330 likes | 945 Vues
Antecedentes. Nega antecedentes patol
E N D
1. CASO CLINICO:ANEURISMA DA AORTA TORCICA E ABDOMINAL ID: T P S, 9 anos, procedente do Maranho (Caxias)
HISTRIA:
PN 2150g, a termo, PIG, parto normal, apresentao ceflica, sem intercorrncias.
Desenvolvimento neuropsicomotor adequado e pondero-estatural inadequado no 1 ano de vida
Assintomtica at 8 anos de idade
Abril 2007: Iniciou quadro de dor abdominal contnua, associada a febre e vmitos.
Avaliado no MA encaminhada a Braslia
Sem uso de medicao.
Eliminaes fisiolgicas preservadas.
3. Relato de Caso Controles:
Peso 18,5kg ( <P5) Est 113cm (<P5) IMC 14,49 (P10-25)
PA (MSD)110 x 61 PA (MSE) 94x61 PA (MID) 98x61
PA (MIE) 93x59 FC 87bpm Sat 100% FR 24irpm
Tax: 35,7C
Exame Fsico:
-BEC, corada, hidratada, eupnica, afebril ao toque, aciantica, anictrica, ativa e reativa
- Sem grandes dismorfismos
- AR: MV presente, sem rudos adventcios ou esforo respiratrio
- ACV: Precrdio calmo. RCR em 2T, BCNF, sem sopro torcico ou abdominal. Pulsos +.
- ABD: fgado a 2,5 cm RCD , bao no palpvel
- Membros: bem perfundidos, sem edema. Elasticidade aumentada?
4. Em discusso:
Diagnstico sindrmico
Diagnstico etiolgico
5. Exames complementares Hemograma e outros
- Hb14,3; Ht43,4; Leuc10100; seg 49; bast0; linf 37; mono 08; eos 06 ; Plaq 400.000
PCR 0,10
VHS 30mm/h
Eletroforese de protenas sem alteraes
6. Raio-X de Trax
7. Raio-X de Abdome
8. Exames complementares Ultra-sonografia de abdome (27/03/07): aneurisma de aorta abdominal
TC de trax e abdome (03/04/07): aneurisma de aorta torcica e abdominal
9. Exames Complementares
10. ECG (18/09/07)
12. Ecocardiograma
14. Ecocardiograma (18/09/07) - AD e AE com dimenses normais. VD normal e VE com dilatao discreta. Boa funo sistlica biventricular;
- Valvas cardacas no apresentam disfuno significativa;
- Ectasia acentuada de todo o arco artico, desde a regio supra-valvar, extendendo-se at a aorta abdominal: aorta ascendente mede 21mm, (valor Z = +4,3); arco transverso mede 24mm (valor Z = +7); o istmo mede 24mm (valor Z = +7,7); a aorta descendente mede 14mm (Valor Z: +3) e a aorta abdominal mede 28mm;
- Dilatao discreta do tronco e artrias pulmonares;
21. Angioressonncia de aorta (13/02/08) - Ao ascendente e arco artico de trajeto normal e paredes regulares, com acentuada ectasia medindo 26mm (escore Z = 6,16) e 23,5mm (escore Z = 6,58)
- Ao descendente com irregularidades parietais e acentuada ectasia em seu tero proximal (19mm; escore Z = 5,69). Calibre preservado em seu segmento mdio-distal (11mm).
- Ramos principais do arco artico de origem normal, sem alteraes evidentes em seus segmentos proximais.
- Ao abdominal de contornos irregulares, observando-se aneurisma fusiforme acometendo os segmentos supra e infra-renal, medindo 28,5x25mm de dimetros e 8cm de extenso, com colo proximal de 12mm de dimetro, distando cerca de 15cm da emergncia da artria subclvia esquerda. O colo distal mede 8,5mm de dimetro, distando cerca de 6cm da bifurcao artica e estende-se por 2cm, onde comea outra dilatao aneurismtica. Esta ltima, por sua vez, tem dimetro mximo de 15mm e estende-se at a origem das artrias ilacas.
22. Evoluo Evoluiu com dor intermitente, que melhorava com repouso. Dispnia aos mdios esforos
Permaneceu internada no HRAS por 11 dias. Apresentou dois picos hipertensivos (130x66 e 136x90) durante esforo. Sem medicaes.
Avaliao da Gentica: hipermobilidade articular, fragilidade vascular; estudo molecular para definir diagnstico, investigao de aneurisma nos pais
- HD: Ehlers-Danlos tipo IV
- Transferida para o INCOR, para tratamento cirrgico.
23. Internao - Queixa de dor abdominal persistente
Exame Fsico: Peso 20kg (<P5) Est 125cm (P5) PA 118 x 70 (82) P95-99 FC 80bpm Sat 93 % FR 24
AP: MV presente, sem rudos adventcios ou esforo respiratrio.
