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Evangeliza o da Juventude Desafios e Perspectivas Pastorais

Gabriel
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Evangeliza o da Juventude Desafios e Perspectivas Pastorais

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Presentation Transcript


    1. Evangelizao da Juventude Desafios e Perspectivas Pastorais Documento da CNBB n 85

    2. A Juventude mora no corao da Igreja e fonte de renovao da sociedade (1) importante e urgente o tema da Evangelizao da Juventude!

    3. A Igreja quer com este documento: renovar a opo afetiva e efetiva pela juventude colaborar com a pluralidade de pastorais, grupos, movimentos, servios incentivar o trabalho em conjunto desta pluralidade

    4. Frente aos jovens, a Igreja deseja: reconhec-los como sujeitos e protagonistas na evangelizao dos outros jovens; favorecer o seu desenvolvimento atravs da formao integral; ser sinal e portadora do amor de Deus a eles; apresentar-lhes a pessoa e o projeto de Jesus Cristo.

    5. A Evangelizao exige: testemunho de vida, anncio de Jesus Cristo e adeso a Ele, adeso comunidade, participao na misso da Igreja, transformao da sociedade.

    6. O presente texto quer ser um instrumento para a evangelizao da Juventude e pretende oferecer propostas evangelizadoras num contexto de cultura ps-moderna

    7. Elementos para o conhecimento da realidade dos jovens Um olhar de f a partir da Palavra de Deus e do Magistrio Linhas de ao Anexos: Impacto das tendncias do mundo contemporneo sobre os jovens (William Csar Castilho Pereira) Situao socioeconmica da juventude brasileira Valor da experincia acumulada pela Igreja Alguns pronunciamentos do Magistrio sobre a juventude Trs Grficos: Formao Integral, Processo de Educao na f, Setor Juventude Assegurar aos jovens o direito vida

    8. I ELEMENTOS PARA O CONHECIMENTO DA REALIDADE DOS JOVENS (10-50)

    9. Conhecer os jovens condio prvia para evangeliz-los. No se pode amar nem evangelizar a quem no se conhece (10)

    10. H uma variedade de comportamentos e situaes da juventude hoje e no difcil delinear um nico perfil da mesma. preciso conhecer: As transformaes culturais e os jovens O perfil da juventude brasileira O valor da experincia acumulada da Igreja

    11. 1 As transformaes culturais e os jovens (11-25) Ao lado da cultura moderna vem-se fortalecendo a cultura ps-moderna. As duas culturas vivem juntas.

    12. - centralidade da razo - liberdade - igualdade - fraternidade - democracia - dilogo

    13. grande velocidade e volume de informao rapidez na mudana do cotidiano tecnologia

    14. Impacto das tendncias do mundo contemporneo sobre os jovens: centralidade das emoes e relativizao dos valores e das tradies, gerao de pouca leitura, gerao da imagem, acostumada a estmulos constantes para manter a ateno, descrdito: no compromisso definitivo, no mundo do trabalho, na vida consagrada, na vida conjugal, opo por relaes interpessoais e horizontais: amizades, relao familiar, etc, fragmentao da identidade, crescente igualdade de condies entre homem e mulher, enfoque da subjetividade, desinteresse pela macropoltica e grandes estruturas, tendncia ao sincretismo religioso e s formas religiosas ecumnicas, tendncia ao hedonismo e vulnerabilidade psicolgica, fragilidade dos laos familiares.

    15. Cada gerao tem suas luzes e sombras. [...] Devemos evitar uma supervalorizao da juventude de outras pocas. [...] A juventude de hoje to idealista e generosa quanto a anterior. Basta saber trabalhar com ela. A questo a metodologia de trabalho e a pacincia para acompanhar os processos de educao na f. O processo, hoje, leva mais tempo e exige um investimento maior para penetrar as barreiras do individualismo e da indiferena. (252)

    16. 1.1. A subjetividade A evangelizao da juventude exige conhecimento da dinmica da subjetividade. O fenmeno do subjetivismo gera: permissividade, egosmo, identificao da felicidade com o prazer, a incompetncia para lidar com a pluralidade de solicitaes e ofertas.

