1 / 49

Análise do surgimento da industrialização e desenvolvimento do capitalismo no século XIX

Análise do surgimento da industrialização e desenvolvimento do capitalismo no século XIX Obra referencial: CURY, Vania Maria. “História da Industrialização no século XIX”. Rio de Janeiro: UFRJ, 2006. Alunas: Izaura Nunes e Karla Pamplona.

nascha
Télécharger la présentation

Análise do surgimento da industrialização e desenvolvimento do capitalismo no século XIX

An Image/Link below is provided (as is) to download presentation Download Policy: Content on the Website is provided to you AS IS for your information and personal use and may not be sold / licensed / shared on other websites without getting consent from its author. Content is provided to you AS IS for your information and personal use only. Download presentation by click this link. While downloading, if for some reason you are not able to download a presentation, the publisher may have deleted the file from their server. During download, if you can't get a presentation, the file might be deleted by the publisher.

E N D

Presentation Transcript


  1. Análise do surgimento da industrialização e desenvolvimento do capitalismo no século XIX Obra referencial: CURY, Vania Maria. “História da Industrialização no século XIX”. Rio de Janeiro: UFRJ, 2006. Alunas: Izaura Nunes e Karla Pamplona Universidade Federal do ParáNúcleo de Altos Estudos AmazônicosPrograma de Doutorado em Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido Disciplina: História econômica e social do Brasil e da Amazônia Professor: Fábio Carlos da Silva

  2. Dados da Autora – Vania Maria Cury: • Graduação em História pela Universidade Federal Fluminense (1977); • Mestre em História pela Universidade Federal Fluminense (1985); • Doutora em História pela Universidade Federal Fluminense (2000); • Professora aposentada da Universidade Federal do Rio de Janeiro; • Experiência em História, com ênfase em História Moderna e Contemporânea; • Linha de pesquisa: História Econômica, História da Industrialização, Clube de engenharia e Primeira República

  3. Abordagem da obra (Capítulos 1, 2 e 3): A autora analisa o desempenho da Grã-Bretanha, dos Estados Unidos e do Japão no século XIX (esticado para 1914), no intuito de averiguar o processo de surgimento e consolidação da industrialização e elucidar os motivos fundamentais que proporcionaram a formação do quadro hegemônico do sistema capitalista nesse período e a sua consolidação na atualidade. A autora revela a importância do fenômeno da industrialização na consolidação do atual sistema capitalista formado por países dominantes e periféricos.

  4. Referências bibliográficas: Observa-se como referencial bibliográfico da autora, nos capítulos 1 a 3 da obra em análise, economistas, historiadores e sociólogos: - Grã-Bretanha: Paul Sweezy e Paul Baran (economistas marxistas estadunidenses), Peter Mathias e Kenwood e Lougheed; - Estados Unidos: Alfred Chandler (historiador - considerado pai da história empresarial – professor de Harvard); - Japão: Moore Jr. (sociólogo americano - professor de Harvard), Halliday, Lockwood, Bernstein (teórico da social-democracia) e Sakurai (economista -professor FEA-USP).

  5. A hegemonia britânica no sec. xix (1850-1914): A autora aborda as fases da hegemonia e do início de estagnação econômica da Grã-Bretanha e a mudança no quadro hegemônico do sistema capitalista mundial. FASE 1: 1850 - a Grã-Bretanha era a 1ª economia industrial do mundo: mais de 50% da população estava na cidade e na indústria; possuía metade da produção mundial de ferro; fabricava mais da metade do tecido de algodão; tinha maior quilometragem de ferrovias; maior exportadora de produtos manufaturados; padrão industrial difundido para todos os continentes, formando o fenômeno do “capitalismo desigual”. FASE 2: A partir de 1880 – crescimento da indústria (inovação tecnológica) e surgimentos de novos países industrializados (EUA, Europa Continental e Japão) e mudança no quadro econômico mundial.

  6. FASE 1 – Comércio internacional e hegemonia da Grã-Bretanha : 1. Quadro do Comércio Internacional (1850-1914): Pioneirismo da Grã-Bretanha como “nação industrial”; 2.Quais os motivos? 2.1. Supremacia da frota mercante e liderança comercial: mais da metade do comércio mundial era feito com barcos britânicos e em 1830 o comércio marítimo era de 950 mil ton. X 463 mil da Europa; outros fatores: vantagens no financiamento da colonização, na exportação de produtos manufaturados, acúmulo de metais preciosos etc. 2.2. Investimento em ferrovias: proporcionou a integração das regiões, intensificando o comércio mundial.

