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Fixação Biológica do Nitrogênio FBN

Fixação Biológica do Nitrogênio FBN. Ênfase em leguminosas. Fotos: Stoller do Brasil Ltda. A ANPII.

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Fixação Biológica do Nitrogênio FBN

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Presentation Transcript


  1. Fixação Biológica do Nitrogênio FBN Ênfase em leguminosas Fotos: Stoller do Brasil Ltda.

  2. A ANPII • A Associação Nacional dos Produtores e Importadores de inoculante é uma entidade sem fins lucrativos que congrega produtores e importadores de inoculante, visando difundir o uso deste importante insumo biológico, bem como desenvolver ações contínuas para o melhoria de qualidade dos produtos colocados à disposição dos agricultores. • Fundada em 1990, a entidade vem seguidamente realizando palestras e outras ações que levam ao agricultor brasileiro as mais atualizadas informações sobre esta importante tecnologia. • Com este curso, a ANPII leva a informação aos agrônomos, técnicos agrícolas, estudantes de agronomia e agricultores, mostrando os aspectos teóricos e práticos para a máxima rentabilidade das lavouras de leguminosas.

  3. Empresas filiadas à ANPII Para acessar as páginas das empresas, vá até a página da ANPII: www.anpii.org.br

  4. Estrutura do curso • O curso está estruturado de forma a dar uma continuidade entre todos os tópicos, visando a formação de um raciocínio lógico entre os diversos módulos. Assim, é importante que se termine e entenda perfeitamente o conteúdo de um módulo antes de passar para o seguinte. Para navegar dentro dos módulos, clique nos botões de Informação - - e será encaminhado para outro slide com a ampliação das informações. Após, clicar no botão de retorno - - e retornará ao slide no qual se encontrava. • Responda às questões do final do módulo antes de acessar o gabarito, para ver se de fato entendeu bem. Se o acerto foi baixo, refaça o módulo, procurando focar nas questões onde ocorreram os erros. • Entre nas páginas cujos links se encontram nas aulas ou no final do curso. Eles trazem informações sobre o assunto.

  5. Módulo 1 A importância do nitrogênio para o seres vivos. O N na natureza. O papel dos microrganismos. A transformação do N atmosférico em N assimilável pelas plantas.A fixação biológica.

  6. A importância do nitrogênio para a vida na terra • Todos os seres vivos necessitam de proteínas para seus processos vitais. E como as proteínas possuem elevadas quantidades de nitrogênio, este nutriente é essencial para todos os seres vivos da terra. Os animais herbívoros assimilam nitrogênio através dos pastos, os carnívoros através da proteína de outros animais e os onívoros, como o homem, tanto pelas proteínas vegetais como animais. • Nenhum ser vivo, a não ser alguma espécies de microrganismos, possui a capacidade de aproveitar o nitrogênio existente no ar. • Este é um dos paradoxos da natureza. O N existe em abundância na atmosfera: 79% do ar é composto de nitrogênio mas, ao mesmo tempo, este nutriente é considerado escasso nos solos e caro para a alimentação.

  7. A química do N na natureza • Esta indisponibilidade do N atmosférico ocorre porque a forma como ele se encontra é uma molécula com tríplice ligação, tornando a molécula muito pouco reativa - N N. • Para romper esta ligação há necessidade de grande quantidade de energia. Para transformar o N atmosférico em amônia nas indústrias de fertilizantes, é necessária uma temperatura de 500º C e 250 atm. de pressão, além do consumo de elevadas quantidades de gás natural. • A reação: N2 + 3 H2 2 NH3 • Quando ocorrem descargas elétricas na atmosfera, durante as tempestades, uma certa quantidade de moléculas de N2 é rompida e o nitrogênio, aí sob a forma de óxidos, é carreado pelas chuvas para o solo. Estima-se, de uma maneira geral, que este aporte do nutriente seja, em média, de 10 kg/ha, variando para mais em regiões tropicais e para menos em regiões frias.