    17. O ideal coletivo dos anos 1970-1980 de construir um mundo melhor foi sendo substitudo por uma maior preocupao com as necessidades pessoais, com os sentimentos, com o prprio corpo, com a melhora da auto-estima, com a confiana, com a libertao dos traumas, etc. H uma forte tendncia de viver somente o presente, na cultura do descartvel, na busca de sensaes e emoes passageiras. A evangelizao deve ajudar o jovem a buscar um equilbrio entre o projeto individual e o projeto coletivo.

    18. 1.2. As novas expresses da vivncia do sagrado H uma busca de espiritualidades mais centradas na pessoa e no na instituio. Muitos procuram: ocultismo, nova era, esoterismo, horscopos, astrologia... Outros refugiam-se em grupos fundamentalistas, evitando a angstia da dvida. Busca-se algo que satisfaa as necessidades sem se envolver com instituies.

    19. Hoje mais fcil trabalhar a espiritualidade que na dcada de 80, mas devemos resistir tentao de reduzir ou manipular a mensagem do Evangelho para ganhar mais adeptos (21)

    20. 1.3 A centralidade das emoes Se antes se exaltava a razo, hoje se acentua a emoo. Se a importncia dada s emoes positiva, sua absolutizao leva a um esvaziamento intelectual, do compromisso transformador e da conscincia crtica; leva superficialidade e falta de perseverana, podendo facilmente conduzir ao fundamentalismo (22)

    21. H necessidade de levar em conta os dois enfoques da cultura contempornea e manter um equilbrio entre os dois plos: o racional e o emocional (25)

    22. 2 Perfil da juventude brasileira (26-48) A juventude a fase do ciclo de vida em que se concentram os maiores problemas e desafios, mas , tambm, a fase de maior energia, criatividade, generosidade e potencial para o engajamento (26)

    23. Para conhecer a juventude precisamos considerar: * o seu perfil socioeconmico, * o seu protagonismo e participao social, * o seu perfil religioso.

    24. 2.1. Perfil socioeconmico Em 2000: 34 milhes de jovens (20%) entre 15 a 24 anos 47 milhes de jovens entre 15 a 29 anos A juventude um contingente populacional bastante significativo, em idade produtiva, que se constitui em uma importante fora a ser mobilizada no processo de desenvolvimento de nosso pas (29) As estatsticas demonstram que a juventude um dos grupos mais vulnerveis da sociedade brasileira. (31)

    25. Eis alguns dos principais problemas com os quais se deparam, hoje, os jovens brasileiros: a disparidade de renda; o acesso restrito educao de qualidade e frgeis condies para a permanncia nos sistemas escolares; o desemprego e a insero no mercado de trabalho; a falta de qualificao para o mundo do trabalho; o envolvimento com drogas; a banalizao da sexualidade; a gravidez na adolescncia; a AIDS; a violncia no campo e na cidade; a intensa migrao; as mortes por causas externas (homicdio, acidentes de trnsito e suicdio); o limitado acesso s atividades esportivas, ldicas, culturais e a excluso digital. (32) A pobreza, o consumismo e a relativizao dos valores atingem a famlia e deixam fortes cicatrizes emocionais nos jovens.

    26. Alguns dados: RENDA (2000): 58,7% dos jovens estavam em famlias de renda per capita menor do que 1 salrio mnimo ESCOLARIDADE (2003): 66% dos jovens de 18 a 24 anos estavam fora da escola MORADIA (2000): 84% viviam no meio urbano que tem crescido sem sustentabilidade; 16% estavam no meio rural com as situaes de excluso, violncia e falta de incentivos e projetos TRABALHO (2001): 49% dos jovens de 15 a 24 anos estavam desempregados VIOLNCIA (2002): 28 mil jovens de 20 a 24 anos morreram e, destes, 28% de causas externas. houve 54,5 homicdios para cada 100 mil jovens de 15 a 24 anos. DROGAS: 52% ingerem bebidas alcolicas 13% fumam; 10% j experimentaram cocana; 3%, cocana GRAVIDEZ (2001): 22,6% das grvidas eram adolescentes de 15 a 19 anos A dvida pblica, a corrupo e a impunidade desviam recursos que deveriam ser empregados para melhorar a qualidade de vida do povo. As desigualdades sociais entre os jovens indica a urgncia de programas especficos para esta populao.

