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Traga seu próprio espanto!!!!!!

SEMINÁRIO LBDM. Traga seu próprio espanto!!!!!!. Mariléia Chaves Andrade Março 2010. BANALIZAÇÃO E TRIVIALIZAÇÃO DA VIDA???. “ Léia, não podemos banalizar nosso viver, temos que valorizar os detalhes, manter as tradições…” (Olindo A.M.Filho). Mesa de café da manhã em Cada Branca, 2005.

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Traga seu próprio espanto!!!!!!

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Presentation Transcript


  1. SEMINÁRIO LBDM Traga seu próprio espanto!!!!!! Mariléia Chaves Andrade Março 2010

  2. BANALIZAÇÃO E TRIVIALIZAÇÃO DA VIDA??? “ Léia, não podemos banalizar nosso viver, temos que valorizar os detalhes, manter as tradições…” (Olindo A.M.Filho) Mesa de café da manhã em Cada Branca, 2005

  3. BANALIZAÇÃO E TRIVIALIZAÇÃO DO CONHECIMENTO “O estudo da biologia nos dá acesso a tantos cenários, a tantas experiências maravilhosas de entendimento do viver de outros seres vivos e de nosso próprio viver, que é muito amargo, muito triste notar que esse ENCANTAMENTO muitas vezes escapa totalmente às experiências da gente jovem - que está ainda tão mais próxima do encantamento da infância... (Nelson M. Vaz)

  4. ... Quero dizer que esse ENCANTAMENTO, essa permissão se maravilhar, não tem nada de romântico, no sentido trivial, mas sim de ENCONTRO COM UM PROFUNDO MISTÉRIO, que não é necessário viver no sentido místico, transcendente, mas sim no sentido de um apercebimento mais amplo, mais participante de nossa condição de seres vivos.” (Nelson M. Vaz)

  5. ONDE ENTRA O CIENTISTA/CIÊNCIA NESSA HISTÓRIA ??? " Em minha opinião, é o sentido de mistério que guia o verdadeiro cientista; a mesma força que, vendo cegamente, ouvindo surdamente, relembrando inconscientemente, guia a larva até a borboleta. Se ele não experienciou, ao menos algumas vezes em sua vida, esse calafrio em sua espinha, esse confronto com uma imensa face invisível cuja respiração o comove até as lágrimas, ele não é um cientista. Quanto mais escura a noite, mais brilhante a luz. Quem sabia melhor isso que San Juan de la Cruz quando na noite escura ele enviou sua alma em eterna procura? "...sin otra luz y guia/ sino la que en el corazón ardia." (Chargaff, 1978, p.114)

  6. "É realmente acidental que foi em nosso tempo, e quase simultaneamente, que a rima e o verso desapareceram da poesia, a melodia da música e o objeto reconhecível da pintura e da escultura? “ (Chargaff, 1978)

  7. UMA NOVA VISÃO IMUNO…LÓGICA - PRE-CONCEITOS & NEO-CONCEITOS: CAMINHAR É PRECISO

  8. NOVO OLHAR PARA A IMUNOLOGIA “...aqueles que afirmam ter compreendido Maturana e não se escandalizaram, na realidade não o compreenderam.” (Nelson Vaz, imunobiologista) BIOLOGIA DO CONHECER, Humberto Maturana (neurobiólogo filósofo chileno) "Nada é mais difícil de respeitar que aquilo que, depois de ouvido, nos parece óbvio."

  9. OBSERVAR/VER A ATIVIDADE IMUNOLÓGICA O observador é um ser humano , um sistema determinado em sua estrutura, e, como tal, ele ou ela não pode distinguir no experienciar se o que ele ou ela está vivendo é uma percepção, a captura de uma realidade independente, ou uma ilusão; Uma percepção é uma experiência que se vive como válida e que nós mesmos validamos depois por meio de outras experiências que consideramos válidas.

  10. A COGNIÇÃO IMUNOLÓGICA - Problemas imunológicos discutidos como problemas cognitivos CERTEZAS QUE EMBASAM A IMUNOLOGIA FORMA VELADA DE COGNIÇÃO MEMÓRIA imunológica VACINAS Sistema imune como um sistema de DEFESA RECONHECIMENTO específico de materiais estranhos ORIGENS REMOTAS

  11. DESAFIO - Descrever a atividade imunológica como um mecanismo não-cognitivo QUAL A ORIGEM DO PENSAMENTO COGNITIVO SOBRE A ATIVIDADE IMUNOLÓGICA?

