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O ESPÍRITO SANTO, esta presença amorosa e vívida!

O ESPÍRITO SANTO, esta presença amorosa e vívida!. Apresentação elaborada por Luiz Eustáquio S. Nogueira a partir do livro de J. Moltmann “O Espírito da Vida – uma pneumatologia integral” (Vozes). ESPIRITUALIDADE E ANTROPOLOGIA INTEGRAL.

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O ESPÍRITO SANTO, esta presença amorosa e vívida!

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Presentation Transcript


  1. O ESPÍRITO SANTO, esta presença amorosae vívida! Apresentação elaborada por Luiz Eustáquio S. Nogueira a partir do livro de J. Moltmann “O Espírito da Vida – uma pneumatologia integral” (Vozes)

  2. ESPIRITUALIDADE E ANTROPOLOGIA INTEGRAL

  3. 1. Espiritualidade como Vida no Espírito • Espiritualidade, do ponto de vista cristão: intenso convívio com o Espírito de Deus, novavida en pneumati.

  4. 1. Espiritualidade como Vida no Espírito • Ruah Yahweh no 1º Testamento e no judaísmo: Espírito de Deus como a força da vida das criaturas, espaço vital para seu florescimento e desenvolvimento (cf. Ez 37,1-6).

  5. 1. Espiritualidade como Vida no Espírito “A mão de Javé pousou sobre mim e o espírito de Javé me levou e me deixou num vale cheio de ossos. E o espírito me fez circular em torno deles, por todos os lados. Notei que havia grande quantidade de ossos espalhados pelo vale e que estavam todos secos. Então Javé me disse: ‘Criatura humana, será que esses ossos poderão reviver’ Eu respondi: ‘Meu Senhor, és tu que sabes’. Então ele me disse: ‘Profetize, dizendo: Ossos secos, ouçam a palavra de Javé! Assim diz o Senhor Javé a esses ossos: Vou infundir um espírito, e vocês reviverão. Vou cobrir vocês de nervos, vou fazer com que criem carne e se revistam de pele. Em seguida, infundirei o meu espírito, e vocês reviverão. Então ficarão sabendo que eu sou Javé” (Ez 37,1-6).

  6. Tendências espiritualistas • Tradição cristã tendenciada a deslocar essa vitalidade criativa a partir de Deus para a renúncia de uma vida espiritualizada em Deus. • Contraposição ao mundo sensível na introspecção psíquica: indicativo de estado espiritual. • Distante de suas raízes hebraicas, o cristianismo primitivo misturou-se com as religiões gnósticas da antiguidade tardia, cujo anelo maior era "redimir-se deste mundo".

  7. Tendências espiritualistas • Exaltação platônica da transcendência [contemplação da Ideia] e dos valores do e espírito [ascetismo filosófico] empolgava neófitos cristãos saídos do paganismo. • S. Agostinho: sua psicologia determinou no ocidente a repressão do corpo [“cárcere da alma”] e dos valores terrenos [Cidade de Deus X Cidade dos homens] e a tendência ao individualismo, com sua ênfase na alma racional imortal.

  8. Redenção espiritualizada • Nessa visão espiritualista, substitui-se: • o futuro de Deus na história pela eternidade, • o reino vindouro na Terra pelo céu, • o Espírito da ressurreição da carne pela imortalidade da alma. • Redenção espiritualizada e idealizada X realismo cristão: esfera da carne reduzida ao aos instintos e às necessidades corporais. A libertação da alma, e não a redenção do corpo (como professava Paulo), toma a direção.

  9. Redenção espiritualizada • Nesse dualismo gnóstico, a esperança cristã está voltada para cima, o céu, e não para frente, o futuro da nova criação. • O binômio tempo–eternidade silencia o conflito apocalíptico entre passado–futuro, enquanto o conflito impulso de vida–impulso de morte se desloca para o dualismo antropológico corpo-alma.

  10. Reprodução do Juízo Final

  11. Antropologia paulina • Cristianismo acusado de possuir uma antropo-logia pessimista ou ao menos dualista: dimensões espirituais do ser destacadas em detrimento do corpo, lugar da fraqueza e do pecado. Acusação lícita? Algum mal entendido? • Atribuição a Paulo por esse ranço negativo, sobretudo em suas alusões à carne, sárx, e suas obras pecaminosas (cf. Rm 8,6.7; Gl 6,8). Urge melhor conhecer os textos paulinos, para não incorrer em falaciosas interpretações.