  8. A transformação biológica do nitrogênio • Aparentemente paradoxal, por sua abundância no ar e escassez no solo, o N conta com mecanismos biológicos para sua incorporação ao sistema solo-planta. • Um grupo de microrganismos, chamados diazotróficos, que habitam o solo e outros ambientes, possui a capacidade de, em condições ambientais, combinar o nitrogênio com amônia, incorporando-o às cultura perenes ou anuais. Durante milhares de anos as plantas foram abastecidas de nitrogênio graças ao aporte pelas chuvas e pelo sistema biológico. • Como estes microrganismos realizam a reação? Na forma de vida livre ou em associações simbióticas, estas bactérias ou os sistemas por eles gerados, possuem um complexo enzimático denominado Nitrogenase, que catalisa a reação, tornado-a possível sem as condições drásticas de energia necessárias quando não se dispõe do catalisador biológico. Você lembra como atua um catalisador? Se não lembrar, clique no ícone ao lado e vá até o slide que mostra isto. • De uma forma esquemática, estas transformações do N na natureza podem ser sintetizadas no Ciclo do Nitrogênio. Clique no ícone para ver:

  9. Os organismos fixadores de nitrogênio • Por fixação do nitrogênio entende-se o processo pelo qual este elemento passa da forma molecular como se encontra na atmosfera, para uma forma química, orgânica ou inorgânica, disponível para organismos. Assim, tanto o processo químico como os processos biológicos são classificados como formas de fixar o nitrogênio. • Na natureza existe um número ainda não determinado de microrganismos capazes de fixar o nitrogênio. Ano após ano descobrem-se novos microrganismos, em sua maioria oriundos do solo, que realizam o processo e incorporam o nutriente ao solo. • De uma forma didática, estes organismos podem ser classificados em três categorias: • De vida livre não associativos • De vida livre associativos • Simbióticos. • A grande maioria dos estudos sobre fixação é sobre bactérias, mas existem outros organismos fixadores, como algas (Azola, p.ex.). Alguns fungos também podem fixar N mas sob condições muito específicas, segundo alguns autores.

  10. "A mente que se abre a uma nova idéia, jamais voltará ao seu tamanho original." (Albert Einstein)

  11. Bactérias fixadoras • De vida livre, não associativas. • Estas bactérias vivem de forma livre no solo e algumas em água, mais ou menos independente da cobertura vegetal e das condições de solo. Ocorrem com mais intensidade em solos com elevado teor de matéria orgânica, pois ali encontram nutrientes em grande quantidade. Estas bactérias possuem a enzima nitrogenase em seu corpo, fixam o N para formar suas proteínas e depois o liberam para o solo. • Os principais gêneros deste tipo são: • Azotobacter • Derxia • Beijerinckia • Clostridium (anaeróbica)

  12. Bactérias fixadoras • De vida livre associativas • Estas bactérias podem viver livremente no solo mas também se associam com raízes de várias plantas, alojando-se nas camadas superficiais das raízes, fixando nitrogênio e transferindo parte deste para a planta. • Alguns autores as classificam associativas facultativas e obrigatórias. • Hoje estas bactérias são objeto de muitos estudos, já estando em desenvolvimento inoculantes para uso em diversas gramíneas, como milho, trigo, arroz e cana de açúcar. Além do efeito na fixação do N, estas bactérias também tem, em maior ou menor grau, poder de estimular o enraizamento das plantas, pela produção de hormônios de crescimento. • O principais gêneros são: • Azotobacter (A. paspali) • Azospirillum • Herbaspirillum • Burkholderia • Glucanoacetobacter

  13. Vamos curtir Portinari?

  14. Bactérias fixadoras • Simbióticas • Como o nome está dizendo, estas bactérias formam sistemas simbióticos com plantas, criando novas estruturas – nódulos – onde vai ser gerada a enzima nitrogenase e um complexo sistema bioquímico. A enzima nitrogenase não existe na planta e nem na bactéria. Só será formada dentro da nova estrutura. • A simbiose só ocorre nas plantas da família das Leguminosas. • No interior do nódulo ocorre a transformação do nitrogênio molecular, aportado pela solução do ar no solo, em amônia, que vai sofrer diversas transformações e se deslocar através da seiva para a parte aérea da planta. Por sua vez, a bactéria vai se nutrir de carboidratos aportados pela planta, formando, assim, um típico sistema simbiótico. • Este sistema é conhecido desde o sec. XIX e vem sendo utilizado na agricultura desde meados do Sec. XX. Hoje, o uso destas bactérias já se constitui em uma excelente tecnologia agrícola, trazendo benefícios tanto para aumento de produtividade nas culturas de leguminosas, como no enriquecimento do solo em nitrogênio, melhorando sua fertilidade. Clique no ícone ao lado e veja como se forma o nódulo:

  15. Questões importantes. • Tente responder estas questões sem olhar nos slides anteriores. Depois confira os acertos (esperamos 100%...) • Como se explica que o nitrogênio sendo tão abundante na atmosfera seja escasso nos solos e sua aquisição sob forma de fertilizante mineral tão cara? • Porque a reação de transformação do N2 em amônia requeira tanta energia quando feita no laboratório e se realize à temperatura ambiente no interior do nódulo? • Qual a diferença fundamental entre as bactérias de vida livre e as simbióticas?

  16. Fim do primeiro módulo

  17. Módulo 2 O inoculante. Classificação do rizóbio. Seleção de estirpes. Produção. Padrões de qualidade. Número de bactérias por semente. Cadeia do inoculante.

  18. Inoculantes • Inoculante, por definição legal, tal como se encontra na legislação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, é “todo o produto que contenha microrganismos favoráveis ao crescimento de plantas”. • Como vemos, o inoculante contém microrganismo sendo, portanto, um produto vivo. Esta é a forma de se inserir a bactéria no solo, para estar presente junto às raízes, no momento em que esta se formar a partir da germinação das sementes. • Como veremos adiante, hoje existem inoculantes em duas formas físicas: sólidos (em pó, tendo a turfa como sua suporte para as bactérias) e fluídos (líquidos, com a bactéria estabilizada em seus processos metabólicos por protetores celulares). • Antigamente as bactérias fixadoras eram todas classificadas dentro de um gênero, Bacillus radicícola. Posteriormente foram classificadascomo Rhizobium e, atualmente com os novos critérios de genética são classificadas em diversos gêneros e espécies. • É importante que se saiba que as bactérias são específicas para determinados grupos de plantas. Assim, um gênero que nodula a soja não irá nodular o feijão e vice versa. No slide a seguir vemos a tabela de classificação.

  19. Estirpes • Além da divisão em gênero e espécie, as bactérias se subdividem em estirpes, antigamente chamadas raças (strains, em inglês, cepas em espanhol e souches em francês). Estas estirpes se diferenciam entre si pela maior ou menor capacidade de fixar o nitrogênio e transferi-lo para as plantas. • Assim como se selecionam plantas e animais por suas características produtivas, também existe um enorme trabalho para selecionar estirpes de rizóbios, para que as mais produtivas sejam incorporadas ao inoculante. As estirpes selecionadas passam a ser recomendadas e são cadastradas pelo MAPA para que possam ser usadas na produção de inoculantes. Por lei, as empresas só podem produzir Inoculantes com as estirpes recomendadas, o mesmo acontecendo com empresas estrangeiras que exportam seus Inoculantes para o Brasil • O Brasil tem um sistema de seleção e de recomendação que é modelo para o mundo, pois o sistema já tem mais de vinte anos de funcionamento e as estirpes usadas no país são de alta eficiência. • Entidades como a Embrapa Soja, a Embrapa Cerrado, a Embrapa Agrobiologia e a EMBRAPA Centro Oeste, bem como a FEPAGRO (P. Alegre, RS) e o IAC (Campinas, SP), entre outras, mantém um intenso programa de seleção de estirpes. • Após o processo de seleção os trabalhos são apresentados na reunião da RELARE (Rede de Laboratórios para Recomendação, Padronização e Difusão de Tecnologia de Inoculantes Microbianos de Interesse Agrícola) e, se aprovados o MAPA cadastra as estirpes. • O processo de seleção é longo e complexo. Começa em casa de vegetação, em vasos com areia e solução nutritiva, passa para vasos com solo e depois são feitos testes de campo em diversas regiões do Brasil, com experimentação em rede, por três ou mais anos.

