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Mariana Bruinje Cosentino. Caso Clínico. Identificação. J.J.M.F., 51 anos, homem, caucasiano, casado, aposentado (ex-comerciante), natural e procedente de São Paulo QUEIXA PRINCIPAL Falta de ar e catarro com sangue. História da doença atual.
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Mariana Bruinje Cosentino Caso Clínico
Identificação • J.J.M.F., 51 anos, homem, caucasiano, casado, aposentado (ex-comerciante), natural e procedente de São Paulo QUEIXA PRINCIPAL • Falta de ar e catarro com sangue
História da doença atual • Refere episódios recorrentes e paroxísticos de dispnéia e sibilância associado a tosse produtiva de expectoração mucopurulenta com predomínio noturno e cansaço para médios e pequenos esforços, que o levou a procurar várias vezes o serviço de urgência nos últimos 6 meses.
História da doença atual • Há 1 mês foi atendido no serviço de emergência por agravo da sintomatologia e um episódio de expectoração hemoptóica . Teve alta com deflazacorte e foi encaminhado ao serviço de pneumologia. • Há 1 semana foi internado no serviço de pneumologia por hemoptise abundante, dispnéia e sibilância.
ISDAS • Geral: nega febre, anorexia, emagrecimento, astenia ou linfonodomegalia • Sistema cardiovascular e respiratório: nega dor torácica ou ortopneia. Nega palpitação, tonturas, DPN, lipotímia.Refere dispnéia aos médios e pequenos esforços de inicio há 2 anos, com vários episódios de dispneia em repouso e sibilos no últimos meses. • Sistema nervoso: Refere hemiparesia esquerda Nega tontura, cefaléia ou crise convulsiva.Nega alteração de coordenação ou equilíbrio.Nega alteração de memória, linguagem, atenção.
ISDAS • Gastrointestinal: nega alterações • Genitourinário: nega alterações • Cabeça e pescoço: diminuição da acuidade visual e hiperemia e prurido ocular. Sem uso de lentes corretivas.Refere alguns episódios de obstrução nasal, rinorréia e prurido nasal. Nega epistaxe. • Pele e fâneros: nega alterações
História mórbida pregressa • Varicela e sarampo na infância sem sequelas ou complicações • Refere asma diagnosticada há 10 anos • Rinosinusite • HAS diagnosticada há 1 ano • AVC hemorrágico há 1 ano com sequelas de hemiparesia E • Polipectomia nasal há 2 anos • Nega antecedentes de acidentes • Nega alergia a medicamentos • Nega transfusões • Imunizações em dia
História Familiar • Antecedentes familiares sem relevância • Nega doenças familiares, nega casos de malignidade, nega familiares com patologia semelhante a sua • Hábitos • Ex-tabagista – 40 maços/ano – parou há 10 anos • Nega etilismo • Nega outras drogas • HPS • Nega contato ou posse de animais • Habitação com eletricidade e saneamento básico
Exame físico • BEG, LOTE, hidratado, hipocorado +/4, PA 150/90, FR 104, Tax 36,7°C, FR 24, SatO2 96%, acianótico, anictérico Sem adenomegalia. Tireoide palpavel sem alteraçõesAC: RCR 2T BNF S/SAP: MV+ bilateral com roncos e sibilos difusos bilaterais FTV normal, expansibilidade normalAbdome: RHA+, flácido, indolor, sem visceromegaliaMMII: sem edema, pulsos + bilateralmente simetricosHemiparesia E, FM 3 sem outras alterações neurológicas
Exames complementares • Eletrocardiograma: Taquicardia sinusal e hemibloqueio esquerdo anterior • Ecocardiograma: Presença de pequeno derrame pericárdico, anterior, medindo em diástole, aproximadamente 0,46 cm
Biópsia pulmonar • Manutenção da arquitetura lobular habitual e ocupação dos espaços alveolares por grande abundância de macrófagos com pigmento no citoplasma que não corresponde a ferro, há também espessamento dos septos interalveolares por infiltrado inflamatório ligeiro e polimorfonucleares neutrófilos e formação focal de micropólipos inflamatórios miofibroblásticos intra-alveolar, traduzindo pneumonia em organização e pleurite crônica colagenizante. Aspectos morfológicos compatíveis com Síndrome de Churg-Strauss
Síndrome de Churg-Strauss • Angiíte granulomatosa alérgica • Vasculite necrosante sistêmica • Etiopatogenia desconhecida • Coexistência de rinite, asma, eosinofilia, e IgE ↑- hipersensibilidade imediata • Mais frequente em homens 2:1 • Maior incidência: 30-40 anos
Síndrome de Churg-Strauss • Anemia, leucocitose, trombocitose são comuns • Aumento de VHS e IgE • P-ANCA • Biópsia: vasculite necrosante granulomatosa com infiltrado eosinofilico perivascular
Síndrome de Churg-Strauss Se não tratada: sobrevida 25% em 5 anos Tratamento • Prednisona, 1mg/Kg/dia durante 2-3 meses • Ciclofosfamida (falha do corticóide ou casos graves) A taxa de remissão para tais pacientes é de 80%, com reatividade em torno de 25% e sobrevida de 79,4%
Síndrome de Churg-Strauss • A diferenciação e o diagnóstico corretos são itens fundamentais para tratamento e seguimento adequado desses pacientes, já que as vasculites têm grande impacto não somente na qualidade de vida, como também na morbimortalidade por essas doenças.
Mariana Bruinje Cosentino Caso Clínico