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“Juventude Rural: entre ficar e sair

“Juventude Rural: entre ficar e sair. Elisa Guaraná de Castro Antropóloga CPDA/UFRuralRJ Assessora da Secretaria Nacional de Juventude. Os Desafios da Formação Profissional e da inserção produtiva:. Migração Diversidade da realidade do campo

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“Juventude Rural: entre ficar e sair

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Presentation Transcript


  1. “Juventude Rural: entre ficar e sair Elisa Guaraná de Castro Antropóloga CPDA/UFRuralRJ Assessora da Secretaria Nacional de Juventude

  2. Os Desafios da Formação Profissional e da inserção produtiva: • Migração • Diversidadedarealidade do campo • Infraestruturaprecária de acesso a educação e renda • Fronteirasimagínarias : rural e urbano • Autoridadepaterna e Divisão sexual do trabalho • Integrar “antigos” e novosanceios

  3. 1 - Juventude Rural : entre ficar e sair • Dois enfoques são muito presentes na análise sobre juventude rural: • 1. Uma minoria, um setor da população rural. • 2. População que migra para as cidades

  4. Construção recorrente • Atração do jovem pelo meio urbano, ou ainda, pelo estilo de vida urbano. • É comum associarem o jovem rural ao desinteresse pelo meio rural.

  5. Migração X Êxodo X Circulação • Não temos um estudo demográfico consistente; • Censo Agropecuário não mediu idade. • Que possam medir a diferença : • Êxodo • Migração • Circulação • Migração sazonal

  6. Segundo dados do IBGE: • Houve uma redução de 3% pop rural enquanto a pop urbana aumentou entre 2000-2010. • Na Região Sul a redução foi de 2,5% • Nesse período a redução atingiu a faixa de 0-29 anos • No entanto, a faixa de 60 anos ou mais houve um aumento de 7,2%.

  7. Sexo e Idade • 15-29 anos • Brasil - 49,1% (H) 50,9% (M) • Urbano – 49,2% (H) 50,8% (M) • Rural – 53,2% (H) 46,8% (M) • 15-17 anos – 55 % (H) 45 (M) • Concentraçào se repete em todas as regiões • Concentração maior na faixa de 60 ou mais.

  8. Juventude migrante e a complexidade da questão “ficar” ou “sair” do meio rural • O que torna a questão foco do debate atual é o contexto da política de reforma agrária que vem sendo implementada no Brasil desde 1985. • A possível reversão no quadro de migração do campo para a cidade, provocada pelo assentamento em massa de famílias no meio rural. • Essa reversão estaria comprometida pelo êxodo dos jovens. Essa situação seria agravada pela tendência de migração maior entre as jovens, provocando a masculinaização dos campos.

  9. 2 -De que Jovens estamos falando? • Juventude da agricultura familiar – pequenos proprietários • Juventude assentada • Juventude Trabalhadora sazonal – estima-se representa a maior parte da mão-de-obra ocupada • Juventude ribeirinha, quilombola, extrativista

  10. 3 - Consensos • Certo consenso nas pesquisas sobre o tema, quanto às dificuldades enfrentadas pelos jovens no campo, principalmente quanto ao acesso à escola, trabalho e renda.

  11. 84,9% dos jovens de 15 a 29 anos vivem em áreas urbanas, desses 1/3 vivem em regiões metropolitanas e 2/3 em áreas não-metropolitanas. • 15,1% vivem em áreas rurais. • Apesar de os jovens rurais serem bem menos em quantidade absoluta, 29,5% dos jovens pobres do país vivem em áreas rurais. • As jovens mulheres continuam acumulando o trabalho doméstico da casa com outras atividades, como estudo e trabalho. Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD, IBGE, 2006); Sistema de Informações de Mortalidade do Sistema Único de Saúde (SIM/SUS, 2005) apud Castro e Aquino, 2008:27 e 28.

  12. O nível escolar do jovem rural é 50% inferior ao do jovem urbano • 9% dos jovens rurais são analfabetos. Essa é uma realidade para apenas 2% dos jovens urbanos. • 20% da população rural do NE é analfabeta • Apenas 8% dos jovens estão no ensino médio e/ou profissionalizante

  13. Mais de 70% dos jovens extremamente pobres estão no Nordeste • Melhorou muito, mas quase 20% dos jovens no Nordeste rural são extremamente pobres • IPEA – Comunicação

  14. 4 – Fronteiras imaginárias muito concretas: “ser do campo” e “ser da cidade • Os mundos rurais e urbanos se mostram ainda separados pela reprodução da hierarquia entre “ser do campo” e “ser da cidade”, marcada por diferenças de condições de vida. • Marcado pela reprodução da hierarquia rural/urbano através da estigmatização da população rural pela população urbana, onde morar no campo é desvalorizado culturalmente, mas também o é devido as reais condições de vida, bem diferente dos centros urbanos da região.

