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A POESIA MODERNA Professores: Ana Cristina R. Pereira & Altair Martins

A POESIA MODERNA Professores: Ana Cristina R. Pereira & Altair Martins. O GRUPO DA TRADIÇÃO LÍRICA. O GRUPO DA TRADIÇÃO LÍRICA. Síntese entre inovações modernistas e o melhor da tradição lírica ocidental; Linguagem renovadora & temas clássicos e universais;

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A POESIA MODERNA Professores: Ana Cristina R. Pereira & Altair Martins

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Presentation Transcript


  1. A POESIA MODERNAProfessores:Ana Cristina R. Pereira & Altair Martins

  2. O GRUPO DA TRADIÇÃO LÍRICA

  3. O GRUPO DA TRADIÇÃO LÍRICA • Síntese entre inovações modernistas e o melhor da tradição lírica ocidental; • Linguagem renovadora & temas clássicos e universais; • Predomina a subjetividade, e reafirma-se o velho poder da inspiração, nos moldes românticos.

  4. GRUPO DA MODERNIDADE RADICAL

  5. GRUPO DA MODERNIDADE RADICAL

  6. GRUPO DA MODERNIDADE RADICAL • Oposição ao confessionalismo e ao subjetivismo da lírica tradicional; • O mundo torna-se mais importante do que o eu-lírico; • Há uma grande desconfiança quanto às possibilidades comunicativas da linguagem e rejeita-se a inspiração, privilegiando-se a técnica e a carpintaria poética

  7. MANUEL BANDEIRA(1886 - 1968)

  8. MANUEL BANDEIRA(1886 - 1968) • Fusão entre a confissão pessoal e a vida cotidiana; • Clima de desejo insatisfeito e amargurado; • A poesia para ele representou “toda a vida que podia ter sido e que não foi”; • Tema dominante = a preparação para a morte; • Poeta do cotidiano = descobre o lirismo em tudo o que é irrisório e banal = simplicidade.

  9. A cinza das horas • O livro de estréia de Manuel Bandeira – A Cinza das Horas (1917) [parnasiano-simbolista] – é repleto de poemas de um lirismo melancólico e que remetem a temas como a espera da morte, a frustração, a resignação de quem espera o fim, o sofrimento, a angústia, a tristeza, etc. Trata-se de uma obra mais convencional, muito sentimental, em que o poeta projeta suas tristezas em paisagens tristes e crepusculares.

  10. O poema “Desencanto”, por exemplo, é um metapoema que descreve o ato de fazer poesia como uma espécie de “válvula de escape”, como um desabafo de um ser que sofre e espera a morte.

  11. Desencanto Eu faço versos como quem choraDe desalento , de desencantoFecha meu livro se por agoraNão tens motivo algum de prantoMeu verso é sangue , volúpia ardenteTristeza esparsa , remorso vãoDói-me nas veias amargo e quenteCai gota à gota do coração.E nesses versos de angústia roucaAssim dos lábios a vida correDeixando um acre sabor na boca- Eu faço versos como quem morre.

  12. Libertinagem “Libertinagem” (1930) é um marco na trajetória poética de Bandeira, pois a partir desses escritos é que o poeta dará o passo decisivo para a libertação de sua formação passadista.

  13. Os temas são os mais variados, tais como: a infância, as pessoas ligadas a ela e sua cidade natal, que servem de refúgio ao “eu-lírico” (poeta descontente e infeliz); esses elementos aparecem como consolação (alívio) de sua dor no presente.

  14. Porquinho-da-Índia Quando eu tinha seis anos Ganhei um porquinho-da-índia.Que dor de coração me davaPorque o bichinho só queria estar debaixo do fogão!Levava ele prá salaPra os lugares mais bonitos mais limpinhosEle não gostava:Queria era estar debaixo do fogão.Não fazia caso nenhum das minhas ternurinhas...- O meu porquinho-da-índia foi minha primeira namorada.

  15. Em Porquinho-da-Índia, a recusa do bichinho em aceitar o afeto do menino remete para um dos motivos centrais da obra de Bandeira: a impossibilidade da realização plena do desejo amoroso. Logo a experiência do adulto estará carregada de insatisfação, como se, de alguma maneira, a rejeição do porquinho-da-índia aos cuidados e à devoção do menino antecipasse as suas futuras frustrações sentimentais.

  16. Libertinagem Em Libertinagem, podemos perceber a presença de imagens brasileiras, que evocam lugares, tipos populares e a própria linguagem coloquial do Brasil, transformando o cotidiano em matéria poética.

