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A Lacuna das Informa es Ambientais

Papel das estatsticas e indicadores. Estatsticas e indicadores orientam setores econmicos e sociais (governos, empresas, sindicatos, famlias, etc) nas suas aes. So indispensveis para os pesquisadores e ajudam todos os cidados a formar suas diferentes vises de mundo, acompanhar o que ocorre

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A Lacuna das Informa es Ambientais

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Presentation Transcript


    1. A Lacuna das Informaes Ambientais Sntese do artigo de Srgio Besserman (2003) Feita por Srgio Lus Boeira (2009)

    2. Papel das estatsticas e indicadores Estatsticas e indicadores orientam setores econmicos e sociais (governos, empresas, sindicatos, famlias, etc) nas suas aes. So indispensveis para os pesquisadores e ajudam todos os cidados a formar suas diferentes vises de mundo, acompanhar o que ocorre em suas sociedades e cobrar de governantes e elites aes responsveis. A produo de estatsticas e indicadores est sujeita a condicionamentos ideolgicos, preconceitos sociais e culturais. Nesse artigo trata-se de um enorme atraso, no Brasil e no mundo, na produo de estatsticas ambientais e indicadores de sustentabilidade.

    3. No incio, a produo de estatstica era voltada principalmente para o recenseamento de informaes sobre a populao, ao dimensionamento do poderio militar e capacidade de recrutamento. Depois, os registros administrativos de comrcio e tributos levam consolidao de estatsticas econmicas. Por outro lado, o movimento democrtico gerou, ao longo do sculo 20, uma demanda por estatsticas e indicadores sociais. O chamado Estado de bem-estar social na Europa e EUA gera estatsticas sobre a realidade social, estimulando a cidadania e a chamada opinio pblica. O Brasil tem no IBGE um sistema de estatsticas econmicas, sociais e demogrficas bastante abrangente e com alta qualidade, apesar das lacunas.

    4. Lacuna das informaes ambientais, locais, regionais e globais Com relao s estatsticas ambientais e indicadores de desenvolvimento sustentvel, h muitas lacunas. H muita precariedade, deficincia. Um dos motivos disso o fato de que a conscincia ecolgica ainda fenmeno recente. Outro motivo o de que as informaes ambientais so complexas, interdependentes, e os sistemas de coleta de informaes oficiais, bem como instituies cientficas e ONGs no esto ainda devidamente preparados para tal complexidade.

    5. Alm da histrica fragmentao da coleta das informaes ambientais no dar conta das interdependncias entre setores e regies, tambm falta continuidade para gerar sries histricas. A coleta de tais informaes estava inicialmente vinculada a um possvel esgotamento de recursos naturais para o crescimento econmico. Esta realidade est mudando sob a presso das ameaas como o efeito estufa, perda da biodiversidade, chuva cida, vrios tipos de poluio, escassez de gua doce, destruio da camada de oznio, desertificao, etc.

    6. O IBGE, na sua pesquisa de informaes bsicas municipais de 2002, acrescentou, pela primeira vez, um suplemento de informaes ambientais, inaugurando uma nova linha de investigao. Mesmo assim, a produo de dados sobre a sade de ecossistemas locais ainda muito precria. Em geral, quanto mais pobres so os pases, mais precrios so seus sistemas estatsticos nacionais. Os dois processos mais graves o aquecimento global e a crise de biodiversidade so exemplos do muito que est por ser feito. O IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanas Climticas da ONU) est no centro de disputas do poder mundial, envolvendo interesses sociais, tecnolgicos e econmicos.

    7. Estatsticas ambientais e conscincia ecolgica A humanidade pode ter a capacidade de destruir parte do meio natural em que vive, mas completamente impotente para, na escala de tempo das eras geolgicas, provocar algum dano natureza. A humanidade pode destruir-se mas no pode destruir o planeta. Por essa razo, a preocupao com o meio ambiente no deve ser paternalista, mas produto do reconhecimento de nossa impotncia e dependncia da natureza. O fundamento da conscincia ecolgica o humanismo, o amor natureza na medida em que ela faz parte da nossa espcie e na medida em que nossa espcie faz parte dela.

    8. Algumas dificuldades, o caso brasileiro e as estatsticas globais A incorporao das estatsticas ambientais aos sistemas estatsticos envolve muitas dificuldades. Nem os registros administrativos, nem empresas, nem cidados esto preparados para responder sobre impactos causados ao meio ambiente. Ao discutirmos a interao da sociedade humana com a natureza do planeta necessitamos de um nvel avanado de integrao entre cincias naturais e sociais.

