1 / 63

ACIDENTES OFÍDICOS

ACIDENTES OFÍDICOS. Gabriela G. Silveira Pontifícia Universidade Católica de Campinas - Faculdade de Medicina 2010. EPIDEMIOLOGIA. Brasil: 20.000 casos/ano Locais das picadas: 70,8% pés/pernas 13,4% mão/antebraço Faixa etária e sexo: 15-49 anos (52,3%)

clint
Télécharger la présentation

ACIDENTES OFÍDICOS

An Image/Link below is provided (as is) to download presentation Download Policy: Content on the Website is provided to you AS IS for your information and personal use and may not be sold / licensed / shared on other websites without getting consent from its author. Content is provided to you AS IS for your information and personal use only. Download presentation by click this link. While downloading, if for some reason you are not able to download a presentation, the publisher may have deleted the file from their server. During download, if you can't get a presentation, the file might be deleted by the publisher.

E N D

Presentation Transcript


  1. ACIDENTES OFÍDICOS Gabriela G. Silveira Pontifícia Universidade Católica de Campinas - Faculdade de Medicina 2010

  2. EPIDEMIOLOGIA • Brasil: 20.000 casos/ano • Locais das picadas: 70,8% pés/pernas 13,4% mão/antebraço • Faixa etária e sexo: 15-49 anos (52,3%) Sexo masculino (70%)

  3. CARACTERÍSTICAS DOS GÊNEROS DE SERPENTES PEÇONHENTAS NO BRASIL FOSSETA LOREAL PRESENTE • Órgão sensorial termorreceptor. • É um orifício situado entre o olho e a narina. • É encontrada nos gêneros Bothrops, Crotalus e Lachesis. • Dentes inoculadores bem desenvolvidos e móveis na porção anterior do maxilar.

  4. CARACTERÍSTICAS DOS GÊNEROS DE SERPENTES PEÇONHENTAS NO BRASIL TIPO DE CAUDA

  5. CARACTERÍSTICAS DOS GÊNEROS DE SERPENTES PEÇONHENTAS NO BRASIL FOSSETA LOREAL AUSENTE • Serpentes do gênero Micrurus. • Possuem dentes inoculadores pouco desenvolvidos e fixos na região anterior da boca.

  6. GÊNEROS DE SERPENTES PEÇONHENTAS CROTALUS (Cascavel) BOTHROPS (Jararaca) LACHESIS (Surucucu) MICRURUS (Coral)

  7. Mecanismos de ação dos venenos • PROTEOLÍTICA: Bothrops e Lachesis • COAGULANTE: Bothrops, Lachesis e Crotalus • HEMOLÍTICA: Crotalus • NEUROTÓXICA:Crotalus , Micrurus e Lachesis • HEMORRÁGICA:Bothrops e Lachesis • MIOTÓXICO:Crotalus

  8. Ação proteolítica • PATOGÊNESE: - Proteases. - Hialuronidases. - Fosfolipases. - Hemorraginas. - Mediadores inflamatórios (bradicinina, serotonina, histamina, prostaglandinas, leucotrienos, PAF). - Ação pró-coagulante do veneno. • Lesões locais: edema, bolhas, necrose. Necrose

  9. Ação hemorrágica • PATOGÊNESE: - Ação das hemorraginas (metaloproteases) que atuam na membrana basal endotelial vascular, levando a perda da integridade vascular. - Plaquetopenia. - Alterações da coagulação.

  10. Ação coagulante Pela entrada de veneno na circulação sanguínea, ocorrendo: Ativação dos fatores de coagulação Consumo de fibrinogênio Formação de fibrina intravascular

  11. Ação coagulante • Consome o fibrinogênio plasmático (desfibrinação) acarretando incoagulabilidade sanguínea. • Pode haver também consumo de fatores V e VIII e de plaquetas, levando à CIVD.

  12. Ação neurotóxica • Veneno crotálico possui neurotoxinas: crotoxina, crotamina, giroxina e convulxina. • CROTOXINA: pré-sináptica e atua inibindo a liberação de acetilcolina: leva a paralisia motora e respiratória. • Veneno elapídico possui neurotoxinas que • atuam na junção neuromuscular (portanto periférica), que se ligam a receptores (nicotínicos) de acetilcolina na placa terminal: leva a efeitos semelhantes aos do curare e da miastenia gravis . • podem ter ação pré-sináptica, inibindo acetilcolina.

  13. Ação “neurotóxica” (mioneural) • Bloqueios da junção mioneural, com: • Fácies miastênica ou “neurotóxica”: • Ptose palpebral • Diplopia • Anisocoria • nas Micrurus há também dificuldade de deglutição e insuficiência respiratória aguda. • nas Lachesis: • Síndrome de excitação vagal (bradicardia, diarréia, hipotensão e choque).

  14. Ação miotóxica • Provoca necrose das fibras musculares esqueléticas (rabdomiólise) com liberação de enzimas e mioglobina que são posteriormente excretadas na urina.

