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Consideraes iniciais . 1. Aspecto mais importante na escolha de uma metodologia de pesquisa:A PERGUNTA da investigao (origem das hipteses).2. Estudos de coorte objetivam:estabelecer um nexo causal entre fatores de exposio e eventos (desfechos) do processo sade-doena;entretanto, eles no tm condies de definir PLENAMENTE causalidade, mas permitem gerao de hipteses e reunio de evidncias sobre a associao entre o fator de exposio e o evento (doena) em estudo..
E N D
1. Estudos de coorte. Treinamento de Mtodos de Pesquisa Clnico-EpidemiolgicaCEARGS Centro de Estudos de AIDS do Rio Grande do Sul.
Erno Harzheim
Servio de Epidemiologia, Instituto de Cardiologia-RS, Departamento de Medicina Social UFRGS,
Centro de Sade Escola Murialdo.
2. Consideraes iniciais 1. Aspecto mais importante na escolha de uma metodologia de pesquisa:
A PERGUNTA da investigao (origem das hipteses).
2. Estudos de coorte objetivam:
estabelecer um nexo causal entre fatores de exposio e eventos (desfechos) do processo sade-doena;
entretanto, eles no tm condies de definir PLENAMENTE causalidade, mas permitem gerao de hipteses e reunio de evidncias sobre a associao entre o fator de exposio e o evento (doena) em estudo.
3. Como respondem pergunta de investigao? PERMITEM VERIFICAR A ASSOCIAO ENTRE O FATOR DE EXPOSIO E O DESFECHO, SEGUINDO UMA SEQUNCIA LGICA TEMPORAL.
4. Estudos de Coorte O QUE UM ESTUDO DE COORTE?
estudo observacional, longitudinal, analtico e prospectivo (ou retrospectivo).
5. Estudos de Coorte Caracterstica principal:
Longitudinalidade (seguimento - follow-up): compara a experincia ao longo do tempo de um grupo exposto e outro no exposto (fatores de risco, fatores protetores) indo de encontro s conseqncias da exposio (doentes/sobreviventes, evento/ausncia do evento).
Exposio Desfechos
6. Estudos de coorte Classificao:
Prospectivos: a exposio medida no momento de seleo dos sujeitos e o(s) evento(s) durante o seguimento;
Retrospectivos: informao sobre a exposio (e s vezes tambm sobre o(s) evento(s)) so coletadas atravs de registros j existentes.
7. Estudos de coorte Doentes
EXPOSTOS
Sadios
POPULAO
Pessoas sem
a doena e em
risco de adoecer Doentes
NO-EXPOSTOS Sadios
TEMPO
8. PRINCIPAIS PASSOS 1 - Definir a Pergunta da Investigao;
2 - Seleo da Populao em Estudo;
3 - Mensurao da Exposio;
4 Seguimento;
5 - Determinao dos Desfechos;
6 - Anlise dos Dados;
7 Interpretao.
9. 1. DEFINIR A PERGUNTA DA INVESTIGAO
10. 2. SELEO DA POPULAO EM ESTUDO Tipos: dinmica/fechada; pop. geral, grupos pop. restritos ou grupos especiais de exposio;
Os sujeitos devem ser similares nas outras caractersticas que so consideradas de risco para a doena, exceo do fator de exposio em estudo;
Grupos devem ser comparveis e, preferencialmente, representativos da mesma populao-base;
Critrios de incluso claros para cada grupo (exposto, no-exposto), isto , a definio de exposio no pode trazer ambigidades.
11. 3. MENSURAO DA EXPOSIO
Fator em exposio deve ser medido com acurcia, respeitando suas caractersticas quanto ao tempo e nvel de exposio, evitando erros de classificao;
A condio de exposto / no-exposto pode mudar durante o seguimento.
12. 4. SEGUIMENTO
Definir claramente as variveis em estudo e de que forma se far o seguimento (periodicidade de medidas, de provas laboratoriais, etc.), cego ou no;
Deve ser o mais completo possvel;
13. 4. SEGUIMENTO Deve ser similar para os dois grupos (expostos e no-expostos);
Indivduos acessveis, dispostos a colaborar;
Tempo de seguimento deve incluir o perodo de induo e latncia da doena em estudo;
Cuidado com perdas, principalmente perdas de magnitudes diferentes entre os grupos.
14. 5. DETERMINAO DOS DESFECHOS (efeitos, eventos de interesse)
Desfecho deve ser definido antes de se iniciar o estudo, devendo ser claro, especfico e mensurvel;
Critrios e procedimentos diagnsticos iguais para os dois grupos;
Preferencialmente, determinao do evento deve ser cega.
