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Os instrumentos de avaliação e os exercícios de ensino- aprendizagem:

Os instrumentos de avaliação e os exercícios de ensino- aprendizagem:. Uma trajetória na história das legislações Jornada pedagógica 2010 CGE/NRE. O AÇÚCAR Ferreira Gullar

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Presentation Transcript


  1. Os instrumentos de avaliação e os exercícios de ensino- aprendizagem: Uma trajetória na história das legislações Jornada pedagógica 2010 CGE/NRE

  2. O AÇÚCAR Ferreira Gullar Branco açúcar que adoçará meu caféNesta manhã de IpanemaNão foi produzido por mimNem surgiu dentro do açucareiro por milagre.Vejo-o puroE afável ao paladarComo beijo de moça, águaNa pele, florQue se dissolve na boca. Mas este açúcarNão foi feito por mim.Este açúcar veioDa mercearia da esquina eTampouco o fez o Oliveira,Dono da mercearia.Este açúcar veioDe uma usina de açúcar em PernambucoOu no Estado do RioE tampouco o fez o dono da usina.

  3. Este açúcar era canaE veio dos canaviais extensosQue não nascem por acasoNo regaço do vale.Em lugares distantes,Onde não há hospital,Nem escola, homens que não sabem ler e morrem de fomeAos 27 anosPlantaram e colheram a canaQue viraria açúcar.Em usinas escuras, homens de vida amargaE duraProduziram este açúcarBranco e puroCom que adoço meu café esta manhãEm Ipanema.

  4. PÓS 30: A EFERVESCÊNCIA POLÍTICO-IDEOLÓGICA CARÁTER MARCADAMENTE LIBERAL DA ÉPOCA: PRINCÍPIOS IDEOLÓGICOS DO CAPITALISMO EM ASCENSÃO NO BRASIL GOVERNO PROVISÓRIO DE VARGAS: REFORMAS DE ENSINO

  5. PÓS 30:A EFERVESCÊNCIA POLÍTICO-IDEOLÓGICA -RUPTURA COM O MONOPÓLIO DA IGREJA -DEFESA DO NACIONALISMO -DISPUTAS IDEOLÓGICAS ENTRE OS LIBERAIS, A IGREJA CATÓLICA, E OS ALIANCISTAS (ANL) -E O ESTADO? -DEFESAS PEDAGÓGICAS COM INTENÇÕES POLÍTICAS: A ESCOLA NOVA

  6. “O Estado populista governava a favor da classe dominante. Mas como surgiu num momento de crise, em que os vários setores dessa classe superior não chegavam a um acordo, o Estado ganhou relativa autonomia. Servia de mediador nos conflitos entre os grupos dominantes. Isso dava a impressão de que o Estado era neutro, a favor de todo o povo. Ilusão que traria frutos para a elite. Na verdade, o populismo tinha dois objetivos básicos: 1.Como industrializar? Resposta: com a intervenção do Estado na economia, através de obras públicas, empresas estatais, incentivos à burguesia industrial. 2.Como controlar os trabalhadores? Resposta: obtendo a confiança do proletariado por meio de algumas leis sociais e de muita propaganda ideológica” (SCHMIDT, 2000, p.318).

  7. BERÇO DO ESCOLANOVISMO NAS BASES CIENTIFICISTAS MODERNIZAÇÃO DO PAÍS URBANIZAÇÃO REVOLUÇÃO INDUSTRIAL RAPIDEZ DAS COMUNICAÇÕES DEMOCRATIZAÇÃO DA VIDA POLÍTICA PSICOLOGIA COMO CIÊNCIA PEDAGOGIA CIENTÍFICA CARÁTER ESSENCIALMENTE PRAGMATISTA EM EDUCAÇÃO

  8. CARÁTER PRÁGMÁTICO DA EDUCAÇÃO “...muitos propósitos e iniciativas do aluno dão origem a um gasto inútil de tempo e de energia […] o ensino serve para utilizar o impulso natural de aprender que surge do aluno e despertar, estimular e dirigir o processo de aprendizagem” (1930).

  9. O PRAGMATISMO ... “objetivos gerais do ensino da leitura: despertar e desenvolver o desejo de ler; habituá-la a encarar o que está escrito como sendo provavelmente coisa que tenha utilidade ou lhe traga prazer” (Linguagem na escola elementar, 1935).

