E N D
2.
O QUE LDICO?
3. LDICO
Proveniente da palavra latina ludus que significa jogo.
Ludicamente: livremente, gratuitamente e no prazerosamente. (DANTAS, 1988, p. 111)
5.
MAS SERIA A BRINCADEIRA UMA ATIVIDADE ESPECIFICAMENTE INFANTIL?
7. racionalidade interessa somente o tempo da produo, o tempo destacvel, fragmentado, mercantilizvel, mercantilizado. [...] A racionalidade do sistema produtivo torna o ldico invivel, pois o tempo ldico no regulvel, mensurvel, objetivvel. Toda tentativa de subordin-lo ao tempo da produo provoca sua morte. Por isso ele banido da vida cotidiana do adulto e permitido nas esferas discriminadas dos improdutivos. O ldico dentro do mecanismo do sistema, a sua negao. Em seu lugar permite-se o lazer, o no-trabalho, coisa totalmente diferente do ldico, que o jogo, a brincadeira, a criao contnua, ininterrupta, intrnseca produo. (PERROTTI, 1990, p. 20)
8. UM POUCO DA HISTRIA DA BRINCADEIRA NA EDUCAO Educao greco-romana - a partir das idias de Plato e Aristteles utilizava-se o brinquedo na educao, associando a idia de estudo ao prazer.
Antiguidade - utilizavam-se dados, doces e guloseimas em forma de letras e nmeros para o ensino das crianas, valorizando a educao sensorial, o que determinou o uso do jogo didtico.
9. Ruptura do pensamento romntico marco da valorizao da brincadeira na educao das crianas pequenas.
Comenius - 1593
Rosseau - 1712
Pestalozzi - 1746
10.
Froebel 1782-1852
Montessori 1870-1909
Decroly - 1871-1932
11.
Brasil - Aps 1970 com a priorizao dos programas de educao compensatria, os pensamentos desses autores, difundidos na Escola Nova, tm-se transformado em meros instrumentos didticos.
12. A BRINCADEIRA COMO AO SOCIAL
A brincadeira uma atividade humana que permite criana assimilar e recriar as experincias scio-culturais dos adultos.
13. Brincar uma atividade dotada de significao social.
15.
16.
17.
18.
19. Concepo scio-antropolgica: a brincadeira um fato social, espao privilegiado de interao infantil e de constituio do sujeito-criana como sujeito humano, produto e produtor de histria e cultura.
21.
No existe na criana um jogo natural, portanto: [...] a brincadeira pressupe uma aprendizagem social. Aprende-se a brincar. (BROUGRE, 1989, p.39 apud WAJSKOP, 1999, p. 29)
23. Brincar parte integrante da vida social e um processo interpretativo com uma textura complexa, onde fazer realidade requer negociaes do significado, conduzidas pelo corpo e pela linguagem. (FERREIRA, 2004, p. 84)
24. Se a liberdade caracteriza as aprendizagens efetuadas na brincadeira, ela produz tambm a incertitude quanto aos resultados. De onde a impossibilidade de assentar de forma precisa as aprendizagens na brincadeira. Este o paradoxo da brincadeira, espao de aprendizagem fabuloso e incerto (BROUGRE, 1989, p. 36).
25. PONTOS NECESSRIOS PARA O APARECIMENTO DA BRINCADEIRA:
que a rotina contemple perodos razoavelmente longos entre as propostas dirigidas para que as crianas se sintam vontade para brincar;
26.
Pesquisadora: Por qu vocs chegam to cedo na escola?
Betina: Pr brincar um pouco, porque no tem muito tempo pr brincar na hora do recreio...
Pesquisadora: Depois que comea a aula, s tem a hora do recreio pr brincar?
Betina: H, h.
Pesquisadora: Na sala-de-aula no d pr brincar?
Betina: No.
Pesquisadora: Por qu?
Betina: Porque a gente estuda, tem que estudar.
Pesquisadora: E voc, Thasa?
Thasa: Eu venho cedo pr brincar!
Pesquisadora: E voc , Ricardo?
Ricardo: Eu venho mais cedo porque eu gosto de brincar e no d tempo de brincar na hora do recreio.