    27. Destacam-se trs marcas da juventude na atualidade: o medo de sobrar, por causa do desemprego, o medo de morrer precocemente, por causa da violncia, e a vida em um mundo conectado, por causa da Internet (34)

    28. 2.2. Protagonismo e participao social H duas imagens que predominam nos meios de comunicao e na opinio pblica: os jovens como modelo: de beleza, de sade e de alegria, fora, ousadia, coragem, generosidade, esprito de aventura, gosto pelo risco. os jovens como problema: violncia, comportamentos de risco.

    29. Outras consideraes: 65% dos adolescentes nunca participaram de atividades associativas e/ou comunitrias 15% dos jovens de 15 a 24 anos participam de algum agrupamento juvenil. Outras formas de participao juvenil: pertena a grupos que atuam para transformar o espao local participao em grupos que trabalham nos espaos de cultura e lazer mobilizaes em torno de uma causa e/ou campanha grupos reunidos em torno de identidades especficas Os jovens desejam participar ativamente da vida social, tm muitas sugestes do que deve ser feito para melhorar a situao do pas e querem dar sua contribuio. Entretanto, no encontram espaos adequados (39)

    30. 2.3. Perfil Religioso O perfil religioso do jovem brasileiro semelhante ao da populao. Em 2000: 73,6% : catlicos 9,3% : sem religio A grande maioria dos jovens sem religio acredita em Deus mas no esto vinculados a uma instituio.

    31. Fenmenos que marcam a juventude: busca por expresso de f que d sentido vida (trnsito religioso) manifestaes religiosas exticas sntese pessoais religiosas Nova Era (dimenso holstica) vnculos provisrios com as instituies questionamento da herana religiosa familiar tempo livre dedicado ao grupo juvenil sensibilidade pelas manifestaes artsticas e culturais: bandas, shows

    32. Os jovens participantes esto presentes : nas comunidades eclesiais de base nas parquias nas equipes de liturgia e de canto como catequistas em diversas pastorais nas pastorais da juventude nos movimentos eclesiais nas novas comunidades nos projetos das congregaes e institutos seculares

    33. Esta participao eclesial tem suscitado: vocaes sacerdotais e religiosas e para outros ministrios interesse pelas propostas exigentes de vida (contemplao, ao) ateno aos mais pobres No entanto, nem sempre os jovens atingidos pela ao pastoral da Igreja na catequese crismal, grupos de jovens e em outras iniciativas pastorais tm sido conquistados para um slido engajamento na comunidade de f e muitas vezes eles no se sentem acolhidos em algumas parquias (48)

    34. 3 Valor da experincia acumulada da Igreja (49-50) A Igreja Catlica: no est comeando do zero tem experincia acumulada e sistematizada procura adequar periodicamente as concepes e as prticas de evangelizao

    35. Antes da dcada de 60: movimentos de dimenso devocional: Congregaes Marianas, Filhas de Maria, Cruzada Eucarstica, etc Ao Catlica Geral (Pio XI) Dcada de 60: Ao Catlica Especializada envolvimento do laicato na evangelizao; metodologia Ver-Julgar-Agir; grupos e rede de grupos; valor do engajamento e da figura do assessor dos jovens; espiritualidade f-vida; tica dos empobrecidos; lutas pela transformao social Surgem: JAC, JEC, JIC, JOC, JUC Medelln: juventude: novo corpo social e fora de presso

    36. Dcada de 70: Movimentos de Encontros enfraquecimento da ACE encontros de fim de semana, com a metodologia do Cursilho identificao dos jovens com a Igreja surgimento de muitos grupos de jovens e de vocaes Dcada de 80: Pastoral Orgnica da Juventude centralidade das utopias em vista da democracia Puebla: opo pelos pobres e pelos jovens organizao de uma rede dos grupos de jovens pastoral organizada pelos prprios jovens e seus assessores organizam-se a PJ (1983), a PJE, a PJR, a PJMP

