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NACIONALISMO EUROPEU NO SÉCULO XIX

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NACIONALISMO EUROPEU NO SÉCULO XIX

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Presentation Transcript


  1. NACIONALISMO EUROPEU NO SÉCULO XIX PARTE 1: REVOLUÇÕES LIBERAIS (1820, 1830 E 1848) E O CASO FRANCÊS

  2. VAMOS RECORDAR? • A Revolução Francesa, principalmente o governo de Napoleão (1799-1815), abalou as estruturas políticas da Europa “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”. • O Sacro Império Romano chegou ao seu fim e várias NAÇÕES passaram a sonhar com seu próprio ESTADO-NAÇÃO. • O Congresso de Viena (1814-15) e, em seguida, a Santa Aliança, tentaram promover o retorno do Absolutismo Monárquico e reverter as mudanças promovidas pela Revolução Francesa. • Teremos resistências Não se pode fazer o relógio da História girar ao contrário.

  3. Mapa da Europa do Congresso de Viena. • Observem as fronteiras e comparem com as da Europa de nossos dias. • Por exemplo, a Alemanha e a Itália não existiam como nações independentes e a Grécia estava sob domínio turco.

  4. CONCEITOS • Não existe um conceito único, mas podemos afirmar que uma nação seria “(...) uma comunidade humana, (...) com unidade étnica, histórica, linguística, religiosa e/ou econômica.” [*] Alguns Estados negavam os direitos aos grupos minoritários dentro do seu território. • Uma nação normalmente está identificada com um território. “O Estado seria, nesse sentido, o setor administrativo desta nação.” [*] A ideia de nação antecede, portanto, à noção de Estado e mesmo de território, pois existem povos nômades. • O reconhecimento internacional é fundamental para legitimar um Estado-Nação e o tema foi discutido durante o Congresso de Viena. [*] SILVA, Kalina Vanderlei, SILVA, Henrique Maciel. Nação. In: ___. Dicionário de Conceios Históricos. 3ª ed. São Paulo: Contexto, 2018, p. 308-311.

  5. Um exemplo contemporâneo: os curdos formam uma nação, segundo a definição dada, mas não tem um Estado-Nação, pois o território que pleiteiam está dividido entre outros Estados, como a Turquia, a Síria, o Iraque e o Irã.

  6. REVOLUÇÕES LIBERAIS DE 1820 • O Século XIX foi palco de três ondas revolucionárias: 1820, 1830 e 1848. • As revoluções de 1820 (Espanha, Grécia e a cidade de Nápoles, Portugal etc.), se opunham ao retorno do absolutismo, mas havia outras bandeiras envolvidas. • No caso da Espanha, os revolucionário exigiam a restauração da Constituição de Cádiz (1812) e o que o rei Fernando VII abrisse mão de qualquer pretensão absolutista tinha viés anticlerical e pretendia vender os bens da Igreja Católica, que apoiava o rei  o movimento influenciou as independências das colônias americanas  o rei francês Luís XVIII enviou tropas para a Espanha e os liberais foram derrotadosiniciando uma perseguição que durou quase uma década.

  7. Em 1820, revolução explodiu na Sicília e em Nápoles forçando o rei, Fernando I, do Reino das Duas Secílias, a aceitar uma constituição. Este sucesso, inspirou o levante dos Carbonários [*] no Reino da Sardenha (Piemonte), no Norte da Península, com resultados semelhantes. Em 1821, os austríacos intervieram militarmente à pedido do rei da Sardenha, derrotando os liberais, seus líderes, ou foram presos, ou partiram para o exílio. [*] A Carbonária foi uma sociedade secreta e revolucionária que atuou na Itália, França, Portugal, Espanha, Brasil e Uruguai nos séculos XIX e XX. Fundada na Itália por volta de 1810, defendia valores patrióticos e liberais e eram anticlericais. Não aceitavam mulheres, assemelhando-se à maçonaria, até a admissão da brasileira Anita Garibaldi. (Ilustração de Tancredi Scarpelli para o livro «Storia d'Italia» de Paolo Giudici.)