  12. Antropologia paulina • Apocalíptico em sua antropologia, Paulo parte do conflito universal vigente entre o éon (tempo, era) vindouro da vida e da justiça e o éon passageiro do pecado e da morte. • Pecado para Paulo: expressão da revolta do mundo ao seu Criador, com suas formas várias de idolatria; confiança humana posta em realidades não divinas.

  13. Antropologia paulina • Experiência de Damasco: revolução espiritual em Paulo seu encontro com o Ressuscitado. • Novo paradigma: do velho ao novo homem, visão de um novo céu, de uma nova terra. • Velho Adão  Novo Adão • Lei  Liberdade • Pecado  Graça • Morte  Vida

  14. Conceito sárx • Conceito sárx: referente à totalidade do humano, não apenas à corporeidade; condição do homem e do mundo não redimidos, clamando por libertação. • Carne, pecado e morte vistos pelo apóstolo como poderes suprapessoais, não desde uma leitura mitológica obscurantista, mas num realismo apo-calíptico. Quanto maior a esperança, mais visível a miséria do mundo. O conflito, de fato, só aparece com a emergência do novo éon, no qual o impulso de vida do Espírito desmascara o impulso de morte do pecado.

  15. Espiritualidade e vitalidade • Urgente hoje reiterar: a proximidade de Deus não despreza, mas faz a vida novamente merecedora de ser amada. • Bem atesta o 2º Testamento: o Espírito Santo chega aos corpos humanos doentios, frágeis, mortais como “força de vida da ressurreição”, tornando-os “templos de Deus”. Segundo Paulo, “o corpo é para o Senhor e o Senhor para o corpo” (1Co 6,13).

  16. Espiritualidade e vitalidade • A espiritualidade cristã genuína clama à vitalidade, ao amor à vida. Vida espiritual é afirmação da vida em liberdade, não obstante suas doenças, obstáculos e fraquezas.  Uma vida contra a morte!

  17. Comunhão e glorificação dos corpos • Retorno às raízes bíblicas da fé: propicia areja-mento notável da mística ocidental. Imago Dei em Gn 1,27 = comunidade humanade homens e mulheres sintonizados com a Terra. • Lugar da experiência de Deus: a experiência pessoal de comunhão. Sem mística da comu-nidade não há mística da alma! Somente a espiritualidade do corpo e da comunhão realiza a esperança da ressurreição.

  18. Comunhão e glorificação dos corpos • Espírito de Cristo = força de ressurreição: de glorificação e não de anulação dos corpos! Para onde se inclina uma espiritualidade da criação? Para “o libertar o corpo das repressões da alma, das repressões da moral e das humilhações do ódio contra si mesmo, orientado para sua verdadeira saúde” (J. Moltmann).

  19. Espírito e saúde • O shabbat bíblico (descanso do 7º dia): espiritualidade do corpo e da terra e da alma saudável. • Na alternância de trabalho e repouso, a vida volta a latejar. O tempo sagrado do sábado vale para todos os viventes. • Eis nossa premissa de fé: VIDA NO ESPÍRITO É VIDA CONTRA A MORTE E NÃO VIDA CONTRA O CORPO!

  20. Espírito e saúde • Como que a cada sete anos, à mãe terra lhe é dada a chance de voltar a respirar, de ser respeitada em sua dignidade criatural, juntamente com seus filhos, repletos de fardos indevidos por uma religiosidade opressora... • Eis nossa premissa de fé: VIDA NO ESPÍRITO É VIDA CONTRA A MORTE E NÃO VIDA CONTRA O CORPO!

  21. 2. Uma antropologia integral • Dado fundamental: experimentamo-nos a nós mesmos como unidade, ainda que com uma pluralidade de aspectos irredutíveis entre si.

  22. 2. Uma antropologia integral • A diversificação é posterior à unidade. Corporeidade, psiquismo e espiritualidade seguem juntos numa antropologia integral.

  23. 2. Uma antropologia integralEnfoquebinômico (L. Boff)

  24. 2. Uma antropologia integralEnfoquebinômico (L. Boff) • Em sua totalidade, o ser humano é espiritual e corporal: espírito corporalizado ou corpo espiritualizado. • Espírito = capacidade nossa em constituir unidade na diversidade, de comungar com o diferente sem perder a própria identidade.