  15. PRIMEIROS SOCORROS 1. NÃO usar torniquete nem garrote. 2. NÃO cortar, furar ou queimar. 3. Manter o paciente em repouso (não andar). 4. Membro afetado posicionado para cima. 5. Analgésicos (evitar drogas depressoras do SNC) – VO (evitar IM). 6. Controlar sinais vitais e volume urinário. 7. Encaminhar para SOROTERAPIA.

  16. Conduta HOSPITALAR inicial nos acidentes ofídicos 1. Se sabe ou trouxe a cobra: tratamento imediato específico. 2. Se não sabe qual a cobra que picou: • A. TC aumentado (10’ a 30’) = veneno coagulante • B. observação clínica: • Local da picada – edema e hemorragia = veneno proteolítico. • Fácies de “bêbado” = veneno neurotóxico. • Falta de ar precoce = veneno hemolítico.

  17. Exames laboratoriais de acordo com os sintomas • Cobra não conhecida: • TC se aumentado = veneno coagulante (acidente botrópico, crotálico ou laquético). • TC seriado, coagulograma, hemograma. • Alteração da cor da urina / oligúria: • Urina tipo I, mioglobinúria, creatinina. • Dores musculares generalizadas: • CK, AST (aumento precoce), LDH (marcador tardio: 4º ou 5º dia). • Dificuldade respiratória • Gasometria.

  18. Solicitar, se disponível • Hemograma Completo • Uréia • Creatinina • TTPA • Urina I • CK • LDH • Aldolase • Eletrólitos

  19. BOTHROPS • Compreende cerca de 30 espécies, distribuídas por todo o território nacional. • São conhecidas popularmente como: jararaca, ouricana, jararacuçu, surucucurana, caiçara. • Habitam principalmente zonas rurais e periferias de grandes cidades, preferindo ambientes úmidos.

  20. ACIDENTE BOTRÓPICO • 90% dos envenenamentos. • Ações dos venenos: - Proteolítica - Coagulante - Hemorrágica • QC: - Manifestações locais: dor, edema endurado, equimoses no local da picada; pode evoluir com infartamento ganglionar e bolhas, com ou sem necrose.

  21. ACIDENTE BOTRÓPICO

  22. ACIDENTE BOTRÓPICO • Manifestações sistêmicas: hemorragias à distância como gengivorragias, epistaxes, hematêmeses e hematúria; náuseas, vômitos, sudorese, hipotensão arterial, e mais raramente, choque. • Complicações: Locais: Sd. Compartimental, abscesso, necrose. Sistêmicas: Choque, insuficiência renal aguda.

  23. ACIDENTE BOTRÓPICO • EXAMES COMPLEMENTARES: - TC (tempo de coagulação). - Hemograma: leucocitose com desvio à E, VHS, plaquetopenia variável. - Urina I: proteinúria, hematúra, leucocitúria. - Uréia, creatinina . - Eletrólitos. - Métodos de imunodiagnóstico.

  24. ACIDENTE BOTRÓPICO • TRATAMENTO ESPECÍFICO: Soro antibotrópico (SAB) Se não tiver SAB: soro antibotrópico-crotálica (SABC) ou soro antibotrópicolaquética (SABL). * Se o TC permanecer alterado 24h após a soroterapia: dose adicional de 2 ampolas de soro antiveneno.

  25. ACIDENTE BOTRÓPICO • TRATAMENTO GERAL: a. Manter elevado e estendido o segmento picado. b. Analgésicos. c. Hidratação: com diurese 30 a 40 mL/h no adulto e 1 a 2 mL/Kg/h na criança. d. Antibioticoterapia: se houver evidência de infecção. Principais bactérias: Morganella morganii, Escherichia coli, Providentia sp, Streptococo do grupo D, geralmente sensíveis ao Cloranfenicol.

  26. ACIDENTE BOTRÓPICO • Tratamento das complicações: Síndrome compartimental → fasciotomia, debridamento de áreas de necrose e drenagem de abscessos. • Prognóstico: Letalidade 0,3% nos tratados e seqüelas locais anatômicas ou funcionais.

  27. CROTALUS • Popularmente são conhecidas por cascavel, cascavel-quatro-ventas, boicininga, maracambóia, maracá. • Crotalus durissus. • São encontradas em campos abertos, áreas secas, arenosas e pedregosas. Não ocorrem em florestas e no Pantanal.

  28. ACIDENTE CROTÁLICO • É responsável por cerca de 7,7% dos acidentes ofídicos no Brasil. • Apresenta o maior coeficiente de letalidade devido à evolução para IRA. • Ações dos venenos: - Neurotóxica - Miotóxica - Coagulante

  29. ACIDENTE CROTÁLICO • QC: Manifestações locais: - São pouco importantes; - Não há dor, ou esta pode ser de pequena intensidade; - Há paresia local ou regional, com discreto edema. Manifestações sistêmicas: - Gerais: mal estar, prostração, sudorese, náuseas, vômitos.

