1 / 26

ESTADO, SOCIEDADE CIVIL, MOVIMENTOS SOCIAIS

ESTADO, SOCIEDADE CIVIL, MOVIMENTOS SOCIAIS. ANOS 30: CONSTRUÇÃO DO ESTADO MODERNO.

kura
Télécharger la présentation

ESTADO, SOCIEDADE CIVIL, MOVIMENTOS SOCIAIS

An Image/Link below is provided (as is) to download presentation Download Policy: Content on the Website is provided to you AS IS for your information and personal use and may not be sold / licensed / shared on other websites without getting consent from its author. Content is provided to you AS IS for your information and personal use only. Download presentation by click this link. While downloading, if for some reason you are not able to download a presentation, the publisher may have deleted the file from their server. During download, if you can't get a presentation, the file might be deleted by the publisher.

E N D

Presentation Transcript


  1. ESTADO, SOCIEDADE CIVIL, MOVIMENTOS SOCIAIS

  2. ANOS 30: CONSTRUÇÃO DO ESTADO MODERNO “Modernizando-se conservadoramente e ‘pelo alto’, o Brasil ingressará em fase propriamente capitalista-industrial com uma frágil sociedade civil e sem democracia, destituído de um pensamento liberal-democrático consistente, sem hegemonia burguesa e sem um movimento operário organizado com autonomia e consciência de si” (Nogueira, 1998, p.67).

  3. A TRAJETÓRIA DA CIDADANIA NO BRASIL Pirâmideinvertida de Marshall: 1) DireitosSociais 2) DireitosPolíticos 3) DireitosCivis 1930-1945: Grande momentodaLegislaçãotrabalhista e previdenciária • Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio -1930 • DepartamentoNacional do Trabalho- 1931 • Carteira de Trabalho -1932 • Jornada de oitohoras e regulamentação do trabalhofeminino • Direito de férias- 1933-1934 • SalárioMinimo -1940 • Justiça do trabalho -1941 • Consolidação das Leis do Trabalho (CLT)-1943

  4. Institutos de Aposentadoria e Pensão – IAPs (baseadosemcategoriasprofissionais) – década de 1930 • Corporativismo • “Cidadaniaregulada” (Wanderley dos Santos) • Benefíciosdesiguais • Clientelaprevidenciáriaestratificada • “Pré-cidadãos”: mercado informal, autônomos, domésticas e trabalhadoresrurais • Política social comoprivilégio • Sindicatos: Decreto de 1931: personalidadejurídicapública; “órgãoconsultivo e técnico” do governo; unicidadesindical; delegados do governodentro do sindicato • Dilema do movimentooperário: liberdadesemproteçãoouproteçãosemliberdade • “Peleguismosindical” • Leis de 1939 e 1943: proibiamgreves

  5. “O resultado foi duplo: um conjunto confuso de normas operando padrões desiguais de proteção e uma clientela hierarquizada, prisioneira de mediações corporativas interpostas à barganha política e incapaz de uma atuação reivindicatória mais consistente com o objetivo de alcançar melhorias no sistema” • “Os trabalhadores foram incorporados à sociedade por virtude das leis sociais e não de sua ação sindical e política independente”. • Direitos vistos como favor • Cidadania : passiva e receptora • Modelo de proteção: meritocrático-particularista

  6. 1945-1964: a vez dos direitospolíticos • Eleiçõespresidenciais e legislativas- 1945 • Nova Constituição de 1946 • ComandoGeral dos Trabalhadores (CGT) – organizaçãonacionalunificada de trabalhadores • UniãoNacional dos Estudantes (UNE) • Ação Popular (AP) • LigasCamponesas -1955 • Estatuto do Trabalhador Rural -1963 • Confederação dos TrabalhadoresnaAgricultua (Contag) -1964 • Práticaseleitorais com fraudes (só 1 sapato antes daeleição) • Manutençãodalegislação social

  7. 1964-1974 : Direitoscivis e políticosatingidos • AtosInstitucionais • Destacamento de Operações de Informações (DOI) • Centro de Operações de DefesaInterna (CODI) • Censura à imprensa • Proibição de greves • Partidosregulados e controladospelogoverno • Prisõesarbitrárias • Violabilidade do lar e dacorrespendência • Violadaintegridadefísica – torturas • Demissõesarbitrárias; Cassação de Mandatos • Esvaziamento dos movimentossociais • Sindicalizaçãoobrigatória e controlada