AC: RCR em 2T, BCNF, sem sopro torcico ou abdominal.
Pulsos +, com discreta assimetria.
ABD: fgado a 3 cm RCD , bao no palpvel
Membros: bem perfundidos, sem edema.
HD: Aneurisma mltiplos de aorta ascendente, arco e descendente traco-abdominal tipo IV
IC: PA no percentil 95-99
CD: Iniciado propranolol
Tratamento cirrgico 05/03/08
24. Cirurgia Suspeita clnica de Ehler Danlos tipo IV, no afastada em avaliao com especialista.
Diante do quadro de dor torcica persistente que configura urgncia cirrgica, optado por tratamento cirrgico do aneurisma traco-abdominal com substituio subtotal da aorta descendente e acompanhamento clnico das dilataes proximais.
Tcnica convencional com CEC. Uso de Cell saver
Correo com tubo de Dacron 18
Tempo de CEC: 2h e 6 min
Tempo de pinamento: 1h e 44min
Atibiticoprofilaxia: Cefuroxima
Reposies: concentrado de hemcias, plasma fresco, albumina, plaquetas
Correo de acidose metablica
Drenos: D, E1, E2 e abdominal
Bipsia de aorta
25. Ps-operatrio Pneumotrax direita
Hemorragia intensa por dreno E
Choque hipovolmico
Sndrome do cogulo retido -> reviso de hemostasia
Peritonite abdominal secundria ao extrasamento de sangue na cavidade
Derrame pleural
Episdios de hipertenso iniciado captopril em 08/03/08
Atelectasia em base esquerda
26. Ps-operatrio 11/03/08: Realizado ECO: cavidades cardacas de dimenses normais com boa funo sistlica biventricular; regurgitao tricspide de grau discreto; dilatao acentuada de toda aorta ascendente apresentando fluxo de baixa velocidade (0,6m/s); ausncia de derrame pericrdico
12/03/08: iniciado digoxina (1,5ml 12/12h)
13/03/08: Laudo ANTOMO-PATOLGICO alteraes degenerativas, compatveis com aneurisma; vasculite em vasa vasorum.
USG de trax: moderado derrame pleural E
27. Antomo-Patolgico Macroscopia : fragmento irregular de tecido pardo-esbranquiado e consistncia elstica, medindo 1,7x0,8x0,6cm
Microscopia: segmento de grande vaso com reas de degenerao mixide de suas camadas musculares. A ntima est muito espessada, com presena de micitos. Nota-se infiltrado inflamatrio linfocitrio perivascular no vas vasorum da camada adventcia do rgo. Alguns destes vasos tem paredes musculares espessas e fibrose intimal, com diminuio luminal significativa. No h, entretanto, agresso endotelial.
Diagnstico Histopatolgico aorta:
- Alteraes degenerativas, compatveis com aneurisma
- Vasculite em vasa vasorum.
30. Ehlers-Danlos um grupo de desordens heterogneas do tecido conjuntivo, que ocasiona anormalidade na biosntese do colgeno, afetando pele, rgos e articulaes. Mutaes em genes relacionados ao tecido conjuntivo.
transmitido por herana autossmica dominante, autossmica recessiva, ligada ao X.
10 tipos (OMIM); 6 principais
Expectativa de vida depende do tipo.
1:5.000, dependendo do tipo. No clssico, 1:10.000 1 1:20.000.
Atinge homens e mulheres igualmente.
31. Ehlers-Danlos Fisiopatologia
Anormalidades no tecido conjuntivo como resultado de defeitos na fora adquirida, elasticidade, integridade e propriedades de regenerao dos tecidos.
Cada tecido e rgo expressa um grupo de protenas conectivas.
Tipos: dependem da distribuio especfica tecidual dos vrios componentes da matriz extracelular.
32. Ehlers-Danlos Caractersticas Todas as formas da sndrome compartilham algumas caractersticas em graus variados:
- Hiperextensibilidade e elasticidade da pele
- Hipermobilidade das articulaes e deslocamento excessivo
- Fragilidade tecidual
- Cicatrizao alterada/prejudicada cigarette paper scars
- Formao de hematomas/ndulos subctneos aps trauma.
Podem ocorrer: prolapso da valva mitral, esclera azul, aneurisma, disseco de aortas, hrnias, angina, hemorragia gastrointestinal (perfurao), e doena vascular perifrica, dependendo do tipo e severidade da doena.