15. 6. ANLISE DOS DADOS (ver Clculo do Risco)
16. 7. INTERPRETAO Fontes de erros:
erros aleatrios;
erros sistemticos (vieses):
Vis de seleo: diferenas sistemticas entre caractersticas nos dois grupos, alm do fator em exposio;
Vis de seleo:
# voluntrios;
# no-resposta;
# trabalhador saudvel;
# perdas diferenciais entre grupos;
# Berkson (pop. hospitalar);
17. 7. INTERPRETAO
Vis de informao (aferio): forma ou efetividade distinta em determinar o(s) desfecho(s) entre os 2 grupos;
Vis de aferio (de classificao):
# Hawthorne (sujeito-dependente);
# entrevistador-dependente;
# tcnica-dependente.
18. 7. INTERPRETAO Vis de confuso (confounder):
a associao observada se deve a uma terceira varivel, que se relaciona com a varivel de exposio e com o desfecho.
Cuidado! A varivel de confuso no faz parte da cadeia causal existente entre a exposio e o desfecho.
Perdas
19. VANTAGENS permite o clculo de taxas de incidncia em expostos e no expostos e, atravs destas, o Risco Relativo (RR);
o fator de exposio definido no incio do estudo no sofrendo influncias da presena ou ausncia do evento de interesse;
melhor mtodo para se conhecer com preciso a histria natural de uma doena, assim como sua incidncia;
20. VANTAGENS permite o estudo de mltiplos efeitos/conseqncias de um mesmo fator de exposio;
vieses de confuso so mais fceis de controlar;
permite o estudo de fatores de exposio pouco freqentes;
reduz a possibilidade de ocorrncia de vis de sobrevivncia.
21. LIMITAES caros, devido ao longo perodo de seguimento;
existncia de possveis fatores (vis) de confuso;
longa durao, com a existncia implcita de perdas de magnitude diferente entre expostos e no-expostos;
menos adequados para o estudo de mltiplas causas de um evento especfico (multicausalidade);
22. LIMITAES no apropriados para o estudo de doenas raras;
suscetveis a perdas que podem comprometer a validez do estudo;
pouco reprodutveis;
possibilidade de mudana no estado de exposio entre os dois grupos (exposto vira no-exposto; no-exposto vira exposto);
pouco apropriados para doenas com longo perodo de latncia.
23. Clculo do Risco
MEDIDAS DE ASSOCIAO E IMPACTO
Em estudos de coorte os dados so coletados individualmente, possibilitando a construo de uma tabela 2 x 2.
Estudos de coorte
Incidncia acumulada = n casos novos__ (proporo) n indivduos em risco
Taxa de incidncia = n casos novos____
(taxa) (n pessoas-tempo em risco)
24. RISCO RELATIVO (RR) Medida que estima a magnitude de uma associao, indica a probabilidade que um evento ocorra em um grupo de indivduos expostos com relao ao grupo no-exposto.
Incidncia expostos (Ie)
RR= -----------------------------------------------------
Incidncia no-expostos (Io)
RR=1 nulo, sem associao;
RR>1 associao, indicando fator de risco;
RR<1 associao, indicando fator protetor.
25. Clculo do Risco Risco atribuvel exposio (RAE): a diferena existente entre a incidncia do evento (doena) entre expostos e no-expostos. Indica a poro de incidncia deste evento que se deve exclusivamente ao fator de exposio. uma medida de impacto potencial.
RAE = (Incidncia expostos) (Incidncia no-expostos)
26. Clculo do Risco Frao de risco atribuvel (RAE%): a proporo de risco atribuvel exposio. Representa a proporo de casos novos da doena entre os expostos que se devem justamente a este fator de exposio.
RAE%= (Ie-Io) X 100 / Ie ou RAE X 100 / Ie
Tambm possvel calcular:
Risco atribuvel populacional (RAP);
Frao de risco atribuvel populacional (RAP%);
Odds Ratio.
Preferencialmente, deve-se indicar os intervalos de confiana do Risco Relativo no lugar do valor de p.
27. OBSERVAO
Ao formular seu projeto de investigao NUNCA ESQUEA as variveis demogrficas (idade,raa,etc), pois afetam a freqncia das doenas, assim como variveis relacionadas classe social (renda, escolaridade) e outros determinantes do processo sade-doena (acesso aos servios sanitrios, redes sociais, etc).