  8. InvestimentonosDireitosSociais: • InstitutoNacional de Previdência Social (INPS)-1966 • Unificoutodososinstitutos (IAPs) • Estado centraliza as decisões • Fim das negociações • Tecnocracialegitimaações • Fundo de Garantiapor Tempo de Serviço (FGTS)-1966 • BancoNacional de Habitação (BNH) • MinistériodaPrevidência e Assistência Social – 1974 • Deslocamentorumo à universalização dos direitossociais.

  9. Universalização dos serviçosimpregnadapelalógicaprivatizante (estimuladapelainsuficiência do atendimentopúblico): • Aumentodademanda: crescimentoeconômicofazsurgirmaisassalariados; novosfiliados – todas as categorias • Privatização: terceirizações, particularização dos programas via convênio-empresa, Estado compraserviços do mercado (contratação de hospitais e credenciamento de prestadores de serviço) • Parcerias: substitueminvestimentonasunidadespróprias • Poucoinvestimento: nasaúde, de 1% para 2,5% do PIB, entre 1950 e 1976; de 27 hospitaispara 42, entre 1966 e 1985 • “Universalizaçãoexcludente”: universalizaçãoacompanhada de mecanismos de racionamentoqueexpulsamdiversossegmentossociais (atendimentoprecário, filas) • Crescemplanosprivados • Serviçopúblicoparapobres

  10. 1974-1985: voltam os direitos civis e políticos • Revogação do AI-5 • Fim da Censura Prévia • Volta dos exilados políticos • Restabelecimento do habeas corpus para crimes políticos • Abolido o bipartidarismo forçado -1979 • Eleições diretas para governadores de estados- 1982 • Resistência ao governo militar: MDB, Igreja Católica, Ordem dos Advogados (OAB), Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), artistas e intelectuais • Campanha pelas Diretas -1984

  11. A CIDADANIA APÓS A REDEMOCRATIZAÇÃO • DireitosSociaisampliados: • SUDS – SistemaÚnico e Descentralizado de Saúde • Saláriomínimoparaaposentados e pensionistas • Pensãoparadeficientesfísicos e maiores de 65 anos • LicençaPaternidade • Educação Fundamental • Direitospolíticosfortalecidos: • Eleiçãodiretaparapresidente -1989 • Registroprovisório de partidospolíticos • Extinta a exigência de fidelidadepartidária

  12. Surgimento do MST -1985 • Movimento pela Ética na Política (CNBB, OAB, Conselho Federal de Economia, Associação Nacional de Docentes etc.) • Impeachement de Fernado Collor de Mello -1992 • CPI do Orçamento • Central de Movimentos Populares – 1993 • Comissão Permanente de Direitos Humanos – criada na Câmara Federal em 1994 • Intensificação dos movimentos em várias áreas de interesse: • Ética na política • Ação de cidadania • Luta pela moradia e reforma urbana • Luta pela terra e política agrícola • Luta dos assalariados do campo e da cidade • Luta pela construção de identidades e pelos direitos humanos • Luta pelo meio ambiente e desenvolvimento sustentável

  13. DireitosCivis: recuperados • Constituição de 1988: ConstituiçãoCidadã • Liberdade de expressão, de imprensa e de organização • Habeas Data • Racismo é crime inafiançável • Tortura é crime inafiançável e não-anistiável • Lei de Defesa do Consumidor • ProgramaNacional de DireitosHumanos – 1996 • JuizadosEspeciais de PequenasCausasCíveis e Criminosas – 1995 • Problemas: • Conhecimento (Educaçãofatordecisivo) • Garantias (segurança individual, integridadefísica X violência) • Acesso ( trêscategorias: doutores, cidadãos simples e “elementos”) • Desafio: • Desigualdade impede direitoscivis e constituição de umasociedadedemocrática

