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As teorias da educação. O problema da marginalidade. marginalidade escolar = compreender a relação educação e sociedade. O problema da educação. Existem duas teorias que tentam explicar os fenômenos da escolarização ou a marginalidade: Teorias não críticas A pedagogia tradicional
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As teorias da educação O problema da marginalidade
marginalidade escolar = compreender a relação educação e sociedade
O problema da educação • Existem duas teorias que tentam explicar os fenômenos da escolarização ou a marginalidade: • Teorias não críticas • A pedagogia tradicional • A pedagogia nova • A pedagogia tecnicista • Teorias crítico - reprodutivas • Do sistema de ensino como violência simbólica • Da escola como Aparelho ideológico do Estado(AIE) • Da escola dualista
Teorias não críticas Pedagogia ou escola tradicional Pedagogia ou escola nova Pedagogia tecnicista
Teorias não críticas • Na pedagogia tradicional, a educação é vista como direito de todos e dever do Estado, sendo a marginalidade associada à ignorância. A escola surge como um "antídoto", difundindo a instrução. • Na Escola Nova, passa a ocorrer um movimento de reforma na pedagogia tradicional, na qual a marginalidade não é mais do ignorante e sim do rejeitado, do anormal e inapto, desajustado biológica e psiquicamente. A escola passa a ser então a forma de adaptação e ajuste dos indivíduos à sociedade. • Por fim, o Tecnicismo define a marginalidade como ineficiência, improdutividade. A função da escola então passa a ser de formação de indivíduos eficientes, para o aumento da produtividade social, associado diretamente ao rendimento e capacidades de produção capitalistas.
As teorias não críticas • Consideram apenas a ação da educação sobre a sociedade • Encaram a educação como autônoma e buscam compreendê-la a partir dela mesma • Acreditam que a escolarização é um instrumento de equalização social ou superação da marginalidade • Olham para a sociedade como harmoniosa, tendendo a integrar os seus membros • Marginalidade vista como problema social que constitui um desvio que afeta alguns e a educação serve para corrigir estas disfunções
Teorias não críticas pedagogia ou escola tradicional • Sistema nacional de ensino – meados do sec. XIX • Educação direito de todos e dever do Estado • Direito de todos ??? Ou da burguesia??? • Converter os súditos em cidadãos • Redimir o homem de seu duplo pecado: • A ignorância ( miséria moral) • A opressão(miséria política) • Causa da marginalidade nesta visão = ignorância • Objetivo: preparar o cidadão para a sociedade vigente • Escola centrada no professor (Deus)
Teoria não crítica - escola nova • O movimento chamado Escola nova esboçou-se, na década de 1920 - Brasil • Mundo: • Momento de crescimento industrial e de expansão urbana • Grupo de intelectuais brasileiros sentiu necessidade de preparar o país para acompanhar esse desenvolvimento • Educação era por eles percebida como o elemento-chave para promover a remodelagem • Idéias político-filosóficas de igualdade entre os homens e do direito de todos à educação • Viam num sistema estatal de ensino público, livre e aberto, o único meio efetivo de combate às desigualdades sociais da nação. • Ganhou impulso na década de 1930 após a divulgação do Manifesto da Escola Nova • Esse documento, defendia a universalização da escola pública, laica e gratuita.
Teorias não críticas – pedagogia nova • Surgiu a partir das críticas feitas a pedagogia tradicional no final do sec. XIX • Foco no aluno e crença no poder da escola • Corrigir a marginalização e a equalização social • Relação interpessoal entre professor e aluno • Movimento de reforma da escola -“escolanovismo” • O marginalizado não é mais o ignorante • O marginalizado é o rejeitado
Teorias não críticas pedagogia nova • A partir dos estudos com os anormais (Decroly e Montessori) • Aprendemos a generalizar procedimentos pedagógicos • Biopsicologização da sociedade, da educação e da escola (anormalidade biológica e psíquica) = testes • Marginalidade não pode ser explicada pelas diferenças (quaisquer que sejam elas) = somos únicos • Marginalizados são os anormais • Desajustados e inadaptados do todas as matizes • Anormalidade vista como fenômeno normal
Visão da escola nova aprender a aprender • Da questão pedagógica para o sentimento • Dos conteúdos cognitivos para o método • Do professor para o aluno • Do lógico para o psicológico • Do esforço para o interesse • Da disciplina para a espontaneidade • Da quantidade para a qualidade • Alunos em contato com os textos • Professor seria um estimulador • Trabalho em pequenos grupos • Falhas: As escolas não tinham a capacidade de produzir todas as idéias de igualdade das escolas da elite que tinham escolas mais criativas e bem equipadas
Escola nova • Falha • Agravou a marginalidade pois não conseguiu ao mesmo tempo ampliar a escola ao enfatizar a qualidade do ensino e desenvolver ensino adequado a todos
Pedagogia tecnicista • Final da metade do sec. XX • Total exaustão da escola nova “escolanovismo” • Operacionalizar os objetivos • Mecanizar o processo • Microensino • Telensino • Instrução programada • Máquinas de ensinar • Elemento principal passa a ser a organização racional dos meios de fazer educação • O processo define o fazer entre professor e aluno
