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UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra

UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra. Regente: Prof. Doutor Manuel Teixeira Veríssimo. Ano Letivo: 2012 - 2013. Sumário das aulas. Definição, teorias e demografia do envelhecimento Anatomofisiologia do envelhecimento e suas relações clínicas

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UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIA Faculdade de Medicina - Universidade de Coimbra

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  1. UNIDADE CURRICULAR DE GERIATRIAFaculdade de Medicina - Universidade de Coimbra Regente: Prof. Doutor Manuel Teixeira Veríssimo Ano Letivo: 2012 - 2013

  2. Sumário das aulas • Definição, teorias e demografia do envelhecimento • Anatomofisiologia do envelhecimento e suas relações clínicas • Tipos de envelhecimento / envelhecimento saudável • História clínica do idoso • Avaliação multidimensional do idoso • Particularidades clínicas do idoso • Síndromes geriátricas1 • Síndromes geriátricas 2 • Farmacologia do idoso • Nutrição do idoso • Atividade física no idoso

  3. DISCIPLINA DE GERIATRIAAula teórica 1 Definição, teorias e demografia do envelhecimento Manuel Teixeira Veríssimo

  4. Definições • Geriatria • Ramo da medicina que estuda as doenças do idoso • Interessa essencialmente médicos e outros técnicos de saúde • Gerontologia • Ciência que estuda o processo do envelhecimento • Abarca todas as áreas com interesse no envelhecimento • Sociólogos, biólogos, médicos, epidemiologistas, antropologistas, etc.

  5. Definição de envelhecimento • Processo intrínseco dinâmico e progressivo no qual há modificações morfológicas, fisiológicas, bioquímicas e psicológicas que determinam perda progressiva da capacidade de adaptação do indivíduo ao meio ambiente, ocasionando maior vulnerabilidade e maior incidência de processos patológicos que terminam por levá-lo à morte.

  6. Definição de envelhecimento • Ladislas Robert (1994): É a perda progressiva e irreversível da capacidade de adaptação do organismo às condições do ambiente.

  7. Características dos mecanismos implicados no envelhecimento • Características dos mecanismos implicados: - são progressivos - são nocivos - são irreversíveis - São comuns a todos os seres vivos, embora variem de espécie para espécie.

  8. Teorias sobre envelhecimento • Existem mais de 300 teorias para explicar o envelhecimento • Muitas estão ultrapassadas e • Todas as outras são incompletas na sua explicação  O envelhecimento não pode ser reduzido a uma única causa, dependente de um único mecanismo biológico O envelhecimento é multifactorial devendo ser visto como um intrincado de mecanismos para os quais ainda não há explicação completa.

  9. Teorias Estocásticas Lesão/reparação do ADN Oxidação/radicais livres ADN mitocondrial Radiações Teorias Deterministas Mutações somáticas Genética Neuroimunoendócrina Telomerases Teorias do envelhecimento O envelhecimento é consequ- ência de lesões sucessivas que conduzem ao desgaste, disfunção celular e morte bem traduzidas pela expressão “desgaste e ruptura”. • O envelhecimento é consequ- • ência directa de um programa • genético, sendo o genoma um • tipo de relógio molecular, • biológico. • Hayflick defende que o nº de vezes que uma • célula se reproduz está geneticamente determinado

  10. Idade de início do envelhecimento • Controversa. Segundo a maioria dos Autores: - Período seguinte à fase de maturidade - Fim da 2ª década de vida, mantendo-se pouco perceptível por mais uma década - Cerca dos 23 A - Dependendo dos órgãos, aceita-se que haja uma perda de função de 1%/ano depois dos 30A • O timo e os ovários são os órgãos que mais rapidamente envelhecem

  11. Demografia do Envelhecimento • O aumento crescente do nº de idosos e sobretudo de muito idosos é uma realidade universal. • Existem actualmente cerca de 400 milhões de idosos em todo o Mundo prevendo-se que em 2020 sejam mais de 1000 milhões. • 60-70% dos idosos pertencem aos países desenvolvidos.