  14. ESTADO DE BEM-ESTAR SOCIAL PERIFÉRICO? • Welfare State: paísescentrais . Quando? “Anosdourados” do capitalismo • Atéanos 70: Welfare State frágilnaAmérica Latina. Porquê? • Ponto de vista estrutural: universalização e equidadenãosãoprioritárias; exclusão e desigualdadepresentes • Ponto de vista institucional e organizacional: alto grau de centralização, dificuldadenaregulação e naimplementação de políticasnosníveissubnacionais de governo, comportamentocorporativista; fracatradiçãoparticipativadasociedade, ineficácia do gasto, máfocalização dos objetivos, baixaefetividade social

  15. Resultados: • Poucatransparência, baixaaccountability, agravamento de diferençassociais • Estado de Bem-Estarnão se estruturouporcompleto • O Brasil se modernizou: consolidouseuparque industrial, vai se tornandoumaeconomiacompetitiva, jáproduztecnologiaavançada, possuiumaagressivaindústria cultural. Mas, não se tornouumasociedademaisjusta, equilibrada e harmoniosa. • Nãonostornamos um povomelhor: estamosmaiscarentes, maispobres, maiscruamentecortadospordesigualdadesgritantes.

  16. ESPERANÇAPadrão econômico atual impõe mudança: equidade é questão econômica • Caráter estratégico da educação, saúde e distribuição da renda para o crescimento da produtividade. • Estratégia de integração internacional e regional das economias nacionais ( pobreza aumenta os riscos ambientais e sociais) • Valor da democracia e amplitude dos direitos • Constituição Cidadã acolhe demanda por maior equidade e participação • Descentralização participativa na gestão pública : maior espaço para a sociedade • Ampliação dos canais de participação no nível local: conselhos de políticas públicas, orçamentos participativos, mesas de concertação, redes de políticas públicas, mecanismos de monitoramento e prestação de contas etc.

  17. SOCIEDADE CIVIL MAIS ATIVA? • Ceticismo de muitos: • Estadania (José Murilo de Carvalho) • “Democracia delegativa” (O’Donnel) • “Sociedade frágil, amorfa, desestruturada, gelatinosa, com traços de familismo, clientelismo, nepotismo, jeitinho” (Da Matta) • Otimismo de outros: • Ao lado disso tudo, novos valores e atitudes: cidadania ativa, cultura política mais participativa e cidadã (Elenaldo Teixeira)

  18. Décadade 90: • Movimentos sociais: perderam seu encanto radical e boa parte de sua capacidade de aglutinação e vigor reivindicativo. • Outros atores entraram em cena: • Participação cidadã: não se trata de prestação de serviço social, nem de defesa de interesses específicos, ou afirmação de identidades sociais. • Objetivos são mais amplos: embora sua atividade seja esssencialmente política (atividade pública e de interação com o Estado), distingue-se da atividade política stricto sensu, uma vez que se sustenta na sociedade e não se reduz nos mecanismos institucionais nem busca o exercício do poder; novas aglutinações sociais que querem implementar novas modalidades de democratização das decisões e de repartições mais igualitária dos benefícios sociais e econômicos. (Lúcio Kowarick).

  19. ALTERNATIVAS Conselhos: • estruturas formalizadas, criadas por Lei, com normas estabelecidas por seus membros (Regime Interno) e relativa autonomia, não sendo propriamente órgãos estatais: esfera pública. Problema: • papel decisório (os profissionais têm mais peso do que os usuários); responsabilização pelas decisões tomadas: é possível responsabilizar os representantes da sociedade civil por participarem nas decisões? Alternativa: • ao lado dos Conselhos, devem atuar fóruns, plataformas, conferências (espaço público).

  20. Redes de Organização da Sociedade Civil: • Redes movimentalistas (Doimo): base local, com critérios de participação de natureza consensual e solidária; ampliação da base territorial por via de projetos financiados por ONGs. • Organização em Redes: Rede Nacional de Agricultura Sustentável (14 ONGs), Rede Brasil sobre Instituições Financeiras Multilaterais (30 entidades), Rede de Direitos Humanos (462 entidades). Fóruns: Fórum Nacional de Ação daCidadania -1994: • “…o fórum tem entre seus objetivos manter um espaço aberto à discussão política sobre linhas gerais capazes de orientar ações da cidadania; será deliberativo apenas nas questões procedimentais; é um espaço de discussão, proposição e indicação de ações convergentes; organiza- se como rede e não como organização centralizada, sem caráter representativo ou decisório” (Fórum Nacional de Ação da Cidadania).

