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Interpretações do Brasil

Quanto vale ou é por quilo?. Interpretações do Brasil. Para Roberto DaMatta, o que faz do Brasil, o Brasil?. Interpretações do Brasil. Mestrado e phd em Antropologia por Harvard É o antropólogo de maior renome no Brasil e no exterior

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Interpretações do Brasil

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Presentation Transcript


  1. Quanto vale ou é por quilo? Interpretações do Brasil

  2. Para Roberto DaMatta, o que faz do Brasil, o Brasil? Interpretações do Brasil

  3. Mestrado e phdemAntropologiapor Harvard • É o antropólogo de maior renome no Brasil e no exterior • Foi professor do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional UFRJ (1962- 1987) • É Professor Emérito da Universidade de NotreDame, USA de Antropologia (1987 – 2004) • Atualmente é Professor Titular da PUC- RJ • É autor de Carnavais, Malandros e Heróis: para uma sociologia do dilema brasileiro (publicado em 1979). • Contexto do gov. militar: intelectualidade dividida entre marxistas e não- marxistas (análise do Brasil sem o viés da luta de classes) • Preocupação com identidade nacional, não é recente. A novidade de DaMatta,em CMH, é a interpretação sobre o “dilema brasileiro”, entendendo o Brasil como um “drama, sem ter necessariamente um princípio, um meio e um fim”. Roberto DaMatta (1936, Niterói) Interpretações do Brasil

  4. Influências acadêmicas em DaMatta • Louis Dumont (Homo Hierarchicus) • - Alerta que “indivíduo” é socialmente construído (Séc. XVIII), ao estudar o sistema de castas na Índia • Distingue indivíduo empírico (existente em todas as sociedades) e o indivíduo como valor básico (cultura ocidental moderna) • Categorias analíticas: Individualismo (partes mais importante do que todo) X Holismo (todo mais importante do que as partes) • Universitas (comunidade como fonte do sentido) X Societas (entidade concebida como uma associação de cidadãos com múltiplos interesses) • Escola Sociológica Francesa (Durkheim e Mauss) • Par antinômico (eixo): Indivíduo e Sociedade (ênfase no papel social do indivíduo) Interpretações do Brasil

  5. Principais idéias de DaMatta • Uso da sociologia comparada • Brasil XEUA • “diferentes, mas juntos” “diferentes, mas separados” • “você sabe com quem está falando?” “quem você pensa que é?” • Busca o entendimento do Brasil por seus elementos invariantes • “Você sabe com quem está falando?” • Rito autoritário • representações rituais no Brasil: carnaval, semana da pátria, procissões religiosas (contexto de festa) e a expressão “você sabe com quem está falando?” • Def. ritos: “eventos culturais e sociais(...) que são bons para revelar processos também existentes no dia-a-dia e, até mesmo, para se examinar, detectar e confrontar as estruturas elementares da vida social” • (Mariza Peirano – “Análise Antropológica de Rituais” in O Dito e o feito) Interpretações do Brasil

  6. Principais idéias de DaMatta • Separação autoritária de duas posições sociais • - visão do mundo como foco de integração e cordialidade, • adaptativa (jeitinho, malandragem), mundo da casa (seguro) • - visão do mundo hierárquica, mundo da rua é “hostil” • (sentimento de desconfiança ) • “você sabe com quem está falando?” => • implícita - usada apenas em situação de conflito, “quando • alguém não reconheceu seu lugar” • É desagradável porque quebra o pacto “silencioso e • cordial” de uma sociedade onde cada um deve saber o seu • lugar. Interpretações do Brasil