33. Ehlers-Danlos Formas Clnicas EDNF (1997) Classificao de Villefranche
Tabela Tipos da Snd Ehlers-Danlos (modificado)
36. Ehlers-Danlos Diagnstico Diferencial Cutis laxa syndrome
Sindrome de Marfan
Snd. da hipermobilidade articular familial
Tenascin X deficiency
Sndrome De Barsy
Sndrome de Stickler
37. Ehlers-Danlos Anlise Complementar Atualmente, o diagnstico de relativamente poucos dos tipos conhecidos (IV, VI, VII A e B, VII C) podem ser confirmados usando-se testes moleculares e bioqumicos.
Laboratrio
Estudos bioqumico-moleculares podem detectar alteraes nas molculas do colgeno em culturas de fibroblastos cutneos tipos IV, VIIA e VIIB, e VIIC
Teste molecular (DNA) tipos IV e VII
Estudo urinrio tipo VI
As formas mais comuns: identificao por exme clnico
Procedimentos
Bipsia de pele (histopatolgico) no diagnstico
38. Ehlers-Danlos Conduta Medidas preventivas
Acompanhamento regular
Exames complementares
Uso de vitamina C
Orientaes
39. Ehlers-Danlos Complicaes Relacionadas patofisiologia primria
- Descolamento articular
- Problemas com a cicatrizao
- Forma vascular: ruptua arterial, perfurao intestinal (sigmide, em particular) ou de outro rgo com cavidade.
# Prognstico para estes pacientes: expectativa de vida de 50 anos
41. Sndrome de Marfan uma doena gentica autossmica dominante do tecido conjuntivo
Epidemiologia: afeta homens e mulheres igualmente.
- 1:10.000
- 15 a 30% dos casos mutaes genticas (1:20.000).
- Expresso varivel
42. Sndrome de Marfan
Patognese: mutao no gene FBNI do cromossomo 15 (fibrillin-1) - atuao na matriz extracelular -> fibras de elastina ( abundantes na aorta, ligamentos e zona ciliar do olho
TGFB
Mortalidade/Morbidade: doena cardiovascular (dilatao e disseco artica) a principal causa.
Critrio Ghent: observao clnica dos sistemas e histria familiar, estudo molecular e teste gentico
43. Sndrome de Marfan - Sintomas Caractersticas
extremidades extremamente longas
aracnodactilia, alta estatura
hipermobilidade das articulaes
predisposio a alteraes cardacas (ex: dilatao/aneurisma da aorta, valvulopatia)
descolamento de retina
Esqueleto, pele e articulaes
Sistema esqueltico aracnodactilia; dolicoestenomelia; escoliose; pectus excavatum ou pectus carinatum; hipermobilidade articular; palato alto; p plano.
46. Sndrome de Marfan - Sintomas Olhos miopia, astigmatismo; deslocamento/subluxao da lente do cristalino; descolamento de retina; glaucoma
Sistema cardiovascular aneurisma de aorta ; prolapso da valva mitral, valva artica bicspide
Pulmes pneumotrax espontneo, doena pulmonar obstrutiva idioptica(enfisema), apnia do sono
SNC ectasia dural
Estrias. Hrnia
47. Sndrome de Marfan Diagnstico: considerar histria familiar, alteraes cardacas, msculo-esquelticas ou oculares
Diagnstico Diferencial
Aneurisma artico familial
Snd. de Ehlers-Danlos
Fenotipo MASS
Aracnodactilia contratural congnita (Snd. Beals)
Snd do X Frgil / Snd de Klinefelter
Gigantismo e acromegalia / Hiperpituitarismo / Hipertireoidismo / NEM tipo 2B
Homocistinria
Snd. de Loeys-Dietz
Snd. De Shprintzen-Goldberg
Snd de Stickler
48. Sndrome de Marfan Complicaes:
Regurgitao artica; ruptura artica
Endocardite bacteriana
Aneurisma de aorta dissecante
Dilatao da base da aorta
Falncia cardaca
Prolapso da valva mitral
Escoliose
Problemas visuais
Antibioticoprofilaxia quando tratamento dentrio
Aconselhamento gentico
49. Sndrome de Marfan
Tratamento
Prevenir disseco de aorta
Beta-bloqueadores
Controle da presso arterial
Cirurgia de aorta recomendao quando dimetro artico alcana 50 a 60mm.
Antibioticoprofilaxia quando tratamento dentrio
Aconselhamento gentico
50. Arterite de Takayasu uma vasculite crnica, granulomatosa, que envolve principalmente a aorta e seus ramos principais.
Epidemiologia: principalmente em crianas e mulheres com menos de 30 anos de idade; 9:1; descendentes asiticos e africanos
Doena rara 2-3:1.000.000/ano
Causas: desconhecida. Parece ser uma condio auto-imune. Algumas evidncias sugerem que uma infeco de algum modo (viral, bacteriana ou outro) ocorre em uma pessoa com outro fator predisponente.
51. Arterite de Takayasu - Patofisiologia Inflamao granulomatosa da aorta e seus ramos, levando a estenose, trombose, e formao de aneurisma.
