambiente no qual o organismo foi selecionado e que estão ainda presentes. Não podem ser ignorados os aspectos do funcionamento do organismo selecionado para viver precisamente em tal ambiente.

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