    9. Segundo Besserman, a incorporao das estatsticas ambientais aos sistemas estatsticos exigir uma viso holstica, cujos primeiros passos talvez decorram de uma aproximao fecunda entre as cincias naturais, a geografia e as cincias estatsticas. Os manuais de estatsticas ambientais da ONU constituem um roteiro amplo, incluindo conceitos e orientaes para levantamento de dados. Entretanto, no so claramente articulados por alguma concepo poltica ou terica. Quanto produo de informaes que retratem as agresses ao ecossistema do planeta, a grande questo poltica. Os pases ricos deveriam financiar uma rede de monitoramento da biodiversidade, do aquecimento global, etc.

    10. Contas ambientais e indicadores de desenvolvimento sustentvel Outra vertente para a produo de informao sobre a relao entre economia e natureza a metodologia das contas ambientais. Trata-se de tentativa de valorar monetariamente as questes ambientais e integr-las com o sistema de contas nacionais, procurando retratar a relao entre desenvolvimento econmico, uso dos recursos naturais e degradao do meio ambiente.

    11. De acordo com Besserman, sem considerar-se o papel da natureza na produo de bens e servios, o PIB (Produto Interno Bruto) no retrata a verdadeira riqueza de um pas. Fala-se em PIB verde. Entretanto, muito difcil atribuir valor monetrio a bens e servios que no esto no mercado.

    12. Tambm no nada simples calcular externalidades (impactos ambientais como efeitos colaterais) nas contas das empresas e nas contas nacionais. O valor de um bem ou recurso ambiental depende da conscincia social, da conscincia ecolgica e poltica, da capacidade de organizao da sociedade para fazer valer sua vontade.

    13. Outro tipo de informao a propiciada por indicadores. Por exemplo, o PIB de um pas est longe de retratar a qualidade de vida de sua populao. Para suprir essa lacuna, o PNUD publicou, em 1990, as primeiras estatsticas do ndice de Desenvolvimento Humano (IDH), que combina taxa de alfabetizao, frequncia escola, mortalidade infantil, esperana de vida e renda per capita.

    14. Todo indicador, entretanto, tem grandes limitaes. O IDH desconsidera muitas variveis importantes e combina medidas que podem mudar rapidamente (freq. escola, renda per capita) com medidas que exigem muito tempo para mudar (analfabetismo, esperana de vida). Besserman poderia acrescentar que o IDH no considera o meio ambiente, os ecossistemas.

    15. Sobre os indicadores de desenvolvimento sustentvel, o autor considera que as dificuldades so muitas. O que desenvolvimento? Apenas crescimento econmico, ou, como a etimologia da palavra sugere, des(fazer) o mesmo para desarrollar, dvelloper, development o que est envolvido? O outro termo da expresso tambm problemtico. Sustentvel refere-se a quantas geraes futuras? Como definir necessidades? O consumo de energia dos EUA uma necessidade?

    16. Para economistas neoclssicos o meio ambiente uma restrio apenas relativa ao sistema econmico, j que pressupem que o progresso cientfico e tecnolgico poder superar indefinidamente os obstculos que surjam. Os economistas ecolgicos que, segundo o autor acredita, esto mais prximos da realidade, consideram o progresso cientfico e tecnolgico fundamental para aumentar a eficincia no uso dos recursos naturais, mas admitem que os recursos e os servios prestados pela natureza impem os limites dentro dos quais o sistema econmico deve operar.

    17. Para o autor, o que possvel e til, por enquanto, a definio de um certo nmero de indicadores econmicos, sociais e ambientais que, vistos em conjunto e analisados como um sistema, ofeream um panorama das condies de sustentabilidade das economias ou dos espaos observados. Esse foi o caminho seguido pela Comisso de Desenvolvimento Sustentvel da ONU, que publicou em 1996 o documento o documento Indicadores de Des. Sustentvel, conhecido como Livro Azul, contendo 134 indicadores econmicos, sociais e ambientais. Em 1999, reduziu para 57 indicadores.

    18. Em 2002, o IBGE publicou seu primeiro relatrio dos indicadores de desenvolvimento sustentvel. O documento foi apresentado na Cpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentvel em Joanesburgo, a Rio+10. Reconheceu-se que na dimenso ambiental ainda h muito por ser feito.

    19. Em todo o mundo prosseguem os trabalhos cientficos e os debates polticos visando a elaborao de novos e melhores indicadores de desenvolvimento sustentvel. Estatsticas e indicadores no substituem a necessidade de reflexo e de posicionamento poltico e ideolgico frente realidade, mas permitem o aprofundamento da nossa compreenso e geram um espao em que o dilogo entre diferentes vises de mundo pode ser realizado de forma mais produtiva. BESSERMAN, S. A lacuna das informaes ambientais. In.: TRIGUEIRO, A. Meio ambiente no sculo 21. Rio de Janeiro: Sextante, 2003.

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