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A CURVA DA SERRA. Aos amigos da cidade de Luís Gomes-RN. João Bosco Fernandes. Edição: Inês Vieira. Automático. Sempre que paro na curva da Serra e contemplo do alto a paisagem sem fim que se perde em plan í cies e lonjuras, at é onde mais longe a vista alcan ç a,
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A CURVA DA SERRA Aos amigos da cidade de Luís Gomes-RN. João Bosco Fernandes Edição: Inês Vieira Automático.
Sempre que paro na curva da Serra e contemplo do alto a paisagem sem fim que se perde em planícies e lonjuras, até onde mais longe a vista alcança, de repente acodem-me à lembrança aqueles versos que diziam assim: Sempre que paro na curva da Serra e contemplo do alto a paisagem sem fim que se perde em planícies e lonjuras, até onde mais longe a vista alcança, de repente acodem-me à lembrança aqueles versos que diziam assim:
“O’ louro imigrante, que trazes a enxada ao ombro e na roupa em remendos azuis e amarelos o mapa de todas as pátrias! Sobe comigo a este píncaro e olha a manhã brasileira que vem despontando, na serra, qual braçada de flores jogada da Terra. (OCassiano Ricardo)
Embalado na doce melodia, aperto ao peito a quadra centenária e abraço com emoção ruas antigas, retalhos desbotados do passado...
O casario de janelas largas, grandes sombras de "ficus", preguiçosas, dormindo suas sestas nas calçadas... Ah, flores murchas dos jardins da infância, fugaz lembrança de tempos dourados que já se foram para o nunca mais.
Atormentado,envolto em tais enleios, procuro reviver a tua história, porém precisaria ser cantor. Se soubesse cantar, eu cantaria o hino inesquecível e glorioso de tua padroeira, a Mãe Sant'Ana.
Então espalharia pelos ventos Os feitos e memórias gloriosas que encheram de grandeza o teu passado. Cantaria a epopéia de tuas lutas, a saga e heroísmo de teus filhos, glória de teus varões assinalados.
Depois, eu tentaria cantar com os passarinhos que te despertam em lindas alvoradas, bebendo o orvalho da manhã da serra. Como não sei cantar tantos solfejos, para espalhar teus hinos na montanha, precisaria, então, ser um pintor.
Ah, se eu soubesse pintar, eu pintaria o clarão ofuscante das auroras, dessas tuas manhãs sempre douradas, escancaradas de luz!
Eu pintaria o verde exuberante dessas tuas montanhas onduladas na explosão estuante da semente explodindo da terra em profusão.
Pintaria a beleza das donzelas, das flores belas dos jardins da serra botões de rosas enfeitando as praças e enfeitiçando os nossos corações.
E, ao descer a serra com emoção, com os olhos marejados de saudade eu fitaria, ao longe, um vulto amado NA CURVA ONDE DEIXEI MEU CORAÇÃO! João Bosco Fernandes Julho/2006
inesdedes@hotmail.com Imagens: Arquivo Pessoal e Site de Luís Gomes:- http://www.luisgomesrn.com/portal/ Música: Felicidade Leandro Júnior http://www.powermensagens.com/