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N ovos desafios para a etnografia nos quotidianos das crianças

N ovos desafios para a etnografia nos quotidianos das crianças. Professor Pia Christensen University of Warwick 2011. “ A maioria dos bons investigadores dificilmente têm certeza acerca da forma mais precisa para recolher os dados . ” (Paul Radin). V isão global.

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N ovos desafios para a etnografia nos quotidianos das crianças

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Presentation Transcript


  1. Novosdesafiospara a etnografianosquotidianos das crianças Professor Pia Christensen University of Warwick 2011

  2. “ A maioria dos bons investigadores dificilmente têm certeza acerca da forma mais precisa para recolher os dados.” (Paul Radin)

  3. Visão global • Uma abordagem multi-método com a observação participante no seu núcleo • Fazer etnografia com crianças necessita combinar ciência, arte e ofícioExemplos do trabalho etnográfico com criançasPara onde vai a pesquisa etnográfica com crianças?

  4. (Passado) DESAFIOS • Para ir além de uma orientação futura da vida das crianças • Para entender a vida das crianças e dos jovens no seu contexto das suas vidas presentes - como momentos de mudança • Utilizar abordagens etnográficas para facilitar o diálogo na pesquisa com foco na voz ,agência e significado das crianças, • Compreender a complexidade, as semelhanças e diferenças na vida e experiências das crianças.

  5. (Passado) Desafios • A perspectiva teórica sobre as crianças e os jovens deve acompanhar a prática da pesquisa - atores, participantes, co-pesquisadores • A relação criança / adulto não é necessariamente o mais importante • Considerar as crianças e os jovens como atores individuais e coletivos – os pares como agentes positivos e negativos • Questionar pensamentos estereotipados e essencialistas sobre crianças e jovens (e famílias) na pesquisa através de uma prática reflexiva dialógica

  6. Etnografia – uma perspetiva multi-métodos Papel do investigador Entrevista etnográfica Vinhetas Expressão dramática Focus group Grupo de pares Entrevistas/ discussões Observação participante Questionários Gráficos designs Desenhos, Gravuras Vídeo Fotografias Grelhas Documentos Histórias de vida Narrativas GPS -tracking

  7. Desafio etnográfico nº1 Aprender acerca dacriança ou Aprender a partir dacriança

  8. Etnografia... ... (trabalho de campo) refere-se a uma forma de investigação em que se mergulha (pessoalmente) durante um período significativo de tempo nas atividadesde determinados indivíduos ou grupos para fins de investigação.A etnografia investiga: Como é que as pessoas vivem e agem nos seus contextos de vida? O significado social e cultural das ações, práticas e acontecimentos O estudo detalhado da vida quotidiana!Não há necessariamente uma relação entre o que as pessoas dizem e o que as pessoas fazem? Portanto, necessitamos tanto da observação (participante) como das entrevistas / conversas

  9. Etnografia • Uma premissa fundamental: a de que outros sistemas, outras formas de saber e fazer exigem esforços contínuos para compreender • Observação naturalista durante longos períodos de tempo com o mínimo possível de intervenção • Os números são pequenos, os relacionamentos de pesquisa são complexos, nada ocorre exatamente da mesma maneira duas vezes - a etnografia visa preservar, transmitir e celebrar essa complexidade • A capacidade para desenvolver trabalho sistemático, mas também a exigência de saber quando a recolha sistemática não tem sentido

  10. Ciência, Arte e Ofício • Ciência - é a criação de novos conhecimentos através do estudo sistemático e da adesão às provas e a uma lógica de inquérito (desconfirmação - não esquecer Popper!)Enriquece a exceção – Reconhece padrões - Desenvolve a teoria! • Arte - é sobre expressão, insight criativo, inovação, interpretação, criatividade, compreensão empática - ver algo novo no «notoriamente conhecido» • Ofício - a etnografia na prática - métodos, ferramentas, técnicas e competências

  11. Ciência, Arte e Ofício do trabalho de campo • Os números são pequenos, os relacionamentos de pesquisa são complexos, nada ocorre exatamente da mesma maneira duas vezes - a etnografia visa preservar, transmitir e celebrar essa complexidade • A capacidade para o trabalho sistemático, mas também a exigência de saber quando os dados sistemáticos não têm sentido

  12. O estudosdamobilidade das crianças – visitasguiadas • As crianças são convidadas a acompanhar o etnógrafo a pé ou de bicicleta à volta da sua vizinhança: passando pela sua casa, à volta do seu jardim, passando pela escola, floresta, campos e estradas. • O pesquisador obtém experiências em primeira mão acerca dos lugares preferidos das crianças e os seus percursos diários - observar as crianças no seu meio natural (Christensen, 2003). • As "visitas guiadas" permitem ao pesquisador aceder às observações e reflexões das crianças acerca dos seus percursos diários e lugares preferidos para jogar e passar o tempo.

