E N D
1. Diabetes canino Diagnstico e tratamento
Jos Eduardo Ungar de S
UNEB/LACEN
2. Diabetes canino A identificao das ilhotas foi feita por Langerhans em 1860, mas no foi compreendida sua funo na poca. Em seguida, Mering e Minkowski, em 1889, demonstraram que ces pancreatectomizados desenvolviam diabetes. Mayer em 1909 e Sharpey-Schaffer em 1917 foram os primeiros pesquisadores a sugerir a associao entre ilhotas e o diabetes. Porm somente em 1921 Banting e Best comprovaram essa associao. Esses pesquisadores utilizavam extrao cido-alcool do tecido pancretico e verificaram a existncia de um importante fator hipoglicemiante. Dessa forma as ilhotas foram consideradas fonte produtora desse princpio ativo, da o nome insulina.
3. Parte endcrina do pncreas Ilhotas pancreticas ou de Langerhans:
Clulas alfa: secreo de glucagon
Clulas Beta: Secreo de insulina
Clulas D: Somatostatina (regula a secreo de insulina, glucagon e secrees digestivas)
Clulas F ou PP: polipeptdio pancretico (inibe a secreo de enzimas pancreticas e secreo biliar)
4. Anatomo-fisiologia pancretica Situao anatmica: 1 poro do duodeno (2 ductos)
Glndula tubulo-alveolar
Tipo de secreo: mista
Parte excrina
Enzimas disgestivas,bicarbo
nato de sdio, gua, etc
5. Insulina e glucagon Constituio qumica:
1- Insulina: 33 aminocidos (diferenas sutis na sequncia de aa entre insulinas de diversas espcies)- Meia vida de 10 minutos
2- Glucagon: 29 aminocidos em sua composio- meia vida de 5 minutos
6. Aes da insulina 1- Glicognese no fgado e msculos
2- Formao de triglicrides no tecido adiposo
3- Transporte da glicose para meio intra-celular
4- Diminui a glicogenlise no fgado e msculos
5- Diminui a neoglicognese
6- Aumenta a lipognese no tecido adiposo
7- Reduz a liplise no tecido adiposo
8- Aumenta a absoro de aa
9- Aumenta a sntese proteica
10- Reduz a degradao de protenas
11- Reduz a neoglicognese
7. Fontes de glicose 1- Intestino (absoro dieta)- uso primrio
2- Glicogenlise heptica/muscular- Uso secundrio
3- Gliconeognese- Uso tercirio
OBS: privaes prolongadas de alimento levam o organismo a catablise de reservas de acar, at iniciar o consumo de aminocidos (perda secundria de massa muscular)
8. Fatores que estimulam a secreo da insulina 1- Presena de taxas elevadas de acar, gordura e aminocidos no duodeno
2- Hormnios gastrointestinais (gastrina,secretina, colecistocinina, peptdio inibidor gstrico)
3- Glucagon
9. Controle do nvel sanguneo de glicose
Glicose sangunea
Insulina Glucagon
Mecanismo de retroalimentao
Insulina aumenta a captao sangunea de glicose para as clulas
10. Causas de hiperglicemia-Glicose >100mg/dl 1- Stress (liberao de catecolaminas, corticides)
2- Trauma grave
3- Alimentao recente rica em carboidratos
4- Diestro (Aumento da progesterona, causando liberao de GNRH que reduz insulina)
5- Feocromocitoma (adrenalina e noradrenalina)
6- Exerccios intensos
7- Obesidade (receptores para insulina)
8- Xilazina (felinos)
9- Convulses
10- Sepse
11- Reduo dos nveis de cortizol
11. Causas de hipoglicemia-Glicemia<60mg/dl 1- Efeito somogyi (aps over dose de insulina a glicemia aumenta temporariamente e cai bruscamente)
2- Insulinoma
3- Estado epilptico
4- Hepatites
5- Hipoglicemia dos filhotes
6- Privao prolongada de alimentos
7- Fibrose heptica
8- Deficincia de enzimas da glicognese
12. Diabetes canino Limiar renal de glicose em caninos- 180mg/dl
Valores normais de glicose no co (60 a 100mg/dl ou 3,5 a 6mmol/L)
Converso de mg/dl mmol/L x 0,056
Converso de mmol/L mg/dl x 18
13. Diabetes canino Tipo 1- insulino dependente
Perda ou destruio de clulas B com produo insignificante de insulina.