  8. REVOLUÇÕES LIBERAIS DE 1820 • Em Portugal, a Revolução Liberal do Porto, movimento militar iniciado em agosto de 1820 na cidade do Porto, e que se espalhou rapidamente para outras regiões do país até chegar à capital, Lisboa, exigia uma constituição liberal e, ao mesmo tempo, desejava fazer o Brasil retornar à condição de colônia, exigindo o retorno imediato da família real portuguesa. • Em 1823, D. Miguel e D. Carlota Joaquina, que não havia jurada a constituição em 1822, promoveram uma reação absolutista (Vila-Francada)  Em abril de 1824 (Abrilada), D. Miguel, mais uma vez, tentou neutralizar os liberais, mandou prender vários deles e D. João VI teve que se abrigar em um navio inglês  Mais tarde, D. João anistiou quase todos os rebeldes, inclusive os filhos.

  9. Com o assassinato de D. João VI, em 1826, Portugal caminhou para uma guerra civil (1828-34) entre liberais constitucionalistas, que apoiavam a rainha D. Maria II, e os absolutistas que desejavam D. Miguel no trono e contavam com o apoio de Espanha, França e setores reacionários da Igreja Católica. D. Pedro I, que abdicou do trono do Brasil, liderou as forças para garantir o reino de Portugal para sua filha mais velha. “Kssssse! Pédro - Ksssse! Ksssse! Miguel!”. Caricatura francesa de Honoré Daumier sobre a guerra civil portuguesa.

  10. REVOLUÇÕES LIBERAIS DE 1820 • A revolução liberal na Grécia, então sob domínio do Império Turco Otomano, foi apoiada por Inglaterra, Rússia e Áustria. • A intervenção a favor dos gregos teve como justificativa o massacre na ilha de Chios, em 1822, que durou vários meses, matando cerca de 20 mil cidadãos e resultando na deportação e escravização dos 70 mil sobreviventes  Ao lado, o quadro de Delacroix (1824).

  11. REVOLUÇÕES LIBERAIS DE 1820 • Além dos interesses humanitários, havia a questão geopolítica  as potências europeias viam como positivo o enfraquecimento do Império Otomano. • A guerra se prolongou até 1829, mas os gregos comemoram sua independência em 25 de março de 1821  o primeiro país a reconhecer a nova nação foi o Haiti  Creta, Macedônia e outros territórios permaneceram com os otomanos. • Em 1823, houve proposta para que D. João VI cedesse um de seus filhos para ser rei da Grécia, o que foi recusado. • O país permaneceu como uma instável república até 1832 (Conferência de Londres), quando se instituiu uma monarquia governada por um príncipe germânico, Oto da Bavária.

  12. RESTAURAÇÃO MONÁRQUICA NA FRANÇA • Com a primeira derrota de Napoleão, os Bourbon voltaram ao poder na França  Luís XVIII (1814-24) prometeu a manutenção dos direitos existentes, e jurou a constituição em 1814. • A rigor, no entanto, a maioria dos 33 milhões de franceses se viu excluída da participação política  com o retorno do voto censitário, somente 94 mil cidadãos tinham direito ao voto e 14 mil estava aptos a serem eleitos. • Depois dos Cem Dias, o rei recuou e dissolveu o parlamento em 1816.

  13. RESTAURAÇÃO MONÁRQUICA NA FRANÇA • As facções políticas mais ativas na França eram os ultra-realistas, reacionários, liderados pelo irmão do rei, o Conde de Artois, futuro Carlos X; os constitucionalistas, principalmente membros da alta burguesia e que desejavam uma monarquia aos moldes ingleses; e os liberais, de influência jacobina, que defendiam as ideias revolucionárias de 1789. • Após 1816, os liberais passaram a ser perseguidos e, com a morte de Napoleão em 1821, um novo grupo político passou a existir  os bonapartistas cultuavam a imagem do imperador e queriam no trono um Bonaparte. • Ao invadir a Espanha, a França passou a integrar a Santa Aliança e as tropas estrangeiras foram retiradas de seu território.

  14. RESTAURAÇÃO MONÁRQUICA NA FRANÇA • Luís XVIII morreu sem herdeiros e foi sucedido por ser irmão que assumiu o nome de Carlos X  Ultrarreacionário, o rei cercou-se de admiradores do antigo Regime e aumentou os impostos. • Promoveu a conquista de Argel, capital da Argélia, em 1830, mas isso não fez com que seu prestígio aumentasse  seu partido perdeu as eleições para a Câmara. • Em 25 de julho de 1830, dissolveu o Parlamento, aumentou as exigências eleitorais e impôs pesada censura à imprensa.

  15. A reação às medidas impopulares foi a chamada Revolução de Julho. Ocorrida entre os dias 27 e 29. O povo tomou o Palácio das Tulherias. O rei renunciou em nome de seu filho, mas já era tarde. Ao lado, o quadro A Liberdade Guiando o Povo de Delacroix (1830).

