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Capa. “O Ambiente e as doenças do trabalho” Curso de Especialização em Engenharia e Segurança do Trabalho Jefferson Benedito Pires de Freitas. METAIS PESADOS.

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  1. Capa “O Ambiente e as doenças do trabalho” Curso de Especialização em Engenharia e Segurança do Trabalho Jefferson Benedito Pires de Freitas

  2. METAIS PESADOS Quando um metal está em forma metálica (Meº), a exposição ao elemento somente pode se dar através da inalação de fumos metálicos gerados por aquecimento a altas temperaturas, ou por abrasão da superfície metálica.

  3. METAIS PESADOS • As formas iônicas (os sais e óxidos dos metais), quando manuseadas industrialmente geram grande quantidade de poeira no ambiente de trabalho. Esta poeira pode ser absorvida pelo trato respiratório e digestivo.

  4. METAIS PESADOS • A via de excreção mais importante é a urinária, mas há alguma eliminação por fezes, sudorese e descamação cutânea, e ainda, pelo crescimento de fâneros.

  5. INTOXICAÇÃO PELO CHUMBO • A fonte principal de chumbo é o Sulfeto de Chumbo (PbS), conhecido desde a antigüidade como Galena. • Este minério é extraído e refinado a chumbo metálico. • Os principais usos são: • fabricação e reforma de acumuladores elétricos (baterias); • em pigmentos usados em tintas, plásticos, • revestimentos de pisos, azulejos e cerâmicas; • fabricação de vidros e cristais; • funilaria de automóveis; e • indústria gráfica

  6. INTOXICAÇÃO PELO CHUMBO • O trabalhador pode se expor ao chumbo na forma de fumos metálicos ou poeiras de sais e óxidos. • O chumbo funde-se a cerca de 330 C, e pode ser manuseado com segurança até cerca de 550C. Acima desta temperatura há grande geração de fumos metálicos, levando assim a exposição dos trabalhadores.

  7. INTOXICAÇÃO PELO CHUMBO • O manuseio de pós de sais e óxidos de chumbo gera poeira para o ambiente, devendo-se adotar uma série de medidas para diminuir ao máximo esta contaminação.

  8. INTOXICAÇÃO PELO CHUMBO • Entre outras, pode-se citar: • enclausuramento de equipamentos que geram poeiras, como moinhos e misturadores, • ventilação local exaustora nos pontos de geração, • umectação de solo e bancadas, para impedir que a movimentação de pessoas ou equipamentos dispersem a poeira no local de trabalho.

  9. INTOXICAÇÃO PELO CHUMBO • A intoxicação pelo chumbo inorgânico é também denominada de Saturnismo. • Esta doença é conhecida desde a antigüidade, quando era comum na mineração da Galena (minério de chumbo) e na metalurgia do metal.

  10. INTOXICAÇÃO PELO CHUMBO • QUADRO CLÍNICO • fraqueza, cansaço fácil • sonolência • irritabilidade, nervosismo • epigastralgia • empachamento pós-prandial

  11. INTOXICAÇÃO PELO CHUMBO • QUADRO CLÍNICO • Pode evoluir para: • dores abdominais em cólica • constipação • impotência sexual • palidez cutânea • anemia • hipertensão arterial • insuficiência renal • neuropatia periférica de mmss

  12. INTOXICAÇÃO PELO CHUMBO • Os trabalhadores devem ser acompanhados com monitoramento biológico através, no mínimo, da dosagem da plumbemia e do ALA-U.

  13. INTOXICAÇÃO PELO CHUMBO • Valores de Referência da Normalidade (VR) e Índice Biológico Máximo Permitido (IBMP): • Chumbo no sangue (Pb-S) até 40 g/100g (VR) • Chumbo no sangue (Pb-S) até 60 g/100g (IBMP) • Aminolevulínico urinário (ALA-U) até 4,5 mg/ g. creat. (VR) • Aminolevulínico urinário (ALA-U) até10 mg/ g. creat. (IBMP)

  14. INTOXICAÇÃO PELO MANGÂNES • O principal uso deste metal (mais de 90% do minério) é a fabricação de ferros-liga, que são ligas metálicas de ferro e manganês, usadas como aditivo do aço. • O manganês também é usado na produção de pilhas, como matéria prima na indústria química, e na fabricação de pesticidas.