  21. Elementos da rede: horizontalidade, diversidade, articulação, intercâmbio, informalidade, democracia. Novos elementos da rede (por conta das mudanças sociais e tecnológicas): transversalidade: relações são múltiplas e contraditórias • Equidade: as diferenças são consideradas e podem enriquecer o processo • Articulação global: ultrapassa a base local • Intercâmbio: independente da proximidade física, à distância • Informalidade: passa a conviver com a formalidade; procedimentos interativos são fixados por meio de meios telemáticos e eletrônicos. • Problema: custo dos equipamentos: possibilidades são ainda hoje privilégio de determinados grupos, mas várias organizações, constituidas como redes sociais, aliam seus encontros e relações interpessoais à conexão com a internet, servindo-se de organizações provedoras sem fins lucrativos como a Associação para o Progresso das Comunicações (APC), a GreenNet etc. • Em 1989: Ibase criou a AlterNex, integrada à Rede Nacional de Pesquisa e à APC, possibilitando a conexão de várias organizações sem fins lucrativos à internet. Resultado do Movimento Democratização da Comunicação.

  22. UMA NOVA INSTITUCIONALIDADE? • Nova Institucionalidade (Vera Telles): elaboram-se regras procedimentais flexíveis para reger as ações de forma autônoma, mas não em caráter irrevogável, modificáveis se novo consenso assim determinar, num processo permanente, instituinte e inovador. • Sociedade civil: tematiza novas questões, cria novos espaços de participação, faz surgir novas formas de organização e interlocução com os poderes públicos. • Nova cultura política: uma “linguagem dos direitos”, não no sentido de uma concessão do Estado, mas como prática, linguagem e representação; como uma reinvenção que brota da luta entre interesses diferenciados em confronto/diálogo em espaços públicos (Evelina Dagnino).

  23. Nova cultura política: ampliação da ação comunicativa no espaço público e ação estratégica das organizações leva a um impacto nas instituições e nos valores da sociedade. • Mudanças em dois planos: a) no plano dos valores: atualização das concepções de justiça social e amadurecimento do pensamento social que reconhece que a melhoria da efetividade do gasto social é condição para a construção dos direitos da cidadania; b) no plano institucional: descentralização da prestação dos serviços sociais, aumento relativo da participação social e formidável ampliação do campo e da experimentação de parcerias entre os setores público, privado lucrativo e, principalmente, privado sem fins de lucro, organizações não-governamentais. (Sonia Draibe) • Ponto positivo: criação de espaços de interlocução e decisão entre Estado e sociedade.

  24. Problemas: • Experiência complexa, cheia de conflitos, confrontos e negociações entre os atores. • Fragilidade organizativa, caráter espontaneísta. Falta de avaliação dos seus efeitos. • Heterogeneidade das entidades da sociedade civil, falta de articulação, interesses particularistas, falta de capacitação dos conselheiros ou de delegação de poder dos representantes de governo. • Descentralização e participação não são termos necessariamente complementares. Participação: eficaz? Com que qualidade?

  25. NECESSIDADE • Participação do cidadão: não se dê apenas em atos de protestos ou simbólicos, mas se constitua numa atividade permanente de controle sobre as ações dos seus representantes e na exigência de accountability e responsabilização dos gestores de recursos públicos. • Não basta mero apelo à ética: são necessários instrumentos de controle externo, cívico, e a capacitação dos cidadãos para exercê-los (a OAB propõe que sejam criados centros de combate à impunidade, dispensando-se apoio jurídico aos cidadãos para que esses impetrem ações populares contra atos que afetam a moralidade pública). • Investimento em educação para cidadania.

  26. “A cena municipal , em muitos casos, está sendo hoje condicionada por uma espécie de derradeira dissolução do modo de vida tradicional. O futuro está em aberto, devendo ser decidido pelos atores que souberem promover intervenções compatíveis com os novos tempos” (Nogueira, p.2)

More Related