  16. O REI BURGUÊS E A MONARQUIA DE JULHO • Com a derrubada dos Bourbons, a alta burguesia (banqueiros e industriais) tomou as rédeas de revolução e colocou no trono Luís Filipe, Duque de Orleans  este grupo irá comandar as políticas de Estado até 1848. • Apelidado de “o rei burguês” perseguiu os legitimistas (partidários dos Bourbon); adotou uma economia liberal; aumentou o número de eleitores; aproximou-se da Inglaterra ;investiu na expansão colonialetc. • Reprimiu a oposição dos republicanos, dos bonapartistas e dos socialistas.

  17. Foto de uma barricada [*] do filme LesMisérables (Os Miseráveis/2012), musical baseado no livro homônimo de Victor Hugo. [*]Uma barricada é espécie de trincheira feita improvisada atrás da qual se protegem os defensores de uma rua, porta ou qualquer passagem. Eram comuns nas manifestações parisienses desde pelo menos o século XVI. A revolução mostrada no livro foi um levante republicano ocorrido em junho de 1832. Os republicanos tentariam novamente. A monarquia nunca foi uma aceita por todos os setores da população.

  18. AS REVOLUÇÕES DE 1830 • A revolução na França repercutiu em toda a Europa e a Bélgica conseguiu sua independência da Holanda em 1831, tornando-se uma monarquia constitucional sob os auspícios da Inglaterra e da França. • Na Itália, várias regiões tiveram levantes em 1831  tropas austríaca atuaram na repressão  começou a se destacar nesse momento, um líder de nome Giuseppe Mazzini  ex-carbonário, ele fundou no exílio o grupo secreto chamado Jovem Itália  em 1834, ampliou o movimento criando a Federação Democrática da Jovem Europa, que atuou na unificação italiana. • Movimentos também foram reprimidos na Polônia, então sob domínio russo, com prisões e deportações e na Confederação Germânica, onde as reformas foram interrompidas e a imprensa duramente censurada.

  19. No verão de 1830, o rei Guilherme I da Holanda planejou comemorar seu aniversário em Bruxelas com uma grande festa. Como o clima político estivesse desfavorável, somente foi mantida a apresentação da ópera francesa “La muette de Portici” (A Muda de Portici) sobre uma revolta ocorrida em Nápoles. • A ópera tinha um tom nacionalista e durante o dueto “AmourSacré de laPatrie” (O Amor Sagrado da Pátria), a multidão vibrava tão efusivamente que os cantores tiveram que parar e recomeçar. Quando foi entoada a ária “AuxArms” (Às Armas), a revolução começou. • A independência foi declarada em 4 de outubro  Em 20 de dezembro, a Conferência de Londres foi declarado dissolvido o Reino Unido dos Países Baixos  Os ingleses ofereceram um rei para a Bélgica e a França lhes deu sua rainha. Leopoldo I (1790-1865), o príncipe alemão pobre, que quase foi rei dá Inglaterra, que recusou o trono da Grécia, se tornou o primeiro rei da Bélgica.

  20. AS REVOLUÇÕES DE 1848: FRANÇA • Assim como na década de 1830, a onda revolucionária começou na França, estendendo-se por várias regiões da Europa e ficou conhecida como “Primavera dos Povos”. • Uma característica importante das revoluções de 1848 é que, em algumas regiões, o proletariado se tornou visível com demandas próprias, separando-se da burguesia. • Entre os anos de 1845 e 1847, as colheitas foram ruins e uma praga arrasou as plantações de batata, principalmente na França e na Irlanda  muitos camponeses ficaram arruinados  os preços dos produtos agrícolas dispararame com a renda reduzida, o consumo de bens industrializados despencou  cresceu o desemprego, o valor do salário diminuiu e as falênciasaumentaram  a crise econômica tornou-se generalizada.

  21. The Famine Memorial (1997), escultura de Rowan Gillespie, na cidade de Dublin, capital da República da Irlanda. Estima-se que a Grande Fome (1845-1849) dizimou pelo menos 1 milhão de irlandeses e obrigou outro milhão a abandonar o país, migrando para a América. A perda populacional foi de, no mínimo, 20%. Na Irlanda não houve revolução, mas a perda das colheitas de batata, infectadas pelo fungo Phytophthorainfestans(potatoblight) foram enormes entre os anos de 1845 e 1852. A fome e as doenças (cólera, escorbuto, tifo, disenteria) dizimaram a população.