  12. Envelhecimento no Mundo

  13. Idosos no Mundo

  14. Demografia do envelhecimento

  15. II

  16. 100+ 95-99 90-94 85-84 75-79 70-74 65-69 60-64 55-59 50-54 45-49 40-44 35-39 30-34 25-29 20-24 15-19 10-14 5-9 0-4 100+ 95-99 90-94 85-84 75-79 70-74 65-69 60-64 55-59 50-54 45-49 40-44 35-39 30-34 25-29 20-24 15-19 10-14 5-9 0-4 6 , 0 5 , 0 4 , 0 3 , 0 2 , 0 1 , 0 0 , 0 0 , 0 1 , 0 2 , 0 3 , 0 4 , 0 5 , 0 6 , 0 0 , 0 1 , 0 2 , 0 3 , 0 4 , 0 5 , 0 5,0 4 , 0 3 , 0 2 , 0 1 , 0 0 , 0 100+ 95-99 90-94 85-84 75-79 70-74 65-69 60-64 55-59 50-54 45-49 40-44 35-39 30-34 25-29 20-24 15-19 10-14 5-9 0-4 100+ 95-99 90-94 85-84 75-79 70-74 65-69 60-64 55-59 50-54 45-49 40-44 35-39 30-34 25-29 20-24 15-19 10-14 5-9 0-4 5 , 0 4 , 0 3 , 0 2 , 0 1 , 0 0 , 0 5 , 0 4 , 0 3 , 0 2 , 0 1 , 0 0 , 0 0 , 0 1 , 0 2 , 0 3 , 0 4 , 0 5 , 0 0 , 0 1 , 0 2 , 0 3 , 0 4 , 0 5 , 0 Envelhecimento em Portugal VI Homens Mulheres Homens Mulheres 2005 1960 Homens Mulheres Homens Mulheres 2050 2025 INE - 2007

  17. Envelhecimento em Portugal • Census de 2011: • 19,1% da população tem mais de 65 A • > 1.9 milhão de idosos • Previsão para 2050: • 1/3 da população • > 3 milhões de idosos

  18. Esperança de vida em Portugal Masc. Fem. 1981 68.2 75.2 1990 70.5 77.5 1995 71.5 78.6 2001 73.4 80.4 2006 75.2 81.7 2011 ± 76 ± 82

  19. Evolução da esperança de vida em Portugal

  20. Causas do envelhecimento demográfico • Melhoria das condições sócio-económicas • Melhoria dos cuidados de saúde • Migrações e guerras • Diminuição da natalidade

  21. Consequências do Envelhecimento Demográfico • Económicas • Sociais • Sanitárias • Éticas

  22. Consequências Económicas • < % de população produtiva • > % de população dependente • > despesa com a segurança social

  23. Consequências Sociais • < mobilidade social • Alterações das relações profissionais • Alterações das relações familiares • Conflito de gerações • > necessidade de instituições de assistência ao idoso

  24. Consequências Sanitárias • > nº de doentes ou em risco. • > consumo de cuidados primários. • > consumo de cuidados diferenciados. • > consumo de medicamentos. • > necessidade de pessoal especializado. • Necessidade de instituições especializadas.

  25. Consequências Éticas • Problemas do doente crónico e terminal. • Problemas da morte.

  26. Disciplina de GeriatriaAula teórica 2 Anátomo-fisiologia do envelhecimento e suas implicações clínicas Manuel Teixeira Veríssimo

  27. Anátomo-fisiologia do envelhecimento • O envelhecimento pode ser entendido como um processo dinâmico e progressivo, no qual há: • Alterações morfológicas, funcionais e bioquímicas • Que vão alterando progressivamente o organismo • Tornando-o mais susceptível ás agressões extrínsecas e intrínsecas • Que terminam por levá-lo à morte • Quais são essas alterações?