  10. AS BASES POLÍTICO-FILOSÓFICAS DA RENOVAÇÃO ESCOLAR – NAS CONTRADIÇÕES DO LIBERALISMO Anísio Teixeira e Florestan Fernandez as bases do Manifesto: Projeto de construção da escola pública brasileira ainda que com a “necessidade de levar às últimas conseqüências a revolução democrática liberal, mantendo pois como referência material a base produtiva na sua forma capitalista” (Saviani, 2007, p. 224).

  11. O CARÁTER PRAGMÁTICO E LIBERAL DO “MANIFESTO” “é impossível desenvolver as forças econômicas ou de produção, sem o preparo intensivo das forças culturais e o desenvolvimento das aptidões à invenção e à iniciativa que são os fatores fundamentais do crescimento da riqueza de uma sociedade” (p. 407).

  12. NO CONTEXTO DO LIBERALISMO – REFORMA CAPANEMA – 1942 – CONTEÚDO ELITISTA DA REFORMA Escola secundária – formação de personalidades condutoras Trabalhos manuais para as meninos e economia doméstica para as meninas Destinada a elevar a consciência patriótica e humanista e... para as massas? Ensino industrial, agrícola, normal e comercial “para os náufragos do ensino primário que provenientes das massas teimavam em ascender na pirâmide escolar” (Lauro de Oliveira Lima, p. 127).

  13. EM SUMA: • Pragmatismo na resolução de problemas; • caráter do trabalho produtivo; • relação com o caráter utilitário do cotidiano; • “ruptura com a igreja católica livresca e a intenção em incluir a vida real nos currículos” (Manifesto); • “escola transmissora de padrões de hábitos atitudes e práticas, de julgamento moral e intelectual” (Anísio Teixeira 1933); • ênfase nas aptidões individuais; • na vocação e nas habilidades básicas essenciais; • aos conteúdos “essenciais à vida”; • ajuste da família - “membro útil da sociedade”.

  14. 50 ANOS EM 5: OS LIMITES DO PACTO POPULISTA E A LEI 4024/61 – UMA LEI QUE NASCE VELHA Crescimento da burocracia estatal - planejamento como instrumento neutro que vai substituir o politico pelo técnico, a demagogia pela ciência e o carisma pela eficácia JK e o início do processo de ruptura com o nacionalismo

  15. “...durante os anos 40 e 50 o populismo foi uma não estratégia de domínio das classes ricas latino-americanas. Porém, nos anos 60, ele dava sinais de envelhecimento. O seu nacionalismo não mais agradava aos empresários, que se assanhavam ao ver o capital estrangeiro acenando (foi depois da Segunda Guerra que as multinacionais entraram de sola no Terceiro Mundo). Além disso, os trabalhadores estavam adquirindo consciência própria e autonomia. Começaram a não mais confiar cegamente no Estado. Os governos populistas perderam sua capacidade de controlar o movimento operário. Tudo aquilo fazia a burguesia pensar: precisavam de um regime mais “moderno” e seguro, que botasse a peãozada para trabalhar. Naquele momento, para a alta burguesia, esse regime só podia ser um: a ditadura militar” (SCHMIDT, 2000, p.327).

  16. A PEDAGOGIA TECNICISTA DA DITADURA: A ESCOLA NO LEMA DA EFICIÊNCIA E EFICÁCIA Organização racional do trabalho – taylorismo -fordismo – princípios da administração científica Controle do comportamento – behaviorismo Desenvolvimento do capital humano. Ciência útil do comportamento – controle através dos objetivos educacionais Realização de experiencias em torno da aprendizagem, motivação, emoção e desenvolvimento individual. Métodos ativos e recursos audiovisuais

  17. A PEDAGOGIA TECNICISTA DA DITADURA: A ESCOLA NO LEMA DA EFICIÊNCIA E EFICÁCIA Ao assumir o enfoque sistêmico e adotar os princípios gerais da eficiência e eficácia, racionalidade e produtividade com os corolários do máximo resultado com o mínimo dispêndio e não duplicidade de meios para o mesmo fim estava-se claramente no âmbito da pedagogia tecnicista. (Saviani, 2007 p.378)

