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A Estratégia da Terapia Comunitária :

A Estratégia da Terapia Comunitária :. Distrito Sanitario Norte. Ubiratan Martins. No início um grande desafio: Como passar de um modelo que gera DEPENDÊNCIA para um modelo que nutre AUTONOMIA?

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A Estratégia da Terapia Comunitária :

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Presentation Transcript


  1. A Estratégia da Terapia Comunitária: Distrito Sanitario Norte Ubiratan Martins

  2. No início um grande desafio: • Como passar de um modelo que gera DEPENDÊNCIA para um modelo que nutre AUTONOMIA? • Como romper com a CONCENTRAÇÃO DA INFORMAÇÃO pelo técnico e fazê-la CIRCULAR, para que todos possam se beneficiar dela? • Como resgatar o SABER DOS ANTEPASSADOS indígenas e africanos e a competência adquirida por sua própria experiência de vida? • Como ajudar o grupo acreditar em si mesmo, na SUA PRÓPRIA COMPETÊNCIA? • (As igrejas dizem: vocês precisam acreditar no nosso deus) • (Os políticos: vocês precisam acreditar em nosso programa) • (Os técnicos: vocês precisam acreditar em nossas teorias) • Como ultrapassar uma prática especializada e limitada para ATINGIR UM SISTEMA MAIS AMPLO?

  3. Adalberto e Airton: o encontro de dois mundos - a periferia e a academia dos irmãos Barreto-

  4. Brasil :180 milhões de habitantes Brasil

  5. Grandes Centros Urbanos: São Paulo, Rio, Salvador, Brasília, Recife ... • Fortaleza: 5ª cidade brasileira: • - mais de 2 milhões de habitantes. • - mais de 600 favelas:com mais de 800.000 pessoas. Fortaleza Brasil

  6. Favela do Pirambu = 280.000 habitantes. • Comunidade de 4 Varas: uma das 100 comunidades organizadas da Favela do Pirambu, local onde iniciou a T.C. Fortaleza Brasil

  7. Há mais de 20 anos o Departamento de Saúde Comunitária da Universidade Federal do Ceará, no Nordeste do Brasil, iniciou um trabalho de apoio a famílias que vivem situação de risco, numa comunidade da Favela , coordenado pelo Prof. Dr. Adalberto Barreto, psiquiatra, antropólogo e terapeuta familiar. Foram oferecidos os seguintes serviços: Terapia Comunitária Cuidando do cuidador Atelier de Arte Terapia Farmácia Viva Teatro Escolinha Comunitária Casa da Cura

  8. O QUE É A TC ? • TERAPIA: cuidado, ajuda, apoio, atenção, assistência, serviço, atendimento, acolhimento, acompanhamento, tratamento, ... • COMUM + UNIDADE:pessoas que tem algo em comum que os une (uma COMUNHÃO = comum+união), tece vínculos, estabelece laços, agrega, junta: vivências, experiências, saberes, potenciais, competências, valores, recursos, capacidades, sofrimentos, dificuldades, problemas, desafios e busca de soluções e superações de forma solidária, através do apoio, da partilha e da troca recíproca. • TERAPIA + COMUNITÁRIA:cuidado, ajuda, apoio, atenção ...através da troca, da partilha, do intercâmbio ... de vivências e experiências de vida e saberes, potenciais, competências ... de maneira circular e horizontal. Cada um resgatando sua auto-estima e auto-confiança torna-se co-responsável na busca de auto-soluções solidárias, sendo terapeuta de si mesmo, com maior autonomia, independência e liberdade.

  9. A comunidade age onde a família e as políticas sociais falham. • A solução está no coletivo e em suas interações, no compartilhar, nas identificações com o outro no respeito as diferenças • Os terapeutas devem ser parte desta construção. Ambos tiram benefícios: a comunidade gerando autonomia e inserção social e os terapeutas curando-se de seu autismo institucional e profissional, bem como de sua alienação universitária Ênfase no trabalho de grupo, para que juntos partilhem problemas e soluções e possam funcionar como escudo protetor para os mais frágeis, sendo instrumentos de agregação e inserção social. O alvo da intervenção é o do sofrimento para a solução.

