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Investigação Qualitativa em Educação Biklen & Bogdan. Ana Cláudia S. Rodrigues Cinthia V. Brum. Organização do capítulo. Notas de campo Os textos escritos pelos sujeitos Fotografia Estatísticas oficiais e outros dados quantitativos Comentários finais.
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Investigação Qualitativa em EducaçãoBiklen & Bogdan Ana Cláudia S. Rodrigues Cinthia V. Brum
Organização do capítulo • Notas de campo • Os textos escritos pelos sujeitos • Fotografia • Estatísticas oficiais e outros dados quantitativos • Comentários finais
Um fotógrafo-artista me disse outra vez: veja que pingo de sol no couro do lagarto é para nós mais importante do que o sol inteiro no corpo do mar. Falou mais: que a importância de uma coisa não se mede com fita métrica nem com balanças nem com barômetros etc. Que a importância de uma coisa há que ser medida pelo encantamento que a coisa produza em nós. Assim um passarinho nas mãos de uma criança é mais importante para ela do que a cordilheira dos Andes. Que o osso é mais importante para o cachorro do que uma pedra de diamante . E um dente de macaco da era terciária é mais importante para os arqueólogos do que a Torre Eifeil. (Veja que só um dente de macaco!)
Que uma boneca de trapos que abre e fecha os olhinhos azuis nas mãos de uma criança é mais importante que o Empire State Buiiding. Que o cu de uma formiga é mais importante para o poeta do que uma Usina Nuclear. Sem precisar medir o ânus da formiga. Que o canto das águas e das rãs nas pedras é mais importante para os músicos do que os ruídos dos motores da Fórmula 1. Há um desagero em mim de aceitar essas medidas. Porém não sei se isso é um defeito do olho ou da razão. Se é defeito da alma ou do corpo. Se fizerem algum exame mental em mim por tais julgamentos, vão encontrar que eu gosto mais de conversar sobre restos de comida com as moscas do que com homens doutos.
Kitchen Stories, Suécia, 2003. “Uma inusitada experiência de observação...” (http://cineweb.com.br/filmes/filme.php?id_filme=1160)
Investigador – busca de informações relevantes, precisas no material encontrado durante o processo de investigação; • “Num certo sentido, Os acontecimentos vulgares tornam-se dados quando vistos de um ponto de vista particular – o do investigador” ( pág. 149);
Termo dados : “materiais em estado bruto que os investigadores recolhem do mundo que encontram a estudar; são elementos que formam a base da análise” (pág.149); • Os dados são as provas e as pistas; • Devem ser constituídos por elementos necessários para pensar, desvelar, desvendar os aspectos da vida que se pretende explorar.
Um dos dados mais importantes da pesquisa qualitativa; • Definição: “relato escrito daquilo que o investigador ouve, vê, experencia e pensa no decurso da recolha e refletindo sobre os dados de um estudo qualitativo” ( pág. 150); • Pesquisa qualitativa bem sucedida é resultado de notas de campo detalhadas, precisas e extensivas
Observação participante - todos os dados são considerados notas de campo; • Notas de campo podem resultar em um diário pessoal que orienta o investigador no desenvolvimento de sua pesquisa ( influência dos dados no plano de investigação); • Recomendação: utilização do computador para registro das notas de campo.
Dois tipos de materiais: descritivo e reflexivo; • Parte descritiva das notas de campo: “objetivo é captar uma fatia da vida.Consciente de que qualquer descrição até um certo grau representa escolhas e juízos”(pág.152 e 163).
1. Retratos dos sujeitos: descrição pormenorizada das características físicas e comportamentais das pessoas; • 2. Reconstruções do diálogo: as palavras dos sujeitos devem aparecer de forma generosa; • 3. Descrição do espaço físico: detalhado, abordando desde aspectos físicos até situações subjetivas • 4. Relatos de acontecimentos particulares : listagem de sujeitos e ações; • 5. Descrição de atividades: de caráter comportamental e atos particulares;
6. O comportamento do observador: investigador instrumento da recolha de dados; deve estar atento a aos comportamentos que podem afetar os dados; Sobre as notas de caráter reflexivo é importante que o investigador atente-se para: - Reflexões sobre a análise; -Reflexões sobre o método; - Reflexões sobre conflitos e dilemas éticos; - Reflexões sobre o ponto de vista do observador ( juízos de valor); - Pontos de clarificação ( distanciamento da escrita e retomada da mesma).
Os autores finalizam o primeiro aspecto da investigação qualitativa – notas de campo com sugestões sobre : • 1. Formato das notas de campo; • 2.O Processo da Escrita das notas de Campo; • 3.Transcrições das Entrevistas Gravadas.
Documentos pessoais: auto-revelador da visão que a pessoas tem das suas experiências. “ O objetivo de recolher este tipo de materiais é de obter provas detalhadas de como as situações sociais são vistas pelos seus atores e quais os significados que vários fatores têm para os participantes” (pág.177);
Diários íntimos: descrição regular, contínua e reflexivo sobre os acontecimentos de sua vida; “ Para os investigadores educacionais, os diários de professores que registram em detalhe as primeiras experiências de ensino, problemas com estudantes, e materias semelhantes são descobertas importantes” (pág. 178) Ex: maleta da leitura. • Autobiografias: é importante compreender os objetivos que estão implícitos na produção desse tipo de documento;
Documentos oficiais: acesso à “perspectiva oficial” . Podem ser divididos em : 1) Documentos Internos: podem revelar informações acerca da cadeia hierárquica das instituições, dando pistas dos estilos de liderança e concepções de gestão. 2) Comunicação Externa: os documentos externos são valiosos quando intererrogados sobre seu lugar de produção e seus objetivos.
3) Registros sobre os Estudantes e Ficheiros Pessoais: a respeito dessa categoria de documento, o investigador deve além dos dados obtidos em suas análises, ater-se acerca do que revelam os registros sobre as pessoas que o produziram: psicólogos, professores , administradores. • O lugar que se ocupa institucionalmente permite definir a identidade de uma criança, a partir de uma perspectiva do campo em que se atua.
Fotografia • Controvérsias acerca do uso da fotografia em estudos qualitativos (p.183-184); • Cenas típicas ou poses enganadoras? (p.187) “Embora as fotos possam não provar nada de forma conclusiva, quando usadas em conjunção com outros dados podem adicionar-se a uma pilha crescente de provas.” (p.186); • Problematização: uso dos vídeos.
Estatísticas oficiais e outros dados quantitativos “...os investigadores qualitativos dispõe-se à recolha de dados quantitativos de forma crítica. Não é que os números por si só não tenham valor. Em vez disso, o investigador qualitativo tende a virar o processo de compilação na sua cabeça perguntando-se o que é que os números dizem acerca das suposições das pessoas que os usam e os compilam.” (p.195)
Comentários finais “Chega-se a um ponto em que se tem dados suficientes para realizar aquilo que nos propusemos e a explicação do porquê permanece vazia. É essa a altura de dizer adeus e de passar para a análise dos dados.” (p.201)