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A Poética de Aristóteles (1). 384-322 a.C. OBJETO: A POESIA. Natureza. PERFEIÇÃO. Gêneros. Elementos. Composição. Efetividade. NATUREZA DA POESIA. POESIA = IMITAÇÃO. ORIGEM DA POESIA. Imitar (congênito). Causas naturais:. Conhecimento. Prazer. ELEMENTOS DA POESIA. Meio.
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A Poética de Aristóteles (1) 384-322 a.C.
OBJETO: A POESIA Natureza PERFEIÇÃO Gêneros Elementos Composição Efetividade
NATUREZA DA POESIA POESIA = IMITAÇÃO
ORIGEM DA POESIA Imitar (congênito) Causas naturais: Conhecimento Prazer
ELEMENTOS DA POESIA Meio Linguagem verbal (elocução, ritmo, canto e metro) Modos Narração e drama Objeto Ação praticada por homens, segundo os seus caracteres
CARACTERES Homens superiores iguais inferiores
GÊNEROS E CARACTERES Epopeia e tragédia Imagens de homens superiores Imagens de homens inferiores Comédia, sátira e paródia
POESIA: MODOS DE IMITAÇÃO Narrativa Terceira pessoa Primeira pessoa Ação direta Drama
COMÉDIA Imitação de homens inferiores Caráter ridículo
Epopeia Tragédia Imitação de homens superiores Epopeia Tragédia Metro, forma e extensão
Tragédia Metro Variado Forma Dramática Extensão Ação limitada a 24h (unidade de tempo) Epopeia Metro Único (hexâmetro) Narrativa Forma Extensão Tempo “ilimitado”
Todas as partes da poesia épica se encontram na tragédia, mas nem todas as da poesia trágica intervêm na epopeia
Tragédia Imitação de uma ação de caráter elevado, completa e de certa extensão, em linguagem ornamentada (...), que, suscitando o terror e a piedade, tem por efeito a purificação dessas emoções. Catarse (gr. kάϑarsiς[khátharsis]): purificação, purgação
Partes da tragédia Espetáculo Melopéia (canto, ritmo) Elocução (enunciados) Mito (imitação das ações; composição dos atos) Caráter (o que determina as qualidades do personagem) Pensamento (ideias; efeitos de sentido: retórica)
Elementos da tragédia Meios (2): elocução e melopeia Modo (1): espetáculo Objetos (3): mito, caráter e pensamento importante mito (trama dos fatos)
Objetos da tragédia Mito: imitação das ações e composição dos atos A ação e a sua trama constituem a finalidade da tragédia
O efeito trágico reside no mito Sem ação não haveria tragédia, mas poderia havê-la sem caracteres Trama dos fatos (entrecho, enredo ou intriga): articulação de peripécias e reconhecimentos
Objetos da tragédia 2. Caráter Caráter é o que revela certa decisão ou, em caso de dúvida, o fim preferido ou evitado; por isso, não tem caráter os discursos do indivíduo em que, de qualquer modo, se não revele o fim para que tende ou o qual repele.
Objetos da tragédia 3. Pensamento Consiste em poder dizer sobre tal assunto o que lhe é inerente e a esse convém. (...) É aquilo em que a pessoa demonstra que algo é ou não é, ou enuncia uma sentença geral.
Meios da tragédia 1. Elocução Enunciado dos pensamentos por meio das palavras, enunciado este que tem a mesma efetividade em verso ou em prosa.
Meios da tragédia 2. Melopeia (ornamento principal) Canto e ritmo
Modo da tragédia Espetáculo cênico [Elemento] mais emocionante, mas também o menos artístico e menos próprio da poesia. (...) mesmo sem representação e sem atores, pode a tragédia manifestar seus efeitos; além disso, a realização de um bom espetáculo mais depende do cenógrafo que do poeta.
Estrutura do mito trágico Tragédia: imitação de uma ação completa, constituindo um todo de certa grandeza “Todo” é aquilo que tem princípio, meio e fim
Mito bem composto Articulação necessária de princípio, meio e fim UNIDADE “Organismo”
Beleza Ordem e grandeza de um objeto que possa ser apreciado em sua unidade e totalidade
Grandeza ou extensão da tragédia Desde que se possa apreender o conjunto, uma tragédia mais bela será quanto mais extensa. (...) o limite suficiente de uma tragédia é o que permite que nas ações uma após outra sucedidas, conformemente à verossimilhança e à necessidade, se dê o transe da infelicidade à felicidade ou da felicidade à infelicidade
Unidade de ação Conexão entre os acontecimentos sucessivos, que não podem ser suprimidos ou deslocados, sem que se confunda ou mude a ordem do todo Não faz parte do todo o que não altera esse todo
Poesia e História História • diz as coisas que sucederam • refere-se ao particular Poesia • diz as coisas que poderiam suceder, segundo a verossimilhança e a necessidade; • refere-se ao universal (pois atribui a um indivíduo de determinada natureza pensamentos e ações que por liame de necessidade e verossimilhança, convém a tal natureza)
A poesia é algo mais filosófico e mais sério do que a história, pois refere aquela principalmente ao universal, e esta ao particular
O poeta deve ser mais fabulador que versificador; porque ele é poeta pela imitação e porque imita ações. E ainda que lhe aconteça fazer uso de sucessos reais, nem por isso deixa de ser poeta, pois nada impede que algumas coisas que realmente acontecem sejam, por natureza, verossímeis e possíveis e, por isso mesmo, venha o poeta a ser o autor delas.