  17. Em “Evocação do Recife”, poema escrito sob encomenda do sociólogo pernambucano Gilberto Freyre,a subjetividade, o memorialismo, a infância, o folclore e a cultura popular caracterizam esse famoso poema de Manuel Bandeira. O eu lírico revive cenas do passado, como se fosse menino outra vez. Ao lado das brincadeiras de infância, surgem pessoas com as quais conviveu: parentes, vizinhos, amigos. Até os nomes das ruas eram líricos: Rua da União, do Sol, da Aurora.

  18. (...) Recife da minha infânciaA rua da União onde eu brincava de chicote-queimado e partia as vidraças da casa de dona Aninha ViegasTotônio Rodrigues era muito velho e botava o pincenê na ponta do narizDepois do jantar as famílias tomavam a calçada com cadeiras]mexericos namoros risadasA gente brincava no meio da ruaOs meninos gritavam:Coelho sai!Não sai!

  19. Outro ponto alto de “Libertinagem” reside, segundo Mário de Andrade, no poema “Vou-me Embora pra Pasárgada”, no momento em que o poeta trata do tema do exílio, da partida – tão caro às gerações anteriores, os românticos, os parnasianos – e funde o lugar comum poético “vou-me embora” com o “estado-de-espírito bem comum entre os nossos poetas contemporâneos.”

  20. Vou-me Embora pra Pasárgada Vou-me embora pra Pasárgada Lá sou amigo do reiLá tenho a mulher que eu queroNa cama que escolhereiVou-me embora pra PasárgadaVou-me embora pra PasárgadaAqui eu não sou felizLá a existência é uma aventuraDe tal modo inconseqüenteQue Joana a Louca de EspanhaRainha e falsa dementeVem a ser contraparenteDa nora que eu nunca tive

  21. E como farei ginásticaAndarei de bicicletaMontarei em burro braboSubirei no pau-de-seboTomarei banhos de mar!E quando estiver cansadoDeito na beira do rio

  22. (...) Em Pasárgada tem tudoÉ outra civilizaçãoTem um processo seguro De impedir a concepçãoTem telefone automáticoTem alcalóide à vontadeTem prostitutas bonitas Para a gente namorar

  23. E quando eu estiver mais tristeMas triste de não ter jeitoQuando de noite me der Vontade de me matar- Lá sou amigo do rei -Terei a mulher que eu queroNa cama que escolhereiVou-me embora pra Pasárgada

  24. Libertinagem Em Pneumotórax, há a cristalização da condição de Manuel Bandeira. O poeta que teria toda a existência pela frente, o projeto de ser arquiteto, mas que não pode se realizar, em função da descoberta de sua doença, a tuberculose. Isto é, aos desejos frustrados, aos sonhos não realizados do poeta só resta tocar uma canção trágica em homenagem: um tango argentino.

  25. Pneumotórax Febre, hemoptise, dispnéia e suores noturnos.A vida inteira que podia ter sido e que não foi.Tosse, tosse, tosse.Mandou chamar o médico:- Diga trinta e três.- Trinta e três . . . trinta e três . . . trinta e três . . .- Respire...........................................................................- O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito infiltrado.]- Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax?- Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.

  26. A negação das poéticas passadistas em Poética (Libertinagem) Estou farto do lirismo comedido Do lirismo bem comportadoDo lirismo funcionário público com livro de ponto expediente]protocolo e manifestações de apreço ao Sr. diretor.Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário]o cunho vernáculo de um vocábulo.Abaixo os puristas

  27. Todas as palavras sobretudo os barbarismos Universais]Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção]Todos os ritmos sobretudo os inumeráveisEstou farto do lirismo namoradorPolíticoRaquíticoSifilítico

  28. De todo lirismo que capitula ao que quer que seja fora de si mesmoDe resto não é lirismoSerá contabilidade tabela de co-senos secretário do amante]exemplar com cem modelos de cartas e as diferentesmaneiras de agradar às mulheres, etc

  29. Quero antes o lirismo dos loucosO lirismo dos bêbedosO lirismo difícil e pungente dos bêbedosO lirismo dos clowns de Shakespeare- Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.

  30. Em Opus 10 (1958) no poema “Consoada”, Bandeira conseguiu superar as aflições, em um ritual de sedução, em uma confraternização, em um jantar, que é uma das atividades normais da vida.Uniu os princípios da vida e da morte. Ela, a traidora e amante indesejada, sob o mesmo teto, à mesma mesa, em um banquete servido pela poesia em pessoa.

  31. Consoada Quando a Indesejada das gentes chegar (Não sei se dura ou caroável), talvez eu tenha medo. Talvez sorria, ou diga: - Alô, iniludível! O meu dia foi bom, pode a noite descer. (A noite com os seus sortilégios.) Encontrará lavrado o campo, a casa limpa, A mesa posta, Com cada coisa em seu lugar.