Pedagogia tecnicista • Nesta visão o marginalizado será o incompetente, ineficiente e improdutivo • Objetivo: Formar indivíduos competentes e eficientes como na produção fabril • Aprender a fazer • Base teórica: • Psicologia behaviorista • Ergonomia • Informática • Cibernética • Falha: Ao focar a produção fabril perdeu de vista a especificidade da educação (conteúdo mais rarefeito, com altos índices de evasão e repetência)
Teorias crítico - reprodutivistas Sistema de Ensino como violência simbólica Escola como Aparelho Ideológico do Estado (AIE) Escola Dualista
Teorias crítico-reprodutivistas • Todas as reformas anteriores fracassaram • Tinham na origem uma função equalizadora • Tornou-se evidente o papel que a escola desempenha (reproduzir a sociedade de classes e reforçar o modo de produção capitalista) • Impossível compreender a educação senão apartir de seus condicionantes sociais • A função própria da educação consiste na reprodução da sociedade em que ela se insere
As teorias crítico-reprodutivistas • Compreendem a educação a partir de sua estrutura sócio econômica e da manifestação do fenômeno educativo • Não parece ser um fenômeno de superação da marginalidade e sim gerador pois sua forma reproduz a marginalidade social através da marginalidade cultural e escolar • Acreditam ser a educação um instrumento de discriminação social logo um fator de marginalização • Sociedade marcada pela divisão entre grupos ou classes antagônicas que se relacionam a base da força • Marginalidade é fator inerente a própria estrutura da sociedade
Do sistema de ensino como violência simbólica • Porque violência simbólica? • A violência material (dominação econômica) exercida pelos grupos ou classes dominantes sobre os grupos ou classes dominados corresponde a violência cultural (dominação cultural) • A classe dominante exerce um poder de tal modo absoluto que se torna inviável qualquer reação por parte da classe dominada • Luta de classes impossível
Violência simbólica • Conceito elaborado pelo sociólogo Pierre Bourdieu. • Forma de coação que se apóia no reconhecimento de uma imposição econômica, social ou simbólica. • Fabricação contínua de crenças no processo de socialização • Induzem o individuo a se posicionar no espaço social • Induzem a seguir critérios e padrões do discurso dominante. • Manifestação através do conhecimento do discurso dominante e do reconhecimento da legitimidade deste discurso. • Para P. Bourdieu, a violência simbólica é o meio de exercício do poder simbólico.
Como se manifesta a violência simbólica? • Formação de opinião pública • Meios de comunicação de massa • Pregação religiosa • Atividade artística e literária • Jornais, propaganda, moda • Educação familiar
Como ocorre essa violência? • A função da educação é a reprodução das desigualdades sociais. • Pela reprodução cultural, ela contribui para a reprodução social • Marginalizados são os grupos ou classes dominados: • Marginalizados socialmente porque não possuem força material (capital econômico) • Marginalizados culturalmente porque não possuem força simbólica (capital cultural)cultural
Escola como aparelho ideológico do estado • A ideologia materializa-se em aparelhos: os AIE • Religioso • Escolar • Familiar • Jurídico • Político • Sindical • Informação • Cultural • Escola é um aparelho do estado dominante
Fenômeno da marginalidade no AIE • “Este fenômeno inscreve-se no próprio seio das relações de produção capitalista que se funda na expropriação dos trabalhadores pelos capitalistas. Marginalizada é, pois, a classe trabalhadora. O AIE escolar, em lugar de instrumento de equalização social, constitui um mecanismo construído pela burguesia para garantir e perpetuar seus interesses. Se as teorias não criticas desconhecem essas determinações objetivas e imaginam que a escola possa cumprir seu papel de correção da marginalidade, isso se deve simplesmente ao fato de que aquelas teorias são ideológicas, isto é, dissimulam, para reproduzi-las, as condições de marginalidade em que vivem as camadas trabalhadoras.” (SAVIANI, Dermival. p.23-24)
Pirâmide escolar • AIE ESCOLAR – Mecanismo construído pela burguesia para garantir e perpetuar seus interesses
Pirâmide escolar e o futuro • Pequena parte atinge o vértice da pirâmide escolar e estes serão: • Agentes da exploração no sistema produtivo • Agentes da repressão nos aparelhos repressivos • Profissionais da ideologia nos aparelhos ideológicos • Segundo Althusser estes serão levados a reproduzir as relações de exploração capitalista onde marginalizado é a classe trabalhadora
As teorias crítico-reprodutivistas • Da escola dualista • Escola dividida em duas redes - divisão da sociedade capitalista em duas classes: • Burguesia • Proletariado • Missão da escola: • Impedir o desenvolvimento da ideologia do proletariado e a luta revolucionaria. • Organizada pela burguesia como um aparelho separado da produção • Segundo Althusser, nessa teoria ele define o aparelho escolar como unidade contraditória de duas redes de escolarização
Teoria crítica da educação • Teoria não crítica – resolver a marginalidade • Teoria crítica- explicar o fracasso escolar • Segundo a concepção crítico-reprodutivista, o aparente fracasso é na verdade o êxito da escola; aquilo que se julgar ser uma disfunção é, antes, a função própria da escola • Reflexões • É possível articular a escola com os interesses dos dominados?
Teoria da educação compensatória • A escola sofre as determinações do conflito de interesses que caracteriza a sociedade • Conjunto de programas que servem para compensar deficiências de todas as ordens: • De saúde e nutrição • Familiares • Cognitivas • Motoras • Lingüísticas