1 / 37

Classe média, realidade e ficção: Portugal e Brasil na contramão?

Classe média, realidade e ficção: Portugal e Brasil na contramão?. CENTRO DE ESTUDOS SOCIAIS Laboratório associado Universidade de Coimbra. Elísio Estanque elisio.estanque@gmail.com http://www.elisioestanque.blogspot.com Professor visitante da UNICAMP, CESIT/IFCH - 2013. www.ces.uc.pt.

huyen
Télécharger la présentation

Classe média, realidade e ficção: Portugal e Brasil na contramão?

An Image/Link below is provided (as is) to download presentation Download Policy: Content on the Website is provided to you AS IS for your information and personal use and may not be sold / licensed / shared on other websites without getting consent from its author. Content is provided to you AS IS for your information and personal use only. Download presentation by click this link. While downloading, if for some reason you are not able to download a presentation, the publisher may have deleted the file from their server. During download, if you can't get a presentation, the file might be deleted by the publisher.

E N D

Presentation Transcript


  1. Classe média, realidade e ficção: Portugal e Brasil na contramão? CENTRO DE ESTUDOS SOCIAIS Laboratório associado Universidade de Coimbra Elísio Estanque elisio.estanque@gmail.com http://www.elisioestanque.blogspot.com Professor visitante da UNICAMP, CESIT/IFCH - 2013 www.ces.uc.pt

  2. O futuro é da “classe média”?

  3. A “piada” do losango (Brasil) Leandro Callegari Coelho e Ludmar Rodrigues Coelho, “As classes sociais e a desigualdade no Brasil”, In http://www.logisticadescomplicada.com/as-classes-sociais-e-a-desigualdade-no-brasil/

  4. PRODUCTIVIDADE vs SALÁRIOS(em 36 paísesdesenvolvidos) Fonte: quoted by Jeff Faux, Economic Policy Institut (EPI), USA.

  5. USA: RISING INEQUALITY 1979-2011 INCOME: • RICHEST 1 % +241% • MIDDLE 20% +19% • LOWEST 20% +10% WEALTH: • 82 % OF ALL WEALTH INCREASE WENT TO RICHEST 5 % Fonte: Jeff Faux, Economic Policy Institut (EPI), USA.

  6. Classe média ou luta de classes? • Uma ‘classe’ que não é classe, um grupo que não é grupo; • Uma zona ambígua, onde se posicionam segmentos distintos, definidos segundo a conjugação entre: riqueza, status e poder • Um conjunto de oposições, de ‘lugares contraditórios de classe’ (Wright), que se orientam por habitus distintos consoante o tipo de ‘capitais’ que controlam (c. económico, educacional/ cultural, relacional/ social, etc) e as trajetórias ascendentes ou descendentes? (P. Bourdieu) • A classe média ao espelho: realidades e ficções; • Uma classe média em formação, em transição… • Acima da base e abaixo do topo da pirâmide estratificacional, com condições e ‘estilos de vida’ muito variados; que desenvolve subjetividades muito diversas;

  7. A ideologia meritocrática • A Europa do pós-guerra e a edificação do Estado-providência (teciarização, inovação, redistribuição); • A promessa da mobilidade social e a ideologia “meritocrática”; • A sociedade de consumo e a «classe de serviço»: • “os empregados prestam um serviço à empresa empregadora em troca de ‘compensações’ que tomam a forma não apenas de uma recompensa salarial, com todos os seus pré-requisitos, mas que incluem também importantes elementos prospetivos – por exemplo, aumentos salariais em condições estabelecidas, condições de segurança e assistência, quer no emprego quer através de direitos de proteção na reforma e, acima de tudo, oportunidades de carreira bem definidas” (Erikson e Goldthorpe, 1992).

  8. PORTUGAL: Estado social, educação, urbanização

  9. Portugal: População empregada e “classe média” (1988-2008)

  10. Segmentos de classe na região metropolitana de Lisboa(Fonte: INE, Destaque, 3/02/2000)

  11. “A classe social não é definida por uma propriedade (mesmo a mais determinante) nem por uma soma de propriedades (sexo, idade, origem social…), tampouco por uma cadeia de propriedades todas elas ordenadas a partir da mais importante (posição nas relações de produção)…, mas pela estrutura das relações entre todas as propriedades pertinentes que confere o seu valor próprio a cada uma delas e aos efeitos que ela exerce sobre as práticas.” (P. Bourdieu, La Distinction, 1979).

  12. Mobilidade subjectiva, segundo cat. classe, por país (%)* S=Subiu; D=Desceu; E=Estabilizou * Refere-se à comparação entre a classe subjectiva actual e a de 10 anos antes; ** Os totais por país referem-se aos resultados globais das frequências das perguntas sobre a classe subjectiva, antes de serem cruzados com a categoria de classe. Recorde-se que em duas das perguntas incluídas no questionário era pedido aos inquiridos para se posicionarem numa escala de 1 a 10, considerando-se que o nível 1 correspondia ao topo da pirâmide social e o nível 10 à sua base, sendo que uma dessas perguntas se referia à situação actual e a outra à situação de há dez anos atrás. Os resultados deste quadro foram elaborados a partir das respostas a essas duas perguntas.

