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Cetoacidose Diabética. Hospital Regional da Asa Sul Equipe de Endocrinologia Pediátrica www.paulomargotto.com.br Brasília, 24/9/2012. Introdução.
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Cetoacidose Diabética Hospital Regional da Asa Sul Equipe de Endocrinologia Pediátrica www.paulomargotto.com.br Brasília, 24/9/2012
Introdução • A cetoacidose diabética (CAD) é uma das principais causas de mortalidade relacionada ao diabetes na faixa etária pediátrica (associada ao edema cerebral). • Esta descompensação aguda caracteriza-se pela tríade: hiperglicemia, acidose e cetose.
Etiologia • Primodescompensação ( 25 a 50% ), • Omissão de dose de insulina, • Doses baixas de insulina, • Infecções.
Quadro clínico • Queixa de astenia, dor abdominal, • vômitos, cansaço, poliúria, e • polidpsia. • Exame físico: --sinais de desidratação : - queixa de sede, taquicardia e saliva espessa até choque hipovolêmico. -- sinais de acidose: taquipnéia profunda, com estertoraçãopulmonar fina e hálito cetônico.
Quadro Clínico • A desidratação é hiperosmolar, • Valorizar os sinais mínimos de depleção, pois clínica// subestima-se o grau real de desidratação, • Nos casos mais prolongados, a acidose e a desidratação agravam-se, • A presença de irritabilidade alternada com sonolência ou estado comatoso indica comprometimento cerebral.
Complicação Mais Temida: • Edema Cerebral
Edema Cerebral • Presente em 0,7 a 4,3% das CADs; • Mortalidade varia de 30 a 64%; • Seqüelas neurológicas permanentes em 8 a 26%.
CUIDADO!!! Pacientes com acidose grave, menores de 5 anos, sem diagnóstico prévio de diabetes e que permanecem horas em cetoacidoseou com queda da glicemia > 100mg/dl/hora, sem tratamento adequado, estão mais sujeitos ao edema cerebral, uma complicação rara, porém de alta morbimortalidade.
Diagnóstico da CAD: Definição laboratorial: • ph < 7,3 e bicarbonato < 15meq/l (gasometria arterial ), • Hiperglicemia > 300mg/dl (Sandrini et al, 2007) > 200mg/dl (Dunger et al, 2003) • Cetonemia ou cetonúria.
Classificação CAD Agus et al. Pediatr Clin N Am, 2005
Protocolo de tratamento de cetoacidose metabólica European Society for Pediatric Endocrinology Lawson Wilkins Pediatric Endocrine Society Departamento de End. Pediátrica da Sociedade Brasileira de Pediatria
Fundamentos do tratamento • Corrigir distúrbios hidreletrolíticos, • Restabelecer função cardiovascular e ventilatória, • Insulinoterapia (interromper formação ácido), • Corrigir a acidose, • Monitorar e tratar co-morbidades e complicações.
