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Investigar a nossa própria prática profissional

Investigar a nossa própria prática profissional. João Pedro da Ponte jp@fc.ul.pt http://ia.fc.ul.pt Departamento de Educação e Centro de Investigação em Educação Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Março 2003. Índice. A investigação sobre a prática profissional Conceito

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Investigar a nossa própria prática profissional

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Presentation Transcript


  1. Investigar a nossa própria prática profissional João Pedro da Ponte jp@fc.ul.pt http://ia.fc.ul.pt Departamento de Educação e Centro de Investigação em Educação Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa Março 2003

  2. Índice • A investigação sobre a prática profissional • Conceito • Características • Raízes • Críticas • Atitude • Momentos • Critérios de qualidade • Conclusão • Um exemplo

  3. 1. A investigação sobre a prática profissional - conceito Lawrence Stenhouse (1975) Isabel Alarcão (2001) Realmente não posso conceber um professor que não se questione sobre as razões subjacentes às suas decisões educativas, que não se questione perante o insucesso de alguns alunos, que não faça dos seus planos de aula meras hipóteses de trabalho a confirmar ou infirmar no laboratório que é a sala de aula, que não leia criticamente os manuais ou as propostas didácticas que lhe são feitas, que não se questione sobre as funções da escola e sobre se elas estão a ser realizadas. (p. 5)

  4. 1. A investigação sobre a prática profissional - conceito A investigação sobre a prática é um processo privilegiado de construção de conhecimento sobre essa prática, para • Os profissionais envolvidos • Outros profissionais (da mesma e de outras escolas) • Outras comunidades (incluindo académicos) e a sociedade em geral Campos profissionais em que se fazem investigações sobre a própria prática • Medicina, Enfermagem, Trabalho social, Formação profissional, Educação... Campos de intersecção • Docentes do ensino superior, com as duas valências: Investigação e ensino

  5. 2. A investigação sobre a prática profissional - características Objectivos • Alterar algum aspecto da prática • Compreender a natureza dos problemas que afectam essa prática Requisitos mínimos de qualquer investigação (Beilerot) • Produzir conhecimentos novos • Ter uma metodologia rigorosa • Ser pública

  6. 3. A investigação sobre a prática profissional – raízes Reflexão (Dewey) • Consideração cuidadosa e activa daquilo em que se acredita ou se pratica, à luz dos motivos que o justificam e das consequências que daí resultam Investigação-acção (Lewin) • Actividade com vista à realização de uma mudança, baseada no ciclo de diagnóstico-plano-intervenção-avaliação Professor-investigador (teacher researcher) (Stenhouse) • Um professor que realiza investigação sobre a sua prática ou sobre outros assuntos Investigação académica (“usual”) • … E a investigação sobre a prática têm propósitos diferentes e devem ser pensadas de modos diferentes

  7. 3. A investigação sobre a prática profissional – raízes Professor-investigador Investigação-acção Investigação académica Investigação sobre a prática Reflexão

  8. Um exemplo Objectivo • Estudar o alcance, as potencialidades e as dificuldades associadas à realização de diferentes tipos de tarefas na aula de Matemática no ensino secundário, na perspectiva de professores e alunos. Motivação • As recomendações curriculares actuais para o ensino salientam que os alunos devem desenvolver actividades matemáticas significativas (APM, 1988; NCTM, 2000) mas na prática continua a insistir-se sobretudo em tarefas pobres, como a resolução de exercícios. Pressuposto • Cada tipo de tarefa possui a sua ordem interna, o seu padrão próprio, que conduz a um esquema de actuação prática, que pode desencadear a actividade nos alunos (Gimeno, 1998).

  9. Metodologia do estudo Grupo disciplinar sectorial (Matemática 11º ano) • Grupo de 5 professoras, heterogéneo, com um sentido profissional comum • Discutir dificuldades • Elaborar tarefas, definir os modos de trabalho, organizar os recursos • Espaço de reflexão crítica sobre a prática Actividades • Um reunião semanal e outros momentos mais informais de trabalho • Participação nas aulas umas das outras, observando e ajudando • Reflexão (oral e escrita) individual sobre as tarefas realizadas na sua turma Recolha de dados (4 turmas) • Observação do trabalho dos alunos • Questionários • Entrevistas aos alunos • Registos das reuniões do grupo

  10. Diferentes tipos de tarefasPorquê estas? Problemas e Investigações Por incentivarem à procura de estratégias de resolução próprias e educarem a persistência na superação das dificuldades. Exercícios Por serem dominantes ao nível das práticas e terem um papel na compreensão das ideias matemáticas. Exploração e Modelação Pela descoberta e pelo que trazem de novo à aprendizagem experimental da Matemática, utilizando tecnologia. Projecto Pela envolvência prolongada e por permitir a pesquisa, selecção e organização de dados, e o desenvolvimento de capacidades como o espírito crítico, a autonomia e a comunicação.