  13. Preservando a agência das crianças • As crianças decidem os percursos • Companheirismo - se o passeio deve ser realizado por conta própria ou em conjunto com um amigo. • As conversas não têm um formato pré-planeado, mas permitem conversas entre crianças e pesquisador para combinar como é que o passeio em si se desenvolve, influenciado por pessoas que encontram e lugares que visitam.

  14. O Método de loci • O ‘método de loci’ refere-se ao modo como os contextos espacial e relacional se entrelaçam na memória (Yates 1966). Espaços, onde as experiências e os acontecimentos ocorrem e se tornam mentalmente codificados para posterior recuperação ou recordação quando os revisitamos. • O método baseia-se nos mapas mentais (emocionais e cognitivos) que fazemos dos lugares que conhecemos bem, lugares que visitamos e lugares onde vivemos: a casa ,o bairro e a cidade

  15. As visitas-guiadas dão uma visão única sobre a experiência das crianças acerca do lugar, que ultrapassa o conhecimento que pode ser obtido em entrevistas tradicionais (baseadas na comunicação verbal). A compreensão em profundidade dos movimentos das crianças e as viagens fora de casa e da escola na sua comunidade local

  16. Resultados Exemplos de um subúrbio de Copenhaga: • As criançasgastam o seu tempo depoisdaescola no centrocomercial local; • Expressões de afectoao visitar uma mulher com deficiência e seus cães • A emoção de descer as escadas pulando de bicicleta na praça da comunidade, juntamente com amigos • As crianças demonstram movimentos, apontam lugares, caves escondidas, as casas das pessoas, lixo, compartilham histórias e escolhem folhas das árvores.

  17. Abordagem sistemática - bem trabalhada Jane, etnógrafa no campo: • Duas crianças num passeio guiado na sua comunidade • O ensaio e o mapa das crianças (cuidados e interpretação das crianças) • Momento de alegria - a mudança, inesperado!Metodologia flexível • A arte é sobre criatividade e salto de imaginação: • Como é olhar a partir da perspectiva da criança?

  18. Desafioetnográfico nº 2Escutar as crianças Compreensão empática (Weber) "É claro que escutar ascrianças, ouvir as crianças e agir sobre o que as criançasdizem são três ações muito diferentes, embora frequentemente não sejam reconhecidas dessa forma " Roberts (2000/08)

  19. O PROCESSO DE PESQUISA VISTO COMO DIÁLOGO Uma prática de pesquisa que está em consonância com as experiências, interesses, valores e rotinas diárias das crianças e jovens

  20. No centro de toda a pesquisa está a comunicação Boas conversas não têm fim e, muitas vezes , também não têm início (Gudeman e Rivera1990 :1-4) . O modelo de conversação como prática antropológica e a atividade de outras culturas.

  21. An ethnographermust have a ‘good ear’ as well as a facile pen (Gudeman and Rivera 1990:4).

  22. Notas de campo "Compre um caderno grande e comece no meio porque nunca sabe como as coisas se poderão desenvolver."(Radcliffe-Brown) .... Ou arranje dois! • Tomar notas - manutenção de registosDescritivo - acontecimentos, contextos, fragmentos de conversas, ações e interações.As notas de campo dos profissionais são, também, momentos de interpretações e análise

  23. Extrato de notas de campo que a minha amiga e doutoranda Susana Rena Cortés Morales, uma antropóloga chilena, tem compartilhado comigo: Eu, Susana, vou falar-vos sobre exemplo da experiência de uma criança com as artes na cidade, e a experiência tal como foi observada e, inesperadamente, compartilhada por mim como etnógrafa. Lila é uma menina de dois anos de idade. Ela vive em Santiago, no centro da cidade, num apartamento. Todas as manhãs, ela vai para a creche, de metro com a sua mãe. Ela sai do metro na estação Baquedano. Faz parte da Linha 5, na qual existe uma tentativa de aliar as artes com o seu design estrutural, com pinturas murais, esculturas e pinturas. No entanto, os moradores de Santiago que frequentam a linha 5 não reparam muito nelas, eu acho. Talvez faça parte da paisagem das estações de metro, e neste sentido pode ser agradável, mas eles (os viajantes) não parecem notar ou apreciar isto de uma forma explícita

  24. Eu acompanho Lila e a sua mãe, uma manhã no caminho para a creche. Saindo do metro, ela sobe as escadas sozinha, um passo após o outro, com as mãos tocando ao mesmo tempo a parede. Quando ela chega ao fim das escadas, começa a gritar, animada, dizendo algo que não posso compreender. A sua mãe diz-me "Oh, é sobre" os corações "", e vejo Lila que atravessa a estação com pequenos gritos de excitação. Ela vai diretamente até três esculturas, todas com a mesma aparência, com uma forma abstrata, e com uma cor verde escuro. Parecem tubos tensos. Ela entra numa das esculturas e toca nela, indo em seguida para a próxima, e na terceira faz o mesmo, olhando para sua mãe e gritando, ainda, entusiasmada.

