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Semana de Arte Moderna

Semana de Arte Moderna. Profª Neusa. Teatro Municipal de São Paulo. 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922. Todas as artes são regidas por princípios imutáveis, leis fundamentais que não dependem da latitude nem do clima.

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Semana de Arte Moderna

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Presentation Transcript


  1. Semana de Arte Moderna Profª Neusa

  2. Teatro Municipal de São Paulo 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922

  3. Todas as artes são regidas por princípios imutáveis, leis fundamentais que não dependem da latitude nem do clima.      As medidas da proporção e do equilíbrio na forma ou na cor decorrem do que chamamos sentir. Quando as coisas do mundo externo se transformam em impressões cerebrais, «sentimos». Para que sintamos de maneira diversa, cúbica ou futurista, é forçoso ou que a harmonia do universo sofra completa alteração, ou que o nosso cérebro esteja em desarranjo por virtude de algum grave destempero.      Enquanto a percepção sensorial se fizer no homem normalmente, através da porta comum dos cinco sentidos, um artista diante de um gato não poderá «sentir» senão um gato; e é falsa a «interpretação» que o bichano fizer do totó, um escaravelho ou um amontoado de cubos transparentes. Monteiro Lobato - Paranóia ou mistificação

  4. Belo da arte: arbitrário convencional, transitório - questão de moda. Belo da natureza: imutável, objetivo, natural - tem a eternidade que a natureza tiver. Arte não consegue reproduzir natureza, nem este é seu fim. Todos os grandes artistas, ora conscientes (Rafael das Madonas, Rodin de Balzac.Beethoven da Pastoral, Machado de Assis do Braz Cubas) ora inconscientes ( a grande maioria) foram deformadores da natureza. Donde infiro que o belo artístico será tanto mais artístico, tanto mais subjetivo quanto mais se afastar do belo natural. Outros infiram o que quiserem. Pouco me importa Mário de Andrade, Poesias Completas

  5. Anita Malfatti, Tarsila do Amaral Da esquerda para a direita: Brecheret, Di Cavalcanti, Menotti del Picchia, Oswald de Andrade e Helios Seelinger

  6. Programa do modernismo 1921 marca o início da busca de abrir terreno às idéias novas: — Rejeição das concepções estéticas e práticas artísticas românicas, parnasianas e realistas. — Independência mental brasileira e recusa às tendências européias em moda nos meios cultos conservadores. — Elaboração de novas formas de expressão, capazes de apreender e representar os problemas contemporâneos. — Transposição, para a arte, de uma realidade viva: conflitos, choques, variedade e tumulto, expressões de um tempo e uma sociedade.

  7. O meu verso é bomFrumento sem joioFaço rimas com Consoantes de apoio. Vai por cinqüenta anosQue lhes dei a norma:Reduzi sem danos A formas a forma. Clame a sapariaEm críticas céticas:Não há mais poesia, Mas há artes poéticas . . ." OS SAPOS (Manuel Bandeira) Enfunando os papos, Saem da penumbra,Aos pulos, os sapos.A luz os deslumbra. Em ronco que aterra,Berra o sapo-boi:- "Meu pai foi à guerra!"- "Não foi!" - "Foi!" - "Não foi!". O sapo-tanoeiro,Parnasiano aguado,Diz: - "Meu cancioneiroÉ bem martelado. Vede como primoEm comer os hiatos!Que arte! E nunca rimoOs termos cognatos!

  8. Urra o sapo-boi:- "Meu pai foi rei" - "Foi!"- "Não foi!" - "Foi!" - "Não foi!" Brada em um assomoO sapo-tanoeiro:- "A grande arte é comoLavor de joalheiro. Ou bem de estatuário. Tudo quanto é belo,Tudo quanto é vário,Canta no martelo." Outros, sapos-pipas (Um mal em si cabe),Falam pelas tripas:- "Sei!" - "Não sabe!" - "Sabe!". Longe dessa grita, Lá onde mais densa A noite infinitaVerte a sombra imensa; Lá, fugindo ao mundo,Sem glória, sem fé,No perau profundoE solitário, é Que soluças tu,Transido de frio,Sapo-cururuDa beira do rio.