  30. ACIDENTE CROTÁLICO • Musculares: • Mialgias; • Mioglobinúria; Fibra muscular esquelética lesada → libera grandes quantidades de mioglobina → excretada pela urina → urina com tonalidade + escura (vermelha a marrom). Manifestação + evidente da rabdomiólise.

  31. ACIDENTE CROTÁLICO - Neurológicas: • Fácies miastênica (fácies neurotóxica de Rosenfeld): ptose palpebral uni ou bilateral + flacidez da musculatura da face. • Anisocoria. • Oftalmoplegia, visão turva e/ou diplopia.

  32. ACIDENTE CROTÁLICO • Distúrbios da coagulação: • Pode haver incoagulabilidade sanguínea ou aumento do tempo de coagulação em 40% dos pacientes. • Raramente ocorre gengivorragia. • COMPLICAÇÕES: • Locais: parestesias locais duradouras, mas reversíveis. • Sistêmicas: insuficiência renal aguda (IRA) , com necrose tubular geralmente de instalação nas primeiras 48h.

  33. ACIDENTE CROTÁLICO • EXAMES COMPLEMENTARES: - CK, LDH, AST, ALT, aldolase. *O aumento da CK é precoce, com pico máximo em 24h. O aumento da LDH é mais lento e gradual. • Na fase oligúrica da IRA: uréia, creatinina, ácido úrico, fósforo, potássio, ↓calcemia. • TC prolongado. • Hemograma: pode mostrar leucocitose com neutrofilia e desvio à E; às vezes, com granulações tóxicas. • Urina: o sedimento urinário geralmente é normal quando não há IRA. Pode haver proteinúria discreta com ausência de hematúria. Há presença de mioglobina.

  34. ACIDENTE CROTÁLICO • TRATAMENTO ESPECÍFICO: Soro anticrotálico (SAC) (IV). Ou soro antibotrópico-crotálico (SABC). • TRATAMENTO GERAL: - Hidratação adequada. • Diurese osmótica pode ser induzida com Manitol a 20%. Se oligúria persistir: diuréticos de alça, como furosemida (IV). • O pH urinário deve ser mantido > 6,5, pois a urina ácida potencia precipitação intratubular de mioglobina. Alcalinização da urina com bicarbonato de sódio (IV).

  35. ACIDENTE CROTÁLICO • Prognóstico: - Bom prognóstico nos acidentes leves a moderados e nos atendidos nas primeiras 24h. Acidentes graves estão vinculados a IRA.

  36. Gênero Lachesis

  37. Gênero Lachesis • Família Viperidae, gênero Lachesis, espécie Lachesis muta • Surucucu, surucucu-pico-de-jaca, surucutinga, malha-de-fogo • É a maior das serpentes peçonhentas das Américas (3,5 m) • Áreas florestais (Amazônia, Mata Atlântica, matas úmidas do Nordeste) • Poucos casos na literatura

  38. ACIDENTE LAQUÉTICO • 1,4% dos acidentes por serpentes peçonhentas Ações do veneno: • Ação proteolítica • Ação coagulante (atividade tipo trombina) • Ação hemorrágica • Ação neurotóxica (estimulação vagal)

  39. Quadro clínico • Acidentes moderados e graves • Manifestações locais: • dor e edema • vesículas e bolhas de conteúdo seroso ou sero-hemorrágico • hemorragias • Manifestações sistêmicas: síndrome vagal: hipotensão arterial, tonturas, escurecimento da visão, bradicardia, cólicas abdominais, diarréia

  40. Quadro clínico • Complicações: síndrome compartimental, necrose, infecção secundária, abscesso, déficit funcional

  41. Exames complementares • Tempo de coagulação • Hemograma • Uréia • Creatinina • Imunodiagnóstico (ELISA): caráter experimental

  42. Diagnóstico diferencial • Acidente botrópico  As manifestações da síndrome vagal poderiam auxiliar na distinção entre o acidente laquético e o botrópico

  43. Específico: Soro antilaquético (SAL) ou antibotrópico-laquético (SABL) Na ausência destes: soro antibotrópico Tratamento

  44. Tratamento • Soroterapia: O soro deve ser mantido em geladeira (4 a 8ºC)  Prazo de validade: usualmente 3 anos 01 unidade é a quantidade de soro necessária para neutralizar 1mg de veneno O soro tem ação neutralizante sobre o veneno circulante; não tem ação curativa das lesões já produzidas

  45. Tratamento • Soroterapia: Período eficaz – 6 primeiras horas (podendo se estender até 24h) A quantidade independe da idade ou peso da vítima, e sim da quantidade de veneno inoculado Aplicação subcutânea em pequena quantidade, para neutralização tardia do veneno

  46. Tratamento • Geral: 1. analgésicos / sedativos 2. antissépticos / desbridamento local 3. transfusão de sangue / plasma fresco 4. assistência respiratória 5. hidratação EV 6. profilaxia do tétano 7. antibioticoterapia (se infecção secundária)

More Related