  22. AS REVOLUÇÕES DE 1848 : FRANÇA • A burguesia que não estava diretamente ligada ao poder políticoexigia reformas econômicas e eleitorais e estimulava operários, estudantes e outros setores à revolta  uma petição com 5 milhões de assinaturas exigia o sufrágio universal masculino. • François Guizot, o primeiro ministro, proibiu manifestações públicas em 1847, parte da burguesia recuou, mas os demais setores foram às ruas em 22 de fevereiro de 1848 pedindo uma república  Paris se encheu de barricadas  em 24 de fevereiro, houve um confronto entre a Guarda Nacional e os manifestantes, foram pelo menos 500 mortos  a partir de então, boa parte da Guarda Nacional se colocou ao lado dos que protestavam  chegava ao fim a Monarquia de Julho.

  23. Na Inglaterra, a onda revolucionária não chegou, porém, o ano de 1848 foi marcado pela última petição dos Cartistas ao Parlamento, em abril. Forças militares foram deixadas de prontidão para reprimir possíveis tumultos durante as manifestações de rua (demonstrations). Acima uma foto da manifestação de 10 de abril de 1848, em Kennington Common.

  24. AS REVOLUÇÕES DE 1848 : FRANÇA • Foi estabelecida na França a Segunda República  o governo provisório incorporou várias demandas dos operários  sufrágio universal masculino, redução da jornada de trabalho de 12 para 10 horas, criação das oficinas nacionais (ateliers nationaux) com capital estatal e gerida pelos operários etc. • No entanto, o governo era inexperiente, formado exclusivamente por parisienses, desconhecia as questões regionais e as demandas dos camponeses. • A alta burguesia se mobilizou novamente  estimulou o medo em relação aos operários e às ideia socialistas, tornando-os culpados aos olhos dos camponeses pelo agravamento da crise econômica  nas eleições para a constituinte em abril, o Partido da Ordem venceu.

  25. A barricada na rue Saint-Maur-Popincourt após o ataque das tropas do general Lamoricière, segunda-feira, 26 de junho de 1848. Barricadas na rue Saint-Maur. Antes do ataque, 25 de junho de 1848.

  26. AS REVOLUÇÕES DE 1848 : FRANÇA • O Partido da Ordem elegeu 700 deputados, com forte base nacional e defendendo a propriedade privada. • Houve protestos socialistas em maio e entre 22 e 26 de junho ocorreu um levante de operários em reação à decisão do governo de fechar as oficinas nacionais. • Paris se encheu de barricadas e a repressão da Guarda Nacional, liderada pelo general Cavaignac, foi brutal  cerca de 5 mil pessoas foram mortas, 12 mil condenadas, e cerca de 4 mil foram deportadas para a Argélia. • A nova constituição conservadora foi promulgada em 12 de novembro  nas eleições presidenciais de dezembro, o general Cavaignac era o favorito, mas o Partido da Ordem não confiava nele  foi então que entrou em cena Luís Napoleão Bonaparte, sobrinho de Napoleão.

  27. Luís Napoleão Bonaparte, sobrinho de Bonaparte era um conhecido aventureiro político  quando soube da revolução de 1848, voltou do exílio, mas não se candidatou a nenhum cargo público. • Com seu histórico de agitador, o governo cogitou prendê-lo, mas ele pode disputar livremente as eleições em dezembro  Usando do nome do tio e valendo-se da rejeição a Cavaignac, ganhou até o apoio dos operáriosrecebeu mais de 70% dos votos. • Com mandato de quatro anos sem a possibilidade reeleição, Napoleão deu o golpe em 2 de dezembro de 1851, tornando-se imperador.

  28. O golpe de Napoleão tentava reeditar o 18 de Brumário do tio, algo impossível. Sobre esse evento, Karl Marx escreveu no parágrafo de abertura do texto “O 18 de Brumário de Luís Bonaparte”: "Hegel observa em uma de suas obras que todos os fatos e personagens de grande importância na história do mundo ocorrem, por assim dizer, duas vezes. E esqueceu-se de acrescentar: a primeira como tragédia, a segunda como farsa.". A História não se repete e voltaremos a falar de Napoleão III quando estudarmos a Unificação da Itália e da Alemanha.