  7. Principais idéias de DaMatta • indivíduo e pessoa => paradoxo brasileiro • Brasil:sistema social equilibrado e dividido entre duas unidades sociais (indivíduo: sujeito das leis universais e modernizadoras e Pessoa:sujeito das relações sociais e hierarquizantes) • Não é unitário como na Índia (renunciante) ou nos EUA (universal) • “(...) iguala em um plano e hierarquiza em outro, o que - como resultado- promove uma tremenda complexidade classificatória, um enorme sentimento de compensação e complementaridade(..)” • CMH, pág149 • “Qual é a nossa atitude diante da lei que deve valer para todos?” • Indivíduo é para quem as leis são feitas, o anônimo, o “João Ninguém” e se define por oposição a pessoa (sistemas de relações pessoais, de compadrio, de troca de favores). Interpretações do Brasil

  8. Principais idéias de DaMatta • “É como tivéssemos duas bases através das quais pensássemos o nosso sistema. No caso das leis gerais e da repressão, seguimos sempre o código burocrático ou a vertente impessoal e universalizante, igualitária do sistema. No caso das situações concretas, daquelas que a vida nos apresenta, seguimos sempre o código da relações e da moralidade pessoal, tomando a vertente do “jeitinho”, da “malandragem” e da “solidariedade” como eixo de ação. Na 1ª escolha, nossa unidade é o indivíduo; na 2ª é a pessoa. A pessoa merece solidariedade e um tratamento diferencial. O indivíduo, ao contrário, é o sujeito da lei, foco abstrato para quem as regras e a repressão foram feitos” • CMH, pág 169 Interpretações do Brasil

  9. Principais idéias de DaMatta • “Malandragem”, “Jeitinho” e “você sabe com quem está falando?” são modos de navegação social • Jeitinho : cantada, harmonização • “´jeitinho´ e ´você sabe com quem está falando?´ são, pois, dois modos de enfrentar uma mesma situação. O primeiro vai pelo caminho da paciência e conciliação; já o segundo apela para o conflito, fazendo com que a relação englobe a lei” (O que é o Brasil? Pág 50) • Malandragem: profissionalização do “jeitinho” • “O malandro, portanto, seria um agente profissional do jeitinho e na arte de sobreviver nas situações mais difíceis:naquelas que ele está claramente fora ou longe das leis” (O que é o Brasil? Pág51) • “O malandro, diferentemente do bandido, rouba com jeito, invocando simpatia, empatia e laços humanos” (pág 52) Interpretações do Brasil

  10. “Você sabe com que está falando no Brasil e • nos Estados Unidos?” • Um dos artigos da coletânea Tocquevilleanas. Notícias da América, publicada em 2004. • Tais artigos foram escritos para O Estado de São Paulo (2001-2004) e para o Jornal da Tarde (1993-2001), quando o autor se encontrava lecionando nos EUA • O que ocorreu no vôo nos EUA? Interpretações do Brasil

  11. Alexis de Tocqueville (1805-1859): • A democracia na América • “ Parece-me indubitável que, mais cedo ou mais tarde, chegaremos como americanos à igualdade quase completa das condições. Não concluo daí que sejamos chamados necessariamente um dia a tirar, de semelhante estado social, as conseqüências políticas que os americanos tiraram. Estou longe de acreditar que eles encontraram a única forma de governo que a democracia possa dar (...) • Confesso que vi na América mais que a América; procurei nela uma imagem da própria democracia, de suas propensões, de seu caráter, de seus preconceitos, de suas paixões (....)” • Tocqueville vive na América recém-independente por cerca de 1 ano e a compara com a França • A Igualdade na América é considerada extrema porque eles não assistem a própria revolução, já nascem dela. Interpretações do Brasil

  12. “Cidadania – a questão da cidadania em um universo relacional” Roberto DaMatta • Questão do autor • “Neste trabalho, pretendo discutir a seguinte questão: se o conceito de cidadania implica, de um lado, a idéia fundamental de indivíduo (e a ideologia do individualismo), e, de outro, regras universais (um sistema de leis que vale para todos em todo e qualquer espaço social), como essa noção é percebida e vivida em sociedade onde a relação desempenha um papel crítico na concepção e na dinâmica da ordem social?” (pág 65) • É possível falar de cidadania no Brasil? • No Brasil a cidadania pode ser pensada da mesma forma que nos Estados Unidos e nos países europeus? Interpretações do Brasil