A leso segmentar com distribuio em blocos.
Infiltrao mononuclear da adventcia ocorre precocemente, alterao do vasa vasorum
Enrugamento da ntima visvel na macroscopia
52. Arterite de Takayasu Patofisiologia
Alteraes granulomatosas podem ser observadas na tnica mdia, com clulas de Langerhans e necrose central das fibras elsticas e clulas musculares lisas.
Uma panarterite com infiltrado de linfcitos, plasma cells, histicitos e clulas gigantes est presente.
Posteriormente, fibrose da mdia e espessamento acelular da ntima compromete o lumen vascular.
53. Arterite de Takayasu: Clnica
Estenoses ocorrem em 90% dos pacientes com Takayasu. Frequentemente ocorrem dilataes ps-estenticas e outras reas com aneurisma.
Estenoses: dor abdominal, hipertenso, claudicao
Ativao endotelial leva a um estado de hipercoagulabilidade, predispondo a tromboses.
ICC pode ocorrer, decorrente de HAS, dilatao da raiz artica, ou miocardite
54. Arterite de Takayasu: Clnica
AIT, acidentes cerebrovasculares, isquemia mesentrica, carotidinia, claudicao
Sintomas de comprometimento vascular podem ser minimizados pelo desenvolvi-mento de colaterais ocasionando formao lenta da estenose
Disseco ou aneurisma reas fragilizadas pela inflamao
55. Arterite de Takayasu Diagnstico: pode ser extremamente difcil
Ao nas paredes de grandes vasos por anos, causando somente sintomas no-especficos associado com a fase sistmica da doena, at que uma complicao grande acontea.
Complicaes grandes: dilatao da aorta com repercusso para valva artica; reduo do fluxo sanguneo para um brao ou perna; infarto causado por PA aumentada em vasos do crebro.
Confirmao diagnstica por angiograma ou uma RNM
56. Arterite de Takayasu Arterite de Takayasu patologicamente indistinguvel de arterite de clulas gigantes. Em ambos, h destruio da parede dos vasos sanguneos e clulas gigantes esto frequentemente presentes.
Sintomas clssicos 2 fases:
Fase sistmica: sinais e sintomas de uma doena inflamatria ativa
Febre, fadiga, perda de peso
Artrite, algias no especficas
Pode haver sensiblidade sobre artrias afetadas
Maioria tem elevao do VHS
57. Arterite de Takayasu Fase oclusiva: sintomas causados pelo estreitamento das artrias afetadas
Claudicao MMSS e MMII
Tontura ao se levantar, cefalia, distrbios visuais.
Pulsos diminudos ou no palpveis
Sopro - passagem de sangue pelos vasos estreitados
HAS. Onde estreitamentos PA falsamente baixa.
Malformaes caractersticas de vasos sanguneos de olhos nos casos avanados.
Artrias pulmonares podem ser afetadas
58. Arterite de Takayasu Sintomas: fraqueza ou dor em braos com o uso, dor torcica, tontura, fadiga, febre, dor articular e muscular, rash cutneo, sudorese noturna, alteraes visuais e perda de peso.
FOI; sinais de vasculite de grandes vasos - HAS devido estenose de artria renal, regurgitao artica da aortite ou isquemia devido ocluso da artria cartida.
Diferena de PA entre os dois braos
Anemia e VHS aumentado
Pode: pericardite ou pleurite
59. Arterite de Takayasu Exames a serem solicitados: arteriograma, angiograma, HC, PCR, ECG, VHS, angioressonncia, RNM, USG, raio-X de trax
Possveis complicaes: coagulao sangunea, Infarto do miocrdio, falncia cardaca, pericardite, pleurite, derrame.
60. Arterite de Takayasu Confirmao diagnstica
Angiografia: estenose e/ou dilatao da aorta e seus ramos
Espessamento da parede artica detectada por RNM ou USG pode preceder mudanas angiogrficas
63. Arterite de Takayasu Diagnstico Diferencial
LLA
Sndrome de Behet
FOI
Aneurismas cerebrais
Doena de Hodgkin
Poliarterite nodosa
Doensa de Churg-Strauss
Granulomatose de Wegener
Febre reumtica
64. Arterite de Takayasu -Tratamento - A grande maioria responde prednisona efetiva nos sintomas sistmicos e na progresso da vasculite.
Tratamento a longo prazo, em adio prednisona: metrotrexate, azatioprina, ciclofosfamida h poucos estudos sobre o uso desses medicamentos.
Angioplastia: alivia estenose de artria renal em 50%
Cateterismo, valvuloplastia (quando doena inativa)
Estimativa de atividade da doena baseado em: sintomas sistmicos, anemia, VHS, progresso das leses e patologia (quando disponvel)