  29. AS REVOLUÇÕES DE 1848 : ESTADOS ALEMÃES • Uma série de protestos coordenados e rebeliões ocorreram nos 39 estados da Confederação Germânica  havia pedidos de constituição e reformas liberais pelas camadas médias, demandas por direitos trabalhistas por parte dos operários e do fim da servidão onde ela ainda existia  uma marca comum foi o nacionalismo. • O pangermanismo, a ideia de que todos os povos germânicos deveriam se unir, esteve presente durante todo o movimento Houve a eleição de um Parlamento comum em Frankfurt por sufrágio universal masculino e odesejo de criar um império alemão tornou-se público com a escolha do rei da Prússia para liderá-lo  por pressão da Áustria, o rei recusou  seguiu-se forte repressão, muitas lideranças partiram para o exílio.

  30. Revolução de Março de 1848 (autor desconhecido) e a origem da bandeira da Alemanha e o afresco Germania, atribuído à PhilippVeit, no prédio onde se reuniu o Parlamento de Frankfurt em 1848-49.

  31. AS REVOLUÇÕES DE 1848 : IMPÉRIO AUSTRÍACO • O Império Austríaco era uma colcha de retalhos de nacionalidades germânicas e não-germânicas (poloneses, tchecos, romenos, croatas, italianos, húngaros etc.), cada uma suas especificidades. • Além das tensões nacionalistas, havia as demandas da burguesia liberal pela abolição do que restara do absolutismo, da servidão e a modernização da economia  contra todas as expectativas, os liberais conseguiram tomar Viena em março de 1848. • O Imperador Fernando I teve que aceitar uma constituição, a abolição da servidão, um parlamento eleito por sufrágio universal masculino, o fim da censura e a formação da guarda nacional  Seu odiado ministro, o príncipe Metternich, que governara por 30 anos, partiu para o exílio.

  32. Mapa da “Primavera dos Povos”. As setas em vermelho mostram a influência vida da França, já as azuis são os desdobramentos da Revolução em Viena.

  33. AS REVOLUÇÕES DE 1848 : IMPÉRIO AUSTRÍACO • Por fim, o imperador Fernando I foi obrigado a renunciar em favor de seu sobrinho adolescente, Francisco José. • A Revolução Liberal em Viena animou outras regiões dentro dos domínios austríacos a se sublevarem  checos, italianos e húngaros aproveitaram para lutar por sua independência. • O pan-eslavismo era o que inspirava os checos a questionarem o governo de Viena  o problema é que as populações germânicas da Áustria não viam esse movimento com bons olhos e nem todos os eslavos estavam dispostos a se unir  por exemplo, os húngaros proclamaram uma república independente em 1848, mas não queriam reconhecer a soberania de romenos, sérvios e outras minorias eslavas em seu território.

  34. O Imperador Fernando I tinha hidrocefalia, epilepsia e grave deficiência intelectual, ele nunca governou; sua renúncia não deu ao governo liberal de Viena um imperador adolescente maleável, mas um monarca cuidadosamente educado por Metternich para exercer o poder pessoal de forma absolutista.

  35. AS REVOLUÇÕES DE 1848 : IMPÉRIO AUSTRÍACO • O governo liberal de Viena não tinha força, ou experiência para gerir a crise  abriu-se o espaço para uma reação da nobreza liderada pelo jovem imperador  o governo liberal caiu  na maioria das regiões em revolta, a resposta foi uma dura intervenção militar. • Os russos vieram em apoio aos austríacos na Hungria, em 1849  Houve a restauração da ordem aristocrática, mas os sonhos de autonomia persistiram na região. • Na Itália, os austríacos contaram com o apoio dos espanhóis e das tropas francesas de Napoleão III para suprimir o que já era o início do movimento de unificação italiana. • Um dos poucos avanços da Revolução de 1848 na Áustria foi o fim da servidão, que era um resquício feudal.

  36. Mapa da Itália em 1848. Percebam o desafio de unir todos esses territórios. E havia outros questionamentos: monarquia ou república? Se monarquia, quem seria o rei? Talvez o papa? Quem sabe? Se república, seria ela liberal ou de influência socialista, ou anarquista? Como se livrar da Áustria? E da França?

  37. AS REVOLUÇÕES DE 1848 : ITÁLIA • Na Itália, os movimentos revolucionários estão diretamente ligados ao processo de unificação do país, tema de outro conjunto de slides  Então, faremos um resumo bem rápido. • Os levantes contra as potências estrangeiras e governos locais foram inspirados pelo Risorgimento, um movimento ideológico e literário que ajudou a despertar o nacionalismo do povo italiano  Além disso, sociedades como a dos Carbonários e a Jovem Itália,de Giuseppe Mazzini, já agiam em prol da independência fazia muito tempo. • O papa Pio IX e o rei da Sardenha, região economicamente mais avançada da Itália, promoveram uma série de reformas em seus estados já em 1846, tentando evitar levantes. • A rebelião começou na Sicília e o rei jurou uma constituição inspirada na espanhola de 1812, e em março uma república foi proclamada em Veneza, e uma revolta eclodiu em Milão.