  7. FASE 1 – Comércio internacional e hegemonia da Grã-Bretanha (cont.): a) Indústria ferrovias – importação de “pacote completo”: técnica, equipamentos, pessoal qualificado e financiamento. b) Resultados favoráveis do investimento: • Facilitação dos meios de comunicação e transporte; • Integração radical dos territórios; • Impulso na economia mundial. Ex: EUA e Brasil (expansão do café para o oeste paulista); • Foi elemento decisivo na política imperialista, facilitando a penetração no mercado de outros países; • Promoveu a inovação em técnicas de organização e administração de empresas e surgimento de corporações modernas;

  8. FASE 1 – Comércio internacional e hegemonia da Grã-Bretanha (cont.): c) Resultados desfavoráveis: - Penetração nos mercados interioranos e diminuição do consumo de produtos artesanais em face da substituição por produtos manufaturados; - Prejuízo de um grande número de pequenos produtores nativos; - Migração para os centros urbanos e aumento do exército industrial de reserva. d) Desenvolvimento das ferrovias: • Alta no período de 1870 a 1913; • Maior expansão na Europa (Grã-Bretanha) e nos EUA.

  9. FASE 1 – Comércio internacional e hegemonia da Grã-Bretanha (cont.) – Quais os motivos?: 2.3. Princípio do livre-comércio: Início em 1840 com a abolição da “Corn Law” derrubando a proteção tarifária dos grãos após reivindicação dos operários britânicos. A conquista foi fruto da força política do segmento financeiro e não do setor industrial; 2.4. Formação da City londrina: fortalecimento do mercado financeiro britânico, da moeda britânica e formação de uma rede de intercâmbio e investimento internacional. É resultado do: Intenso comércio entre países desenvolvidos; Complementaridade da economia do mundo ultramarino; Trocas com países exportadores de bens primários. Ex: mar Báltico (madeira – navios);

  10. FASE 1 – Comércio internacional e hegemonia da Grã-Bretanha (cont.) – Quais os motivos?: 2.5. Política Comercial implementada pela Grã-Bretanha: utilizava estratégias de inserção em mercados que necessitava importar produtos. Exemplos: China e Índia. a) Índia: a Grã-Bretanha aumentou o controle político sobre a Índia, assegurando as matérias-primas que necessitava (algodão); b) China: a Grã-Bretanha introduziu o ópio para em troca obter o chá da China e não penalizar suas reservas metálicas.

  11. FASE 1 – Comércio internacional e hegemonia da Grã-Bretanha: Final do Século XIX: 3. Final do Século XIX: • Avanços tecnológicos e formação de novas indústrias nos EUA e Alemanha; • surgimento de novos setores econômicos: ferro, maquinaria industrial, eletricidade, petróleo etc. • A partir de 1890 mudança no quadro hegemônico capitalista mundial; • Grã-Bretanha obtém déficits com a Europa Continental, os EUA e algumas áreas do próprio Império (África do Sul, Nova Zelândia e Canadá). Todavia, a balança ainda se mantém equilibrada por causa dos superávits em algumas colônias e pelos rendimentos invisíveis (juros de investimentos, fretes, seguros etc.)

  12. FASE 2 – Inovação Tecnológica e Declínio Industrial e Principais Características do Sistema de Pagamento: Aumento da demanda por produtos manufaturados Declínio da participação britânica no mercado mundial • Pelo crescimento da produção local de têxteis em outros lugares do mundo. • Maquinaria Industrial; • Produtos de Ferro e Aço.

  13. - Não houve por parte da Inglaterra nenhuma estratégia econômica, como por exemplo a redução das importações; - Estados Unidos e Europa continental, logo criaram barreiras alfandegárias aos produtos ingleses (ferragens, metalurgia, têxteis e carvão); Por quê????

  14. Lenta modernização do parque industrial britânico Concentração espacial; baixa diversidade industrial. Aumento das importações (corantes químicos, materiais elétricos, máquinas, ferramentas, automóveis, e outros). Compatível com os princípios da DIT (Divisão Internacional do Trabalho)

  15. Principais conseqüências ............. • Dependência de mercados tradicionais; • Perda de dinamismo econômico; • Poucas inovações técnicas. • Obs.: • Grande parte das inovações tecnológicas que marcaram as etapas subseqüentes do desenvolvimento industrial capitalista ocorreu fora da Grã-Bretanha; • Bem como as principais transformações organizacionais operada na indústria, como o surgimento das corporações modernas.

