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PESCA EM ÁGUAS PROFUNDAS LXXXIV EVANGELIZAÇÃO NO TERCEIRO MILÊNIO

PESCA EM ÁGUAS PROFUNDAS LXXXIV EVANGELIZAÇÃO NO TERCEIRO MILÊNIO. A melhor catequese: uma liturgia bem celebrada. Frei José Ariovaldo da Silva, OFM *.

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PESCA EM ÁGUAS PROFUNDAS LXXXIV EVANGELIZAÇÃO NO TERCEIRO MILÊNIO

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Presentation Transcript


  1. PESCA EM ÁGUAS PROFUNDAS LXXXIVEVANGELIZAÇÃO NO TERCEIRO MILÊNIO A melhor catequese: uma liturgia bem celebrada Frei José Ariovaldo da Silva, OFM *

  2. Sendo a liturgia uma preciosa "fonte da Catequese", um "lugar privilegiado de educação da fé", como proclama o Diretório Nacional de Catequese" , ou ainda, sendo ela "a santa mistagogia permanente da Igreja", como a define o teólogo liturgistaTommasoFederici , isso deve aparecer na própria maneira como é celebrada. Caso contrário, é como se os canais ficassem entupidos e a fonte estagnada. A beleza encantadora e contagiante do mistério escondido nos ritos e nos símbolos deve poder expressar-se com toda a sua pujança, naturalmente educadora, na maneira como os ritos e símbolos são trabalhados

  3. A harmonia dos ritos, das vestes litúrgicas, da decoração e do espaço litúrgico, tudo isso educa para o sentido do mistério e sua repercussão para a vida concreta. Igualmente importante "é a atenção a todas as formas de linguagem previstas pela liturgia: palavra e canto, gestos e silêncios, movimento do corpo, cores litúrgicas dos paramentos. Com efeito, a liturgia, por sua natureza, possui tal variedade de níveis de comunicação que lhe permitem cativar o ser humano na sua totalidade" .

  4. O Diretório Nacional de Catequese fala da necessidade de "liturgias vivas e dinâmicas" :vivas, porque expressam a vida de Jesus mergulhada nos acontecimentos de nossa vida, e vice-versa; dinâmicas, porque celebradas na força (dynamis) do Espírito, isto é, com espiritualidade.

  5. ESPAÇO LITÚRGICO O próprio espaço litúrgico, quando, pela beleza de sua forma arquitetônica, pela harmonia de sua disposição interna (altar, mesa da Palavra, espaço da assembleia, cadeira da presidência, fonte batismal etc.) e sua iconografia, tudo em "nobre simplicidade" (cf. SC 34), quando assim se cria o ambiente próprio para os fiéis se sentirem de fato "igreja", assembleia celebrante, pedras vivas do templo (cf. 1Pd 2,5), e poderem participar ativamente da celebração dos mistérios da fé, especialmente a Eucaristia, então o espaço goza de significativa força catequética: o espaço educa a uma fé que se traduz em espiritualidade comunitária. Para tanto, como orientam as Diretrizes Gerais para a ação Evangelizadora no Brasil (2008-1010), da CNBB, "o espaço (litúrgico) deve ser funcional, favorecer o encontro entre as pessoas e o encontro com Deus, e ser sinal do mistério que ali se celebra“.

  6. Sua arte, arquitetura, disposição e ornamentação a serviço da liturgia "contribuem para que a Igreja celebre e se manifeste como povo sacerdotal, ministerial, congregado e convocado pelo Senhor Jesus. A beleza, a dignidade e simplicidade do espaço devem estar em sintonia com a beleza do Mistério pascal de Cristo" . Se há um "lugar" profundamente modelador de todo um imaginário, uma identidade, uma interioridade e postura cristã de uma comunidade é o espaço em que ela frequenta. Dependendo do espaço litúrgico, assim vai ser em grande parte a fé e espiritualidade da comunidade: mais ou menos comprometida com o projeto de Deus, mais ou menos alienada Dele; mais ou menos unida neste projeto, mais ou menos dividida por interesses egoístas.

  7. MÚSICA LITÚRGICA O mesmo vale para o canto e música, criteriosamente escolhidos, correspondendo ao sentido do mistério celebrado, às várias partes do rito e aos diferentes tempos litúrgicos.Como parte integrante e significativa da ação ritual, "ela tem a especial capacidade de atingir os corações e, como rito, grande eficácia pedagógica para levá-los a penetrar no mistério celebrado. Para isso, ela precisa estar intimamente vinculada ao rito, ou seja, ao momento celebrativo e ao tempo litúrgico. Vale dizer, sua função ritual deve estar organicamente inserida no contexto da grande tradição bíblico-litúrgica da Igreja, bem como da vida e da cultura da comunidade celebrante". Assim, expressando em vibrações sonoras o mistério que a liturgia celebra, a música verdadeiramente litúrgica leva o coração da comunidade a bater no compasso do coração amoroso de Deus e, assim, faz com que todos se juntem e se unam no grande mutirão cristão em favor da verdade e da vida, da santidade e da graça, do amor e da paz .

  8. PROCLAMAÇÃO DA PALAVRA DE DEUS A proclamação da Palavra de Deus na liturgia , quando feita por leitores bem preparados e com a consciência de que, "quando na igreja se lê a Sagrada Escritura, é o próprio Deus que fala ao seu povo, é Cristo presente na sua palavra que anuncia o seu Evangelho" , tal proclamação tem um imenso poder educativo da fé, pois faz com que a assembleia, ao ouvir a Palavra, viva uma profunda experiência do mistério de Deus. A maneira de proclamar a Palavra é o que mais move e convence. Como ensina a Igreja: "O que mais contribui para uma adequada comunicação da palavra de Deus à assembleia por meio das leituras, é a própria maneira de proclamar dos leitores, que devem fazê-lo em voz alta e clara, tendo conhecimento do que lêem" . Por quê? Porque, assim, fazemos a experiência de ouvir não mais um texto apenas, mas alguém em pessoa, um amigo que nos fala, nos confia seu segredo.