  12. SURGIMENTO DA IMUNOLOGIA Contextualização Histórica • Caráter Biomédico; • Surge associada à Bacteriologia médica; • Final do século XIX: • Teoria dos Germes – Pasteur & Koch – Uma proposta para a etiologia da doenças infecciosas. • Edward Jenner – Vacinação contra varíola ( resultado de conclusões científicas apoiado em experiências) IMUNOLOGIA Sorologia Anticorpos protetores Vacinas Nova prática médica Germes Doenças infecciosas

  13. SURGIMENTO DA IMUNOLOGIA Contextualização Histórica • METAS: • Caracterização dos agentes específicos conhecemos hoje uma grande variedade de agentes patogênicos, mas entendemos muito menos sobre o que se passa no “adoecer”,

  14. SURGIMENTO DA IMUNOLOGIA Contextualização Histórica - Transfusões de sangue - Transplantes de órgãos e tecidos cada vez mais seguros • METAS: • Aplicações práticas da Imunologia: - Desenvolvimento de anticorpos monoclonais (pesquisa / terapêutica de doenças malignas e auto-imunes) e Utilização de anticorpos neutralizantes (terapêutica) - Testes sorológicos de diagnóstico Validação de uma nova prática médica

  15. SURGIMENTO DA IMUNOLOGIA Contextualização Histórica • IMUNOLOGIA X SOCIEDADE • Área das ciências biológicas do qual a sociedade mais espera e demanda resultados práticos. • Vacinas como recursos universais de proteção – História de grandes sucessos epidemiológicos (erradicação da varíola) • Progressos na medicina veterinária e agroveterinária. Diretor do Instituto Pasteur, em Paris, no início do século XX: "Uma doença, um germe, uma vacina."

  16. CRESCIMENTO DA IMUNOLOGIA Premios Nobel concedido a Imunologistas desde o período da sua fundação. Números de páginas do Journal of Immunology (American Association of Immunologists) – a mais antiga Associação de Imunologistas

  17. SURGIMENTO DE PERGUNTAS EMBARAÇOSAS • Por que algumas vacinas ainda não foram inventadas? • Porquenãohácuraparadoençasalérgicas e autoimunes? • Porque as complicaçõesapóstransplantes de medulaóssea? • Porque a maioria das pessoas de áreaendêmica (doençainfecciosa) sãoassintomáticas?

  18. NÃO RESPONDEMOS PORQUE NÃO COMPREENDEMOS • Caráter empírico das vacinas – Tentativa e Erro – Sucesso eventual • Falta uma base teórica mais ampla. • Não entendemos, na verdade, uma IMENSA parte do MUNDO BIOLÓGICO, no qual as DOENÇAS INFECCIOSAS representam uma PEQUENINA parte. • O que é preciso saber, o que falta? Sabemos MUITO dos DETALHES

  19. NOVO PENSAMENTO Falta uma ligação mais forte da Imunologia com a Biologia. A origem "biomédica" da imunologia a afastou do debate sobre os principais problemas da biologia.

  20. NOVO OLHAR PARA A IMUNOLOGIA BIOLOGIA DO CONHECER, Humberto Maturana (neurobiólogo filósofo chileno) "Nada é mais difícil de respeitar que aquilo que, depois de ouvido, nos parece óbvio." “...aqueles que afirmam ter compreendido Maturana e não se escandalizaram, na realidade não o compreenderam.” (Nelson Vaz, imunobiologista)

  21. CERTEZAS: ORIGENS REMOTAS MEMÓRIA imunológica VACINAS Sistema imune como um sistema de DEFESA RECONHECIMENTO específico de materiais estranhos

  22. VISÃO BÉLICA DA ATIVIDADE IMUNOLÓGICA Existem mecanismos defensivos no corpo? Linfócitos estão armados a espera do invasor? Quem são ou o que são agentes estranhos ou invasores? Guerra ou Atividade imunológica?