    37. Dcada de 90 e Novo Milnio: pluralidade cultura voltada para a subjetividade e os sentimentos enfraquecimento das PJs e crises:assessoria adulta, investimentos, adolescentizao dos grupos de jovens crescimento dos movimento eclesiais Setor Juventude: encontro das PJs, Movimentos e Congregaes Setor Juventude em alguma dioceses Escolas Catlica e Pastoral da Educao Subsdios: Civilizao do Amor, CNBB 44 e 76, CF 1992 11 centros e institutos de juventude (cursos, assessoria, subsdios)

    38. Na Igreja do Brasil, muitas foras pastorais atuam junto aos jovens e com eles. Cada uma delas tem a sua prpria riqueza e contribui, no interior da Igreja, para a Evangelizao da Juventude. Destacamos entre elas as Pastorais da Juventude, os Movimentos Eclesiais, o Servio Pastoral das Congregaes e as Novas Comunidades. Reconhecemos que a evangelizao dos jovens obra de muitas mos, inclusive com a contribuio da Pastoral Familiar, Pastoral Vocacional, Pastoral Catequtica, Ao Missionria (50)

    39. II UM OLHAR DE F A PARTIR DA PALAVRA DE DEUS E DO MAGISTRIO (51-92)

    40. A partir da f, da Palavra de Deus e do Magistrio enxergamos a realidade juvenil e o caminho evangelizador a ser percorrido. O objetivo geral da ao evangelizadora da Igreja no Brasil nosso referencial pastoral: EVANGELIZAR proclamando a Boa Nova de Jesus Cristo, caminho para a santidade, por meio do servio, dilogo, anncio e testemunho de comunho, luz da evanglica opo pelos pobres, promovendo a dignidade da pessoa, renovando a comunidade eclesial, formando o povo de Deus e participando da construo de uma sociedade justa e solidria, a caminho do Reino definitivo.

    41. Para ns, ser cristo , fundamentalmente: conhecer, optar e seguir a Jesus Cristo viver em comunidade (Igreja) trabalhar pelo Reino e pela Sociedade solidria

    42. 1 O seguimento de Jesus Cristo (53-66) A busca juvenil de modelose referncias uma porta que se abre para o processo de evangelizao. Aqui est a grande oportunidade de apresentar Jesus Cristo.(53) JESUS CRISTO: no s indica, mas o prprio Caminho-Verdade-Vida responde s angustias e aspiraes dos jovens caminha, escuta, dialoga e orienta o ponto culminante da ao de Deus na histria o rosto humano de Deus e o rosto divino do homem (Ecclesia in Amrica) deixou ensinamentos, fez milagres, deu exemplo espalhou a Boa Nova do Pai congregou discpulos (os 12, os 72,...) e os exortou a serem irmos

    43. O jovem convidado por Jesus a ser discpulo: um convite pessoal acontece uma vinculao:Vs sois meus amigos Maria modelo de discpulo/a: escuta amorosa, adeso vontade do Pai, atitude proftica, fidelidade a Jesus exige adquirir uma conscincia tica: conduta, compromisso com a vida e o Reino

    44. O desafio para o jovem escutar a voz de Cristo em meio a tantas outras vozes.(60) A ao evangelizadora deve ajud-lo a ter contato pessoal com Jesus Cristo: nos Evangelhos nas celebraes e oraes na vida comunitria na liturgia na comunidade reunida nos irmos e irms nos mais necessitados

    45. A evangelizao da juventude deve incluir: slida formao tica proposta moral consistente sensibilidade para com a pobreza e a desigualdade social alerta contra o perigo da prioridade dada s riquezas materiais

    46. A formao do discpulo acontece na vida da comunidade e quem se torna discpulo de Jesus, transforma-se em portador de sua mensagem: O jovem o evangelizador privilegiado dos outros jovens

    47. 2 Igreja, comunidade dos discpulos de Jesus (67-81) Algumas dificuldades dos jovens com relao Igreja so: no entendem que eles so Igreja no se sentem acolhidos vem a Igreja como algo ultrapassado, burocrtica, com uma linguagem desconectada vem a Igreja apenas como uma instituio ouvem que a Igreja cmplice de injustia e contra o progresso

    48. Advertimos a respeito da necessidade urgente de apresentar missionariamente a verdadeira face da Igreja juventude e trabalhar a relao entre f e razo (67)

    49. A Igreja: santa, mas formada por pessoas marcadas pelo pecado; evangeliza e evangelizada (renovao contnua); insiste na comunho e participao; conta com a responsabilidade de todos (vocao); aponta para o caminho do servio; deve favorecer aos jovens experincias de relacionamento fraterno autntico; deve oferecer canais de participao e envolvimento nas decises; existe para evangelizar; semente, fermento, germe, incio do Reino.

