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A palavra como instrumento de poder. O que quer? O que pode essa língua?. Língua palavras Palavras = energia que pode se materializar CUIDADO!. O pensamento com vibração em potencial necessita ser verbalizado como vibração dinâmica, caso contrário não existe a sua manifestação .
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A palavra como instrumento de poder. O que quer? O que pode essa língua?
Língua palavras Palavras = energia que pode se materializar CUIDADO!
O pensamento com vibração em potencial necessita ser verbalizado como vibração dinâmica, caso contrário não existe a sua manifestação. A verbalização, para que possa ser entendida, necessita de quem a escute. A primeira atitude portanto, é escutar. “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.” Nesta passagem retrata-se a possibilidade, porém nada havia sido realizado. O Verbo só pode manifestar-se no momento da diferenciação divina, onde o Um torna-se Dois e neste instante materializa-se. Conclui-se que, a verbalização é o ato de CRIARe nele, neste processo, existe um EMISSORe um RECEPTOR. Sem os Dois, o Um não Verbaliza e portanto nada CRIA.
O Ser Humano é o único ser vivo que utiliza a palavra como meio de comunicação intrapessoal (consigo mesmo) e interpessoal (com o outro). A palavra escrita ou falada, por nós, tem grande influência na maneira como vivemos, pois é através dela que a maioria das pessoas se comunica com o mundo externo e até interno.
Shakespeare acertou quando disse: “O que há em um nome? Pois aquilo que chamamos rosa Por qualquer outro nome Exalaria o mesmo doce perfume” Górgias (sofista grego) afirmou no “Elogio de Helena”: “Com a palavra se fundam as cidades, se fazem portos, se comanda exércitos e se governa o Estado”
Aristóteles, na “Política”, sublinhou que: “aquele a quem é concedido o direito de deliberar” relaciona a linguagem com a dimensão social e política do homem. Nietsche afirmou que: “a linguagem não manifesta o que as coisas são, mas o nosso ponto de vista, a nossa perspectiva relativamente às coisas ou factos.” Heidegger defendeu que: “o mundo revela-se pelas palavras: o que não tem nome não é conhecido a linguagem é a casa do ser”
Cada palavra tem sua história Cada uma tem sua vida, como já apontou Victor Hugo. Portanto, deve-se incorpora novos jargões, neologismos e estrangeirismos ao repertório, para que possa sobreviver. A palavra sempre será passível de mudança. Mudança entendida como evolução, revolução
Roland Barthes apontava que: “a palavra, enquanto instrumento, é símbolo de poder”, e essa vontade de poder encontra-se na argumentação e na própria sedução pela palavra. Wittgenstein considerava que: “é no uso que damos às palavras que encontramos o seu significado” Nelson Rodrigues ampliou quando disse que: “Todas as palavras são rigorosamente lindas. Nós é que as corrompemos”
Ao longo dos tempos sentimos, crescemos, aprendemos, ensinamos, partilhamos, descobrimos e fomos nas palavras e com as palavras. Palavra mal usada morre e com ela morrem muitas coisas essenciais como o pensamento, a inteligência, a verdade.
Caetano Veloso faz uma releitura de vários textos e revisita a poesia de Manuel Bandeira . Língua (Caetano Veloso) Gosto de sentir a minha língua roçarA língua de Luís de Camões Gosto de ser e de estarE quero me dedicarA criar confusões de prosódias E uma profusão de paródias Que encurtem dores E furtem cores como camaleõesGosto do Pessoa na pessoaDa rosa no RosaE sei que a poesia está para prosa Assim como o amor está para amizadeE quem há de negar que essa lhe é superiorE deixem os Portugais morrerem à míngua“Minha pátria é minha língua”Fala Mangueira!Fala! Prosódia = pronuncia das palavras Paródia = imitação engraçada de um texto
Flor do Lácio sambódromo Lusamérica latim em póO que quer e o que pode essa língua?Vamos atentar para sintaxe dos paulistasE o falso inglês relax dos surfistasSejamos imperialistas! Cadê?Vamos na velo da dicção choochoo de Carmem MirandaE que o Chico Buarque de Holanda nos resgateE xeque-mate Explique-nos Luanda Ouçamos com atenção os deles e os delas da TV GloboSejamos o lobo do lobo do homemAdoro nomesNomes em ã De coisas como rã e imã imãimãimãNomes de nomesComo Scarlet Moon de Chevalier, Glauco MatosoE Arrigo Barnabé e Maria da Fé e Arrigo Barnabé Tratado de versificção criado por Glauco Mattoso enfatiza caráter musical da poesia. a Spic (sic) Tupnic Tem híbridos morfemas a língua que falo, / meio nega-bacana, chiquita-maluca; / no rolo embananado me embolo, me embalo, / soluço – hic – e desligo – clic – a cuca./ Sou luxo, chulo e chic, caçula e cacique. / I am a tupinik, eu falo em tupinik
Flor do Lácio sambódromo Lusamérica latim em póO que quer e o que pode essa língua?Incrível! É melhor fazer uma cançãoEstá provado que só é possível filosofar em alemãoSe você tem uma ideia incrível É melhor fazer uma cançãoEstá provado que só é possível filosofar em alemãoBlitz quer dizer coriscoHollywood quer dizer azevedoE o recôncavo e o recôncavo e o recôncavo Meu medo!A língua é minha pátria E eu não tenho pátria tenho mátria e quero frátriaPoesia concreta prosa caóticaÓtica futuraSamba-rapchic-left com banana Será que ele está no Pão de Açúcar?Tá craudebrô você eu tu lhe amoQue é que eu te faço nêgo? “A vida não me chegava pelos jornais nem pelos livrosVinha da boca do povo na língua errada do povoLíngua certa do povoPorque ele é que fala gostoso o português do BrasilAo passo que nósO que fazemosÉ macaquearA sintaxe lusíada...” Manuel Bandeira
Bibliografia Blog do Gutembert http://blogdogutemberg.blogspot.com.br/2008/01/palavra-smbolo-de-poder.html FONG, Saulo Nagamori. O Poder da palavra. Veloso, Caetano. Língua. In: http://www.youtube.com/watch?v=tX7cqBreLUY Sobre Glauco Mattoso: http://revistacult.uol.com.br/home/2013/03/glauco-mattoso-o-anjo-de-botas-carcomidas/