  23. DIFERENÇA ENTRE MECANISMO (CAUSA) E RESULTADOS DA OPERAÇÃO DO SISTEMA IMUNE (FISIOLOGIA) Defesa deveria ser vista como um RESULTADO do que se passa no viver e não como um MECANISMO do viver.

  24. CERTEZAS: ORIGENS REMOTAS MEMÓRIAimunológica VACINAS Sistema imune como um sistema de DEFESA RECONHECIMENTO específico de materiais estranhos ANTROPOMORFIZAÇÃO

  25. Quando admitimos que o corpo “reconhece” materiais estranhos, estamos aceitando, inadvertidamente ou não, que esse é um PROCESSO DECISÓRIO, ou seja, que esses materiais SÃO CLASSIFICADOS como “estranhos”, por comparação com uma imensa mistura de moléculas que compõe o próprio corpo. Toda a imunologia apoiada nessa forma de pensar, foi criada nos anos 1950-60. Hoje é difícil aceitar que haja uma outra maneira de ver os fenômenos imunológicos, que não seja esse “reconhecimento da estranheza”, um “estranhamento”. (Nelson Vaz).

  26. …ENTÃO, O QUE FAZER, COMO VER DE OUTRA FORMA? “NOVOS” CONCEITOS - BIOLÓGICOS: AUTOPOIESE – Mecanismo de auto-conservação inerente a todos os seres vivos • Duas maneiras diferentes e separadas de VER o organismo: • DINÂMICA ESTRUTURAL (constituição) – Há coisas que se passam NO organismo e o constituem. VIVER INTERNO • DINÂMICA RELACIONAL (interações)- Há coisas que se passam COM o organismo em suas interações com o meio. VIVER INTERACIONAL

  27. Organização ABERTA do sistema imune Organização FECHADA do sistema imune

  28. …ENTÃO, O QUE FAZER, COMO VER DE OUTRA FORMA? MUDAR AS PERGUNTAS E ABANDONAR A ABORDAGEM DEFENSIVA FISIOLOGIA, Organização do tecido Linfóide, Relação CONSERVADORA entre os componentes

  29. “But comprehensive understanding of many higher-level biological phenomena remains elusive. Even at the level of the cell, phenomena such as general cellular homeostasis and the maintenance of cell integrity, the generation of spatial and temporal order, inter- and intracellular signalling, cell ‘memory’ and reproduction are not fully understood.”

  30. “There should be a concerted programme to investigate this, which will require the development of the appropriate languages to describe information processing in biological systems…” “This is also true for the levels of organization seen in tissues, organs and organisms, which feature more complex phenomena such as embryonic development and operation of the immune and nervous systems. These gaps in our knowledge are accompanied by a sense of unease in the biomedical community that understanding of human disease and improvements in disease management are progressing too slowly.”

  31. CERTEZAS: ORIGENS REMOTAS RECONHECIMENTO específico de materiais estranhos

  32. ONDE ESTÁ A ESPECIFICIDADE? Imunoglobulinas naturais Reatividade de Linfócitos A organização do sistema imune é invariante e durante perturbações de sua dinâmica estrutural desencadeada por antígenos, são produzidas muitas imunoglobulinas, algumas capazes de se ligar ao antígeno introduzido, outras não; aquelas que se ligam ao antígeno, podem ser detectadas e medidas como anticorpos específicos. Mas esta direcionalidade depende do teste criado para detectá-las.

  33. ONDE ESTÁ A ESPECIFICIDADE? Terapia: ImunoglobulinaIntravenosa IgIv Tratamento de doenças auto-imunes e outras patologias Efeito terapêutico devido ao restabelecimento de padrões normais de conectividade no sistema imune.