  38. Giuseppe Garibaldi (1807-1882) foi um dos grandes líderes da unificação italiana e era, acima de tudo, um revolucionário sem fronteiras. Lutou na Farroupilha, no Sul no Brasil, onde conheceu sua primeira esposa, Anita, e no Uruguai. Voltou para a sua Itália natal em 1848 e com a derrota do movimento, fez desesperada retirada pelos Alpes perseguido por tropas austríacas e francesas. Anita morreu no caminho. Viajou pelo mundo e voltou para lutar pela Unificação Italiana. Gravura popular mostrando Garibaldi nos uniformes de comandante dos caçadores alpinos de 1859, da Expedição dos Mil (Spedizione dei Mille) de 1860 e dos voluntários em 1848.

  39. AS REVOLUÇÕES DE 1848 : ITÁLIA • Carlos Alberto, rei da Sardenha, apoiou Milão e, vendo-se como libertador da Itália, chegou ao ponto de declarar guerra contra a Áustria  No sul, a Sicília proclamou sua independência do Reino das Duas Sicílias. • Mazzini proclamou a república Toscana (1848) e a Romana (1849)  o Papa pediu ajuda ao franceses  os revolucionários discordavam entre si e a burguesia (agrária e industrial) temia uma radicalização do movimento. • A partir de março de 1849, os revolucionários tiveram que recuar  Veneza foi retomada, o rei Carlos Alberto foi obrigado a renunciar em favor de seu filho (Vítor Emanuel II), os Bourbon (espanhóis) sufocaram a rebelião na Sicília e suspenderam a constituição, Garibaldi perdeu Roma e teve que fugir da Itália, Nice e Sabóia foram devolvidas para a França e o papa voltou para Roma (1850).

  40. Lembrada como a "Heroína dos Dois Mundos", Ana Maria de Jesus Ribeiro, ou Anita Garibaldi, era brasileira de Laguna, Santa Catarina. • Conheceu Garibaldi em 1835, durante a Guerras dos Farrapos. A jovem, que tinha cerca de 18 anos, deixou o marido para trás e seguiu com o italiano. Participou de várias batalhas no Sul do Brasil, no Uruguai e na Itália (1848-49). • Anita tomou parte ativa nos combates pela República de Roma, mesmo grávida do quinto filho. Derrotados, fugiram de austríacos e franceses. Doente com malária, morreu no caminho, junto com o filho. • Há vários monumentos em sua homenagem no Brasil e na Itália. O mais importante, está em Roma, o vídeo de sua inauguração, em 1932, está no Youtube. Retrato de Anita Garibaldi, data desconhecida.

  41. RECAPITULANDO • O Século XIX foi palco de três ondas revolucionárias: 1820, 1830 e 1848. • Os movimentos de 1820 eram de resistência ao retorno do Absolutismo e pela manutenção dos ideais da Revolução Francesa. Foram duramente reprimidos, exceção para a Grécia. • As revoluções de 1830 começaram na França, e, mesmo com o protagonismo da burguesia e das bandeiras liberais, os direitos trabalhistas e os nacionalismos já estavam em pauta. • As revoluções de 1848, a Primavera dos Povos, trouxeram uma novidade, que foi a separação entre as bandeiras burguesas e as levantadas pelos operários, além do temor das burguesias em relação ao socialismo. • 1848 colocou em evidência, também, os nacionalismos, sejam aqueles que serão contemplados em breve (Itália e Alemanha), ou aqueles que ficarão pendentes (os eslavos, em especial) até o século XX e estarão na raiz da I Guerra Mundial.

  42. Se você clicar nos links (o que estiver sublinhado) irá acessar os sites e vídeos. • Esses slides foram feitos para meus alunos e alunas do 2º Ano, trata-se de material de suporte didático. • A utilização é livre, desde que citada a fonte. • Para contato: Prof.ª Valéria Fernandes • E-mail: shoujofan@gmail.com • Meu site: https://hitoriativa.com Morte de Anita Garibaldi de Luigi De Servi (1863-1945)

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