  10. CONTEXTO INTERNACIONAL Globalização, Neoliberalismo, Dominação, Exploração, Autoritarismo, Competitividade Perversa e Injusta pelo Poder e as Riquezas - o Dinheiro - entre : 1º Mundo e “o Resto”; Países, Classes Econômicas; Religiões; Cor de Pele; Gênero; Idade; Saberes; Profissões… Intolerância

  11. CAMPO DE INTERVENÇÃO • A TC tenta articular a dimensão biológica, psicológica, social e política dos problemas. Tem como ponto de partida uma “situação problema” apresentada por alguém da comunidade. É a partir dessa situação que a equipe terapêutica passa a estimular e favorecer o crescimento do indivíduo e das pessoas mais próximas a ele na busca de autonomia e liberdade. Tudo isso se realiza num processo de questionamentos em todos os níveis: psico-corporal-relacional e político.

  12. Objetivos da Terapia Comunitária • Valorizar o papel da família e da rede de relações que ela estabelece com seu meio • Reforçar a dinâmica interna de cada indivíduo e de cada família para que eles possam descobrir seus valores, suas potencialidades, tornar-se mais autônomos e menos dependentes • Favorecer o desenvolvimento comunitário, prevenindo e combatendo as situações de desintegração dos indivíduos e das famílias, através da restauração e fortalecimento dos laços sociais e de encaminhamentos sócio-econômico-educacionais • Tornar possível a comunicação entre as diferentes formas de “saber popular”, “ saber científico” e “saber político” • Mobilizar os recursos e competências culturais locais. • A comunidade deve funcionar como “ agente terapêutico” no processo de inserção social • A terapia comunitária permeia os múltiplos aspectos da construção social (saúde-educacional-político-econômico)

  13. METODOLOGIA: Etapasda Sessão de Terapia Comunitária • ACOLHIMENTO ( 10-15’) • ESCOLHA DO TEMA ( 10-15’) • CONTEXTUALIZAÇÃO ( 10-20’) • PROBLEMATIZAÇÃO: Reflexão do Grupo(40-50’) 5. ENCERRAMENTO : Rituais de Agregação e Conotação Positiva(15’)

  14. TERAPEUTA COMUNITÁRIO FUNÇÕES: • Mobilizar, acolher e conduzir a terapia comunitária. • Saber dos princípios, objetivos, método e limites • Suscitar a partilha • Facilitar a construção de uma rede solidária • Focar nas competências das pessoas e do grupo • Conhecer e articular com a rede de apoio social local • Conhecer diferentes códigos de expressão cultural

  15. A teia da aranha : um símbolo • Os índios Tremembé dançam o Torém: eles invocam e imitam os animais com os quais aprenderam uma lição. • Com a dança da aranha eles nos lembram que a aranha sem a teia é como o índio sem a terra, a aranha sem a teia é como uma comunidade sem vínculos.

  16. Os Pilares Teóricos da Terapia Comunitária 1- PENSAMENTO SISTÊMICO: TOTALIDADE Todos somos parte do problema e parte da Solução. 2- TEORIA DA COMUNICAÇÃO: RELAÇÃO = COMUNICAÇÃO Todo sintoma tem valor de Comunicação. 3- ANTROPOLOGIA CULTURAL: CULTURA=REFERÊNCIA A Cultura em sua Diversidade é a base da Identidade. 4- RESILIÊNCIA - A Experiência gera competência. 5- PEDAGOGIA DE PAULO FREIRE: EDUCAÇÃO=RELAÇÃO A Educação como prática de Liberdade e Autonomia. 6- PSICOTERAPIA CORPORAL: ANÁLISE BIOENERGÉTICA* III CBTC