  16. O sistema de pagamento (1850-1914) Padrão-Ouro Regulou as trocas comerciais a partir do estabelecimento de uma rede multilateral de comércio e pagamentos, que facilitou a administração de um sistema financeiro internacional, sediado em Londres e baseado na libra-esterlina.

  17. Pelo regime do padrão-ouro, os pagamentos internacionais podiam ser feitos em ouro ou em divisas. • Condições para a adoção desse padrão: • Sua unidade monetária deveria estar ligada a um determinado peso de ouro; • As moedas de Au deveriam ser de livre circulação interna e as notas bancárias totalmente conversíveis ao metal; • Qualquer outra moeda em circulação deveria estar subordinada ao ouro; • Não deveriam ser impostas restrições legais à conversão das moedas em lingotes; • Não deveria existir nenhum impedimento à exportação de ouro.

  18. Fatores que possibilitaram a aceitação generalizada do padrão-ouro; • A descoberta de novos depósitos auríferos; • Hegemonia comercial e financeira da Grã-Bretanha; • A estabilidade de moeda (Libra Esterlina); • O sistema multilateral de comércio e pagamentos.

  19. Rede multilateral de comércio e pagamentos Sistema financeiro estável Expansão Comercial Equilíbrio Internacional

  20. A Industrialização dos EUA (1850-1914): - A autora aborda o processo de industrialização e hegemonia do capitalismo americano na perspectiva de Alfred Chandler (“A mão visível”); - Chandler: atribui o sucesso econômico dos EUA no final do século XIX nas grandes corporações americanas e na configuração do “novo padrão de organização e de administração dos negócios”. A empresa é vista como agente econômico principal; - O autor reconhece a existência de outros fatores (território imenso; recursos naturais abundantes; contribuição dos imigrantes - jovens adultos com variada qualificação; e diversidade econômica), mas os considera secundários.

  21. A Industrialização dos e.u.a. (1850-1914): - Chandler analisa a importância das corporações modernas americanas tendo como pressupostos 8 pontos de partida: 1) Substituição da firma tradicional pela empresa multidivisional; 2) Vantagem da hierarquia administrativa apropriada interna; 3) O volume alto de atividade econômica tornou a coordenação administrativa mais eficiente e lucrativa do que a coordenação pelas forças do mercado; 4) As corporações (coordenação administrativa) se tornaram fonte do seu próprio crescimento não dependendo do mercado; 5) As carreiras dos administradores assalariados passaram a ser mais técnicas e profissionais;

  22. A Industrialização dos e.u.a. (1850-1914): 6) Separação entre propriedade e controle do capital (gestão); 7) Preferência de política de crescimento (lucro) de longo prazo e estável, em detrimento de políticas de curto prazo e lucro imediato; 8) As grandes corporações dominaram os diversos setores da economia e mudaram a estrutura básica e a economia como um todo. Conclusão: Em suma, o autor parte do pressuposto que houve nos EUA uma progressiva substituição da condução da economia mediante a força do mercado (mão invisível) pela administração coordenada (mão visível).

  23. A Industrialização dos e.u.a. (1850-1914): Com base nas considerações de Chandler a autora analisa três aspectos relevantes no processo de industrialização e sucesso econômico dos EUA no contexto capitalista mundial: 1. Construção de rede básica de comunicações e transportes – a partir de 1850; 2. Constituição de processos de produção e distribuição em massa; 3. Surgimento das corporações modernas.