  11. Avaliação do trabalho pelas professoras Trabalho colaborativo • Essencial para desenvolver actividades inovadoras e vencer dificuldades. Perspectivas profissionais • Enfrentar desafios e realizar tarefas complexas como fonte de realização pessoal. Perspectivas didácticas • Necessidade de pensar a longo prazo. • Organizar tempos, espaços e materiais. • Criar ambientes de aprendizagem ricos em tecnologias e materiais. • Importância de definir critérios de selecção das tarefas. Relação com o currículo • Assumiram a ideia do currículo como praxis Tarefas • Constataram ter um conhecimento muito diferente umas das outras • Ganharam consciência da necessidade de analisar as características próprias de cada tarefa • Constataram que as diferentes formas de exploração das tarefas na turma e a reflexão conjunta permitem realçar as características específicas de cada uma

  12. Reflexões O ponto de vista dos alunos • Consideraram que todas as actividades realizadas tiveram bastante interesse • Destacaram o prazer sentido e a criatividade (em especial na modelação e no projecto) • Salientaram a importância das interacções na aula e a necessidade de praticarem mais

  13. Reflexões (Celina) Os comentários que eles [os alunos] faziam nos questionários de um modo geral, não me surpreenderam. Nas entrevistas, aí sim, houve aspectos (…) que eu não tinha pensado e que de certa forma me surpreenderam e que foram bastante bons no sentido em que me ajudaram a conhecer melhor os alunos.

  14. 4. O conceito de investigação sobre a prática – críticas Relativa ao conhecimento gerado • Crítica epistemológica: porque razão o conhecimento produzido pelos professores pode ser considerado conhecimento válido Relativa aos meios • Crítica do rigor metodológico: falta de clareza e de rigor Relativa aos fins • Crítica dos objectivos: frequentemente demasiado “instrumentais”

  15. 5. A atitude de investigação sobre a prática Duas condições requeridas para investigar sobre a prática • Disposição para questionar (Dewey, Stenhouse, Alarcão) • Domínio de certos instrumentos metodológicos Inquiry as stance (Cochran-Smith e Lytle) • Tanto os peritos como os noviços precisam de se envolver em trabalho intelectual semelhante • A distinção perito/noviço serve sobretudo para manter o modelo do professor individual • A aprendizagem ao longo da vida assenta, sobretudo, na dimensão relacional, tornando saliente o papel das comunidades e projectos intelectuais de grupos de professores ao longo do tempo

  16. 6. Os momentos da investigação sobre a prática • Formulação do problema ou das questões do estudo • Recolha de elementos que permitam responder a esse problema • Interpretação da informação obtida com vista a tirar conclusões • Divulgação dos resultados e conclusões obtidas

  17. 7. ... A investigação sobre a prática – critérios de qualidade Anderson e Herr (1999), sugerem cinco critérios que dizem respeito à validade... • (i) dos resultados; (ii) dos processos; (iii) democrática; (iv) catalítica; e (v) dialógica Zeichner (1998) • (i) clareza, (ii) expressão de um ponto de vista próprio, (iii) qualidade dialógica, e (iv) vínculo com a prática Da “definição” • (i) refere-se a um problema ou situação prática vivida pelos actores; (ii) contém algum elemento novo, (iii) possui uma certa “qualidade metodológica”, e (iv) é pública

  18. 7. ... A investigação sobre a prática – critérios de qualidade Vinculo com a prática refere-se a um problema ou situação prática vivida pelos actores Autenticidade exprime um ponto de vista próprio dos respectivos actores e a sua articulação com o contexto social, económico, político e cultural Novidade contém algum elemento novo, na formulação das questões, na metodologia usada, ou na interpretação que faz dos resultados Qualidade metodológica contém, de forma explícita, questões e procedimentos de recolha de dados e apresenta as conclusões com base na evidência obtida Qualidade dialógica é pública e foi discutida por actores próximos e afastados da equipa

  19. 8. Conclusão Paradigmas • “Clássicos”: positivista, interpretativo, crítico • Um novo “candidato”: A investigação sobre a prática Expressão na educação matemática • Zack, Mousley e Breen (1997): a investigação sobre a prática como algo mais exigente que a simples troca de experiências • Crawford e Adler (1996): a investigação-acção como ponto intermédio num contínuo entre a reflexão e a investigação académica • Nelson (1997): os professores podem inspirar-se nos métodos de investigação dos pesquisadores (da psicologia) • Lampert e Ball (1997): investigações na formação inicial com base em representações digitalizadas da prática • Em Portugal (ver GTI, 2002)

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