  13. “Cidadania – a questão da cidadania em um universo relacional” Roberto DaMatta • Cidadania:historicamente localizada e socialmente construída • Premissas iluministas (igualdade e liberdade) e ideais da Rev. Francesa e da independência norte-americana (contestação aos privilégios da nobreza e do clero) • “grande transformação” (terra, dinheiro e trabalho são transformados em mercadoria. Karl Polany em A grande transformação) • T Marshall – As etapas da conquista da cidadania pelo operariado inglês (direitos legais => direitos políticos => direitos sociais). Brasil inverte isso, segundo José Murilo de Carvalho (Cidadania no Brasil. Um longo Caminho) • Concepção de cidadania: o foco é o indivíduo, o caráter é universal e nivelador (todos são iguais em direitos e deveres) Interpretações do Brasil

  14. “Cidadania – a questão da cidadania em um universo relacional” Roberto DaMatta • Estados Unidos: tipo ideal de sociedade igualitária • Ideologia do mérito, do “homem que se faz por si mesmo” • Alto grau de associativismo • referência ao clássico A Democracia na América (1835, 1º vol. e 1840, 2º vol.) de Tocqueville • Para driblar a ética igualitária => “sociologia do convite” (que permite a discriminação e recria o privilégio) • Cidadania no Brasil: ambigüidade como marca • Dual: conjuga os ideais igualitários e liberais com outra hierárquica, relacional e paternalista. • Idéia de um Estado-Pai (provedor) Interpretações do Brasil

  15. “Cidadania – a questão da cidadania em um universo relacional” Roberto DaMatta • “No Brasil, o individualismo é criado com esforço, como algo negativo e contra as leis que definem e emanam da totalidade. Nos Estados Unidos, o individualismo é positivo e o esforço tem sido para criar a unidade ou Union: a totalidade” (pág 76) • “Nos Estados Unidos a idéia de comunidade está fundada na igualdade e homogeneidade de todos os seus membros, aqui concebidos como cidadãos (...) No Brasil, por contraste, a comunidade é necessariamente heterogênea, complementar e hierarquizada. Sua unidade básica não está baseada em indivíduos (ou cidadãos), mas em relações e pessoas, famílias e grupos de parentes e amigos. Sendo assim, nos Estados Unidos, o indivíduo isolado conta como uma unidade positiva do ponto de vista moral e político; mas no Brasil o indivíduo isolado e sem relações (...) é algo considerado altamente negativo (...)” (pág 77) Interpretações do Brasil

  16. “Cidadania – a questão da cidadania em um universo relacional” Roberto DaMatta • Brasil: “casa” e “rua” complementares e compensatórias • “Se no universo da casa sou um supercidadão, pois ali tenho direitos e nenhum dever, no mundo da rua sou um subcidadão, já que as regras universais da cidadania sempre me definem por minhas determinações negativas: pelos meus deveres e obrigações, pela lógica do ‘não pode’ e do ‘não deve’” (pág 93) • Dilema Brasileiro • “Nãohábrasileiroquenãoconheça o valor das relaçõessociais e quenão as tenhautilizadocomoinstrumentos de solução de problemasaolongodasuavida. Nãohábrasileiroquenuncatenhausado o “vocêsabe com quemestáfalando?” dianteda lei universal e do risco de umauniversalizaçãoqueacabariatransformandosuafigura moral num meronúmeroouentidadeanômica (…)” (pág 94) Interpretações do Brasil

  17. Qual é a diferença entre os conceitos de Roberto DaMatta (jeitinho e você sabe com que está falando) e de Sérgio Buarque de Holanda (o homem cordial)? Interpretações do Brasil

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