  24. 1- Transportes e Comunicações: construção de infra-estrutura básica para economia avançada - Setor ferroviário: foi fator decisivo para o sucesso econômico dos EUA; - Quais os motivos (com base em Chandler)? 1. Possibilitou maior integração regional e expansão do mercado dos EUA: - Maior segurança e rapidez no transporte de bens e pessoas; - Ligação mais direta entre cidades; - O custo das ferrovias em alguns casos era mais baixo que a construção de canais; e transportavam mais produtos do que os navios (e mesmo custo); - As ferrovias funcionavam no inverno;

  25. 1- Transportes e Comunicações: construção de infra-estrutura básica para economia avançada - Promoveu a redução do custo unitário do frete de mercadorias; 2. Foi pioneiro na formação da “organização administrativa complexa”: - Fatores: o volume e a velocidade de circulação das mercadorias e a busca pela eficiência do transporte promoveu a organização administrativa complexa. - Características: procedimentos novos, especialização de setores, formação de hierarquia administrativa interna e distinção entre proprietários e administradores. 3. Incentivou mercado de capitais dos EUA: - Surgimento de bancos de investimentos (vendas de ações e títulos das empresas ferroviárias para os europeus)

  26. 1- Transportes e Comunicações: construção de infra-estrutura básica para economia avançada - Nova York: centralização do mercado de capitais e práticas financeiras. 4. Formação de grandes firmas de construção civil especializadas em ferrovias: - encarregavam de subcontratar serviços adicionais necessários, evitando a contratação de diversas empresas (especializadas em uma etapa da construção da ferrovia). 5. Formação de práticas cooperativas: - Conexão física das estradas; - Formação de cooperativas e associações ferroviárias; - Criação de métodos operacionais, contábeis e organizacionais uniformes;

  27. 1- Transportes e Comunicações: construção de infra-estrutura básica para economia avançada - Uso de tecnologia padronizada; 6. Expansão do setor em larga escala – processo oligopolista: (4 Etapas) 1ª Etapa: acordos informais sobre os preços entre as empresas de ferrovias até 1865 – fim da guerra civil; 2ª Etapa: crescimento da concorrência e formação de cartéis (acordos formais);

  28. 1- Transportes e Comunicações: construção de infra-estrutura básica para economia avançada 3ª Etapa: Lei Antitruste em 1890 – determina a ilegalidade da prática de cartel (preço alto da tarifa); 4ª Etapa: Criação de grandes sistemas ferroviários inter-territoriais: promoveu expansão em larga escala e domínio do setor por poucas empresas (7 grupos controlavam 2/3 da malha ferroviária em 1906). 7. A organização complexa ferroviária expandiu para outros setores da economia: Exemplos: bondes elétricos e sistema postal.

  29. 2- Processos de Produção e Distribuição em massa: 1. Fator relevante para a mudança? - A consolidação e a expansão do sistema de transporte e comunicação seguro, eficiente e rápido possibilitou a mudançae a constituição de uma estrutura de produção e distribuição de produtos em massa. 2.Onde ocorreu primeiro a mudança? - Na etapa da distribuição e, posteriormente, atingiu a estrutura de produção. 3. Mudanças nos processos de distribuição: Há três etapas apresentadas no texto.

  30. 2- Processos de Produção e Distribuição em massa: a) 1840 - 1880: - Substituição das empresas familiares pelas empresas modernas de negócios especializados que atuavam especificamente na distribuição de produtos em massa; - Houve a redução do custo médio de crédito e armazenamento dos produtos; - Surgimento das empresas atacadistas: adquiriam produtos dos fabricantes e distribuíam nos locais (áreas urbanas e rurais); - Organização complexa: viajantes acompanhavam as mercadorias para vendê-las na localidade e, posteriormente, surgiram escritórios regionais e novos procedimentos, facilitando o fluxo de mercadorias até o consumidor final.

  31. 2- Processos de Produção e Distribuição em massa: a) 1880-1900: - Os atacadistas perderam espaço para outras formas de organização (varejistas e produtores que abarcaram essa etapa); - Formação da estrutura administrativa de lojas de departamento (varejista); - Investimento elevado em publicidade. b) Século XX: - Surgimento do novo tipo de firma distribuidora: encomenda por correios. - Concentração de cadeias de lojas de departamento varejista.

  32. 2- Processos de Produção e Distribuição em massa: 4. Mudanças nos processos de produção em massa: a) Mudança mais lenta do que na etapa da distribuição. - Por que? A mudança dependia não apenas da incorporação da organização complexa, mas também de inovações tecnológicas. b) Fatores que desencadearam a mudança? - Novidades técnicas; - Máquinas mais eficientes; - Bens primários mais diversificados; - Intensa energia – uso de fontes alternativas.