    50. o coroinha Adlio Daronch, Albertina Berkenbrock, Ir. Dulce, D. Oscar Romero, D. Helder Cmara, Ir. Dorothy, Pe. Josimo, Pe. Ezequiel Ramim, Dom Luciano Mendes de Almeida, D. Jos Mauro Pereira Bastos

    51. preciso tambm considerar o jovem como lugar teolgico, isto , acreditar que nele tambm se encontram as sementes ocultas do Verbo e que Deus nos fala por ele. O jovem necessita no somente que falemos para ele de um Deus que vem de fora, mas de um Deus que real dentro dele em seu modo juvenil de ser alegre, dinmico, criativo e ousado. A evangelizao da Igreja precisa mostrar aos jovens a beleza e a sacralidade da sua juventude, o dinamismo que ela comporta, o compromisso que daqui emana, assim como a ameaa do pecado, da tentao do egosmo, do ter e do poder. (80)

    52. Dizer que, para a Igreja, a juventude uma prioridade em sua misso evangelizadora, afirmar que se quer uma Igreja aberta ao novo, afirmar que amamos o jovem no s porque ele representa a revitalizao de qualquer sociedade, mas porque amamos, nele, uma realidade teolgica em sua dimenso de mistrio inesgotvel e de perene novidade. (81)

    53. 3 Construo de uma sociedade solidria (82-85) A evangelizao dos jovens no pode visar somente suas relaes mais prximas, como o grupo de amigos, a famlia, a amizade, a fraternidade, a afetividade, o carinho, as pequenas lutas do dia-a-dia. A ao evangelizadora deve tambm motivar o envolvimento com as grandes questes que dizem respeito a toda a sociedade, como a economia, a poltica e todos os desafios sociais de nosso tempo. H necessidade de animar e capacitar o jovem para o exerccio da cidadania, como uma dimenso importante do discipulado(83)

    54. 4 Pronunciamentos do Magistrio (86-92) * Joo Paulo II: A Igreja olha para vs com confiana e amor [...]. Ela a verdadeira juventude do mundo [...]. Olhai para ela e nela encontrareis o rosto de Cristo (Christifideles Laici, 18); urgente colocar Jesus como alicerce da existncia humana (Belo Horizonte, 1980) * Bento XVI: Sem o rosto jovem, a Igreja se apresentaria desfigurada (So Paulo, 2007)

    55. * Medelln (1968): a juventude uma grande fora nova de presso e um novo organismo social com valores prprios. * Puebla (1979): opo preferencial pelos pobres e pelos jovens. * Santo Domingo (1992): opo afetiva e efetiva pelos jovens e por uma pastoral da juventude orgnica, com acompanhamento, com apoio real, com dilogo, com maiores recursos pessoais e materiais e com dimenso vocacional. * CNBB (2003): Cuidado particular merecem os jovens, considerando-se a situao que encontram na sociedade de hoje (Doc71, 198)

    56. III LINHAS DE AO (93-246)

    57. A processo de evangelizao nasce do encontro pessoal com Jesus Cristo e se desenvolve num itinerrio cujas etapas contribuem para que o jovem: escute o chamado de Cristo, busque os valore evanglicos, saia do individualismo e sirva o prximo, participe da comunidade e da pastoral orgnica, lute pela justia, se comprometa com a misso da Igreja, faa uma opo vocacional

    58. Para uma verdadeira evangelizao que responda aos anseios da juventude, s necessidades da Igreja e aos sinais dos tempos, acreditamos que sejam necessrias 8 Linhas de Ao: Formao integral do(a) discpulo(a) Espiritualidade Pedagogia de Formao Discpulos e Discpulas para a Misso Estruturas de Acompanhamento Ministrio da Assessoria Dilogo f e razo Direito Vida Cada Linha de Ao mostra alguns desafios, recorda princpios orientadores e sugere pistas de ao.