  25. Ela fica lá, entre as esculturas nomeadas por ela como "Os Corações". Eu penso sobre a forma como ela se relaciona com esta obra de arte, uma peça que alguém decidiu colocar lá, na estação, com um propósito abstrato como é "levando a arte para perto das pessoas", e provavelmente ninguém a vê realmente, mas Lila sim. E não apenas a vê, mas vive, toca, nomeia, é parte da sua vida diária. Todo o espaço da estação Baquedanoconstitui para ela um lugar especial. Para ela é um lugar, reconhecido através da arte que lá existe.

  26. Eu olho atentamente para as esculturas. Eu estive lá antes e nunca tinha reparado nelas. E agora que olho para elas, realmente parecem três corações, coraçõesreais, comoartériastensas… • Lila quer ficar lá por mais tempo, mas a mãe força-a a continuar a viagem para a creche. "Todos os dias, é a mesma coisa", diz ela ...(Comunicação pessoal)

  27. Salto imaginativo A vida quotidiana pode ser ilusória. A mudança acontece em qualquer lugar a qualquer momento. A magia do dia a dia é a experiência do trivial - muitas vezes sem agitação - reconhecendo, no entanto, que a mudança acontece a toda a hora. A etnografia das crianças implica gastar tempo em vários contextos diferentes das suas vidas – tornando os momentos e eventos "senseable‘ (mais agradavéis). No exemplo da Susana "impressionabilidade" é a arte da etnografia: a capacidade de ficar impressionado e de se impressionar

  28. Desafio etnográfico nº 3 Quando está no campo o etnógrafo está sempre limitado pelo facto de somente conseguir estar num lugar ao mesmo tempo. De especial desafio são os eventos momentâneos e ocasionais (Amit 2000).Como - por exemplo - é que vamos observar interações que acontecem às vezes, mas não necessariamente quando estamos por perto? Como é que participamos ou observamos práticas que são desenvolvidas aqui e ali por uma ou mais pessoas? (Malkki 1997 em Amit 2000 p.15). Para compensar essa limitação e para produzir um quadro mais completo de um contexto de investigação, os etnógrafos desenvolvem trabalho de campo longitudinal baseado em métodos como a observação participante e as entrevistas. (Christensen et al 2011)

  29. Mobilidade das crianças no espaço exterior • Geograficamente dispersos - tornava difícil, etnograficamente, a exploração de padrões de mobilidade das crianças, numa escala completa e em tempo real. • Produzir dados variados e extensos e complementar a profundidade de dados etnográficos com a amplitude de dados quantitativos. • Uma etnografia de métodos mistos que combina a etnografia com as novas tecnologias móveis. • Os dispositivos GPS tornam possível recolher dados sobre os movimentos geográficos de todas as crianças participantes, independente da presença de um pesquisador.

  30. O que é GPS? Global Positioning System

  31. Padrões de mobilidade revelados Os padrões de mobilidade das crianças e o uso geográfico do tempo foram projetados em mapas aéreos individuais O apoio do trabalho de campo etnográfico e da análise interpretativa das interações das crianças com os seus ambientes sociais e materiais.

  32. GPS como arte e tecnologia • GPS é comunicação – comunicar a informação acerca da mobilidade das crianças através de redes de satélite para o investigador. • Projetando uma representação visual num mapa de camadas com histórias das crianças, experiências e observações das suas práticas e rotinas, uso e envolvimento com os espaços e lugares.

  33. ‘CULTURAS DE COMUNICAÇÃO’(CHRISTENSEN 1999) O pesquisador necessita estar consciente do envolvimento na prática com as "culturas de comunicação“ das crianças • Ações sociais- uso da linguagem- os significados que as crianças colocam nas palavras, noções e ações- contexto e tempo Dar uma imagem diferenciada da vida das crianças, ações e experiências sociais - Novas tecnologias e meios de comunicação

  34. “Temos de separar oofício de etnografia daa arte. O ofício pode serensinado. A arte pode ser ensinada- até certo ponto – e aprática é uma importantedimensão de se tornar umbom artista. Mas a arte é, em última análise, dependentedo talento do artista." (Werner and Schoepfle 1987:16)

  35. The End Follow this link to the ‘New Urbanism, New Citizens’ Project: http://newcitizens.wordpress.com/

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