  20. Classificaçãodo rizóbio

  21. Cansou? Viaje um pouco por estas montanhas 24

  22. Produção de inoculante • Já vimos que os inoculantes devem ser produzidos com estirpes selecionadas. Estas estirpes ficam guardadas em um Banco de Estirpes, localizado na FEPAGRO, órgão da Secretaria de C&T do R. G. do Sul, em Porto Alegre. Anualmente este Banco envia as estirpes liofilizadas para as empresas registradas no MAPA (o registro é condição obrigatória para a produção). • Aí se inicia todo um processo super cuidadoso visando a produção do inoculante. A ampola recebida é aberta cuidadosamente em câmara assética (câmara de fluxo laminar) e repicada para tubo ou placa de Petri com meio de cultura apropriado, onde irá se desenvolver. A seguir, vai sendo cultivada sempre em maior escala, até chegar aos fermentadores para ser cultivada em grande volume de meio de cultura líquido. Conforme a indústria, há fermentadores de diversos tamanhos,podendo variar de 200 a 2.000 L ou mais. Estes fermentadores são aerados com ar filtrado em filtros absolutos. O caldo também é permanentemente agitado, para perfeita homogeneização do crescimento bacteriano. • Aliás, você conhece a curva típica de crescimento bacteriano? Se não lembra, clique no ícone ao lado para ver.

  23. Produção de inoculante • Após o caldo atingir uma elevada concentração (acima de 5 X 109 bactérias por mL), é feita a segunda etapa do processo: mistura com a turfa (inoculante em pó) ou com os protetores celulares (inoculante líquido). • No caso do pó, a turfa é extraída da jazida, seca, moída e tem seu pH corrigido. A seguir é embalada já na embalagem final e enviada para esterilização por raios gama, para eliminar todos os microrganismos ali existentes, ficando apta a receber a cultura do rizóbio que crescerá livre de competição e antagonistas. Como operação seguinte, o caldo é injetado nos pacotes e o inoculante ficará alguns dias em maturação para que a bactéria se desenvolva na turfa. • No caso do líquido, a bactéria é misturada com substâncias protetoras, também esterilizadas, e daí vai para as embalagens finais, que podem ser frascos ou sachês, conforme a empresa. • Todas estas operações são de extrema complexidade e devem ser executadas por pessoal especializado e em ambientes dotados da maior assepsia, pois o risco de contaminação por microrganismos do ar é muito grande. • O que sempre deve ser transmitido ao agricultor é que o inoculante é um produto de alta tecnologia, apesar de seu baixo preço. Dentro de cada pacote de inoculante existe um grande trabalho de pesquisa, feito por cientistas de alta capacidade e uma produção super cuidadosa, para garantir um produto de elevada qualidade.

  24. Padrões de qualidade • O inoculante hoje é regulado por Lei específica e por diversas portarias do MAPA, visando garantir que o produto chegue dentro das condições especificadas às mãos do agricultor. Os fiscais do Ministério fiscalizam rigorosamente as empresas de inoculantes, coletando amostras que são enviadas ao laboratório de referência (FEPAGRO) para análise oficial. As empresas que tiverem amostras fora do padrão poderão ser penalizadas por multas, embargo do produto ou até suspensão ou cassação do registro. • Para obter registro, um inoculante deverá garantir no mínimo 1 X 109 (um bilhão) de células de Rhizobium/Bradyrhizobium por grama ou mL de produto até o final do prazo de validade, que não poderá ser menor que seis meses. Cada empresa poderá registrar qualquer concentração acima desta, garantindo-a até o vencimento. • O inoculante também deverá ter um baixo nível de contaminantes. A legislação exige que o inoculante não apresente contaminantes abaixo da diluição 1 X 10-5

  25. Não sabendo que era impossível, ele foi lá e fez.

  26. Número de bactérias por semente • Tão importante quanto se ter um elevado número de bactérias por grama, é se saber quantas bactérias são necessárias por semente, para se obter uma elevada nodulação. Já vimos no Módulo 1 que as bactérias deverão estar ao redor do pelo radicular para que este se curve e forme o nódulo. A pesquisa vem trabalhando há alguns anos para determinar o número mínimo de bactérias que deverão ser colocadas em torno de cada semente, para que tenhamos uma nodulação eficaz. • Esta número era de 80.000 ha 15 anos, depois aumentou para 16.000, mais tarde para 300.000, para 600.000 e, atualmente, a recomendação da RELARE e da Reunião de Pesquisa de soja é de 1.200.000 bactérias por semente, embora na legislação ainda permaneça o número de 600.000 bact/sem. • Por que será que houve um aumento tão grande? Dois fatores são primordiais: • Aumento da produtividade da soja. Há alguns anos atrás a produtividade era de 1.800 a 2.200 kg/ha. Atualmente exige-se no mínimo 3.000 kg/ha. Ora, se necessitamos mais grãos, também necessitamos mais nitrogênio, o que exige mais bactérias. • Uso de produtos (fungicidas, inseticidas e micro nutrientes) nas sementes. Estes produtos, em maior ou menor grau, causam mortalidade de bactérias, o que exige que se coloque um número mais elevado, prevendo uma taxa de mortalidade. Este assunto, produtos no tratamento das sementes, será visto no módulo 4 • Se desejar ver resultados que mostrem o efeito do número de bactérias por semente, clique no ícone ao lado