  15. INTOXICAÇÃO PELO MANGÂNES • A exposição e absorção do manganês é semelhante à do chumbo inorgânico, com a absorção de fumos e poeiras de sais e óxidos do metal.

  16. INTOXICAÇÃO PELO MANGÂNES • Causa lesões irreversíveis nos núcleos da base do cérebro, especialmente nos neurônios dopaminérgicos. • As dosagens de manganês no sangue e na urina têm pouco ou nenhum valor.

  17. INTOXICAÇÃO PELO MANGÂNES • QUADRO CLÍNICO • alterações de humor (choro x riso) • perda de equilíbrio com quedas sem tonturas • alterações de marcha (passo de bailarina) • retropulsão e propulsão • impotência sexual com aumento da libido • pesadelos • atos compulsivos • alucinações

  18. INTOXICAÇÃO PELO MANGÂNES • Não há monitoramento biológico para o manganês.

  19. INTOXICAÇÃO PELO MERCÚRIO • O mercúrio metálico é obtido a partir da refinação de um minério denominado Cinábrio (sulfeto de mercúrio). • fabricação de instrumentos de precisão, como termômetros, barômetros, esfigmomanômetros, etc. • produção de lâmpadas fluorescentes e de vapor de mercúrio; • fabricação de compostos mercuriais, • fabricação de soda cáustica (NaOH) • garimpo de ouro.

  20. INTOXICAÇÃO PELO MERCÚRIO • O mercúrio metálico é um líquido extremamente volátil. • Pode ser absorvido tanto pela via respiratória quanto através da pele íntegra (sendo o único metal absorvido em forma metálica).

  21. INTOXICAÇÃO PELO MERCÚRIO • A maior parte do mercúrio elementar absorvido é excretada através da urina e a dosagem de Hg nesse meio biológico é usada como indicador de exposição excessiva ao metal em sua forma metálica. • O valor de referência da normalidade é de 10 g/g creat., e o índice biológico máximo permitido para exposição ocupacional é 35 g/gcreat.

  22. INTOXICAÇÃO PELO MERCÚRIO • QUADRO CLÍNICO • queixas digestivas, periodontites, estomatite grave com perda de dentes, e infecções bacterianas secundárias nas gengivas. • fraqueza e formigamentos difusos em MMII e MMSS, podendo ser expressão de neuropatia periférica. • lesões renais • perda de memória recente, da capacidade de concentração, da atenção, da habilidade mecânica, da coordenação motora e mudanças de comportamento

  23. INTOXICAÇÃO PELO MERCÚRIO • QUADRO CLÍNICO • aparecimento de tremores de movimento do tipo parkinsoniano • quadros psiquiátricos, com depressão e paranóia, muito variáveis entre os pacientes, e, em geral, irreversíveis. • alterações na letra do doente, levando a uma alteração de escrita chamada de escrita mercurial ou micrografia, pois a letra fica pequena e tremida.

  24. INTOXICAÇÃO PELO MERCÚRIO • DIAGNÓSTICO • Levar em conta a história da exposição ocupacional e o quadro clínico. • A exposição deve ser considerada com cuidado, se possível inspecionado o local de trabalho, verificando o histórico de mercúrio urinário e o tempo de exposição total do indivíduo. • Não progride nem melhora, ficando o paciente estacionado no grau de alteração que possuía ao ser afastado. • Não há tratamento específico para os acometidos pela intoxicação crônica por mercúrio metálico.

  25. INTOXICAÇÃO PELO MERCÚRIO • O Hg-U, isoladamente, não tem valor diagnóstico, pois, eleva-se em casos de exposição excessiva ao metal, sem que haja qualquer lesão instalada, ou, ainda; pode normalizar em poucas semanas após a cessação da exposição.

  26. INTOXICAÇÃO PELO MERCÚRIO • Recomenda-se a avaliação de Hg-U no exame periódico, e, em caso do resultado apresentar-se acima do índice permitido, deve-se trabalhar na revisão dos controles ambientais, não havendo motivo a priori para afastamento do trabalho.