    59. 1. Linha de Ao: FORMAO INTEGRAL

    60. A evangelizao dos jovens deve contemplar todas as dimenses da vida evitando, assim, reducionismos atravs de propostas psicologizantes, espiritualistas, politizantes. A formao integral aponta para uma sntese que integre o racional com o simblico, a afetividade, o corpo, a f e o universo.

    62. Capacidade de autoconhecimento e autocrtica para: construir a personalidade; analisar as situaes com objetividade; administrar conflitos; relacionar-se equilibradamente com os outros; fazer silncio interior.

    63. Estudo dos dados bsicos da f (Palavra de Deus, Jesus Cristo, Igreja) e Experincia de Deus (retiros, sacramentos, orao, servio aos pobres)

    64. Importncia das relaes entre as pessoas: cultivo da amizade; envolvimento na comunidade eclesial; realizao afetiva no relacionamento (sexualidade); relacionamento familiar (sujeito e agente).

    65. Abertura para os problemas sociais e formao para a cidadania. Integrao: f + vida + poltica.

    66. Formao para a organizao e a conduo do projeto pessoal de vida e dos projetos e atividades pastorais.

    67. verificar se todas as dimenses esto sendo contempladas; favorecer a conscientizao vocacional; ajudar no projeto pessoal de vida; organizar a catequese crismal a partir das dimenses; mobilizar as escolas para a formao integral; envolver as famlias; organizar subsdios e encontros sobre educao para o amor; estimular uma prtica humanizadora.

    68. 2. Linha de Ao: ESPIRITUALIDADE

    69. As mudanas, os atrativos e a agitao do cotidiano desafiam a Igreja a propor uma espiritualidade que d sentido vida. A espiritualidade deve considerar as caractersticas juvenis e a proposta da Igreja.

    70. O jovem necessita encontrar instrumentos, pessoas e momentos que o marquem profundamente. Entre tantos meios capazes de provocar reviso de vida e discernimento vocacional diante de Deus e do mundo, destacamos: a Orao Pessoal a Orao Comunitria (principalmente a missa dominical) a participao na Comunidade a Leitura Orante da Bblia a vivncia dos Sacramentos (crisma, eucaristia, reconciliao) a devoo a Nossa Senhora os Encontros Espirituais as Leituras e Reflexes (teologia, espiritualidade, documentos, vida dos santos jovens)

    71. orientar para a orao pessoal; proporcionar liturgia inculturada; motivar missa dominical; facilitar o acesso Reconciliao; orientar para o uso do Ofcio Divino das Comunidades; orientar para o uso do Ofcio Divino da Juventude; motivar ao ecumenismo; envolver na vida comunitria; favorecer aprofundamento bblico; incentivar Lectio Divina; oferecer roteiros de formao para os sacramentos; oferecer condies para opo vocacional: matrimnio, ordem, vida consagrada; desenvolver espiritualidade mariana; organizar encontros espirituais; facilitar acesso a livros, subsdios e filmes de modelos de vida.

    72. 3. Linha de Ao: PEDAGOGIA DE FORMAO

    73. Situao: temos uma gerao da imagem, dos estmulos constantes, do sentir mais do que do pensar, com fragilidade do eu, com dificuldade no compromisso, que rejeita a religio institucionalizada. Desafio da Igreja: desenvolver uma pedagogia (conjunto de mtodos) que conquiste e envolva os jovens num itinerrio que os leve ao amadurecimento na f, considerando as diferentes realidades juvenis.

    74. Prioridade da EXPERINCIA sobre a teoria partir das necessidades, aspiraes, vida, preocupaes, linguagem dos jovens inspirar-se em Jesus: Zaqueu, discpulos de Emas, Nicodemos, Samaritana valorizar o mtodo: ver-julgar-agir-celebrar integrar o racional com o simblico, a afetividade, o corpo e o universo criar ambiente adequado: acolhida, fraternidade, msica, testemunhos, dinmicas, smbolos, alegria, amizade.

    75. b) Pedagogia de pequenos GRUPOS e eventos de MASSA o grupo: um dos instrumentos utilizado por Jesus os eventos de massa: criam visibilidade, conquistam credibilidade, injetam nimo e entusiasmo. H necessidade de estarem ligados a um acompanhamento sistemtico (grupos). Temos: a Jornada Mundial da Juventude, o Dia Nacional da Juventude e outros eventos realizados pelos movimentos. Exigem preparao a longo, mdio e curto prazo e equipes de servio.