  27. Evolução do número de bactérias por semente – recomendação da pesquisa Atual, aprovado Em 2008 Bact/sem. Cálculo do número de bactérias por semente: Conc. Inoculante X dosagem Bact/sem. = ------------------------------------ 350.000 350.000 = Número médio de sementes em uma saco de 50 kg.

  28. INFORMAÇÃO ADEQUADA FISCALIZAÇÃO ASSISTÊNCIA TÉCNICA PRODUTOR DE INOCUL. AGRICULTOR PESQUISA INOCULANTE DE ALTA QUALIDADE USO CORRETO DO PRODUTO ESTIRPES EFICIENTES Cadeia do inoculante Elaboração: Solon C. de Araujo

  29. A cadeia doinoculante • A cadeia do inoculante começa com a pesquisa, que seleciona estirpes de elevada eficiência e as disponibiliza para a produção dos inoculantes. • Por sua vez, os produtores de inoculante tem a obrigação de oferecer produtos de elevada qualidade, com concentrações de bactérias que permitam atingir 1 milhão e duzentas mil bactéria por semente em doses viáveis para o agricultor. • À assistência técnica cabe difundir a noção da importância do inoculante para o processo produtivo e a maneira correta de seu uso. • A fiscalização deve assegurar que o produto que chega ao agricultor esteja dentro dos padrões de garantia. • Finalmente, o agricultor, beneficiário final de todo o processo, deve usar corretamente o produto, tratando-o como um insumo de elevada importância para a produtividade de sua lavoura. • Assim, o inoculante é uma cadeia, onde cada um deve fazer corretamente seu papel. Basta que um dos agentes falhe em seu trabalho para que toda a tecnologia se perca e não resulte em benefício. Todos, como em uma equipe, devem fazer bem seu papel para que o agricultor tenha ganhos de produtividade com o uso de inoculante.

  30. Cada um tem que fazer sua parte bem feita...

  31. Questões importantes • Pode-se inocular sementes de feijão com um inoculante para soja? Porque? • Pela legislação hoje existente, uma empresa que selecione uma ótima estirpe de Bradyrhizobium pode produzir inoculantes com ela? • Uma empresa deseja registrar seu inoculante com 500 milhões de bactérias por grama. O MAPA aceitará este registro? E com 2 bilhões por grama? • Um inoculante com concentração de 4 milhões de bact/g e usado na dosagem de 120 g/saca 50 kg, quantas bactérias aportará por semente? Este número está dentro do recomendado pela pesquisa?

  32. Parabéns • Você terminou mais uma módulo, já está na metade do curso. • Se tiver dúvidas ou desejar enviar sugestões, nos contate através do “Fale conosco” da página www.anpii.org.br

  33. Módulo 3 Resultados experimentais com o uso de inoculantes.Ganhos da inoculação para a cultura seguinte.

  34. Crenças... • O uso de inoculante é essencial em plantio de primeiro ano, pois a bactéria ainda não existe no solo e, sem ela, não haverá N disponível para a planta. Nos primeiros plantios de soja no cerrado, sem o uso de inoculante, as plantas não cresciam, ficavam amareladas e só se obtinha produção com a adubação com N mineral. Posteriormente, com a seleção de estirpes de Bradyrhizobium adequado ao cerrado, as plantas nodularam abundantemente e hoje todos conhecem as notáveis produtividades alcançadas nos solos sob cerrado. • Entretanto, nos anos seguintes, depois de vários cultivos sucessivos, a bactéria se estabelece no solo e vai produzir nódulos mesmo sem o uso continuado do inoculante. Estes nódulos irão fixar nitrogênio, o que pode levar à crença de que a inoculação não será mais necessária. • Inúmeros agricultores deixam de usar o produto por acreditarem que novas inoculações não resultam em aumentos de produtividade, deixando, assim, de obter maiores ganhos em suas lavouras. • O simples fato de existirem nódulos em uma planta não é segurança de se obter muito N. Como vimos anteriormente, a soja necessita de grandes quantidades de N e isto só pode ser obtido com nódulos vigorosos e no sue máximo potencial de fixação, o que é obtido com o uso anual de inoculante