  18. ANOS 90...? UM CONTINUISMO OU RETROCESSO? No âmbito do escolanovismo o “aprender a aprender” significava adquirir a capacidade de buscar conhecimentos por si mesmo, de se adaptar a uma sociedade que era entendida como um organismo em que cada indivíduo tinha um lugar e cumpria um papel determinado em benefício de todo corpo social. Na situação atual o “aprender a aprender” liga-se à necessidade de constante atualização exigida pela necessidade de ampliar a esfera de empregabilidade

  19. É O FIM E NÃO A FINALIDADE DA EDUCAÇÃO PÚBLICA... Substituição do fordismo pelo toyotismo Tecnologia leve, de base microeletrônica flexível Preparo polivalente Lógica de satisfação de interesses privados Idéias pedagógicas passaram a assumir o fracasso da escola pública Justificada pela incapacidade do estado de gerir o bem comum A educação para o processo econômico produtivo

  20. Não se trata mais de contar com um emprego seguro; tanto os empresários como os trabalhadores devem investir no desenvolvimento do seu potencial de adaptabilidade e empregabilidade O segredo estaria na capacidade de adaptação e de aprender a aprender e reaprender Os postos de emprego serão mais disputados A adaptação à sociedade atual exige novos tipos de raciocínio. (Vitor da Fonseca “aprender a aprender e a educabilidade cognitiva” , 1998)

  21. DO “APRENDER A APRENDER” NEM MEIO PASSO DO PRAGMATISMO DAS COMPETÊNCIAS Construtivismo – força de sedução sobre os formuladores de políticas educativas Teoria do professor reflexivo Pedagogia das competências – matriz epistemológica behaviorista “o neoconstrutivismo confunde-se com o neopragmatismo e as competências resultam assimiladas aos “mecanismos adaptativos do comportamento humano ao meio material e social” (Ramos in Saviani, p. 435).

  22. Aprender a aprender • “Trata-se de preparar os indivíduos para, mediante sucessivos cursos dos mais diferentes tipos, se tornarem cada vez mais empregáveis, visando a escapar da condição de excluídos. E, caso não o consigam, a pedagogia da exclusão he terá ensinado a introjetar a responsabilidade por essa condição. Com efeito além do emprego formal, acena-se com a possibilidade de sua transformação em microempesário, com a informalidade, o trabalho por conta própria, isto é, sua conversão em empresário de si mesmo, o trabalho voluntário, terceirizado, subsumido em ONGs, etc. Portanto, se diante de toda essa gama de possibilidades ele não atinge a desejada inclusão, isso se deve apenas a ele próprio, as suas limitações incontornáveis. Eis o que ensina a pedagogia da exclusão”. (Saviani, pg 429)

  23. Aprender a aprender • “as novas idéias não deixam de exercer razoável atrativos nas mentes dos educadores. Com isso a escola foi sendo esvaziada e sua função específica ligada ao domínio dos conhecimentos sistematizados. A descrença no saber científico e a procura de “soluções mágicas” do tipo reflexões sobre a práticas, relações prazerosas, pedagogia do afeto, transversalidade dos conhecimentos e fórmulas semelhantes vem ganhando a cabeça dos professores. Estabelece-se, assim, uma “cultura escolar”, para usar uma expressão que também se encontra em alta, de desprestígio dos professores e dos alunos que querem trabalhar seriamente e desvalorização de sua cultura elaborada”. (Saviani pg 447)

  24. DOS ANOS 30 AOS 90.... 60 ANOS DE (DES)CONTINUISMOS?! É porque a escola não pode jamais assumir um projeto (neo) liberal É porque os instrumentos expressam concepções que por sua vez revelam intenções É porque essas intenções devem estar à serviço da escola pública e da classe trabalhadora e mais ninguém!!

  25. É porque os critérios de avaliação expressarão a intencionalidade da educação e jamais os comportamentos, atitudes, aptidões,competências a serem controlados e desejados. É porque os instrumentos de avaliação expressaram a história da luta ideológica social e politicamente definida É porque eles devem ser a expressão mais elaborada em sua intencionalidade da classe que vive do trabalho

  26. Num mundo onde o açúcar que adoça o nosso café da manhã não é tão puro e afável ao paladar, se negamos o que ele encobre ou revela não poderemos enfrentá-lo.

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