    76. Nveis de evoluo do PROCESSO DE ACOMPANHAMENTO dos jovens organizar eventos para os jovens organizar grupos de jovens organizar os grupos em rede conscientizar os jovens sobre o projeto pastoral levar em conta que o crescimento na f se d por etapas (= processo)

    78. promover pedagogia para o crescimento afetivo; constatar lacunas no momento da avaliao; capacitar assessores e coordenadores a partir da pedagogia de Jesus; capacitar para maior profissionalizao e clareza metodolgica; incentivar sistematizao de experincias; incentivar hbito de leitura; organizar biblioteca atualizada; organizar e potencializar grupos de jovens; valorizar expresses culturais juvenis; organizar a Pastoral de Adolescentes; organizar eventos de massa com as vrias foras; envolver os jovens na comunidade; organizar prtica de voluntariado.

    79. 4. Linha de Ao: DISCPULOS(AS) PARA A MISSO

    80. preciso estimular os jovens que j aderiram a Jesus Cristo a se tornarem missionrios e apstolos de outros jovens, atingindo os que ainda no foram evangelizados. preciso trabalhar a dimenso social da f do jovem e despert-lo para a responsabilidade na construo de uma sociedade justa e solidria. A luta pela justia um elemento constitutivo da evangelizao (177)

    81. Divulgar o projeto Misso Jovem; mobilizar os jovens para que se tornem missionrios nos vrios ambientes; incentivar os jovens da comunidade eclesial a convidarem outros jovens para participarem de suas atividades; despertar a conscincia da cidadania e do engajamento sociopoltico.

    82. 5. Linha de Ao: ESTRUTURAS DE ACOMPANHAMENTO

    83. A organizao da evangelizao da juventude apresenta dois desafios: 1) Fortalecer as estruturas organizativas 2) Organizar o Setor Juventude

    84. Fortalecer as Estruturas Organizativas: H uma crise nas estruturas de organizao provocada por: cultura individualista, ausncia de assessores, pouco investimento, falta de infra-estrutura. O ambiente cultural que educa o jovem para o individualismo combatido na prtica cotidiana dos grupos e equipes de coordenao (192)

    85. Organizar uma articulao mais ampla: SETOR JUVENTUDE A proposta fortalecer e ampliar a ao evangelizadora da Igreja atravs da unidade, da articulao e da valorizao das vrias foras: pastorais de juventude, movimentos eclesiais, novas comunidades, congregaes religiosas, catequese crismal, pastoral vocacional, pastoral da educao, etc

    86. No se est propondo uma superorganizao que promova muitos eventos e atividades, mas a unidade de todas as foras ao redor de algumas metas e prioridades comuns. Os eventos de massa so um exemplo de projetos que podem ser assumidos em comum. (196)

    88. organizar o Setor Juventude em cada Igreja particular capacitar assessores e jovens para as estruturas garantir que os projetos no enfraqueam as lideranas e organizaes investir recursos humanos e financeiros nas estruturas e acompanhamento investir na comunicao (internet)

    89. 6. Linha de Ao: MINISTRIO DA ASSESSORIA

    90. Na evangelizao da juventude a assessoria deve constituir uma preocupao cuidadosa por parte de toda a Igreja, em todos os nveis. (203) Enquanto em nossas dioceses no existirem assessores que se responsabilizem efetivamente por um consistente trabalho juvenil, os resultados estaro sempre aqum do desejado (204)

    91. O assessor o acompanhante principal que ajuda o jovem a definir o seu projeto de vida. Por isso, ele: j definiu seu projeto de vida e vocao, procura integrar f e vida, vive uma espiritualidade encarnada e ao lado de outros assessores e dos jovens, um educador na f. Exige-se dos assessores: vocao, preparo, clareza de metas e estratgias, uma forte paixo pela causa do jovem. Os diferentes tipos de assessores se complementam: padre, religioso(a), leigo(a) adulto(a), jovem. muito importante o apoio de todos outros padres, leigos e religiosos.