  32. CECÍLIA MEIRELES (1901 - 1964)

  33. CECÍLIA MEIRELES (1901 - 1964) • Forte herança simbolista; • Predomina os sentimentos de perda amorosa e solidão; • Temática da passagem do tempo e a experiência do vazio; • Romanceiro da Inconfidência = visão dramática e lírica da sociedade mineira do século XVIII, de suas principais figuras humanas e da Inconfidência.

  34. A dor existencial = o fluir do tempo dissolve as ilusões, o corpo, a memória... Retrato Eu não tinha este rosto de hoje,assim calmo, assim triste, assim magro,nem estes olhos tão vazios, nem o lábio amargo.

  35. Eu não tinha estas mãos sem força, tão paradas e frias e mortas; eu não tinha este coraçãoque nem se mostra. Eu não dei por esta mudança,tão simples, tão certa, tão fácil:- Em que espelho ficou perdida a minha face?

  36. Cecília e a modernidade • O vínculo da autora com a modernidade está na “experiência do vazio”. Ela não encontra possibilidade de comunicação com o mundo circundante e seus versos tratam da “sensação do absurdo da existência e da falta de sentido da vida contemporânea”. Assim, só resta à poeta o canto, ou seja “a celebração do ato de criação poética” = a poesia.

  37. Motivo Eu canto porque o instante existe e a minha vida está completa. Não sou alegre nem sou triste: sou poeta. Irmão das coisas fugidias, não sinto gozo nem tormento. Atravesso noites e dias no vento.

  38. Se desmorono ou se edifico, se permaneço ou me desfaço, — não sei, não sei. Não sei se fico ou passo. Sei que canto. E a canção é tudo. Tem sangue eterno a asa ritmada. E um dia sei que estarei mudo: — mais nada.

  39. CECÍLIA MEIRELES (1901 - 1964) • Romanceiro da Inconfidência = visão dramática e lírica da sociedade mineira do século XVIII, de suas principais figuras humanas e da Inconfidência. • Mistura de crônica dramática de uma época + tradição literária popular + invenção poética.

  40. Romance XXXIV ou de Joaquim Silvério Melhor negócio que Judas fazes tu, Joaquim Silvério: que ele traiu Jesus Cristo, tu trais um simples Alferes. Recebeu trinta dinheiros... -- e tu muitas coisas pedes: pensão para toda a vida, perdão para quanto deves, comenda para o pescoço, honras, glória, privilégios. E andas tão bem na cobrança que quase tudo recebes!

  41. Melhor negócio que Judas fazes tu, Joaquim Silvério! Pois ele encontra remorso, coisa que não te acomete. Ele topa uma figueira, tu calmamente envelheces, orgulhoso impenitente, com teus sombrios mistérios. (Pelos caminhos do mundo, nenhum destino se perde: há os grandes sonhos dos homens, e a surda força dos vermes.)

  42. MARIO QUINTANA(1906 - 1994)

  43. MARIO QUINTANA(1906 - 1994) • Herança simbolista + Independência poética + Linguagem simples + Ironia e Humor • Poeta = Trivial + Realista + Sentimental + Metafórico + Irreverente + Surrealista; • Seus poemas são “quintanares” = vida passada a limpo através da imaginação; • Produção de poemas em prosa.

  44. As ruínas interiores e a melancolia de Quintana = Rua dos cataventos Da vez primeira em que me assassinaramPerdi um jeito de sorrir que eu tinha...Depois de cada vez que me mataram,Foram levando qualquer coisa minha...E hoje dos meus cadáveres eu souO mais desnudo, o que não tem mais nada...Arde um toco de vela amarelada...Como o único bem que me ficou.(...)

  45. O Humor de Quintana = Cartaz para uma Feira do Livro os verdadeiros analfabetos

  46. são os que aprenderam a ler e não leem

  47. Quintana... Alienado político? Todos esses que aí estão Atravancando o meu caminho, Eles passarão... Eu passarinho!

  48. VINÍCIUS DE MORAIS(1913 - 1980)

  49. VINÍCIUS DE MORAIS(1913 - 1980) • I - Fase neo-simbolista = conotações místicas (formação religiosa); linguagem solene (versos longos – que remetem aos versículos bíblicos); adjetivação exagerada.

  50. Ânsia Na treva que se fez em torno a mimEu vi a carne.Eu senti a carne que me afogava o peitoE me trazia à boca o beijo maldito.Eu gritei.De horror eu gritei que a perdição me possuía a almaE ninguém me atendeu.Eu me debati em ânsias impurasA treva ficou rubra em torno a mimE eu caí! (...)

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