  15. Roceiros, os poeira, mora mal. • O estigma, que marca quem mora nessas áreas está presente em situações cotidianas nos centros urbanos próximos por onde circulam, e é manifestado pela classificação de morar mal, para quem é morador de áreas associadas ao meio rural; em oposição a morar bem, para quem reside nos centros urbanos. • Vários jovens contaram como sofriam com a zoação dos colegas na escola, onde são chamados de roceiros, os poeira, mora mal. (Tese: entre Ficar e Sair)

  16. A maioria dos jovens que afirmaram querer ir embora, afirmaram querer viver em um lugar melhor. • Principalmente aqueles cujas famílias já viviam na região há muitos anos. • Pode-se afirmar que essa construção é fruto da percepção do tempo vivido em uma área rural desvalorizada socialmente nos espaços urbanos que freqüentam, tanto nas referências estigmatizadoras sobre a sua população, quanto pela “exclusão” ao acesso a serviços públicos e privados. (Tese: entre Ficar e Sair)

  17. Específico e estrutural • Se as especificidades das dificuldades enfrentadas por aqueles que hoje são classificados como jovens do campo são evidentes, não se deve tratar a questão como paralela às dificuldades enfrentadas pelos pequenos produtores familiares . • Os problemas enfrentados pelos jovens são antes de tudo problemas enfrentados pelos produtores familiares no campo, como as difíceis condições de vida e produção.

  18. A “cobrança” da permanência e continuidade dos “jovens” no campo como valorização e possível reversão do quadro de esvaziamento do meio rural – recorrente em algumas pesquisas recentes sobre o tema e no âmbito das políticas públicas – deve problematizar esse olhar que percebe no “jovem” o ator heróico da transformação social. • A mudança dessa realidade demanda ações coletivas e políticas públicas de longo alcance que gerem transformações mais profundas na realidade brasileira.

  19. O problema pode ser ainda mais complexo • Os estudos se intensificaram • As políticas públicas foram criadas – apesar de suas limitações reconhcendo e dando visibilidade para a juventude no campo • Estudos recentes – GT ALASRU – mostraram que mesmo onde há geração de renda, muitos jovens continuam migrando. • TEMA PRIVILEGIADO : juventude e produção

  20. 5 - Autoridade Paterna e Reforma Agrária • O peso da autoridade paterna e o espaço de submissão decorrente dessa relação. • Sem espaço na gestão • Sem acesso a terra • Reprodução da divisão sexual do trabalho

  21. Síntese dos desafios : entre ficar e sair • “Saída” é diferenciada e varia de acordo com processos de socialização no meio rural, gerando os mais diversos arranjos dos filhos com o lote da família. • “Ficar e sair” do meio rural se mostrou mais complexo que a simples leitura da atração pela cidade, e nos remete à análise de “jovem rural” como uma categoria social chave pressionada pelas mudanças e crises da realidade no campo. • “Ser jovem” no campo implica enfrentar “antigos” problemas, como o peso da autoridade paterna. • “Ficar” significa buscar novas estratégias de acesso e permanência no meio rural.

  22. A Resposta dos e das Jovens • Organização social, associativa e política • “Juventude rural” : confronta com preconceitos das imagens “urbanas” sobre o campo, mas que se apresenta longe do isolamento, que dialoga com o mundo globalizado reconstruindo e revalorizando sua identidade rural. • Demandas • Questões consideradas específicas: acesso à educação e ao trabalho, • Constroem essas demandas no contexto de transformação social da própria realidade do campo.

  23. Repensar as agendas de pesquisa e o olhar que temos sobre a questão. • Pensar a inserção desse “jovem” no meio rural hoje, implica analisar e atuar em uma realidade onde jovem ainda não é percebido como um ator central. • Nào são visíveis nas estatísticas, nas pesquisas que analisam o contexto atual da questào agrária brasileira e que mapeiam os futuros cenários .

  24. Agenda para as Políticas Públicas • O debate sobre o desenvolvimento rural deve levar em consideração as perspectivas hoje apontadas pela própria juventude sobre o significado desse “novo rural” • Desenho de políticas públicas estruturantes que garantam condiçòes de vida para além da produção/trabalho.

  25. Educação no Campo X do Campo • Sem continuidade : ex fechamento das escolas (25.000 nos últimos 8 anos) • Experiências alternativas à educação formal: EFFAs, CEFFAs • Ensino Técnico – baixa capilaridade • Programas especiais: PRONERA, PROJOVEM CAMPO – Saberes da Terra. Evasão

  26. Qual o “peso” da juventude no debate sobre questão agrária e desenvolvimento no Brasil? • Deve-se buscar deslocar o eixo do debate, ou antes amplia-lo. • Bonus demográfico • Desenvolvimento rural sustentável deve ser tratado a partir dessa realidade múltipla no campo e está diretamente implicada nas relações de poder reproduzidas pela a estrutura fundiária brasileira • Pensar a questão da juventude implica retomar o tema : reforma agrária com a soma desses novos desafios.

  27. 6) Os Desafios da Formação Profissional e da inserção produtiva: Integrar “antigos” e novos anceios • O desejo de permanência • O diagnóstico vivido : campo de probablidade X campo de possibilidades • O desejo de circulação • Conteúdos que dialoguem com uma juventude em movimento que reinventa e reproduz • Jovens homens e mulheres • Novas perspectivas de desenvolvimento sustentável em uma perspectiva efetiva de inclusão participativa da juventude Só muito urbano no campo, sou roceiro na cidade

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