  9. Ode ao Burguês (Mário de Andrade) Eu insulto o burgês! O burguês-níquel, o burguês-burguês! A digestão bem feita de São Paulo! O homem-curva! o homem-nádegas! O homem que sendo francês, brasileiro, italiano, é sempre um cauteloso pouco-a-pouco! Eu insulto as aristocracias cautelosas! os barões lampiões! os condes Joões! os duques zurros! que vivem dentro de muros sem pulos, e gemem sangues de alguns mil-réis fracos para dizerem que as filhas da senhora falam o francês e tocam os "Printemps" com as unhas! Eu insulto o burguês-funesto! O indigesto feijão com toucinho, dono das tradições! Fora os que algarismam os amanhãs! Olha a vida dos nossos setembros! Fará Sol? Choverá? Arlequinal! Mas à chuva dos rosais o êxtase fará sempre Sol!

  10. Morte à gordura! Morte às adiposidades cerebrais Morte ao burguês-mensal! ao burguês-cinema! ao burguês-tílburi! Padaria Suissa! Morte viva ao Adriano! "_ Ai, filha, que te darei pelos teus anos? _ Um colar... _ Conto e quinhentos!!! Mas nós morremos de fome!" Come! Come-te a ti mesmo, oh! gelatina pasma! Oh! purée de batatas morais! Oh! cabelos nas ventas! oh! carecas! Ódio aos temperamentos regulares! Ódio aos relógios musculares! Morte à infâmia! Ódio à soma! Ódio aos secos e molhados! Ódio aos sem desfalecimentos nem arrependimentos, sempiternamente as mesmices convencionais! De mãos nas costas! Marco eu o compasso! Eia! Dois a dois! Primeira posição! Marcha! Todos para a Central do meu rancor inebriante!

  11. Ódio e insulto! Ódio e raiva! Ódio e mais ódio! Morte ao burguês de giolhos, cheirando religião e que não crê em Deus! Ódio vermelho! Ódio fecundo! Ódio cíclico! Ódio fundamento, sem perdão! Fora! Fu! Fora o bom burguês!...

  12. Moça linda bem tratada (Mário de Andrade) Moça linda bem tratada, Três séculos de família, Burra como uma porta: Um amor. Grã-fino do despudor, Esporte, ignorância e sexo, Burro como uma porta: Um coió. Mulher gordaça, filó De ouro por todos os poros Burra como uma porta: Paciência... Plutocrata sem consciência, Nada porta, terremoto Que a porta do pobre arromba: Uma bomba.

  13. Poética (Manuel Bandeira)Estou farto do lirismo comedidoDo lirismo bem comportadoDo lirismo funcionário público com livro de ponto expedienteprotocolo e manifestações de apreço ao Sr. diretor.Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionárioo cunho vernáculo de um vocábulo.Abaixo os puristasTodas as palavras sobretudo os barbarismos universaisTodas as construções sobretudo as sintaxes de exceçãoTodos os ritmos sobretudo os inumeráveis

  14. Estou farto do lirismo namoradorPolíticoRaquíticoSifilíticoDe todo lirismo que capitula ao que quer que seja fora de si mesmoDe resto não é lirismoSerá contabilidade tabela de co-senos secretário do amanteexemplar com cem modelos de cartas e as diferentesmaneiras de agradar às mulheres, etcQuero antes o lirismo dos loucosO lirismo dos bêbedosO lirismo difícil e pungente dos bêbedosO lirismo dos clowns de Shakespeare - Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.

  15. Ruptura com o academismo, com o passado tradicional Liberdade de criação Humor, ironia, irreverência Versos livres (Versilibrismo) Poema- pílula Linguagem coloquial Prosaísmo (valorização do cotidiano) Rompimento com a sintaxe (desrespeito às regras gramaticais) Paródia Nacionalismo crítico – valorização da cultura popular

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