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A comunicação emocional entre intérprete e ouvinte no repertório brasileiro para trombone e trompete. Danilo Ramos Juliano Carpen Schultz. GRUME. Grupo de Pesquisa Música e Emoção. Comunicação emocional. JUSLIN e PERSSON (2002):
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A comunicação emocional entre intérprete e ouvinte no repertório brasileiro para trombone e trompete Danilo Ramos Juliano Carpen Schultz GRUME Grupo de Pesquisa Música e Emoção
Comunicação emocional • JUSLIN e PERSSON (2002): • Situações em que o músico tem a intenção de comunicar emoções específicas aos ouvintes. - Acurácia na comunicação emocional quando a emoção intencionada pelo intérprete é entendida pelo ouvinte.
Brunswikian Lens Model (Juslin, 2001) • Modelo que se propõe a explicar os processos psicológicos que regem a comunicação emocional entre intérprete e ouvinte no contexto musical erudito europeu.
Principais pistas acústicas empregadas pelos intérpretes para comunicar emoções no contexto erudito ocidental (Juslin, 2001).
Hipótese • Embora o trombone e o trompete pertençam a mesma família (metais), eles podem comunicar de forma diferente emoções específicas aos ouvintes. • Constituição física (vara e válvulas); • Timbre; • Diferenças técnicas de execução;
Objetivo • Investigar como trompetistas e trombonistas comunicam emoções a ouvintes músicos no repertório brasileiro.
Etapas da pesquisa • Encoding • gravação de trechos musicais que comuniquem emoções específicas • análise do código acústico empregado no material musical gravado • Decoding - respostas emocionais dos ouvintes
Método • Participantes: - 6 trombonistas e 6 trompetistas. • Materiais: - Microfone Behringer (B2); - Interface de áudio M-audio; - Macbook, white; - Software Logic Pro 9;
Método • Procedimento: - Preenchimento do T.C.L.E.; • Gravação de trechos musicais (Alegria, Raiva, Serenidade e Tristeza) • Preenchimento de um questionário. Obs: gravação das emoções em ordem aleatória para cada músico. • Análise de dados: - Qualitativa: mapeamento das pistas acústicas (desenvolvida por 3 experts);
Discussão • De modo geral os trombonistas empregaram pistas acústicas semelhantes que os trompetistas para comunicar emoções. • Alegria: O código acústico foi semelhante entre os instrumentos. Utilização das síncopas. Trombonistas ritmos brasileiros ; • Raiva: Códigos acústicos heterogêneos entre instrumentos. Trombonistas atonalismo. • Serenidade: Diferenças quanto ao modo: trombonistas – modo maior; trompetistas – modos variados ou indefinidos. • Tristeza: Diferenças sutis entre os códigos acústicos dos instrumentos.
Discussão • O código acústico utilizado pelos trombonistas e trompetistas nesse estudo foi semelhante ao apresentado por Juslin (2001); • Inclusão de novas pistas: • Ritmos brasileiros e síncopas Alegria; • Atonalismo Raiva
Método • Participantes: - 23 ouvintes músicos (matriculados em cursos de ensino superior de música da cidade de Curitiba). • Materiais: • 8 computadores com fones de ouvido; • Software E-prime; • 40 trechos musicais;
Método • Procedimento: • Escuta • Julgamento do trecho ouvido Emoção 1 – 2 – 3 – 4 – 5 – 6 – 7 – 8 – 9 • Análise dos dados: ANOVA (para cada emoção) 2 (instrumentos) x 6 (trechos musicais) - Post-hocNewmann Keuls.
Resultados • Alegria – Alta acurácia entre performer e ouvinte, para ambos os instrumentos. • Raiva – Diferença entre as médias das respostas emocionais dos trechos executados por trombonistas e trompetistas (F=6,705; p=0,000208). - Trompetistas obtiveram menor grau de acurácia em relação aos trompetistas.
Resultados • Serenidade e Tristeza – não houve diferença entre as médias das respostas emocionais dos ouvintes entre os trechos executados por trombonistas e trompetistas. • Não houve diferenças entre as médias das respostas emocionais das emoções Serenidade e Tristeza para os trechos gravados no trombone com a intenção de comunicar Serenidade.
Respondendo à hipótese do estudo(Comunicação emocional entre trombone e trompete) As estratégias cognitivas para comunicação emocional entre trombone e trompete no repertório brasileiro foram semelhantes para a emoção Alegria, independentemente das diferenças de constituição física, timbre e de técnicas de execução entre os instrumentos. No repertório brasileiro para trompete e trombone, o emprego de um “código acústico padrão” pareceu ser determinante para que houvesse uma comunicação emocional de maneira acurada (contempla o Brunswikian Lens Model – Juslin, 2001).
Conclusões • Duas pistas parecem ser decisivas para o processo de comunicação emocional: • Modo e Andamento, como apresentado por Dalla-Bella, Peretz, Rousseau, Gosselin, Ayotte, Lavoie (2001); 2. Repertório musical brasileiro contribui para uma expansão do Brunswikian Lens Model, por meio de seus diversos estilos (Gafieira, Samba, Baião, entre outros): - Uso do Modalismo, atonalismo, células rítmicas sincopadas.
Direções futuras • Coleta de dados com não músicos (artigo que será submetido a um periódico da área após o SIMCAM 09) 2. Influência do CFB (Cognitive Feedback) sobre respostas emocionais de músicos e não músicos • Gravação dos trechos musicais com aplicação do CFB • Aplicação do CFB a partir de sugestões de experts • Grupo controle (n=3) • Grupo CFB (n=3) b) Respostas emocionais de músicos e não músicos (escalas emocionais) c) Verificação da influência do CFB sobre a comunicação de emoções por meio do trombone e do trompete no repertório brasileiro
Referências • Dalla Bella, S. ; Peretz, I. ; Rousseau, L. ; Gosselin, N. ; Ayotte, J. & Lavoie, A. (2001). Development of the happy-sad distinction in music appreciation: Does tempo emerge earlier than mode? Annals of the New York Academy of Sciences, 930, 436-438. • Juslin, P. N. (2001). Communicating Emotion in Music Performance: A Review and Theoretical Framework. In Patrik N. Juslin, and John A. Sloboda (Eds). Music and Emotion: Theory and Research. Oxford: Oxford University Press: 309-337. • Juslin, P. N. & Laukka, P. (2004). Improving emotional communication in music performance through cognitive feedback. Musicae Scientiae: 4, 151-183. • Juslin, P. N. & Persson, R. S. (2002). Emotional communication. In R. Parncutt and G. E. Mcpherson (Eds.). The science and psychology of music performance: strategies for teaching and learning. New York: Oxford University Press: 219-236.
GRUPO DE PESQUISA MÚSICA E EMOÇÃO Universidade Federal do Paraná Departamento de Artes http://grumeufpr.wordpress.com/ danramosnilo@gmail.com