  28. Alterações com o envelhecimento • Alterações celulares • Núcleo • Citoplasma • Membrana • Outros componentes celulares • Matriz extracelular • Colagénio • Elastina • Alterações dos tecidos e órgãos

  29. Velocidade de envelhecimento dos órgãos e sistemas • O envelhecimento afecta de modo desigual as funções dos tecidos. - Declínio mais rápido nos tecidos elásticos *Aparelho circulatório *Aparelho respiratório *Pele - Declínio mais lento nos tecidos nervosos *O envelhecimento só anularia a condução nervosa por volta dos 400A

  30. Variação Inter-Individual do Envelhecimento • A idade cronológica não afecta de igual modo todos os indivíduos. • Razões da variabilidade individual: - Genéticas - Doenças - Condições de vida Condicionam diferentes tipos de envelhecimento

  31. Tipos de envelhecimento • Normal ou Fisiológico - Usual ou comum - Bem sucedido ou saudável • Patológico - Associado e acelerado por doenças durante a vida

  32. Envelhecimento usual ou comum • Os factores extrínsecos intensificam os efeitos do próprio envelhecimento • Má alimentação • Sedentarismo • Alcoolismo • Consumo de drogas • Poluição • Tabagismo • Stress • Sono inadequado

  33. Envelhecimento bem sucedido ou saudável • O envelhecimento é apenas influenciado pelos factores intrínsecos • Sem efeito negativo dos factores extrínsecos • Algumas práticas podem mesmo atrasar o envelhecimento • Actividade física regular • Alimentação adequada • Hábitos higiénicos de vida em geral

  34. Envelhecimento patológico • Situação em que as doenças ao longo da vida aceleram o envelhecimento Hereditárias Crónicas Acidentais Doenças reumáticas - Artrite reumatóide - Esclerodermia Doenças infecciosas - SIDA - Tuberculose Tumores D. cardiovasculares Paraplégicos Tetraplégicos Lesões C.E. Progeria

  35. ALTERAÇÕES ANÁTOMOFISIOLÓGICAS COM O ENVELHECIMENTO • Modificação a nível da composição corporal • Alterações a nível dos aparelhos e sistemas

  36. Alterações com envelhecimento Efeito do envelhecimentonacomposição corporal: • Diminuiçãodamassamagra • Água • Músculo • Osso • Vísceras • Aumentodamassagorda • Predominânciadagordura abdominal

  37. Modificação da composição corporal com o envelhecimento Consequências • Gerais • Alterações farmacodinâmicas • Específicas • Relacionadas as modificações • Da massa gorda • De cada componente da massa magra

  38. Consequências da modificação da composição corporal com o envelhecimento • Consequências anatómicas e clínicas da diminuição da massa magra: •  Tamanho dos órgãos •  Capacidade de reserva funcional dos órgãos •  Massa muscular •  Força muscular   capacidade funcional •  Água corporal • Maior risco de desidratação •  Massa óssea • Osteoporose  fracturas

  39. Consequências da modificação da composição corporal • Consequências do aumento da massa gorda • Principalmente a nível abdominal •  risco de diabetes •  risco cardiovascular •  risco cancro do cólon e mama • Problemas ortopédicos • Outros

  40. Estatura, peso e envelhecimento • A estatura diminui cerca de 1cm por cada 10 anos dos 40 até aos 70, acentuando-se depois essa redução: • achatamento das vértebras (osteoporose) • redução dos discos inter-vertebrais • cifose dorsal • arqueamento dos membros inferiores • achatamento do arco plantar • O pesoaumenta ao longo da idade adulta até atingir um “plateau” por volta dos 60-65 A, tendo depois tendência a diminuir.