  35. Dados de pesquisa • A pesquisa demonstra de forma inequívoca que a reinoculação, ou seja, a inoculação anual, traz resultados altamente compensadores no aumento de rendimento nas lavouras. • Há, também vários trabalhos demonstrando que uma leguminosa, além de fixar todo o N que ela necessita, deixa o solo enriquecido neste nutriente, o que vai beneficiar a cultura seguinte. • Nos slides seguintes vamos expor vários trabalhos que demonstram isto de forma muito clara. São dados de diversas entidades de pesquisa, resultado do trabalho de vários anos de muitas instituições de pesquisa e em diversos locais do Brasil

  36. DADOS DE PESQUISA + 8% Adaptado de ComunicadoTécnico 74 -Embrapa

  37. Comentários • Estes resultados são de um ensaio feito pela Embrapa Soja em Jaciara, no MT, em um solo onde havia sido plantada soja inoculada por cinco anos seguidos. No sexto ano foi montado o ensaio e os resultados mostram que o Bradyrhizobium existente no solo foi suficiente para fazer a soja produzir 2.500 kg/ha. • Entretanto, quando se fez uma nova inoculação houve um aumento de 8%, mostrando que a bactéria existente no solo é suficiente para um determinado nível de produtividade. Mas se queremos produzir mais, é necessário fazer uma nova inoculação. • É interessante notar que no tratamento com 30 kg de N no sulco e mais a inoculação, teve uma produção mais baixa. Poderíamos supor que o N mineral mais o N da FBN poderia aumentar a produção de grãos, mas o efeito foi contrário. Isto se deve ao fato de que o N mineral na base inibe a formação de nódulos e, portanto, prejudica o fornecimento de N durante o ciclo da planta. Isto será melhor explanado do módulo 4.

  38. Em 13 experimentos conduzidos em 7 locais, a reinoculação aumentou o rendimento em até 23% e o N total dos grãos em até 25%. Reinoculação Experimentos em Rede Nacional (Embrapa Soja, Embrapa Cerrados, Embrapa Arroz e Feijão, Embrapa Trigo, Embrapa Agropecuária Oeste, FECOTRIGO, UFRGS).Mariângela Hungria – Embrapa Soja

  39. Ganhos de produtividade

  40. Mais resultados • Universidade de Uberlândia, em áreas com cinco anos de cultivo de soja. Este experimento foi encomendado pelos próprios agricultores, através da Fundação Triângulo, de Uberaba, MG. • Inoculante em pó, aumentou o rendimento de grãos em 29% • Inoculante líquido em 27% • Resultados apresentados na reunião da soja, 12 a 14 de agosto de 2003, Uberaba.

  41. Resultados da RELARE - 2004 • Trabalhos realizados nos estados do RS, PR, MT, DF e GO • Foram instalados 29 ensaios com populações médias da bactéria nos solos de 103 a 105 células / grama. • Ensaios com rendimentos acima de 2.400 kg/ha. • Em todos os ensaios, foram obtidos incrementos médios de produtividades de 8% com a reinoculação. • A reinoculação proporcionou incrementos de até 1.950 kg/ha. Mariângela Hungria – Embrapa Soja, 2004

  42. E daí? Vale ou não vale a pena inocular todos os anos? • Os dados são incontestáveis. Existem muito mais resultados, de diversas partes do Brasil e de outros países comprovando as vantagens da inoculação anual. • Uma pesquisa na literatura trará ainda mais resultados que devem ser usados pelos agrônomos da assistência técnica para mostrar ao agricultor as vantagens econômicas desta prática agrícola. • A seguir, vamos ver como a inoculação, além de aumentar a produtividade na leguminosa, ainda vai economizar nitrogênio para a cultura que a suceder, seja milho, trigo, arroz ou outra.