Tipo 2- Por reduo da sensibilidade a insulina. Secrees elevadas de insulina e amilina (deposita nas ilhotas, na forma de amilide)
Animais obesos podem ter taxas normais ou elevadas de insulina sangunea. Mantm parte das clulas B funcionais. Raro em ces. Causados tambm por cushing, excesso de hormnio do crescimento, progesterona)
14. Diagnstico de diabetes canino-quanto mais precoce melhor! Achados clnicos
1- Polifagia (centro hipotalmico da saciedade no recebe glicose devidi a hipoinsulinemia)
2- Poliria osmtica
3- Polidipsia compensatria
4- Perda de peso (Catablise proteinas)
5- Dificuldade de cicatrizao (baixa formao de fibrina)
6-Catarata (rompimento das fibras lenticulares com tumefao e ruptura celular)
7- Muitos animais, quando no incio da enfermidade apresentam-se assintomticos ou oligo-sintomticos.
15. Etiologia 1- Obesidade (reduz a resposta a insulina por reduo de receptores celulares)
2- Predisposio gentica
3- Pancreatite
4- Neoplasia de clulas B (insulinoma)
5- Corticoterapia
Faixa etria de 4 a 14 anos. Fmeas so 2x mais predispostas que os machos, principalmente as no castradas.
16. Predisposio racial Raas de pequeno porte so mais susceptveis, principalmente pinscher, poodle toy, yorkshire, schnauzzer, basset
Raas de mdio e grande porte so raras
Mais comum: beagle, cocker
17. Diagnstico laboratorial do diabetes melito Achados inespecficos
1- Aumento do volume globular e conc. Plasm. De protenas- desidratao
2- Aumento de colesterol e triglicrides (liplise)
3- Infeces do tui
4- Baixa de potssio, sdio, cloreto e fsforo, por perda urinria
5- Aumento de amilase, lipase, AST e ALT, bilirrubina (degenerao gordurosa)
18. Diagnstico laboratorial do diabetes melito Testes especficos
1- Sumrio de urina (glicosria)
2- Glicemia (jejum de 12 horas)
Valores em mmol/L ou mg/dl
3,5 a 6mmol/ ou 60 a 100mg/dl
Converso mg/dl---mmol/L x 0,056
Converso de mmol/L---mg/dl x 18
19. Diagnstico do diabetes melito
20. Diagnstico de diabetes melito
21. Diagnstico do diabetes melito
22. Diagnstico do diabetes melito
23. Diagnstico de diabetes melito Fatores que interferem na determinao da glicemia:
Lipemia ou hemlise (aumentam o valor)
Demora de mais de 30 minutos para separar o cogulo (consumo de 10% pelas hemcias)
Uso de heparina como anticoagulantes
Usar sempre tubos fluoretados para glicemia (no servem para testes em fitas)
e) Uso de medicamentos e todas as causas de hipo ou hiperglicemia
24. Diagnstico laboratorial do diabetes melito US abdominal (heptica, renal, pancretica,etc)
Lembrar das avaliaes complementares
(avaliao heptica e pancretica)
25. Diagnstico do diabetes melito 1- Hemoglobina glicosilada (variao da glicose nos ltimos 60 dias em mdia). Avaliao do controle do diabetes. VN-5,85 a 8,85%. Sangue com EDTA
2- Frutosamina (Variao da glicose nas ltimas 2 semanas). Menos til que a HGlic. VN-170 a 340mmol/L. Soro ou plasma.