  41. Relação peso/estatura e envelhecimento • O IMC (peso/altura²m) é o índice de avaliação nutricional mais usado no Mundo • No idoso tem limitações • Sobrevalorizado em relação ao não idoso • Devido à diminuição da altura Normal Idoso IMC Classificação <18.5 Desnutrição > 18.5 < 25 Normal  25<30 Pré-obesidade  30 Obesidade OMS - 1998 IMCClassificação <21 Desnutrição  21<25 Risco desnutrição  25 <30 Normal > 30 Obesidade Ferrry e Alix - 2002

  42. Alterações morfológicas associadas ao envelhecimento •  circunferência do crânio •  tamanho do nariz e pavilhões auriculares •  diâmetro antero-posterior e redução do diâmetro transverso do tórax •  diâmetro antero-posterior do abdómen e do diâmetro bi-ilíaco •  pregas cutâneas dos membros • Distribuição centrípeta da gordura

  43. Alterações morfológicas associadas ao envelhecimento • Despigmentação, perda e enfraquecimento do cabelo •  pilosidade corporal, com excepção: • No homem: aumento dos pêlos das narinas, pavilhão auricular e sobrancelhas • Na mulher: crescimento dos pelos no lábio superior e mento • Edema da pálpebra inferior • Herniação de gordura e retenção de líquido

  44. Alterações morfológicas associadas ao envelhecimento • A nível da pele: • Tendência para a palidez • Devido à diminuição da quantidade de melanócitos • Manchas hiperpigmentadas acastanhadas • Presentes especialmente nas mãos e face • Devido a alterações do funcionamento dos melanócitos • Equimoses por pequenos traumas • Mais frequentes nas superfícies de extensão • Devido à menor elasticidade da pele e adelgaçamento da epiderme •  Secreção glandular sebácea e sudorípora • Pele mais seca e mais sensível às variações de temperatura e infecções

  45. Alterações osteoarticulares associadas ao envelhecimento • Fracturas associadas a pequenos traumatismos • Vértebras • Colo do fémur • Rádio • Cifose dorsal • Fractura em cunha do corpo vertebral • Artrose com deformação articular • Mãos • Joelhos • Pés Associadas a osteporose

  46. Alterações musculares associadas ao envelhecimento •  Massa muscular •  Tamanho e n.º de fibras musculares •  Força muscular  Capacidade funcional  Independência  Qualidade de vida • Importante a prática regular de actividade física • Contraria esta tendência

  47. Disciplina de GeriatriaAula teórica 3 Anátomo-fisiologia do envelhecimento e suas implicações clínicas (continuação) Manuel Teixeira Veríssimo

  48. Alterações cardiovasculares associadas ao envelhecimento • Ao contrário dos outros órgãos o coração aumenta de tamanho e de peso com a idade • Aumento da espessura das paredes do ventrículo esquerdo (cerca de 30% entre os 25 e 80A) • Há diminuição do nº de miócitos cardíacos • Há aumento do tecido fibroso • Duplicação relação à idade jovem Diminuição da reserva cardíaca Insuficiência cardíaca

  49. Alterações cardiovasculares associadas ao envelhecimento • A aterosclerose está virtualmente presente em todos os idosos • Espessamento e calcificação valvular • Mitral e aórtica mais atingidas •  pressão arterial • principalmente a sistólica • 35 mm entre idade jovem e avançada •  reflexos barorreceptores • A hipotensão postural está presente em a 30-50% dos idosos acima dos 75A Sopros Estenose Insuficiência Endocardite

  50. Envelhecimento do aparelho respiratório • O envelhecimento influencia anatómica e funcionalmente o aparelho respiratório • Aos 60 anos a resistência elástica da parede torácica é o dobro da do adulto jovem Alterações torácicas -  diâmetro antero-posterior -  diâmetro transverso -  altura do tórax - calcificação das cartilagens condro-costais - rigidez da caixa torácica -  capacidade dos músculos respiratórios Deterioração da elastina Volume corrente: = Capacidade vital: Volume residual:  CRI:  CRE:  VEMS 

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