  13. Percepção dos conflitos de interesses na sociedade (%)* * Para cada uma das oposições apresentadas como polarizadoras de conflitos possíveis, o respondente podia optar por uma das seguintes possibilidades: conflitos muito fortes; conflitos fortes; conflitos não muito fortes; ausência de conflitos. As %s aqui contempladas correspondem ao somatório das respostas que consideram haver conflitos “muito fortes” e “fortes”; ** No questionário do Canadá esta polarização não foi considerada. Fonte: Inquérito ISSP, 2001.

  14. Classe subjectiva, segundo a categoria de classe, por país (%) Tipologia de Erik Olin Wright * Os totais por país referem-se aos resultados globais da pergunta respeitante à classe subjectiva, antes de serem cruzados com a categoria de classe. Fonte: Inquéritos ISSP (2001)

  15. Crise e Desemprego UE27 - 2013

  16. PORTUGAL: Promessas, ilusões e frustrações • Portugal 2013: profissionais intelectuais e científicos, 10%; profissionais de nível intermédio, 19%; pessoal dos serviços e vendedores, 16%. • Industrialização e democratização tardia, ditadura longa; ‘sociedade providência’; Estado social tardio, frágil, pouco eficaz; • Pós-1974… 1980s: Modernização do país resultou em grande medida da ação do Estado e das políticas públicas (saúde, educação, segurança social, ciência, qualificação dos portugueses, etc); • Mas foi sobretudo a luta social do pós-25 de Abril que lhe abriu o caminho; • Construção do Estado-providência foi o principal fator de crescimento da ‘classe média’ assalariada em Portugal;

  17. Estagnação e recuo

  18. Rácio entre o rendimento detido pelos 20% mais ricos face ao dos 20% mais pobres (S80/S20), nos países da EU 27, Islândia e Noruega (2010)

  19. Europa: Precariedade da classe média Fonte: Nuno Nunes, ISCTE-IUL/ CIES Fonte: European Social Survey (2006)

  20. A queda na realidade Fonte: DECO, in Jornal PÚBLICO, 10/01/2013

  21. Portugal / Brasil na contramão?

  22. Brasil, um país de classes médias? • Classe “média intermediária” – 26%; classe “média-alta” – 19%; classe “média-baixa” – 18%; Total da “classe média” brasileira: 63% (segundo cálculos da Datafolha) • Seis em cada dez brasileiros com 16 anos ou mais já pertencem a esse grupo (90 milhões de pessoas), segundo o Datafolha (pesquisa publicada em 22/01/2012) . • Critérios: (1) Nível de rendimento familiar; (2) Equipamentos domésticos; (3) Nível de educação do chefe de família; • O Brasil de classes médias é aquele que está conseguindo escapar dos estratos D e E, deixando para trás os excluídos, mas ainda quase não tem presença nas classes A e B. • Ganhos de renda — consequência do crescimento económico e das políticas de distribuição de renda — e maior acesso a crédito contribuíram para essa tendência. “Aumentos de renda que parecem pequenos para a elite têm representado uma revolução para as classes mais pobres” (Marcelo Neri, FGV/ diretor do IPEA) • Se a posse de bens de consumo aproxima as três classes médias brasileiras, indicadores como salários e educação ainda as distanciam umas das outras.

  23. Brasil: evolução dos índices da renda per capita nacional e de desigualdade segundo o Coeficiente de Gini* (1960 = 100)

  24. Saldo de novos empregos criados, Brasil 2000-2008 Fonte: CAGED/MTE 2010, in Alice Remy, et al., 2011: 66

  25. Fonte: Datafolha, 22/01/2012

  26. Fonte: Datafolha, 22/01/2012

  27. Desigualdades seg. Coeficiente de Gini – Brasil e Portugal Fonte: IPEA In http://www.ipeadata.gov.br/ Portugal: EU SILC 2011, Eurostat/ in Observatório das Desigualdades do ISCTE.

  28. Um mundo desigual na criação e repartição da riqueza

  29. Conclusão: Brasil/Portugal, que cenários? • Que diferenças e afinidades entre Brasil e Portugal? • Portugal/Brasil: “nova classe média” ou “classe trabalhadora politizada”? • 1. Convidada a enriquecer (e a pagar impostos) • 2. Convidada a consumir (e a endividar-se) • 3. Convidada a empobrecer – e a revoltar-se? • De quem é a culpa? Subjetividades em conflito: • Respostas individuais (empreendedoras ou consumistas); respostas assistencialistas (culpa do próprio); respostas solidárias e emancipatórias (culpa do capitalismo e da finança); respostas salvíficas (culpa da democracia, da carga fiscal e do Estado social)??... • Brasil: uma “imaginária-classe-média-que-vive-do-trabalho” (Antunes, 1995); • Consumismo: miragem discursiva dos média e do poder vigente, para satisfação de credores e alguns agiotas ligados ao mundo da finança e do crédito.

More Related