(Betina, 10 anos; Thasa, 7 anos e Ricardo, 8 anos)
27. Pesquisadora: O que voc acha sobre o tempo do recreio?
Reinaldo: Muito pouco! Porque se uma sopa quente, bem quente, porque todas as sopas so quente, no so? Ento, na nossa casa a gente pode esperar uns vinte minutos e aqui a gente vai ter que comer ela pelando! Se a gente no comer ela pelando, a gente vai se atrasar! Eu gostaria que tivesse aqui na escola mais ou menos uns vinte e cinco minutos de recreio.
Pesquisadora: Para dar tempo de comer?
Reinaldo: Isso! Quando tem sopa quente, muita gente deixa de comer sopa.
Pesquisadora: Por qu?
Reinaldo: Porque muito quente e se ela for comer s a sopa ela no vai poder brincar! Ela perde tempo!
Pesquisadora: Ento voc acha que o recreio deveria ser maior?
Reinaldo: Vinte e cinco minutos pr ns tava bom.
Pesquisadora: Voc concorda com isso, Luiz Vincius?
Mrcio: H, h.
Pesquisadora: Voc acha que deveria ser maior, tambm?
Mrcio: Deveria.
Pesquisadora: Como que voc percebe esse tempo do recreio?
Mrcio: Porque, faz de conta, a gente compra um pastel no barzinho. Da a gente vai comendo devagar, dai quando a gente v, j passou dez minutos! Da a gente tem cinco minutos pr brincar de correr e conversar com os amigos! Da no d, tem que escolher s uma brincadeira pr fazer: conversar ou brincar.
( Reinaldo, 10 anos e Mrcio 10 anos) (In: PINTO, 2003)
28. que existam materiais variados, organizados de maneira clara e acessvel s crianas;
que a sala onde as crianas passam a maior parte de seu tempo tenha uma configurao visual e espacial que facilite o desenvolvimento da imaginao;
29. que a brincadeira seja incorporada no currculo como um todo;
que o adulto seja elemento integrante das brincadeiras, ora como observador e organizador, ora como personagem que explicita ou questiona e enriquece o desenrolar da trama, ora como elo de ligao entre as crianas e objetos. Ele tambm deve ser o elemento mediador entre as crianas e o conhecimento.
30. INTERAGIR, INTERPRETAR, SIGNIFICAR ... PRODUZIR CULTURA
32. REFERNCIAS
BROUGRE, Gilles. Brinquedo e cultura. So Paulo: Cortez, p. 97-109, 1995.
COUTINHO, ngela Maria Scalabrin. Culturas infantis: conceitos e significados no campo da pesquisa e no cotidiano da educao infantil. In: ANAIS da IV ANPEDSul. Florianpolis, 2002 (CD Room).
DANTAS, Heloisa. Brincar e Trabalhar. In: KISHIMOTO, Tizuco Morchida. O brincar e suas teorias. So paulo: Pioneira, 1998, p. 111- 122.
FERREIRA, Manuela. Do avesso do brincar ou...as relaes entre pares, as rotinas da cultura infantil e a construo da(s) ordem(ens) social(ais) instituinte(es) das crianas no Jardim-de-Infncia. In: SARMENTO, Manuel J.; CERISARA. Ana B.(orgs.) Crianas e midos: perspectivas sociopedaggicas da infncia e educao.Porto, Portugal: Edies ASA, p. 55-104, 2004.
PERROTI, Edmir. A criana e a produo cultural: apontamentos sobre o lugar da criana na cultura. In: ZILBERMAN, Regina (org.). A produo cultural para a criana. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1982.
PINTO, Maria Raquel B. A condio social do brincar na escola. 2003. Dissertao (Mestrado em Educao), Programa de Ps-graduao em Educao, Universidade Federal de Santa Catarina.
TRISTO, Fernanda C. Ser professora de bbes: um estudo de caso em uma creche conveniada. 2004. Dissertao (Mestrado em Educao), Programa de Ps-graduao em Educao, Universidade Federal de Santa Catarina.
WAJSKOP, Gisela. Brincar na pr-escola. 3 ed. So Paulo: Cortez (Coleo Questes da Nossa poca, vol. 48), 1999.