  33. 2- Processos de Produção e Distribuição em massa: c) Como ocorreu a mudança na produção em massa? 1ª Etapa: Primeiro ocorreu em economias de larga escala com processo intensivos de energia. Ex: indústria têxtil e pesada (ferro). 2ª Etapa: A partir de 1870 – ocorreu nas indústrias mecânicas através de uso de máquinas de modo contínuo (tecnologia de processo contínuo). Ex.: indústria de cigarros. - indústria de refino e destilação (petróleo); - indústrias siderúrgicas e metalúrgicas; - Indústria de automóveis – linha de montagem por Henry Ford (Fordismo = símbolo de produção em massa).

  34. 3 – Moderna Corporação Industrial: 3.1. Período de surgimento: Final de século XIX e primeiras décadas do século XX houve a consolidação da empresa moderna de negócios predominante no capitalismo dos EUA. 3.2. Como surgiu? - Expansão das ferrovias e necessidade de organização complexa; - Necessidade de controle do fluxo desde a matéria-prima até o consumo final promoveu a centralização do capital e a verticalização ou horizontalidade da firma; - Fruto de integração de métodos de produção e distribuição em massa no interior da mesma firma; - O processo não foi uniforme.

  35. 3 – Moderna Corporação Industrial: - Surgiu primeiro nas indústrias de bens de consumo duráveis e não-duráveis em face da expansão do mercado urbano; - Houve duas formas de integração e formação da moderna corporação industrial: a) Integração Vertical: a firma integrava no seu interior a etapa de fornecimento de matérias-primas (verticalização para trás) e/ou integrava a etapa de entrega ao consumidor final (verticalização para frente). b) Integração Horizontal: ocorre mediante fusão ou incorporação de outras firmas, com o objetivo de diminuir a concorrência. Obs: Houve casos de firmas que promoveram a integração vertical e horizontal. Ex.: American Tabacco Company.

  36. 3 – Moderna Corporação Industrial: • Exemplos de “moderna corporação industrial”: a) American Tabacco Company: pequena empresa de tabaco (Duke) investiu em máquinas, produção em massa, organização hierárquica, integração vertical pra frente (secagem e armazenamento do produto) e integração horizontal (fusão com outras 4 firmas do ramo) e planejamento estratégico. b) Outros exemplos: Swiff (inovação tecnológica – vagões frigoríficos para carnes empacotadas), Singer (verticalização pra frente – distribuição das máquinas), Du Pont (indústria química – integração horizontal e vertical), General Eletric (integração horizontal – fusão de duas empresas metalúrgicas produtoras de motores elétricos de grande porte).

  37. Análise Comparativa Grã-Bretanha e eua: • Grã-Bretanha: apogeu com a industrialização, o segmento financeiro e o investimento nas ferrovias. Todavia, não investiu muito na tecnologia, portanto, não conseguiu promover uma diversidade econômica com a dos EUA e da Alemanha e daí foi perdendo espaço para esses países; • EUA: investiu na ferrovia, o que possibilitou a expansão da economia e do segmento financeiro; inovou investindo na tecnologia e em uma nova forma de organização da firma; o que levou a formação de grandes corporações; determinando sua hegemonia no mercado capitalista mundial no final do século XIX e início do século XX. • Ambos tiveram sucesso econômico com a iniciativa privada e o livre-comércio; ao passo que Japão teve características diferenciadas nesse processo de industrialização.

  38. Japão: um caso singular de modernização (1968-1914) Por Vânia Maria Cury • Antecedentes históricos -1640 a 1868: Regime político do Xogunato- Era Tokugawa. Costuma ser identificado ao modelo feudal de organização econômica e social vigente na Europa durante a Idade Média. 38

  39. Estrutura Social Vigente Xogum Daimios Samurais Artesãos e mestres manufatureiros Camponeses 39

  40. A partir da metade do século XIX tem início as pressões para a abertura dos portos japoneses ao comércio externo; • O estreitamento de relações diplomáticas entre Japão e Estados Unidos, foi o ponto de partida para que outros países reivindicasse igual tratamento, forçando a abertura dos portos; • Instaura-se um clima tenso, de conflitos e ameaças, que o atual regime não vai ser capaz de gerir, o que vai ser reforçado pelo bombardeamento que o Japão sofre em 1862 e 1863; • Renasce assim a figura do Imperador a partir de 1863 no âmbito do que se convencional chamar de Restauração (ou Inovação) Meiji. 40