    92. Estamos carentes de pessoas com perfil adequado para este ministrio e de padres, leigos, religiosos(as) que abracem esta causa. H necessidade de resgatar no corao de todos a paixo pela juventude (205)

    93. elaborar estratgias para envolver assessores investir na formao e na liberao de assessores escolher bem os assessores e articuladores organizar equipes de assessores assegurar permanncia dos assessores por um bom tempo garantir a formao dos novos

    94. 7. Linha de Ao: DILOGO F E RAZO

    95. A ao pastoral deve favorecer a base intelectual da f dos jovens para que eles, fascinados pelos estudos e descobertas, saibam se mover de maneira crtica dentro do mundo intelectual. oportuno que na Universidade possa se desenvolver um ambiente favorvel para amadurecer e articular f e razo, pois as duas se ajudam mutuamente e so os meios recomendados para fortalecer os valores do Reino.

    96. A imagem que a Igreja projeta na sociedade, de uma instituio que se compromete com os pobres e os jovens, muito importante para a evangelizao de uma juventude cada vez mais escolarizada. essencial mostrar aos universitrios que a Igreja lamenta a instrumentalizao das pesquisas cientficas pelo poder econmico e que defende, diante da cincia, o valor da vida como bem sagrado.

    97. ajudar o jovem a dar razo da sua esperana atravs dos: grupos, retiros, sacramentos, cursos, reflexes, estudos produzir materiais para contribuir na reflexo f-razo organizar a pastoral nas universidades e liberar assessores garantir uma universidade em pastoral investir na formao de assessores organizar equipes ecumnicas provocar as faculdades de teologia a considerar a juventude como lugar teolgico e apresentar luzes aos desafios juvenis despertar o esprito missionrio dos universitrios frente aos outros jovens, aos pobres e sociedade.

    98. 8. Linha de Ao: DIREITO VIDA

    99. Face situao de extrema vulnerabilidade a que est submetida a imensa maioria dos jovens brasileiros, necessria uma firme atuao de todos os segmentos da Igreja no sentido de garantir o direito dos jovens vida digna e ao pleno desenvolvimento de suas potencialidades. Isso se desdobra e concretiza no direito educao, ao trabalho e renda, cultura e ao lazer, segurana, assistncia social, sade e participao social (230)

    100. Desafiam a pedagogia evangelizadora da Igreja: a formao para a cidadania, a garantia de que todos os jovens tenham acesso aos direitos fundamentais, numa sociedade marcada por profundas desigualdades, a parceria com outras organizaes civis, religiosas, polticas, educativas, etc a utilizao tica dos meios de comunicao que causam grande impacto na vida dos jovens, a formao dos jovens militantes quanto Doutrina Social da Igreja

    101. comprometer toda a Igreja com a promoo dos direitos dos jovens, em vista da: superao das estruturas produtoras de desigualdade social, ampliao do acesso e da permanncia na escola de qualidade, erradicao do analfabetismo entre os jovens, preparao para o mundo do trabalho, gerao de postos de trabalho e renda, luta para que os direitos trabalhistas dos jovens sejam respeitados, promoo de vida saudvel, democratizao do acessoao esporte, ao lazer, cultura e tecnologia da informao,

    102. promoo dos direitos humanos e das polticas afirmativas, combate criminalidade e garantia da segurana pblica, estmulo cidadania e participao social, democratizao do acesso terra e defesa de uma poltica agrcola que incentive a pequena agricultura familiar, reconhecimento e valorizao da qualidade de vida dos jovens no meio rural e nas comunidades tradicionais. proporcionar conhecimento da Doutrina Social da Igreja aos jovens; formar assessores para acompanhar militantes; estimular debates no interior da Igreja sobre temas que afetam os jovens;

    103. utilizar da arte e cultura para despertar lideranas em vista da defesa da juventude; levar o jovem a defender a vida desde a concepo at morte natural; ajudar a comunidade eclesial a utilizar os meios de comunicao social em vista da evangelizao da juventude; apoiar iniciativas que favoream o amadurecimento da famlia como primeiro espao de direito vida.

    104. CONCLUSO (247-250)

    105. Ns, bispos catlicos do Brasil, renovamos a opo afetiva e efetiva pelos jovens.

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