26. Diagnstico de diabetes melito Dosagem de insulina. VN=36 a 180pmol/L. Amostra de soro deve ser imediatamente processada ou congelada. Correes em animais hipo e hiperglicmicos.
Teste de tolerncia glicose:
Oral- 2g de dextrose/kg de peso. Glicemias aps 30min, 1, 2 e 4 horas. Acima de 160mg/dl-diabetes
B) Venoso: 0,5g de glicose/kg-15, 30, 45, 60 e 90 min.
27. Tratamento do diabetes melito Objetivos do tratamento do diabetes
1- Eliminar ou minimizar os sinais clnicos
2- Utilizar a menor dose efetiva de insulina
3- Controlar o peso do animal, atravs de dieta adequada.
4- Evitar hipoglicemia iatrognica
5- Evitar a leso renal e a catarata
6- Evitar infeces concorrentes
7- Evitar a cetoacidose metablica
8- Evitar a lipidose heptica
28. Tratamento Controle alimentar
1- Animais obesos
Fornecer dieta rica em fibras, pobre em carboidratos e gordura, teor de proteinas adequado.
Exerccios leves e regulares
Manter os horrios de refeio constantes e mais frequentes
Alimentar o animal aps a dose de insulina
- Evitar os petiscos (liberado para animais de peso normal)
29. Tipos de insulina 1- Zncica cristalina (ao rpida e durao curta). Uso s/c, im e e/v
2- Semilenta (bovina e /ou suna)-Mais lenta e tempo de durao maior
3- Insulinas de ao intermediria (ao mais longa)- NPH e suspenso de insulina zncica
4- Insulina ultralenta (insulina zncica expandida e suspenso de insulina zincica expandida). Incio de ao lento e tempo prolongado. Bov-suno
30. Tratamento Escolha da insulina
Insulina va IE TEM DE
Reg. Crist. s/c 10-30` 1-5hs 3-8hs
NPH sc a 2h 2-10hs 6-18hs
Lenta* s/c a 2h 2-10hs 8-20hs
Ultra-lenta s/c a 8h 4-16hs 6-24hs
31. Tratamento Caninsulin
Suspenso aquosa de insulina e zinco 40UI/ml de insulina suna altamente purificada. Preparao de insulina intermediria.
No recomendvel em animais altamente descompensados- cetoacidose diabtica
Dose sugerida (ajustes individuais so fundamentais): 1UI <10kg
2UI = 10kg e 4UI>10kg. 1 a 2x ao dia
32. Complicaes do diabetes Cetoacidose diabtica
Desidratao, vmitos, hlito de acetona, respirao de Kussmaul.
Achados laboratoriais:
Hemoconcentrao, hiperglicemia, hipercolesterolemia, lipemia, aumento de FA, ALT, hiponatremia, hiperlipasemia e hiperamilasemia, glicosria, cetonria.
Insulina de ao rpida e correo dos distrbios concomitantes
33. Tratamento Ajustes na insulinoterapia
1- Curva glicmica com insulina(verificar dose e intervalo de aplicao)
2- Reavaliaes clnicas peridicas
3- Relatrio do proprietrio
4- Resistncia a insulina (frmacos, formao de ac anti-insulina. 45% dos ces tem AC antiinsulina bov-sui e 5% Ac anti insulina humana recombinante
5- Manter a glicemia entre 100-250mg/dl
6- Resistncia a insulina (causas de hiperglicemia)
7- Erros de aplicao e dosagem
34. Tratamento Causas de falhas no tratamento
1- Erros de dosagem e aplicao
2- Descontrole alimentar (obesidade)
3- Uso de progestgenos ou diestro
4- Uso de corticides
5- Acondicionamento inadequado da insulina
6- No homogeneizao
7- Dosagens de frutosamina e HG-glic + bioqumicas complementares
8- Reao alrgica insulina
35. Vamos para casa!