  25. 2. Uma antropologia integralEnfoquebinômico (L. Boff) • Corpo = o próprio espírito se realizando num determinado espaço e tempo dentro do mundo. Revela-nos por inteiro, nossa encarnação, nossa identidade no mundo (somos corpo, e não temos corpo). • Como espírito, percebemo-nos abertos à realidade total, transcendendo o empírico imediato.

  26. 2. Uma antropologia integralEnfoquetrinômico (L. E. Nogueira)

  27. 2. Uma antropologia integralEnfoquetrinômico (L. E. Nogueira) • Somos uma unidade vital. Não abstrata e estática, mas concreta e dinâmica. • Trilogia corpo-mente-espírito nessa perspectiva unitária: não componentes estruturais, mas modalidades de expressão e realização de nosso ser uno no espaço-tempo e para além do tempo.

  28. 2. Uma antropologia integralEnfoquetrinômico (L. E. Nogueira) • Dizer corpo [corporeidade] = movimento de auto-exteriorização; autocomunicação e ex-pressão no mundo circundante via relações. • Dizer mente [psiquismo]= auto-interiorizaçãoe crescimento em consciência e identidade; auto-reconhecimento face ao outro corpóreo. • Dizer espírito [espiritualidade] = transcenden-talidade e abertura para o todo; percepção do chamado a viver na liberdade do outro e do "Totalmente Outro“.

  29. 2. Uma antropologia integralEnfoquetrinômico (L. E. Nogueira) “Exteriorização, interioriza-ção e transcendência com-põem a tríplice dialética exis-tencial da liberdade humana. Nessa dinâmica insuperável nos movemos e somos. Crescemos em interioridade psíquica à medida em que nos relacionamos corporal-mente com o mundo exterior, acolhendo e superando a di-ferença do outro no elã inte- grador espiritual do Amor. O homem participa da evo-lução. A matéria leva ao espírito que, por sua vez, a transcende. Mas transcende-a incluindo-a. A plenificação do homem é um crescendo que integra tanto sua corpo-reidade quanto seu psiquis-mo espiritual. A evolução é regida pela convergência do distinto à unidade no Amor”.

  30. 2. Uma antropologia integralEnfoquequaternário (J.-Y. Leloup)

  31. 2. Uma antropologia integralEnfoquequaternário (J.-Y. Leloup) • Antiga tradição distingue o ser humano em três aspectos: soma (corpo), psique (alma) e nous (inteligência profunda). • Em sua dimensão corpórea, o ser humano é matéria. Reduzido a isso, o espírito seria produzido pela matéria, não existindo fora dela. Nesta visão unidimensional, vivemos num mun-do onde só a matéria existe e todo o resto se converte em sonho ou fantasia.

  32. 2. Uma antropologia integralEnfoquequaternário (J.-Y. Leloup) • Indo além do somático, abrimo-nos à dimensão da alma ou psique. A informação que anima a matéria talvez possa ter uma vida independente da mesma. De uma visão unidimensional chegamos à outra bidimensional. No entanto, se nos fixamos aí, surge o impasse do dualismo: mundo da alma privilegiado em detrimento do mundo do corpo.

  33. 2. Uma antropologia integralEnfoquequaternário (J.-Y. Leloup) • Ampliando tal antropologia, veremos que a psique abre-se à dimensão do nous (“inteligência”, em grego), ou seja, de uma consciência noética que pode refletir o Pneuma (Espírito). Nessa visão tridimensional, não evocamos somente a inteli-gência analítica ou racional, tampouco apenas o mundo psicossomático das emoções e das sen-sações...

  34. 2. Uma antropologia integralEnfoquequaternário (J.-Y. Leloup) • Temos aqui um tipo de inteligência contemplativa, silenciosa. “É a experiência, no ser humano, de um espaço e de um silêncio além do mental, além das emoções, além das sensações”...

  35. 2. Uma antropologia integralEnfoquequaternário (J.-Y. Leloup) • Temos aqui um tipo de inteligência contemplativa, silenciosa. “É a experiência, no ser humano, de um espaço e de um silêncio além do mental, além das emoções, além das sensações”. Contudo, se nos fixarmos nesta visão, podemos divinizar uma parte do ser humano e desprezar o restante.