  27. INTOXICAÇÃO PELO CADMIO • É um metal tóxico aos rins, pulmões e cancerígeno. • Tem aplicações na eletrônica, na fabricação de baterias recarregáveis, em ligas especiais e no uso como pigmento de tintas. • Além da nefrotoxicidade, no pulmão, causa enfisema, fibrose e doença pulmonar obstrutiva crônica, e está ligado a câncer de pulmão e ao de próstata. • Quando polui o ambiente, pode causar grave doença óssea com fraturas espontâneas, dependendo das características da população afetada, como no caso da doença de Itai-Itai ocorrida no Japão.

  28. INTOXICAÇÃO PELO CADMIO • O Cádmio na urina (Cd-U) é um bom indicador, tanto da exposição corrente, como do depósito renal do metal, dependendo de como é a colheita e a interpretação. • O Cd-U como indicador de depósito de metal deve ser colhido após alguns dias de afastamento de trabalho e antes do trabalhador se expor ao metal, não sofrendo assim interferência da exposição diária.

  29. INTOXICAÇÃO PELO CADMIO • No protocolo de exames de um PCMSO: • avaliação de Cd-U em todos os exames: pré-admissional, periódico e demissional. • avaliação clínica e laboratorial dos órgãos alvo, como raio-X de tórax, testes de função pulmonar e renal (com especial atenção à proteinúria).

  30. INTOXICAÇÃO PELO CROMO • O Cromo é usado principalmente em tratamento de superfície (cromeação) em ligas metálicas e na composição de pigmentos. • O metal possui várias formas químicas, sendo que mais importantes são: a metálica (Crº), o cromo divalente (Cr++ ou Cr II, dos compostos cromosos), o cromo trivalente (Cr+++ ou Cr III, dos compostos crômicos) e a forma hexavalente (Cr++++++ ou Cr VI, dos compostos cromatos). • Do ponto de vista da toxicologia ocupacional somente o Cr VI tem importância, sendo o Cr III secundário, já que é pouco tóxico.

  31. INTOXICAÇÃO PELO CROMO • As maiores fontes de exposição ocupacional de cromo hexavalente são: • os fumos metálicos de ligas com alto teor de cromo, por exemplo, quando o cromo metálico é oxidado à forma iônica (na solda de aço inox, por exemplo), • os sais de cromato usados como pigmentos, • névoas de dicromato de potássio emanadas dos tanques de cromagem.

  32. INTOXICAÇÃO PELO CROMO • O Cr VI é cancerígeno comprovado para o ser humano, causando principalmente câncer brônquico, cuja incidência é cerca de 20 vezes maior nos expostos ocupacionalmente quando comparados com os não expostos. • Também causa lesões de pele e de mucosas, sendo típica a ulceração e perfuração de septo de nasal dos trabalhadores de galvanoplastias. O Cr VI absorvido é reduzido à Cr III, que é excretado principalmente através dos rins.

  33. INTOXICAÇÃO PELO ZINCO • O zinco é um metal amplamente difundido na natureza, e está normalmente presente no solo, na água e nos vegetais em quantidades variáveis. • Usado na fabricação de: • inúmeras ligas metálicas, especialmente o latão (cobre com zinco) • na zincagem de superfícies metálicas para proteção • pigmentos • revestimento de pilhas • peças elétricas e eletrônicas • revestimento em telhados e calhas

  34. INTOXICAÇÃO PELO ZINCO • A exposição mais freqüente é aos fumos do metal. • Seu efeito é o aparecimento de um quadro de febre algumas horas após a exposição, que atinge, em geral, 39C, e é acompanhada de leucocitose.

  35. INTOXICAÇÃO PELO ZINCO • É um quadro benigno e limitado a algumas horas, conhecido como febre dos fundidores de latão (ou febre dos fumos metálicos), tendo em vista a enorme quantidade de fumos de zinco emanados durante a fabricação dessa liga. • O quadro é causado pela liberação de pirogênio endógeno, e após um episódio, o indivíduo pode não ser afetado nos dias subseqüentes, mas depois de alguns dias de afastamento do trabalho.

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