  17. Modelo “Salvador da Pátria” X Modelo Sistêmico Sistêmico Salvador da Pátria

  18. Baseia-se na falta, na carência,no negativo,no pecado… O Modelo do “Salvador da Pátria” Modelo judeu-cristão

  19. Gera um sentimento de insegurança e culpabilidade O Modelo do “Salvador da Pátria”

  20. Busca um doutor, um “salvador” um gurúo único capaz de salvar, libertar do mal O Modelo do “Salvador da Pátria”

  21. O Modelo do “Salvador da Pátria” • CONSEQUÊNCIAS: • Cada um quer mudar, curar o outro • Há uma concentração de informação num indivíduo • A solução vem de fora e é centrado no unitário • Gera dependência, nutre o “iluminado” o salvador

  22. Emergem as inovações e auto-soluções Modelo Sistêmico • Baseia-se na competência das pessoas. • Não se busca identificar fraquezas, carências • Promove-se uma circulação da informação • Tenta-se suscitar a co-responsabilidade

  23. Cada um procura mudar a sí mesmo e não ao outro Modelo Sistêmico Conseqüências • Há uma circulação da informação e é centrado no comunitário • Há reconhecimento pelo grupo das competências individuais • Cada um é parte do problema e parte da solução • Valoriza-se o positivo, a autonomia e a co-responsabilidade

  24. Terapia Comunitária: Resgata… Valoriza competências… da comunidade da família do indivíduo

  25. Desenvolvimento da Terapia Comunitária: Preparação do Terreno: Escolher um espaço comunitário: igreja, sindicato, escolas, pátios de centros de saúde e até mesmo debaixo de uma árvore. Aproveitar a aglomeração natural de pessoas… • Visitar as lideranças comunitárias • Procurar identificar e pedir apoio das pessoas chaves da comunidade

  26. 1 1. Acolhimento (10-15”) Dar as boas vindas • Celebração dos aniversariantes • O que é a terapia comunitária? • As regras: silêncio; não julgar;não fazer discurso; falar usando o Eu; Sugerir música, história, piada • Propor uma dinâmica PSICO-CORPORAL-RELACIONAL

  27. 2 2. ESCOLHA DO TEMA (10-15”) - Solicita que as pessoas falem de forma suscinta suas dificuldades dizendo seu nome e qual sua preocupação - Reforça a necessidade de se falar, de se expressar: “Quando a boca cala O CORPO FALA, quando a boca fala O CORPO SARA” Quando todos falarem, o terapeuta deve restituir ao grupo a síntese e pedir que as pessoas se pronunciem para a escolha do tema do dia… faz-se votação Aqui você pode abrir seu coração e falar sem medo de ser julgado ou ser mal entendido. As pessoas que estão aqui são responsáveis e com certeza saberão escutá-lo sem julgamentos

  28. 3 3. CONTEXTUALIZAÇÃO ( 10-20”) • Pedir para o tema escolhido ser apresentado. • Lembrar que todos podem perguntar • No final agradecer a pessoa que trouxe o problema e dirigir-se ao grupo para a etapa seguinte.

  29. 4 4. PROBLEMATIZAÇÃO ( 40-50”) • É o momento da reflexão do Grupo • Exemplo: • Quem já vivenciou algo parecido e o que fez para resolver? • Quem já sofreu a dor da solidão e o que fez para resolver? • Quem já sofreu descriminação e o que fez para resolver?

  30. 5 5. CONCLUSÃO (15”) RITUAIS DE AGREGAÇÃO E CONOTAÇÃO POSITIVA • Formada a grande Teia, a Roda Solidária, pedir para que fiquem balançando para um lado e para outro • Conotação positiva da pessoa escolhida: agradecê-la por sua confiança no grupo, por ter aberto seu coração. • Sugerir músicas apropriadas • Pedir para que as pessoas também ressaltem o que aprederam com a história da pessoa ou dizerem o que mais admiraram nela e • O que estou levando desta terapia hoje.