  43. Tá bom...um cafezinho, um pequeno descanso.

  44. Efeito da nodulação da soja na produção de trigo 1.974 2.000 1.529 1.500 Prod. de 1.000 trigo (kg/ha) 500 0 Soja. nod Soja. não nod Linhagens de soja Efeito de inoculação na cultura seguinte Neste experimento, foram plantadas áreas com soja nodulada e ;áreas com soja não nodulada. Após a colheita da soja, foi plantado trigo. Na área onde a soja estava nodulada, o trigo produziu 30% a mais do que na área de soja sem nódulos. A soja, além de produzir o N total para sua produção, ainda deixou N no solo para beneficiar o trigo. Adaptado de Mascarenhas, H.A.A. et al – 2003.

  45. Comentários • Como podemos ver nos slides anteriores, a inoculação é um processo gerador de rentabilidade para o agricultor, seja pelo aumento da produtividade na leguminosa em que é usado, seja pela economia de nitrogênio na cultura que a sucede. • Esta tecnologia é umas poucas que pode ser utilizada por todos os agricultores, desde os mais capitalizados até os de menor porte,pois o investimento para sua utilização é extremamente baixo, estando ao alcance de todos. • Assim, para se obter mais lucro com pouco investimento, o uso de inoculante é uma excelente ferramenta. Entretanto, vale enfatizar que todos devem fazer corretamente seu papel na cadeia: a pesquisa, a assistência técnica, o produtor de inoculante, os órgãos de fiscalização e o agricultor.

  46. FBN em outras leguminosas • Nos slides anteriores falamos muito sobre soja, mas isto não significa que outras leguminosas não possam se beneficiar do processo de fixação do nitrogênio. Muito pelo contrário. • Feijão, feijão caupi, amendoium, trevos, alfafa, mucuna, crotalária, tremoço e espécies arbóreas utilizam inoculante com muito sucesso, diminuindo ou até eliminado totalmente o N mineral. • Trabalhos recentes de pesquisa com feijão têm demonstrado excelentes resultados com o uso de inoculantes. É uma prática ainda pouco difundida, mas que deverá se estender cada vez mais, pela economia que traz para o agricultor. • O feijão caupi, ou feijão de corda, largamente cultivado no Nordeste do Brasil e também em algumas regiões do MT e do PA, tem apresentado excelentes resultados com novas estirpes que foram recentemente selecionadas e que estão tendo enorme sucesso no aumento da produtividade. • Assim, sempre que se pensar em plantar qualquer leguminosa, é importante consultar o agrônomo responsável, bem como as empresas participantes da ANPII para verificar a disponibilidade do respectivo inoculante.

  47. Questões importantes • As bactérias que permanecem no solo por vários anos são suficientes para se obter elevadas produtividades nas leguminosas? • Qual a média de aumentos de produtividade que se obtém com a reinoculação? • Em média, quanto a soja deixa de N para a cultura seguinte?

  48. Mais um módulo terminado • Parabéns, mais um módulo finalizado com sucesso. • Veja como aos poucos você está acumulando conhecimentos seqüenciais sobre a importante técnica da FBN. • No módulo seguinte você terá informações sobre a forma correta de usar o inoculante e sobre os fatores que afetam positiva e negativamente o funcionamento do produto.

  49. Módulo 4 Tipos de inoculante. Modo de usar. Fatores que influenciam o resultado do inoculante.

  50. Tipos de inoculantes • Os primeiros inoculantes, ainda sem finalidade comercial, eram uma simples cultura da bactéria em meio de cultura agarizado. As bactérias eram dissolvidas em água no momento do uso e misturadas com as sementes. Este inoculante, entretanto, era de baixa durabilidade e deveria ser conservado em refrigerado até o momento do uso, o que o tornava pouco prático para uso extensivo. • Diversos veículos foram testados para o desenvolvimento e manutenção do rizóbio, sendo que a turfa (um solo com elevado teor de matéria orgânica, geralmente em áreas com baixa drenagem) mostrou-se como o melhor suporte para a bactéria. • Posteriormente outros tipos de substratos foram testados, mas nenhum demonstrou a qualidade da turfa para a obtenção de elevadas concentrações da bactéria por um período útil. No módulo 2 vimos quais as concentrações que um inoculante deve ter. • Em torno de 1990 começaram a surgir os inoculantes líquidos, mais práticos de usar e que hoje ocupam cerca de 70% do mercado.

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