  36. 2. Uma antropologia integralEnfoquequaternário (J.-Y. Leloup) • Há, pois, uma quarta dimensão no homem. Nela, reencontramos todas as três dimensões anteriores atravessadas por uma singular dimensão: o Pneuma, o Sopro. • “Assim como o corpo se abre à psique, a psique ao nous, este está aberto ao Pneuma, ao Espírito Santo, ao Espírito do Ser que É o que É”.

  37. 2. Uma antropologia integralEnfoquequaternário (J.-Y. Leloup) • É o Pneuma aquele que garante a unidade do ser humano, o viés profundo e transcendente de sua integralidade, pois é nele que “existimos, nos movemos e somos”. Nisto reside o sentido profundo da espiritualidade na vida humana .

  38. METÁFORAS BÍBLICAS E MÍSTICAS PARA O ESPÍRITO

  39. METÁFORAS BÍBLICAS E MÍSTICAS PARA O ESPÍRITO

  40. 1. O Espírito Santo: pessoa? • Tematizar sobre a personalidade do Espírito: o que há de mais problemático na pneumatologia e na doutrina trinitária. • Desde a experiência de fé do 2º Testamento : fica em aberto se a imagem do Espírito equivale a uma pessoa ou força.

  41. 1. O Espírito Santo: pessoa? • Com base na doutrina trinitária, o caráter pes-soal do Espírito, diz Moltmann, “é antes afir-mado que provado, na medida em que, com o princípio ‘una substantia – tres personae’ de Tertuliano, o conceito de pessoa, obtido de Deus Pai, é simplesmente transferido para o Espírito”, o qual, “juntamente com o Pai e o Filho, é adorado e glorificado” (credo niceno-constantinopolitano).

  42. 1. O Espírito Santo: pessoa? • Encoberta-se a personalidade própria do Espírito, que há de ser entendida na sua singular distinção em relação ao Pai e ao Filho. • Importa, além disso, rever o modelo antropológico subjacente ao conceito de pessoa empregado no discurso trinitário desde Agostinho. A definição greco-romana de pessoa enquanto “rationalis naturae individua substantia” postula um eu separado, indiviso, existente em si próprio, no máximo aplicável a Deus Pai enquanto “origem original da divindade”. O mesmo não vale para o Filho e o Espírito, existentes a partir do Pai.

  43. 1. O Espírito Santo: pessoa? • A substituição ocorrida na teologia cristã de uma compreensão substancial por outra relacional da pessoa abriu espaço para o eu social e multi-relacionado. No entanto, isso não atingiu a peculiaridade do Espírito em sua pessoa mesma, apenas descrito como o “terceiro na aliança”. • Portanto, como entender a personalidade do Espírito Santo? Abdicando-se de todo conceito prévio de pessoa, Moltmann investiga as metáforas bíblicas comumente aplicadas à experiência do Espírito para uma melhor compreensão da questão.

  44. 2. Metáforas para a experiência do Espíritosegundo Jürgen Moltmann

  45. A] Metáforas de pessoas ESPÍRITO SANTO COMO SENHOR, MÃE E JUIZ

  46. A] Metáforas de pessoas ESPÍRITO COMO SENHOR • “O que domina e vivifica” (dominum et vivificantem). • Alusão a duas experiências do Espírito: libertação e nova vida (cf. Is 59,19-20).

  47. A] Metáforas de pessoas ESPÍRITO COMO SENHOR • Ao nome “Senhor” sucede o conceito da liberdade: “Onde está o Espírito do Senhor, há liberdade” (2Co 3,17). • Efusão do Espírito no final dos tempos: extensão messiânica da história do êxodo a todos os povos.

  48. A] Metáforas de pessoas ESPÍRITO COMO MÃE Na qualidade de vivificador, o Espírito Paráclito é aquele que consola com um consolo de mãe, aquele de quem “nascem de novo” os crentes (cf. Jo 3,3-6).

  49. A] Metáforas de pessoas ESPÍRITO COMO MÃE O Espírito é “Mãe da vida”, exclamam os padres siríacos: liberta, educa e regenera os filhos de Deus (cf. Sb 1,5; Is 38,16).

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