  31. REFLEXÕES: POSSIBILIDADES E IMPLICAÇÕES TEORIA – METODOLOGIA E DIMENSÃO SOCIAL DA TERAPIA

  32. REFLEXÕES: POSSIBILIDADES E IMPLICAÇÕES TEORIA – METODOLOGIA E DIMENSÃO SOCIAL DA TERAPIA

  33. TERAPEUTA COMUNITÁRIO PERFIL : • leigo ou profissional, que faça capacitação e: • participe de atividade de liderança e/ou voluntária no fortalecimento de redes sociais • interpelado pela realidade social e existencial • legitimado pela comunidade • co-responsável pela construção de uma cultura solidária • trabalhe em equipe numa perspectiva transcultural • flexível, motivado ao aprimoramento contínuo. • aberto a inovações, a diversidade sócio-cultural e evite todo dogmatismo ideológico propiciador de dominação e exclusão

  34. Filosofia • Nossa proposta rompe com o pensamento dominante que considera: • “ O povo é ignorante e nós precisamos educá-lo” • “A tradição é um obstáculo ao progresso” • “Só existe um modelo de intervenção válido” • Toda sociedade humana dispõe de mecanismos terapêuticos válidos e culturalmente relevantes que reforçam e valorizam a trajetória de vida e a identidade de seus membros • respeito à diversidade cultural e a seus sistemas de representação. • As possibilidades de promoção da saúde e de prevenção e cura do sofrimento psíquico incluem tantas formas quanto são as distintas realidades, sociedades e culturas presentes na humanidade

  35. CONTEXTO INTERNACIONAL Contradições (Riqueza X Pobreza; Acúmulo X Carência; Desenvolvimento Tecnológico -“Fetiches” X Miséria Econômica…); Guerras;Catástrofes Ecológicas;Exclusão, Abandono, Isolamento, Insegurança, Migração, Desagregação, Desemprego, Violência, Stress, Tensão, Medo, Sofrimento Psicossomático, “Psíquico” e Social… Miséria Afetiva Coletiva

  36. Migração: Consequência do Modelo Político-Econômico Internacional Consequência da migração para os grandes centros urbanos: Perde-se Vínculos e Laços com a Terra, a Comunidade e a Família, os Valores, a própria Identidade Cultural, a Auto-Estima, promovendo Isolamento, Dependência e Passividade e/ou Luta pelo Poder, Tráfico, Armas e Drogas...

  37. Favelas: espaços de exclusão social • Exclusão, Isolamento, Abandono,Insegurança, Tensão, Medo, Desespero, perda da Auto-Estima, Luta pela Sobrevivência, Violência e Desintegração Social. • Indivíduos desvinculados: sem Laços, Vínculos, uma Base, Raiz ou Chão que lhes dê Confiança, Segurança, Auto-Estima e Sentimento de Pertença. • A exclusão dos seus afetos, seu potencial e seu saber (e de seus antepassados) promovem a “síndrome da miséria afetiva”, resultando na perda da confiança em si, isolamento, alienação, dependência, passividade e submissão, uma atitude de fracasso, auto-exclusão, auto-abandono, auto-desvalorização, culpa ...e/ou rebeldia, luta pelo poder através da força bruta, da Violência...

  38. Estes contextos exigem a criação de NOVOS MODELOS TERAPÊUTICOS que sejam capazes de promover uma ação criativa e efetiva, que nos permita: • Perceber o homem e seu sofrimento numa Rede Relacional • Ver além do sintoma: “quem olha o dedo que aponta a estrela jamais verá a estrela” • Identificar não só a extensão da patologia mas também o Potencial de Saúde daquele que sofre • Fazer da Promoção e da Prevenção uma preocupação constante e uma tarefa de todos

  39. Foi criada a TERAPIA COMUNITÁRIA - TC É UMA ESTRATÉGIA DE CONSTRUÇÃO DE REDES SOCIAIS SOLIDÁRIAS QUE VALORIZA O SABER E A COMPETÊNCIA DOS INDIVÍDUOS, DAS FAMÍLIAS E DA COMUNIDADE . - PROCURA-SE SUSCITAR A DIMENÇÃO TERAPÊUTICA DO PRÓPRIO GRUPO.

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