  34. CERTEZAS: ORIGENS REMOTAS MEMÓRIA imunológica VACINAS Sistema imune como um sistema de DEFESA RECONHECIMENTO específico de materiais estranhos

  35. O QUE É A MEMÓRIA? Linguagem Cognitiva: Atividade Progressiva IMUNOPATOGÊNESE X Linguagem Imunobiológica: patamares estáveis de reatividade, que permanecem invariantes mesmo frente a repetidas exposições ao antígeno CONSERVAÇÃO ROBUSTA DE PERFIS DE REATIVIDADE

  36. Nesse contexto, fica difícil explicar como desvios patológicos acontece se nós ignoramos o estado fisiológico a partir do qual esses desvios são originados. Desvio da estabilidade conservadora do repertório de imunoglobulinas e Linfócitos T em condições patológicas: DEONÇAS INFECCIOSAS, DOENÇAS ALÉRGICAS E DOENÇAS AUTO-IMUNES

  37. EXPANSÃO OLIGOCLONAL DE LINFÓCITOS T & IMUNOPATOLOGIAS - Expansões oligoclonais podem representar uma forma de independência de um sub-sistema que subverte a organização do sistema maior; • Agentes infecciosos, alérgenos podem estimular os mesmos clones de LT responsáveis por patologias auto-imunes; • Durante encontros com agentes infeccioso, expansão oligoclonal de LT ocorrem naturalmente, e em uma boa parte da população, mecanismos robustos conseguem manter o sistema imune no seu estado fisiológico normal. Expansão oligoclonal SUSTENTADA ou progressiva Emergência de um estado patológico

  38. BARCO A DERIVA Nós, os seres vivos, somos como barcos à deriva, sem timoneiro: vivemos ao sabor do viver. O presente não contém o futuro. O presente é cambiante e muda enquanto escrevo. Escrevo porque o que sou, assim o permite e o momento atual assim o determina. Um barco à deriva não se desloca ao acaso: vai certeiro para um lugar para onde as ondas , o vento, as correntes e as marés o levam. Esse lugar não é qualquer lugar: é o lugar que a deriva inventa. E a deriva inventa incessantemente, não pára de derivar. Um dia, ou uma noite, a deriva leva o barco de encontro a um rochedo, ou o deposita em uma praia. A deriva termina ali. Mas esse ponto, nunca foi uma referência para a deriva. Não era seu destino. O barco não se aproximou do rochedo, nem da praia - a deriva o levou até lá sem fazer planos, sem traçar uma rota. Somos comos barcos, parte da deriva natural que nos leva ao desconhecido, enquanto sonhamos ser timoneiros.

  39. FRASE FINAL "O modo de ver determina não apenas o que se vê, mas também o que identificamos como problemas relevantes e o que aceitamos como respostas válidas; em última análise, determina o que fazemos." Vaz, N.M. and A.M.C. Faria (1990) PARA PENSAR…

  40. Um NOVO OLHAR ou um OLHAR NOVO? O modo de olhar e as conversações que guiam esse olhar configuram o que se vê e o que se faz. O modo de olhar também determina o que se pergunta e o que se explica. Uma mudança no modo de olhar e no conversar, em um determinado âmbito de experiências, muda o entendimento do que se faz e, também, a natureza desse âmbito. Em nosso modo de olhar, os fenômenos imunológicos surgem como fenômenos biológicos e não como fenômenos ligados à saúde. Em nossa visão, os fenômenos imunológicos são fenômenos do mero viver, próprios da operacionalidade constitutiva do organismo.

  41. A mudança no olhar que propomos na Imunobiologia não é trivial devido a duas conseqüências que surgem dela. Uma é que a Imunologia muda ao mudar os fenômenos que a constituem: já não se trata de uma luta do organismo contra agentes externos e sim de uma visão de suas interações consigo mesmo e com componentes de seu ambiente. Outra conseqüência é ampliar a visão sistêmica do organismo: o espaço interno se transforma em uma dinâmica relacional molecular e celular fechada, uma dinâmica que define o organismo em vez de ser definida por ele. Deixando de ver o organismo como um ser em oposição a um ambiente que o ameaça, passamos a ver a dinâmica que integra o organismo e o meio. Deixando de ver o meio como um agressor, podemos vê-lo como o âmbito que torna o organismo possível. Alimentar-se, por exemplo, passa a constituir a forma mais importante e cotidiana de exposição a macromoléculas que não lhe pertencem e, portanto, a principal fonte de perturbações imunológicas. Nelson Monteiro Vaz – nvaz@icb.ufmg.br

  42. CAMINHAR É PRECISO Obrigada pela atenção!

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