  9. HOMILIA O mesmo vale, com certeza, para a homilia como parte integrante a liturgia . Na homilia, sobretudo na maneira espiritual e orante com que é proferida, explicando a palavra de Deus e atualizando-a para o nosso agora (na celebração e na vida), o povo tem o direito e dever de sentir a voz do próprio Deus ecoando em seus ouvidos e corações. Por isso, Bento XVI faz este apelo aos homiliastas: "de modo particular, peço aos ministros para fazerem com que a homilia coloque a Palavra de Deus proclamada em estreita relação com a celebração sacramental e com a vida da comunidade, de tal modo que a Palavra de Deus seja realmente apoio e vida da Igreja. Tenha-se presente, portanto, a finalidade catequética e exortativa da homilia" . "Finalidade catequética e exortativa", entendida no contexto da função catequética da própria liturgia enquanto celebração. Pois a homilia é uma ação litúrgica, uma forma de celebrar a liturgia.

  10. GESTOS, SÍMBOLOS, AÇÕES SIMBÓLICAS Todos os gestos, símbolos e ações simbólicas na celebração litúrgica quando 'trabalhados' e realizados conscientemente, com autenticidade, de forma verdadeira, com amor, com espiritualidade e bom gosto, gozam de alto poder comunicativo com o mistério celebrado e, por isso mesmo, contribuem para uma viva experiência do mistério: educam a fé. Assim, cada gesto, cada movimento, cada ação, tudo pode contribuir para a educação e crescimento na fé. Da boa ou má qualidade das celebrações litúrgicas depende em grande parte a boa ou má qualidade da vivência da fé cristã.

  11. PRESIDÊNCIA LITÚRGICA Enfim, uma das mais significativas forças mistagógicas da arte de celebrar pode residir no exercício da presidência da liturgia, sobretudo a Eucaristia . Presidir a liturgia significa estar diante da assembleia como sinal, ou, como dizem nossos irmãos orientais, como "ícone" do Cristo bom Pastor. Bom Pastor que congrega e une a todos num só corpo em torno da mesa da Palavra e da Eucaristia; bom Pastor que comunica não "palavras" mas a Palavra (Cristo vivo): proclamando o Evangelho, distribuindo o Pão da vida; bom Pastor que, unido à assembleia e em nome dela se comunica com o Pai na comunhão do Espírito: louvando, agradecendo, intercedendo, ofertando. Valendo também para os demais sacramentos e sacramentais, isso aparece quando a presidência é exercida de maneira simples, serena e alegre (mas sem espalhafatos), de maneira convicta e orante (mas sem ser piegas), de forma verdadeira.

  12. No modo de o(a) presidente proclamar o Evangelho e fazer a homilia (como quem, de fato, anuncia uma boa notícia); no modo de distribuir o Pão da vida (como quem, de fato, junto também se entrega à pessoa que recebe); no modo de proclamar as orações (como quem, de fato, se dirige a Deus em nome de todos); no modo de saudar a assembleia (como quem de fato faz a ponte entre Deus e seu povo); no modo de impor as mãos, ungir, abençoar, derramar água etc (como quem de fato se coloca como instrumento de Deus). A assembléia pode experimentar uma profunda comunhão com o mistério pascal e, assim, ter a chance de crescer enormemente na fé. O tom de voz, o olhar, o jeito de andar, a postura do corpo, os gestos das mãos e dos braços - ao se dirigir à assembleia e ao se dirigir a Deus -, podem expressar bem a qualidade espiritual e a força catequética da arte de presidir a liturgia. O formalismo frio, a rotina cansativa, o autoritarismo opressor e, no outro extremo, o estilo show man, prestam um triste desserviço à educação da fé pelo rito, pois bloqueiam ou desviam nossa atenção do essencial, que é a presença do mistério de Cristo..

  13. CONCLUSÃO Para terminar, podemos dizer: não é à toa que Bento XVI, fazendo-se porta-voz do Sínodo sobre a Eucaristia, afirma categoricamente que "a melhor catequese sobre a Eucaristia é a própria Eucaristia bem celebrada";o que vale, com certeza, também para os outros sacramentos e toda a vida litúrgica. Se assim se proceder nas nossas comunidades eclesiais, então a liturgia contribuirá enormemente para a formação da personalidade cristã e, consequentemente, para a construção de uma sociedade justa e fraterna.

  14. Enfim, vão aqui algumas perguntas para reflexão pessoal e em grupos: o que é uma liturgia bem celebrada? Em que sentido uma liturgia bem celebrada é a melhor catequese? As celebrações litúrgicas de sua comunidade contribuem eficazmente para a educação da fé? Se sim, por quê? Se não, por quê? O que está precisado melhorar nas celebrações litúrgicas de sua comunidade para serem de fato lugar privilegiado de educação da fé? Por quê? (*) FREI JOSÉ ARIOVALDO DA SILVA, OFM – Mestre em Sagrada Liturgia, professor do Instituto Teológico Franciscano de Petrópolis, RJ, Sudeste do Brasil. E-mail: ariovaldo@itf.org.br FONTE: Jornal on-line Voz de Nazaré, edição ao a 16/02/12, da Fundação Nazaré de Comunicação

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