1° Passo • Identificar : • Desidratação • Hiperglicemia • Acidose • Cetonúria
2° Passo HIDRATAÇÃO + INSULINA
Hidratação • Reposição da desidratação com soro fisiológico 0,9% em 6 h*, + hidratação de manutenção (Holiday). • Em caso de choque: SF 0,9% a 20 ml/kg/hora, repetir se necessário. • Cuidado! Excesso de líquido está associado a edema cerebral! * Se osmolaridade > 320, repor depleção em 12h. Osm= 2x(Na+K) + glicose /18+uréia/6
EXEMPLO Daniel, 8a2m, história de perda de peso, poliúria e polidpsia. Ex. físico: peso 20kg, olhos encovados, turgor cutâneo pastoso, xerostomia, taquidispneico, respiração de Kussmaul, hipoativo, consciente e orientado. Volume do EEC = 20% de 20 = 4 litros Grau de DEEC : grave = 25% 25% de 4l = 1 litro = 1000 ml Volume de SF 0,9%, em 6 horas = 1000 ml Hidratação correção da desidratação de acordo com o cálculo da depleção do espaço extracelular (DEEC)
Hidratação de manutenção(Holiday) PRESCRIÇÃO 1) Dieta zero 2) Hidratação venosa, em Y: SF 0,9% 2 etapas de 500ml, 55gts/min SG 5% 500ml, 3 etapas, 20gts/min • Deverá ser instalado desde o início + eletrólitos Transformação com glicose 50%: SG 5% em 7,5% volume 17 SG 5% em 10% volume 8
Reposição de potássio PRESCRIÇÃO 1) Dieta zero 2) Hidratação venosa, em Y: SF 0,9% 2 etapas de 500ml, 55gts/min SG 5% 500ml, KCl 15ml 3 etapas, 20gts/min 3) Insulina regular 2UI, EV ou IM, de h/h K do Daniel = 4,8mEq/l • Cálculo do Kcal: • 0-10Kg: 1Kg= 1Kcal • 10-20Kg: 10 Kcal + 0,5 Kcal/ Kg >10 kg • >20Kg: 15 Kcal + 0,2 Kcal/ Kg >20kg
Bicarbonato PRESCRIÇÃO 1) Dieta zero 2) Hidratação venosa, em Y: SF 0,9% 2 etapas de 500ml, 55gts/min SG 5% 500ml, KCl 8ml 3 etapas, 20gts/min 3) Insulina regular 2UI, EV ou IM, de h/h Daniel: pH= 7,1, bic 3 • pH 6,9 ou hipotensão ou arritmia • Bic a administrar (mEq) = (12 – Bic encontrado) x EEC(L) x 2 • A solução de Bic 8,4% fornece 1mEq/ml. Deve-se diluir o Bic 8,4% com água destilada 1:6 para torná-la mais fisiológica. • Metade da correção será infundida em 6 horas. Descontar volume da SF de reposição (correção). • Bicarbonato em bolus pode precipitar arritmia cardíaca (Agus et al, 2005).
Insulina PRESCRIÇÃO 1) Dieta zero 2) Hidratação venosa, em Y: SF 0,9% 2 etapas de 500ml, 55gts/min SG 5% 500ml, 3 etapas, 20gts/min 3) Insulina regular 2UI, EV ou IM, de h/h • Insulina regular • 0,1UI/kg/hora, • EV ou IM, • até cetonúria ≤ 2+ & glicemia < 300mg/dL
Insulinização • Monitorar glicemia capilar e cetonúria de h/h até correção da acidose. • Ritmo de queda ideal da glicemia entre 60 a 90 mg/dl/ hora. • Com 6 h de evolução coletar controle de gasometria e eletrólitos. • Se acidose for corrigida (pH>7.3 e bicarbonato >15) e já foram aplicadas pelo menos 3 doses de insulina IM, o paciente passa a receber insulina regular subcutânea a cada 4 horas, como manutenção, conforme tabela.
Resolvida a acidose • Cálculo de insulina regular SC
Dieta • Paciente sem acidose, consciente e sem vômitos, • Iniciar com líquidos ricos em potássio, • Volume calórico de acordo com peso, dividido em 6 refeições, • Dispor de lanche extra para corrigir possíveis hipoglicemias.
Iniciar pela manhã, com ingesta restabelecida. Dose: NPH: 0,5 UI/kg/dia, SC, 2/3 antes do desjejum e 1/3 antes de dormir// Glargina: 0,5UI/Kg/ dia (dose única) Em pacientes com diagnóstico anterior ao episódio, aumentar 10% da dose habitual. Ajuste da dose de acordo com monitoração. Insulina NPH ou Glargina
Complicações • Hipoglicemia • Hipopotassemia • Hiponatremiadilucional Na desejado-Na encontrado x 0,6 x P (Na desej. = 125-130mEq/l) • Pseudo-hipoNa: lipídeos séricos • Hipocalcemia • Hipofosfatemia (corrigir se P < 2,5) • Insuficiência renal aguda • Edema cerebral