  41. A Restauração Meiji marca o início do processo de modernização do país; • Que se fez assentada no fortalecimento estatal através da figura do imperador, portanto de forma centralizada e autoritária; • Mas também desenvolveu-se como parte integrante do projeto político da classe dominante; • Estado e Iniciativa privada aturam conjuntamente para o Desenvolvimento econômico do Japão, o que deu singularidade ao país em relação aos demais modelos capitalistas, com exceção da Alemanha. 41

  42. Estado Iniciativa Privada • Desenvolvimento Econômico; • Ação empreendedora; • Aparelhamento militar e organização política; • Transferência de recursos do setor agrícola para o setores não-agrícolas; • Cortes de gastos improdutivos; • Reforma agrária; • Política econômica centralizada; • Intensa exploração do campesinato; • Implantação de “Fábricas Modelos”; • Opressão da Massa Trabalhadora; • Mudanças normativas e regulatórias; • Política Educacional. • Desenvolvimento Industrial; • Atividades industriais de pequena escala; • Indústria têxtil • Inovações técnicas 42

  43. Na década de 1880, o governo Japonês iniciou a transferência das empresas sob seu controle para a iniciativa privada; • Dando origem aos principais conglomerados japoneses, conhecidos como Zaibatsu; • Que durante a Era Meiji foram as principais instituições privadas da modernização capitalista do Japão; • Os Zaibatsu constituíam grupos diversificados de negócios, de propriedade de uma determinada família, que se responsabilizava pela sua administração (Mitsui, Mitsubishi, Sumitomo e Yasuda). Importa lembrar que eram grandes somente Japão. 43

  44. No entanto, essa transferência não diminuiu a importância do Estado Japonês. • Que passou a atuar de forma indireta através do afastamento dos competidores estrangeiros, facilitando a formação de grupos economicamente poderosos. • Porém, manteve o controle sobre setores estratégicos que tinham a função complementar em relação à defesa de sua soberania. • Na ausência de tarifas protecionistas, o estado japonês adotou uma estratégia de sobrevivência pautada na desvalorização do trabalhador (opressão, mistificação ideológica, baixos salários, violência para contratar e manter o trabalhador) 44

  45. Quadro este que foi modificado com a elevação do nível escolar da população, que se deu através de uma política educacional constituída de três diretrizes: • Educação de alto nível e especializada para uma elite previamente selecionada; • Escolas primárias de ensino geral para toda a população; • Educação secundária e treinamento específico para a atividade industrial para indivíduos não pertencentes à elite intelectual do país. • Obs: Nas escolas primárias (públicas) também eram transmitidos os valores que a liderança política procurava incutir nas pessoas desde cedo- uma ética e uma conduta concernentes ao desenvolvimento soberano do Japão. 45

  46. Essa base foi fundamental para o desenvolvimento do país, em especial no que tange à educação formal de seus habitantes e à formação de uma elite empresarial comprometida com o modelo capitalista de crescimento. • Fatores estes substanciais para tornar o país após II Segunda Guerra Mundial entre os países capitalistas mais prósperos e com uma base tecnológica das mais avançadas do mundo. 46

  47. Traços do capitalismo no movimento econômico e político do Japão: • Concentração da propriedade da terra e a eliminação do campesinato; • Peso relativo da grande importância da iniciativa privada; • Natureza competitiva (interna e externa); • Predominância do mercado como regulador das principais relações econômicas e a liderança dos maiores empresários na configuração das diretrizes governamentais. A modernização do Japão representou um dos eventos mais expressivos da progressiva expansão do capitalismo no século XIX, embora a posição internacional do país só viesse a ser consolidada após 1945. 47

  48. A Era Meiji criou as condições da modernização japonesa, as quais foram: • Preservação da soberania nacional de modo a permanecer independente diante das pressões ocidentais; • A capacidade da oligarquia local para abafar movimentos que assumissem oposição vigorosa dentro da nação; • Medidas políticas e econômicas voltadas à construção do poderio nacional japonês. 48

  49. Considerações finais • Mudanças na base técnica foram os traços mais marcantes do desenvolvimento capitalista; • Estiveram presentes em todos os países que alcançaram os estágios mais elevados de crescimento industrial; • Grã-Bretanha, Estados Unidos, Alemanha e Japão, em escalas distintas, compõem as forças capitalistas mais importantes; • Cada qual com suas singularidades: Grã-Bretanha e EUA coordenada pela iniciativa privada; e o Japão e Alemanha pela conjugação de esforço entre Estado e Iniciativa privada. 49

More Related